sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Última Carta de um Soldado


John Randon

Um soldado mortalmente ferido na Batalha de Bunker’s Hill (1775), durante a Guerra da Independência Americana, escreveu à sua esposa na Inglaterra, pouco antes de morrer, a seguinte carta:

Meu querido amor,

Antes que recebas estas linhas, a morte cruel já me terá varrido do palco da vida. Nunca mais repousarás nestes braços; nem estes olhos, que agora mergulham nas sombras da morte, poderão vislumbrar tua gentil figura ou encher-se de encantamento, ao contemplar-te em companhia de nossos queridos filhos.

Ontem, entramos em obstinado e sangrento combate, onde muitos dos nossos foram feridos ou mortos. Recebi dois balaços, um na virilha e outro no peito. Estou tão fraco com a perda de sangue, que mal posso escrever-te estas poucas linhas, último tributo de meu amor imutável por ti. O cirurgião informou-me que três horas são o máximo que poderei sobreviver.

Quando viajava da Inglaterra para a América dispus-me a ler a Bíblia, por ser esse o único livro que possuía. Pela doce atração de sua graça, o Onipotente Pai de toda a humanidade se deleitou em atrair meu coração a Ele mesmo, iluminando, para isso, a minha mente.

Em nosso regimento, havia um cabo que professava a verdadeira fé cristã. Eu não tinha conhecimento de sua existência, até certa noite em que, através de oração fervorosa, pedi a Deus que me guiasse pelos caminhos da paz. Enquanto dormia, sonhei com esse homem e me dirigi a ele, chamando-o pelo nome, que era Samuel Pierce. O sonho impressionou-me tanto, que na manhã seguinte procurei informar-me se no regimento havia alguém com esse nome; e, atônito, fui encontrá-lo. Contei-lhe meu sonho, que o agradou muito. Nasceu entre nós uma forte amizade, e logo ele se deleitava em contar-me do grande amor de Deus pelos homens, em ter dado seu filho Jesus Cristo para derramar o seu sangue e morrer pela humanidade. Ele desvendou, diante de mim, os mistérios da salvação, a natureza do novo nascimento, a grande necessidade de santidade de coração e vida; e, resumindo, tornou-se meu pai espiritual. A ele, pela graça de Deus, devo todo o bem que conheço. Meu querido amor, desejo que conheças este abençoado modo de vida.

Logo que aportamos, aprouve a Deus falar de paz ao meu coração. Oh! Que encantamento, que alegria perene senti, através do sangue do Cordeiro! Agora, anseio contar ao mundo inteiro o que Jesus fez por mim. E como desejo, com grande ardor, meu bem, ser capaz de levar-te a sentir e conhecer o amor de Deus em Cristo Jesus! Daria o mundo para estar contigo e informar-te sobre a pérola de grande preço.

Meu querido amor, como não nos veremos mais neste vale de lágrimas, deixa-me expor-te este último desejo: se algum dia fui querido por ti, suplico-te que não negligencies este último conselho de teu marido, que está morrendo, isto é: rende-te a Deus. Lê a Bíblia e bons livros, freqüenta os cultos de um povo chamado evangélico; e que Deus te guie em seus caminhos.

Esforça-te por criar nossos filhos no temor do Senhor. Não prendas o teu coração às coisas vãs e materiais deste mundo. O céu e o amor de Deus são as únicas coisas que demandam nosso coração e merecem possuí-lo.

És ainda jovem e não posso desejar que, estando eu frio debaixo da terra, não te cases novamente. Mas deixa-me dar-te um conselho: não te cases com alguém, por mais simpático ou rico que seja, que não ame e tema a Deus; esta é a única coisa necessária.

Fui um marido mau para ti, um filho desobediente para meus pais, um rebelde para Deus. Que Deus tenha misericórdia de mim, pecador! Morro em paz com todo o mundo. Morro na plena segurança da glória eterna. Mais uns momentos, minha alma se juntará às fileiras dos espíritos desencarnados, na grande assembléia da Igreja do Unigênito, que está estabelecida no céu. Meu único amor, eu te peço, eu te peço, eu te imploro, eu te suplico que venhas ter comigo no reino da glória! Ó! corre para os braços, uma vez ensangüentados, de Jesus. Clama por Ele, dia e noite, e Ele te ouvirá e te abençoará!

A vida de um soldado é sangue e crueldade; a de um marinheiro, perigo e morte. A vida de uma cidade é cheia de confusão e lutas; a vida de um país é carregada de labor e fadiga, porém, o maior de todos os males provém de nossa própria natureza pecadora. O mundo, por si mesmo, até agora, nunca tornou ninguém feliz. Somente Deus é a ventura de uma alma justa. Ele está presente em toda a parte, e a Ele temos livre acesso em todos os lugares. Aprendei, pois, queridos filhos, quando crescerdes, a procurar a felicidade permanente em Deus, através do Redentor Crucificado.

Meu querido amor, mais eu diria, porém a vida se me esvai. Meus sentimentos cessam de executar suas funções. Anjos de luz rodeiam a relva ensangüentada em que estou deitado, prontos a escoltar-me para os braços de meu Jesus. Santos curvados mostram-me minha brilhante coroa e acenam-me de longe. Sim, penso que meu Jesus me convida a ir. Adeus, adeus, querido amor.

FONTE: Editora Fiel

Como O Pai traz os homens a Cristo – C. H. Spurgeon


"Ninguém pode vir mim, se o Pai que me enviou não o trouxer."

