sábado, 4 de junho de 2011

A Igreja Perseguida no Paquistão


A Igreja Perseguida no Paquistão
11ª posição na Classificação de países por perseguição

A Igreja A perseguição Motivos de oração

Localizado entre o Afeganistão, o Irã, a China e a Índia, o Paquistão ocupa uma região estratégica no sul da Ásia. O território pode ser dividido em três áreas geográficas principais: a região montanhosa da Cordilheira do Himalaia ao norte, o vale do Rio Indo e o Planalto do Baluchistão. O clima é predominantemente árido, com verões quentes e invernos rigorosos.

População

A população paquistanesa constitui-se de vários grupos étnicos, entre os quais se destacam os punjabis, os sindis, os patanes e os baluchues. O povo é bastante jovem, mais de um terço da população tem menos de 15 anos de idade.

O analfabetismo é um mal que atinge metade da população. O pior índice está entre as mulheres: apenas 36% delas sabem ler e escrever.

Problemas como a precariedade habitacional e a infraestrutura inadequada de saneamento básico contribuem para o surgimento de doenças e para a alta taxa de mortalidade. Para se ter uma ideia, somente um terço da população tem acesso à água potável.

História

O Paquistão e a Índia compartilham uma história cujos registros estão entre os mais antigos do mundo. A primeira religião a se instalar no Paquistão foi o budismo, que surgiu em 500 a.C. e foi difundido na região pelo império de Açoka. A segunda religião a chegar ao país foi o islã, que conquistou a atual província de Sindh, no sudeste do país, em 711.

Até a chegada dos britânicos, três impérios governaram a região: o sultanato de Déli, o exército de Tamerlão e o Império Mongol.

A fase europeia da história paquistanesa foi marcada por vários conflitos de grande escala. Em 1947, os britânicos deixam a colônia, aprovando a divisão em dois Estados independentes: Índia e Paquistão. O Paquistão então passou a ser formado por duas regiões islâmicas: o Paquistão Ocidental (atual território paquistanês) e o Paquistão Oriental (atual Bangladesh).

Os 20 anos seguintes presenciaram instabilidade política, violência generalizada e guerra entre os dois países vizinhos. Em 1971, o Paquistão Oriental proclama sua independência e passa a se chamar Bangladesh. A partir da metade da década de 80, o Paquistão inicia um movimento de aproximação ainda maior ao islamismo.

Após 11/9

Devido a sua posição estratégica, o Paquistão ganhou lugar de destaque na mídia internacional logo após os atentados terroristas contra as cidades de Nova York e Washington em 11 de setembro de 2001. Quando decidiram retaliar o Afeganistão em outubro daquele ano, os EUA pediram e obtiveram apoio logístico do Paquistão, assim como a liberação de seu espaço aéreo.

O apoio do governo paquistanês ao norte-americano gerou grande tensão política no país, pois grande parcela da população possuía afinidades étnicas e ideológicas com a milícia Talibã que governava o Afeganistão na época.

Ao apoiar os ataques norte-americanos ao Afeganistão, em 2001, o Paquistão obteve grande ajuda econômica dos EUA na forma de linhas de crédito e reescalonamento de dívidas. Ainda assim, a economia do Paquistão é caracterizada pela pobreza da população.

Com o crescimento do extremismo islâmico, o governo concordou, em fevereiro de 2009, em implementar a sharia (lei islâmica) no vale de Swat, região noroeste do país. O objetivo é levar os extremistas a concordar com um cessar-fogo permanente.


A Igreja

O cristianismo chegou ao Paquistão no século VIII por intermédio de missionários nestorianos. Os jesuítas assumiram o trabalho missionário no século XVI, porém nenhum dos dois grupos teve êxito no estabelecimento de um trabalho duradouro.

Atualmente, como resultado de uma grande variedade de esforços missionários, o Paquistão conta com uma pequena parcela de cristãos, a maioria dos quais de etnia punjabi. A maioria dos cristãos é membro de igrejas independentes ou da católica romana.

A comunidade cristã é, de modo geral, fragmentada e temerosa. Devido ao medo da perseguição, é possível que haja alguns milhares de cristãos que mantêm sua identidade religiosa em sigilo e são poucos os convertidos entre os muçulmanos que declaram sua nova fé abertamente.


A perseguição

A Igreja
A Constituição estabelece o islamismo como a religião do Estado. Ela também declara que as minorias religiosas devem ter condições para professar e praticar sua religião em segurança. Apesar disso, o governo limita a liberdade religiosa.

Uma forma de limitação é a lei de blasfêmia paquistanesa. Essa lei sentencia à morte quem deprecia o islã ou seus profetas; à prisão perpétua quem deprecia, danifica ou profana o Alcorão; e a dez anos de prisão quem insulta os sentimentos religiosos de outra pessoa.

A lei de blasfêmia tem sido bastante usada por indivíduos que querem resolver questões pessoais, uma vez que, para acusar alguém de ter blasfemado, não é necessário ter provas. Precisa-se apenas da acusação formal. No contexto paquistanês, a palavra de um muçulmano vale pela palavra de dois cristãos, e isso dificulta o processo de defesa.

Embora nenhum cristão paquistanês até agora tenha sido executado após sua condenação, mais de uma dezena de pessoas foram acusadas e forçadas a viver em condições desumanas na prisão, em esconderijos ou no exílio.

No fim de 2008, um garoto encontrou uma sacola na rua contendo páginas rasgadas de um Alcorão. Sem saber o que fazer com aquilo, o menino levou a sacola para casa.

Sua irmã mais velha, Ashiyana Masih, levou a sacola e seu conteúdo a uma vizinha muçulmana. Mas essa vizinha, que tinha uma briga antiga com a família de Ashiyana, acusou a jovem e seu pai, Gulsher Masih, de terem blasfemado contra o Alcorão.

Após a denúncia, mais de cem pessoas atacaram a casa da família cristã, levando-a a fugir e se esconder. No entanto, Ashiyana e seu pai foram presos.

O pedido de fiança que os representantes legais de Ashiyana fizeram foi negado. Ainda não foi marcada uma nova data para a audiência dela e de seu pai.


Motivos de oração

1. A maioria da Igreja paquistanesa é formada por pessoas da etnia punjabi. Ore para que os cristãos paquistaneses desenvolvam uma Igreja transcultural que envolva todas as etnias do país.

2. A Igreja tem contra si o forte preconceito do governo. Ore pedindo que as autoridades do país abrandem suas posições contrárias ao cristianismo e permitam que as crenças não muçulmanas tenham uma representação mais ampla no governo.

3. Os líderes cristãos são frequentemente perseguidos e ameaçados. Ore para que eles continuem a evangelizar com ousadia, façam novos discípulos e treinem novos líderes com o objetivo de implantar a Igreja de Cristo em todo o território paquistanês.

4. Ore pelo fim da violência contra os cristãos. Ore também para que os conflitos no vizinho Afeganistão não acirrem ainda mais a tensão religiosa no Paquistão.


Fontes

-Portas Abertas

- Report on International Religious Freedom

- Países@

- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Human Development Reports

- The World Factbook

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