Como, pois, traz o Pai os homens ? Os teólogos arminianos geralmente dizem que Deus traz os homens por meio da pregação do evangelho. Mui certo; a pregação do evangelho é o instrumento para trazer os homens, porém deve haver algo mais do que isto. Deixe-me perguntar: a quem Cristo dirigiu essas palavras ? Ao povo de Cafarnaum, onde Ele havia pregado com freqüência, onde havia anunciado com tristeza e dor as maldições da Lei e os convites do evangelho. Naquela cidade havia feito muitos grandes sinais e obrado muitos milagres. De fato, por causa de tais ensinamentos e semelhantes milagres atestados a eles, que Ele declarou que Tiro e Sidon teriam se arrependido a muito tempo atrás em panos de saco e cinzas, se eles tivessem sido abençoados com tais privilégios. Assim pois, se a pregação do próprio Cristo não bastou para trazer aqueles homens a Ele, é impossível crer que o Pai intentará trazer-lhes simples e totalmente por meio da pregação. Não, irmãos; deveis notar que Ele não disse que ninguém pode vir se o ministro não lhe trouxer, porém se o Pai não lhe trouxer. Desde logo, existe tal coisa como ser trazido pelo Evangelho e ser trazido pelo ministro, sem haver sido trazido por Deus. Porém, certamente é uma atração divina a que se quer indicar com isto; ser trazido pelo Altíssimo Deus – a Primeira Pessoa da Santíssima Trindade enviando a Terceira, o Espírito Santo, para induzir os homens a vir a Cristo. Há outros que mudam de postura e dizem com desprezo: "Então, crês ti que Cristo arrasta aos homens para Ele apesar de que não queiram ?" Recordo haver-me encontrado uma vez com um que me disse: "Senhor, você prega que Cristo pega as pessoas pelos cabelos da cabeça e as traz para Ele". Eu perguntei-lhe se ele poderia referir a data do sermão onde preguei tão extraordinária doutrina, porque se ele pudesse, eu ficaria muito agradecido. Contudo, ele não pode. Porém eu lhe disse: Cristo não traz as pessoas para Si pelos cabelos de suas cabeças, eu creio que Ele as traz totalmente pelo coração tão poderosamente como sua caricatura sugeriu. Notai que no trazer do Pai não há compulsão alguma; Cristo nunca compeliu qualquer homem a vir para Ele contra sua vontade. Se um homem estiver indisposto para ser salvo, Cristo não o salva contra sua vontade.

Como, então, o Espírito Santo lhe traz ? Fazendo-lhe disposto. É verdade que Ele não usa a "persuasão moral"; Ele conhece um método íntimo de alcançar o coração. Ele vai na secreta origem do coração, e Ele sabe como, por algumas misteriosas operações, volver a vontade em uma direção contrária, de maneira que, como Ralph Erskine paradoxalmente colocou isto, o homem seja salvo "com pleno consentimento contra sua vontade"; isto é, seja salvo contra sua velha vontade. Mas ele é salvo com pleno consentimento, porque ele tem sido feito desejoso no dia do poder de Deus. Não imaginem que qualquer homem vá ao céu chutando e esforçando-se durante todo o caminho contra a mão que o leva. Não concebam a idéia de que qualquer homem será mergulhado em banho no sangue do Salvador, enquanto ele esteja aspirando apartar-se do Salvador. Oh, não. É completamente certo que, no princípio, todo homem se recusa a ser salvo. Quando o Espírito Santo coloca sua influência no coração, se cumpre a Escritura: "Leva-me tu; correremos após ti" (Cantares de Salomão 1:4). Seguimo-LO enquanto Ele nos leva, contentes de obedecer a voz que uma vez desprezamos. Porém, a essência da questão repousa na mudança da vontade. Como ocorre isto, nenhuma carne o sabe; é um daqueles mistérios que são claramente percebidos como um fato, mas cuja causa nenhuma língua pode contar, e nenhum coração adivinhar.

De qualquer forma, a forma aparente na qual o Espírito Santo opera, podemos lhes contar. A primeira coisa que o Espírito Santo faz quando entra no coração do homem é esta: Ele o encontra com uma muito boa opinião de si mesmo: e não há nada que impeça tanto ao homem vir a Cristo como o ter uma boa opinião de si mesmo. Porque, diz o homem: "Eu não quero ir a Cristo. Tenho uma justiça tão boa como qualquer um poderia desejar. Sinto que posso entrar no céu por meus próprios méritos". O Espírito Santo desnuda o seu coração, permite-lhe ver o repugnante câncer que está corroendo sua vida, lhe descobre toda a negridão e corrupção daquela fonte do inferno – o coração humano -, e então o homem permanece perplexo. "Jamais pensei que eu fosse assim. Oh ! aqueles pecados que considerava como pequenos, tem crescido em imensa estatura. O que eu tinha por um montículo de terra, tem se tornado uma montanha; o que era antes o hissopo na parede, tem agora se tornado o cedro do Líbano". "Oh", diz o homem dentro de si, "tentarei me reformar; farei tantas boas obras que lavarei aquelas negras ações. Então vem o Espírito Santo e mostra-lhe que ele não pode fazer isto; tira todo seu fantasioso poder e força de tal forma que o homem cai sobre seus joelhos em agonia, e clama: "Oh ! uma vez pensei que poderia salvar a mim mesmo por minhas boas obras, porém agora percebo que:

"Poderia minha lágrimas eternamente derramar,
Poderia meu zelo não conhecer descanso,
Tudo isto meu pecado não poderia expiar,
Tu, deves me salvar, e somente Tu."

Então o coração se desfaz e o homem se encontra pronto ao desespero. E diz: "Eu nunca poderei ser salvo. Nada pode me salvar." Então, vem o Espírito Santo e mostra ao pecador a cruz de Cristo, e ungindo seus olhos com colírio celestial Lhe diz: "Olhai para aquela cruz; aquele Homem morreu para salvar pecadores; você sente que és um pecador; Ele morreu para te salvar." E Ele capacita o coração a crer, e para vir a Cristo.

E quando ele vem para Cristo, por esta doce atração do Espírito, encontra "uma paz com Deus, que excede todo o entendimento, o qual guardará seu coração e pensamentos em Cristo nosso Senhor." Agora, podeis claramente perceber que tudo isto pode ocorrer sem qualquer compulsão. O homem é trazido tão voluntariamente que parece que não foi trazido; e ele vem para Cristo com pleno consentimento, com tão pleno consentimento como se nenhuma influência secreta jamais houvesse sido exercida em seu coração. Porém, esta influência deve ser exercida, ou se não, nunca teria existido nem jamais existiria qualquer homem que pudesse ou tampouco quisesse vir ao Senhor Jesus Cristo.

Fonte:[Charles Haddon Spurgeon]

Fiel é o que vos chama, que também o fará


"Fiel é o que vos chama, que também o fará." 1 Tessalonicenses 5:24

O céu é um lugar onde nunca devemos pecar, onde vamos parar nossa vigilância constante contra um inimigo incansável, porque não haverá tentador para iludir os nossos pés. Há os maus cessam de perturbar e os cansados ​​estão em repouso. Céu é uma "herança imaculada", que é a terra da santidade perfeita, e, portanto, de total segurança. Mas não os santos ainda na terra, por vezes, saborear as alegrias de segurança bem-aventurada?

A doutrina da Palavra de Deus é-que todos os que estão em união com o Cordeiro são seguros; que todos os justos devem possuir em seu caminho, para que aqueles que cometeram as suas almas para a manutenção de Cristo deve encontrá-lo fiel e preservador imutável. Sustentada por uma tal doutrina, podemos desfrutar de uma segurança ainda na terra, não para que de alta segurança e glorioso que nos torna livre de qualquer deslize, mas que a segurança santo que surge a partir da promessa segura de Jesus, que ninguém que nEle crêem jamais perecer , mas deve estar com Ele onde Ele está.

Crente, vamos muitas vezes refletir com alegria sobre a doutrina da perseverança dos santos , e honrar a fidelidade do nosso Deus por uma santa confiança nEle. Que o nosso Deus para você levar para casa um sentido de sua segurança em Cristo Jesus! Ele pode assegurar-lhe que seu nome está gravado em sua mão e sussurrar em seu ouvido a promessa: "Não temas, Eu estou com vocês."

Olhem para ele, o Fiador grande da aliança, como fiel e verdadeira, e, portanto, vinculados e contratados para apresentar-lhe, o mais fraco da família, com toda a raça escolhida, diante do trono de Deus; e de uma forma doce contemplação, você vai beber o suco do vinho aromático de romã do Senhor, e saborear os frutos saborosos do Paraíso. Você terá uma antecipação dos prazeres que violentar as almas dos santos perfeitos acima, se você pode acreditar com a fé unstaggering que "fiel é Aquele que vos chama, que também o fará."

Fonte: GRACE GEMS = http://gracegems.org/

A Necessidade do Novo Nascimento


Arthur W. Pink

Há dois principais obstáculos no caminho da salvação de qualquer dos descendentes caídos de Adão: a escravidão à culpa e à penalidade do pecado; a escravidão ao poder e à presença do pecado. Em outras palavras, eles estão a caminho do inferno e são desqualificados para entrar no céu. Esses obstáculos são, no que diz respeito aos homens, totalmente impossíveis de serem superados. Isso foi estabelecido por Cristo de forma inequívoca, quando seus discípulos perguntaram: “Quem pode ser salvo?” Ele respondeu: “Isto é impossível aos homens”. Criar um mundo é mais fácil para um pecador perdido do que salvar sua própria alma. Entretanto — louvado para sempre seja o nome do Senhor Jesus — Ele continuou, dizendo: “Para Deus tudo é possível” (Mt 19.25-26). Sim, problemas que frustram completamente a sabedoria humana podem ser resolvidos pela Onisciência. Tarefas que desafiam os maiores esforços dos homens são facilmente concluídas pela Onipotência. Em nenhuma outra situação esse fato é exemplificado de forma mais impressionante do que na salvação outorgada por Deus aos pecadores.

Conforme afirmamos no parágrafo anterior, duas coisas são absolutamente essenciais à salvação: livramento da culpa e da penalidade do pecado; livramento do poder e da presença do pecado. Uma é garantida pela obra medianeira1 de Cristo; a outra, pelas realizações eficazes do Espírito Santo. Uma é o resultado bendito do que o Senhor Jesus fez pelo povo de Deus; a outra, a gloriosa conseqüência do que o Espírito santo faz no povo de Deus...

Ora, um conhecimento vital e salvífico destas verdades divinas não pode ser adquirido por meio de estudo a respeito delas. Nenhum esforço na observação das Escrituras, nenhum esmero na análise dos tratados doutrinários mais corretos, nenhum exercício intelectual pode garantir o menor discernimento espiritual dessas verdades divinas. Na verdade, o pesquisador diligente pode obter um conhecimento natural, uma compreensão intelectual da mesma maneira como alguém que nasceu cego obtém uma noção das cores das flores ou da beleza de um pôr-do-sol. Pois, o homem natural não entende mais das coisas espirituais do que um cego entende das coisas naturais. Sim, a sua compreensão espiritual não é maior do que o entendimento de uma pessoa já falecida a respeito do que acontece no mundo que ela deixou. Por semelhante modo, nada menos que o poder divino pode trazer o coração orgulhoso a uma profunda compreensão deste fato humilhante. Somente quando Deus ilumina sobrenaturalmente a alma, esta se conscientiza da horrível escuridão espiritual em que, por natureza, vive.
A verdade do que acabou de ser dito é estabelecida pela afirmação clara e solene de 1 Coríntios 2.14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. Um conhecimento externo da verdade divina, conforme revelada nas Escrituras, pode fascinar a mente e fornecer idéias para especulação e conversas. Contudo, a menos que Deus aplique a verdade à consciência e ao coração, na hora da morte esse conhecimento não será mais proveitoso do que as agradáveis imagens que recordamos de nossos sonhos, no momento em que acordamos. Quão terrível é pensar que multidões de cristãos professos acordarão no inferno, onde descobrirão que seu conhecimento da verdade divina não era mais substancial do que um sonho!

Embora seja verdade que o homem não alcança os caminhos do Senhor por meio de uma busca pessoal (Jó 11.7) e que os mistérios do reino de Deus são segredos selados, até que Ele se digne em desvendá-los à alma (Mt 13.11), também é verdade que Deus se agrada em transmitir luz celeste ao nosso entendimento obscurecido pelo pecado. É por essa razão que Ele encarrega seus servos de pregarem a Palavra e explicarem as Escrituras, de forma oral e escrita. Todavia, o trabalho deles não produzirá frutos eternos, se Deus não abençoar a semente plantada pelos servos e não lhe der o crescimento. Assim, não importa quão fiel, simples ou útil seja o sermão pregado ou o artigo escrito, a menos que o Espírito o aplique ao coração, o ouvinte ou o leitor não obtém benefício espiritual. Então, você não rogará humildemente que Deus abra seu coração para receber tudo que está de acordo com sua santa Palavra?

A regeneração não é uma mera mudança exterior, não é uma simples mudança de vida, nem esforçar-se para ter uma vida melhor. O novo nascimento é muito mais que caminhar até ao pastor e apertar-lhe a mão. É uma obra sobrenatural de Deus no espírito do homem, é uma maravilha transcendente. Todas as obras de Deus são maravilhosas. O mundo em que vivemos está cheio de coisas que nos surpreendem. O nascimento físico é uma maravilha; mas, de vários pontos de vista, o novo nascimento é mais extraordinário. É uma maravilha da graça, da sabedoria, do poder e da beleza divina. É um milagre realizado em nós, sobre o qual podemos estar pessoalmente conscientes. É uma maravilha eterna.

Visto que a regeneração é uma obra de Deus, ela envolve mistério. Todas as obras de Deus são envoltas em mistério insondável. A vida natural, em sua origem, essência e processos, confunde o mais cuidadoso pesquisador. Isto é muito mais verdadeiro no que diz respeito à vida espiritual. A existência e o ser de Deus transcende a compreensão finita. Então, como esperamos compreender o processo pelo qual nos tornamos seus filhos? O nosso Senhor mesmo declarou que o novo nascimento é um mistério: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo 3.8).

A regeneração é sobremodo solene. O novo nascimento é a linha divisória entre o céu e o inferno. Aos olhos de Deus há somente dois tipos de pessoas nesta terra: aquelas que estão mortas em pecados e aquelas que andam em novidade de vida. No âmbito físico, não há um estado entre a vida e a morte. Um homem ou está morto ou está vivo. A faísca de vida pode estar muito fraca, mas enquanto ela existe, a vida está presente. Se a faísca se apaga por completo, ainda que você vista o corpo com roupas bonitas, este não passa de um cadáver. Isso também acontece no âmbito espiritual. Ou somos santos ou pecadores, espiritualmente vivos ou espiritualmente mortos, filhos de Deus ou filhos do diabo. Em vista deste fato solene, quão significativa é a pergunta: “Eu nasci de novo?” Se a resposta é não, e se você morrer nesta condição, desejará nunca haver nascido.

1. A necessidade da regeneração jaz em nossa degeneração natural. Em conseqüência da queda de nossos primeiros pais, todos nascemos afastados da vida e da santidade de Deus, despojados de todas as perfeições com as quais a natureza do homem foi dotada no princípio. Ezequiel 16.4-6 mostra uma figura de nossa terrível situação espiritual, ao entrarmos neste mundo: lançados em pleno campo, devido ao nojo que causávamos, revolvendo-nos em nosso próprio sangue, incapazes de ajudar a nós mesmos. A “semelhança” com Deus (Gn 1.26), que no princípio estava gravada na alma do homem, foi apagada; uma aversão a Deus e um amor desordenado pela criatura tomou o seu lugar. A própria fonte de nossa natureza é poluída e jorra continuamente águas amargas; e, embora essas águas tomem vários rumos e sigam por vários canais, todas são salobras. Por essa razão o “sacrifício” dos perversos é abominável ao Senhor (Pv 15.8), e até a sua lavoura é “pecado” (Pv 21.4 - RC).

Há somente duas condições, e cada homem está incluído numa delas: a condição de vida espiritual e a de morte espiritual. Uma é a condição de justiça, a outra, de pecado; uma é salvação, a outra, condenação. Uma é inimizade, na qual o homem tem inclinações contrárias a Deus; a outra é amizade e comunhão, pelas quais os homens andam com Deus em obediência, não desejando ter intenções opostas à vontade dEle. Uma condição é chamada trevas, a outra, luz — “Pois, outrora [nos dias que precederam a regeneração, não só estáveis nas trevas, mas], éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor” (Ef 5.8). Não há meio-termo entre essas duas condições: cada pessoa encontra-se em uma delas. Cada homem e cada mulher agora, na terra, ou é objeto do prazer de Deus ou de sua abominação. As mais bondosas e imponentes obras da carne não agradam a Deus. Entretanto, as menores faíscas que procedem daquilo que a graça iluminou são aceitáveis aos seus olhos.

Na Queda, o homem se tornou desqualificado para aquilo que é bom. Nascido em iniqüidade e concebido em pecado (Sl 51.5), o homem é um “transgressor desde o ventre materno” (Is 48.8). “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras” (Sl 58.3); “é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade” (Gn 8.21). Ele pode ser civilizado, educado, sofisticado e religioso, mas no coração ele é desesperadamente corrupto (Jr 17.9). Tudo que ele faz é desprezível aos olhos de Deus, porque nada que o homem faz procede do amor a Deus e do propósito de glorificá-Lo. “Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons” (Mt 7.18). Enquanto não passam pelo novo nascimento, todos os homens são “reprovados para toda boa obra” (Tt 1.16).

Na Queda, o homem adquiriu uma indisposição para o que é bom. Todas as ações da sua vontade caída, por causa da ausência de um princípio correto do qual elas poderiam fluir e da ausência de um propósito correto para o qual elas se dirigiriam, são nada mais do que maldade e pecaminosidade. Deixe uma pessoa entregue a si mesma, retire dela todas as restrições impostas pela lei e pela ordem, e rapidamente ela descerá a um nível mais baixo do que o dos animais, como quase todos os missionários podem testificar. A natureza humana é melhor em terras civilizadas? Nem um pouco. Retire toda a camuflagem, e será descoberto que “como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem” (Pv 27.19). Por todo o mundo, isto é solenemente verdadeiro: “O pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm 8.7). Em um dia por vir, Cristo apresentará a mesma acusação que proferiu quando esteve na terra: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz” (Jo 3.19). Eles não O buscam a fim de terem “vida”.

Na Queda, o homem adquiriu uma incapacidade para fazer o que é bom. Ele é não somente desqualificado e indisposto, mas também incapaz de fazer o que é bom. Que homem pode dizer verdadeiramente que tem correspondido aos seus próprios ideais? Todos têm de reconhecer que existe uma estranha força interior que os subjuga e os dirige ao mal; este, por sua vez, em intensidades diferentes, vence os homens, apesar dos maiores esforços deles contra o mal. A despeito das amáveis exortações dos amigos, as fiéis advertências dos servos de Deus, os solenes exemplos de sofrimento, tristeza, enfermidade e morte, os quais vemos em toda parte, e a resolução da própria consciência, os homens ainda se rendem ao mal. “Os que estão na carne [em sua condição natural] não podem agradar a Deus” (Rm 8.8).

Assim, é evidente a necessidade de uma mudança radical e revolucionária no homem caído, antes que ele possa desfrutar de comunhão com o Deus três vezes santo... O homem deve ser enxertado entre os outros ramos, unido a Cristo, participante do poder de sua ressurreição. Sem isso, ele pode produzir frutos, mas não “para Deus”. Como alguém pode voltar-se para Deus sem um fundamento de mudança espiritual? Como alguém de natureza abominável e diabólica pode ser digno do Reino de Deus?

2. A necessidade da regeneração jaz na depravação total do homem. Cada membro da raça de adão é uma criatura caída, e cada parte de seu ser complexo foi corrompida pelo pecado. O coração do homem é “enganoso... mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr 17.9). O entendimento dele é cegado por Satanás (2 Co 4.4) e obscurecido pelo pecado (Ef 4.18), de modo que os desígnios do homem são continuamente maus (Gn 6.5). Suas afeições são corrompidas, de modo que ele ama o que Deus odeia e odeia o que Deus ama. As intenções do homem são desprovidas de justiça (Rm 6.20) e inimigas de Deus (Rm 8.7). Ele não é justo (Rm 3.10), está debaixo da maldição da lei (Gl 3.10) e é cativo do diabo. De fato, sua condição é deplorável, e seu caso, desesperador. O homem não pode melhorar a si mesmo, porque é “fraco” (Rm 5.6). Ele não pode produzir sua própria salvação, pois nele não habita nenhum bem (Rm 7.18). Logo, o homem precisa nascer de Deus, “pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15).

O homem é uma criatura caída. Isto não significa que apenas algumas poucas folhas murcharam, e sim que toda a árvore apodreceu, da raiz até aos ramos. Em cada ser humano existe algo que é radicalmente errado. A palavra radical vem de um vocábulo que, em latim, significa “a raiz”; então, quando dizemos que o homem está radicalmente errado, queremos dizer que há nele, no próprio cerne e fundamento de seu ser, aquilo que é intrinsecamente corrupto e mau. Os pecados são apenas o fruto, necessitam de uma raiz da qual brotem. Como inevitável conseqüência, inferimos que o homem precisa do auxílio de um Poder Maior para realizar uma mudança radical nele. Há somente Um que pode fazer isso. Deus criou o homem, e somente Ele pode recriá-lo. Esta é a razão da exigência: “Importa-vos nascer de novo” (Jo 3.7). O homem está espiritualmente morto e somente um poder grandioso pode trazê-lo à vida... [Portanto,] quanto mais pudermos compreender a extrema necessidade da regeneração e as várias razões por que ela é absolutamente essencial para que uma criatura caída torne-se apta para estar na presença do Deus três vezes santo, menos dificuldades encontraremos ao nos esforçarmos para chegar ao entendimento da natureza da regeneração...

Jesus Cristo veio a este mundo para glorificar a Deus e a Si mesmo por meio da redenção de um povo que seria dEle mesmo. Mas, que glória imaginamos Deus possui, e que glória atribuiríamos a Cristo, se não houvesse uma diferença fundamental entre o seu povo e o mundo? E que diferença pode haver entre estes dois grupos, senão uma mudança de coração? A partir disso, as fontes da vida (Pv 4.23), a transformação da natureza ou da disposição, são como uma nascente de onde procedem todas as outras diferenças — ovelhas e bodes têm naturezas diferentes. Toda a obra medianeira de Cristo tem em vista esse propósito. Seu ofício como sacerdote consiste em reconciliar e trazer seu povo para Deus; como profeta, Ele ensina-lhes o caminho; como rei, Ele opera neles essas diferenças e concede-lhes aquela beleza que é necessária para adequá-los à comunhão santa com o Deus três vezes santo. Assim Ele purifica “para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2.14).

“Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis” (1 Co 6.9). Multidões são enganadas, iludidas exatamente neste assunto de extrema importância. Deus tem avisado aos homens que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr 17.9), mas poucos crêem que isso é verdade a respeito de si mesmos. Pelo contrário, dezenas de milhares de cristãos professos enchem-se de vã e presunçosa confiança de que está tudo bem com eles. Enganam-se com esperanças de misericórdia, enquanto vivem fazendo sua própria vontade e agradando a si mesmos. Imaginam que estão aptos para o céu, enquanto a cada dia estão mais preparados para o inferno. Sobre o Senhor Jesus está escrito: “Ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21), e não nos pecados deles. O Senhor Jesus os salvará não só da penalidade, mas também do poder e da corrupção do pecado.

Será que as seguintes palavras não se aplicam a inúmeros cristãos: “Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta, nem detestada” (Sl 36.2)? O principal artifício de Satanás é iludir as pessoas, fazendo-as acreditar que podem, com sucesso, associar o mundo com Deus, dar lugar à carne, enquanto desejam o Espírito, e assim “aproveitar ambos os mundos”. Mas Jesus enfatizou que “ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6.24).

3. A necessidade da regeneração jaz no fato de que o homem é inapto para Deus. Quando Nicodemos, um fariseu honrado e religioso, sim, um “mestre em Israel”, procurou Cristo, este lhe disse claramente que, “se alguém não nascer de novo”, não pode ver nem entrar no “reino de Deus” (Jo 3.3-5), nem no estado que o evangelho outorga neste mundo, nem no estado de glória, no céu. Ninguém pode entrar no reino espiritual, se não possui a natureza espiritual, que lhe concede o desejo por e a capacidade de deleitar-se nas coisas espirituais. O homem natural não possui essa natureza. E, muito mais do que isso, ele não pode nem mesmo discernir as coisas espirituais (1 Co 2.14)! Ele não tem amor por elas e não as deseja (Jo 3.19). Ele não as deseja porque a sua vontade é dominada pelas inclinações de sua carne (Ef 2.2-3). Portanto, antes que um homem possa entrar no reino espiritual, seu entendimento precisa ser iluminado sobrenaturalmente; seu coração, renovado; e sua vontade, libertada.

FONTE: Editora Fiel

JOÃO CALVINO

JOÃO CALVINO 
"Os filósofos são ambiciosos e, por conseguinte demonstram uma estranaha lucidez e uma hábil igenuidade; porém a escritura tem uma esplêndida precisão e uma certeza que supera todos os filósofos."

Não mais Vivo Eu – João Calvino



Morrer para a lei é renunciá-la (Gl 2) e libertar-se de seu domínio, de modo que não mais confiamos nela, e ela não mais nos mantém cativos sob o jugo de escravidão. Ou pode significar que, visto que ela entregou a todos nós à destruição, não encontramos nela vida alguma. Esse último ponto de vista se adequa melhor. Pois ele nega que Cristo seja o autor do mal, por que a lei é mais prejudicial do que útil. A lei traz em seu próprio âmago a maldição que nos mata. Daí, segue-se que a morte efetuada pela lei é verdadeiramente implacável. Com ela é contrastada outro tipo de morte, ou seja: na comunhão vivificante da cruz de Cristo. Ele diz que, por estar crucificado juntamente com Cristo, ele pode começar a viver. A pontuação comum desta passagem obscurece seu significado. Lê-se: 'Através da lei morri para a lei, para que eu pudesse viver para Deus." Mas o contexto flui mais polidamente assim: 'Através da lei, morri para a lei", e então separadamente: "Para que eu pudesse viver para Deus, estou crucificado com Cristo."

Para que eu pudesse viver. O apóstolo mostra que o tipo de morte que os falsos apóstolos lançavam mão como base para suas querelas pode ser solicitado. Pois ele quer dizer que estamos mortos para a lei, não que podemos viver para o pecado, e, sim, para Deus. "Viver para Deus" às vezes significa regular nossa vida segundo sua vontade, de modo que nada mais cogitamos em toda a nossa vida além de sermos aprovados por ele. Mas aqui significa viver, por assim dizer, a vida de Deus. Dessa forma a antítese se harmonizará. Pois seja qual for o sentido de morrermos para o pecado, no mesmo sentido vivemos para Deus. Em suma, Paulo nos diz que essa morte não é mortal, e, sim, a origem de uma vida melhor. Pois Deus nos resgata do naufrágio da lei e, mediante sua graça, nos restaura para outra vida. Nada direi de outras interpretações. Este me parece ser o significado real do apóstolo.

Ao dizer que fora crucificado com Cristo, ele está explicando como nós, que estamos mortos para a lei, vivemos para Deus. Enxertados na morte de Cristo, extraímos uma energia secreta dela, como os brotos [extraem vida] das raízes. Também Cristo cravou [em sua cruz] o manuscrito da lei, o qual nos era contrário. Portanto, sendo crucificados com ele, somos eximidos de toda a maldição e culpa [provenientes] da lei. Atacar e descartar esse livramento é fazer a cruz de Cristo algo vazio e fútil. Lembremo-nos, porém, que somos libertados do jugo da lei somente quando somos feitos um com Cristo, como os brotos extraem das raízes sua seiva somente pelo desenvolvimento de uma só natureza.

Não mais eu. O termo morte é sempre odioso ao espírito humano. Havendo dito que estamos pregados na cruz juntamente com Cristo, ele acrescenta que tal fato nos faz vi-vos. Ao mesmo tempo, ele explica o que quer dizer com "viver para Deus". Ele não vive através de sua própria vida, mas é animado pelo poder secreto de Cristo, de modo que se pode dizer que Cristo vive e cresce nele. Porque, assim como a alma energiza o corpo, também Cristo comunica vida a seus membros. Eis uma notável afirmação, ou seja, que os crentes vivem fora de si mesmos [fideles extra se vivere], isto é, em Cristo. Isso só se pode dar se mantiverem genuína e verdadeira comunicação com ele [veram cum ipso et substantialem communicationem]. Cristo vive em nós de duas formas. Uma consiste em ele nos governar por meio de seu Espírito e em dirigir todas as nossas ações. A outra consiste naquilo que ele nos concede pela participação em sua justiça, ou seja, que, embora nada possamos fazer por nós mesmos, somos aceitos por Deus, nele [Cristo]. A primeira se relaciona com a regeneração; a segunda, com a espontânea aceitação da justiça, e é assim que considero a passagem. Mas se alguém, ao contrário, quiser aplicá-la a ambas, de boa vontade concordarei.
E a vida que agora vivo na carne. Dificilmente exista aqui uma cláusula que não tenha sido rasgada por uma variedade de interpretações. Alguns explicam o termo 'carne' como sendo a depravação da natureza corrupta. Paulo, porém, pretende simplesmente significar a vida corporal De outra forma, poder-se-ia apresentar a seguinte objeção: "Você vive uma vida cor¬poral; e enquanto este corpo corruptível exercer suas funções, enquanto for sustentado por comida e bebida, esta não é a vida celestial de Cristo. Portanto, é um paradoxo irracional asseverar que, enquanto você estiver vivendo uma vida humana ordinária, sua vida não é propriamente sua." Paulo replica que ela consiste na fé, o que implica que ela é um segredo oculto dos sentidos humanos. A vida, pois, que obtemos pela fé, não é visível aos olhos, senão que é interiormente perceptível à consciência pelo poder do Espírito. E assim a vida corporal não nos impede de possuirmos a vida celestial, pela fé. "E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais com Cristo Jesus" [Ef 2.6]. Também: "Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus" [Ef 2.19]. Uma vez mais: "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" [Fp 3.20]. Os escritos de Paulo estão saturados de afirmações afins, a saber: que tanto vivemos no mundo como também já vivemos no. céu; não só porque nossa Cabeça está lá, mas porque, em virtude da união [com ele], temos uma vida em comum com ele [Jo 14].

Que me amou. Esta cláusula é adicionada para expressar o poder da fé, pois imediatamente poderia ocorrer de alguém perguntar: "Quando a fé recebe tal poder para comunicar-nos a vida de Cristo?" Ele, pois, declara que o fundamento [hypostasis] sobre o qual a fé repousa é o amor e a morte de Cristo; pois é à luz desse fato que o efeito da fé deve ser julgado. Por que razão vivemos pela fé de Cristo? Porque ele nos amou e a si mesmo se deu por nós. Digo que o amor com que Cristo nos abraçou, o levou a unir-se a nós. E tal coisa ele completou através de sua morte. Ao doar-se por nós, ele sofreu em nossa pessoa[in nostra persona passus est]. Além do mais, a fé nos faz partícipes de tudo o que ela encontra em Cristo. Tal menção do amor significa o mesmo que João disse: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" [1 Jo 4.19]. Pois se algum mérito propriamente nosso o tivesse movido a redimir-nos, tal causa teria sido declarada. Agora, porém, Paulo atribui tudo ao amor; portanto, é gratuito. Observemos a ordem: "Ele nos amou e a si mesmo se deu por nós." É como se dissesse: "Ele não teve outra razão para morrer, senão porque nos amou", e isso se deu quando ainda éramos inimigos, segundo cie mesmo declara em Romanos 5.20.

A si mesmo se deu. Não há palavras que expressem perfeitamente o que tal coisa significa. Pois, quem poderá encontrar uma língua que possa declarar a excelência do Filho de Deus? Todavia, foi ele mesmo que a si mesmo se deu como o preço àz nossa redenção. A expiação, a purificação, a satisfação e todos os frutos que recebemos da morte de Cristo estão incluídos nas palavras: "a si mesmo se entregou".

Por mim é muito enfático. Não é suficiente considerar Cristo como havendo morrido pela salvação do mundo; cada pessoa deve reivindicar o efeito e a posse dessa graça para si pessoalmente.

Fonte: [O Calvinista]

Vinde a mim - C.H. Spurgeon


por  Charles Spurgeon
" Vinde a mim ". Mateus 11:28

O grito da religião cristã é a palavra suave, "Vem". O judeu LEI duramente disse: " Vá , tome cuidado para vossos passos como para o caminho em que deve andar quebrar os mandamentos, e você perecerá;.. mantê-los, e você deve viver " A LEI foi uma dispensação de terror, o que levou o homem perante ele como com um flagelo, o Evangelho atrai com laços de amor. Jesus é o Bom Pastor vai adiante de suas ovelhas, ordenando-lhes segui-Lo, e sempre levando-os em diante com a palavra doce, "Vem". A LEI repele -o Evangelho atrai . A lei mostra a distância que há entre Deus eo homem; as pontes do evangelho que abismo terrível, e leva o pecador através dele. Desde o primeiro momento de sua vida espiritual, até que sejam conduzidos à glória: a língua de Cristo a você será: "Vinde, vinde a mim!"

Como uma mãe põe para fora seu dedo para seu filho pequeno e corteja-lo a andar, dizendo: "Venha", mesmo assim faz Jesus. Ele estará sempre à sua frente, oferecendo-lhe segui-Lo como o soldado segue seu capitão. Ele sempre vai adiante de vós para pavimentar seu caminho, e limpar o seu caminho, e você deve ouvir a Sua voz chamando você anima-Lo por toda a vida . Na hora solene da morte , Suas palavras doces com que Ele deve conduzi-lo ao mundo celestial deve ser: "Vinde, benditos de meu Pai".

Não, ainda mais, isso não é só grito de Cristo para você, mas, se você é um crente, este é o seu grito de Cristo: "Vem! Vem!" Você será desejo de Sua segunda vinda, você vai estar dizendo: "Venha depressa, mesmo assim vem Senhor Jesus". Você será ofegante para a comunhão mais perto e mais perto com ele. Como sua voz para você é "Venha", sua resposta a ele será, "Vem, Senhor, e fica comigo! Venha, e ocupar sozinho o trono do meu coração! Reign lá sem um rival, e consagrar-me inteiramente ao seu serviço! "

O Caminho de Missões


O Caminho de Missões. (Mc 16.15b)


O Caminho de Missões. (Mc 16.15b)
A igreja de Cristo vez por outra decide falar de um assunto muito importante, Missões, a igreja sempre foi e sempre será uma igreja missionária, caso contrário ela irá morrer e não cumprirá sua missão, Jesus formou a igreja primitiva e deu-lhes uma ordem simples: Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Nós eu e você somos e fazemos parte da igreja de Cristo neste século, os primeiros cristãos cumpriram bem essa tarefa e a prova disto somos nós, pois se eles não tivessem cumprido o Ide de Jesus não estaríamos aqui, hoje o Ide de Cristo fala diretamente com cada um de nós de maneira particular e única, mas quero com a graça de Deus e a aprovação e ação do Espírito Santo expor aqui alguns passos pelos quais o trabalho evangelístico da igreja precisa passar, e para tal quero lhes apresentar o evangelismo da Cruz, o evangelismo que Cristo fez mesmo estando pregado em um madeiro, e falando da cruz olhemos para o primeiro item:
*Uma placa: Joã 19:19-20 Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego.
Para que possamos compreender a extensão e o alcance da frase naquela placa no cimo da Cruz de Cristo precisamos pensar um pouco na ocasião, o que estava acontecendo na cidade de Jerusalém neste dia, hora não era nada mais nada menos que a famosa festa da páscoa, uma festa muito importante para os Judeus e a respeito disto existe um detalhe no livro Luc 2:41 que diz: Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa. Quero lhes chamar a atenção para o detalhe de que todos os Judeus que podiam estar em Jerusalém por ocasião desta festa ali estavam, com toda certeza a cidade estava superlotada, havia pelo menos cinco vezes mais pessoas do que a própria população, muitas vezes mais do que a multidão mencionada por João (Cp 6) na ocasião da multiplicação dos cinco pães e dois peixinhos para quase cinco mil homens fora mulheres e crianças, estes eram apenas da região, mas por causa da festa da páscoa havia sem dúvida milhares de pessoas vindas de toda parte debaixo do céu onde habitava um judeu devoto. Jesus sabia o tempo todo como se processaria sua crucificação e a eficácia evangelística da mesma, em Joã 13:1- diz: Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. E Joã 17. 20- Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;…
Jesus tinha mais pessoas a serem salvas ainda naquela ocasião, Pilatos foi um instrumento de Deus para proporcionar uma espécie de propaganda evangelística a respeito de Jesus, a frase naquela placa com toda certeza chamou muito a atenção das pessoas, e quero resaltar que não foi apenas dos Judeus, vejam que a frase escrita como se fosse um Outdoor publicitário no cimo da cruz estava comunicando a informação de que aquele homem era o tão conhecido e admirado “JESUS NAZARENO.” O mesmo que com toda certeza muitos dos que ali estavam conheciam e foram abençoados por ele, e os que apenas tinham ouvido falar do grande profeta que expulsava demônios, libertava os oprimidos pelo diabo, curava enfermos e paralíticos o mesmo que muitos já tinham ouvido falar, que este Jesus até mesmo ressuscitava mortos, um em especial era já de quatro dias, este homem chamado Jesus era acusado de se declarar “Rei dos Judeus”, Pilatos coloca naquela placa que Ele era acusado deste crime de declarar-se O REI DOS JUDEUS, mas a maneira como Pilatos escreveu ficou parecendo uma afirmação de que “aquele homem (Jesus) é o Rei Dos Judeus”, no VS 21 diz que os principais sacerdotes pediram para Pilatos trocar a inscrição e colocar que Ele (Jesus) disse que era Rei dos Judeus e não que Ele é o Rei dos Judeus, mas Pilatos negou a reivindicação e permaneceu a informação colocada naquela placa que mais ficou parecido com um Outdoor, escrito em três línguas diferentes chamava a atenção de todas as pessoas que podiam ver e ler o que nela estava escrito, o texto não diz claramente mas se pode concluir que ali estavam um bom contingente de soldados que serviriam como reforço já que esta ocasião exigia por causa da festa da páscoa, e sem dúvida ali estavam também muitos romanos, sem falar dos inúmeros Judeus que ainda estavam chegando a cidade e não participaram da audiência publica onde foi dada a sentença de Jesus, por ter sido de manha cedo, assim a placa colocada por Pilatos tinha um objetivo. Proporcionar um meio de comunicação muito eficaz, através de seu posicionamento, o texto Bíblico nos informa que muitos puderam ler por estar perto da cidade, e não apenas por isso, mas a cruz estava em cima de um monte conhecido como o “Monte da Caveira” (onde era feito as crucificações), ali estava a Cruz bastante visível e próxima o suficiente para que pudessem ler a inscrição. Não há como negar, quase todos os presentes estavam bem cientes de quem era o homem daquela cruz, e pesa nesta afirmação o fato de o julgamento de Jesus ter sido público e a condenação foi escolhida pelo povo presente na ocasião, a qual Pilatos permitiu para evitar uma rebelião por parte dos judeus, que clamava: Crucifique-o!
Nós estamos falando de evangelismo, estamos falando de propaganda, marketing e divulgação, se não houvesse aquela simples placa no cimo daquela cruz seria só mais um homem qualquer, mais um bandido desconhecido pela multidão que ali estava, seria apenas três homens sendo mortos por delitos que cometeram, mas o fato de aquela simples placa estar no cimo daquela cruz, tudo muda, aquela placa foi capaz de trazer a identificação do homem que estava na cruz central, isto mesmo Jesus estava no centro.
O que a igreja tem feito a esse respeito? Será que temos tido o mesmo êxito que aquela simples “placa”? A igreja de Cristo precisa urgentemente ser instrumento de identificação do Cristo, precisamos ser o melhor marketing que o mundo já viu, somos hoje cada um de nós placas que identifica o Cristo dos milagres impossíveis, o Cristo da cruz, o Cristo ressurreto que vive eternamente a destra de Deus, somos colocados de maneira proposital em muitos lugares desta cidade, deste estado, deste país e do mundo, como Igreja de Cristo devemos ser capazes de apontar para Cristo de maneira eficiente, e que o Espírito Santo nos ajude nesta tarefa, porque de alguma maneira precisamos trazer a memória de milhares de pessoas quem é o Salvador do Mundo, talvez esta informação possa causar espanto em muitas pessoas, é neste momento que passamos para a segunda parte de nossa reflexão.
*Um espanto: Luc 23:44-45 Já era quase a hora sexta, e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até à hora nona. E rasgou-se pelo meio o véu do santuário.
Imaginemos o grande terror que se apoderou daquelas almas nesta ocasião que proporcionou sem dúvida nem uma momentos de verdadeiro desespero para todos, creio que até mesmo seus discípulos tiveram medo neste momento, mas antes de nos adentrarmos no assunto quero lhes lembrar de que a festa da páscoa dos Judeus era sempre comemorada durante a lua Cheia, e com base nesta verdade quero declarar para os que imaginam ter havido naquele momento uma espécie de eclipse solar, não é possível que se tenha um eclipse solar quando há lua cheia, segundo os astrônomos nesta faze da lua ela não está em uma posição na que possa projetar sua sombra sobre a terra. Outro detalhe é o tempo, na narrativa bíblica houvera três horas de escuridão isso pode nos ajudar a compreender de que se trata de um verdadeiro milagre, porque a cada milênio ocorrem menos que 10 eclipses totais do Sol que ultrapassam mais de 7m de duração, um dos mais demorados chegou a 7m29s. Assim sendo com base nestas verdades podemos afirmar que aquelas três horas de trevas sobre a terra não é um efeito comum da natureza, e sim um milagre extraordinário que causou um grandioso espanto e trouxe muitas lembranças para aquele povo. Se voltarmos um pouco na história deste povo iremos encontrar algumas ocasiões onde Deus demonstrou seu poder através de mudanças extraordinárias na ordem natural da natureza, voltemos mais precisamente na história do Êxodo onde através do profeta Moisés Deus faz algo semelhante por três dias com a finalidade de amedrontar o povo e o rei do Egito, no texto de Êxo 10.21-23 diz:
Êxo 10:21 Então, disse o SENHOR a Moisés: Estende a mão para o céu, e virão trevas sobre a terra do Egito, trevas que se possam apalpar.
Êxo 10:22 Estendeu, pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas sobre toda a terra do Egito por três dias;
Êxo 10:23 não viram uns aos outros, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; porém todos os filhos de Israel tinham luz nas suas habitações.
Às três horas de trevas sobre a terra nesta ocasião é sem dúvida um sinal grandioso para o povo Judeu, com certeza veio à lembrança daqueles homens e mulheres o ocorrido no texto acima, fato que nos faz afirmar que tiveram tempo suficiente para refletirem sobre suas vidas e principalmente sobre os últimos acontecimentos daqueles dias e mais precisamente na ocasião de que havia naquele dia um homem que fora crucificado de maneira totalmente injusta, puderam perceber que aquele que estava na cruz central onde havia uma placa de identificação não era mais um messias falso como eles já estavam acostumados a ver, com certeza o remorso e medo de que aquele fosse o verdadeiro Cristo se apoderou daquelas mentes, algo impossível acaba de acontecer, hora não havia outros profetas naqueles dias, não havia outros que curava os cegos nem coxos muito menos mortos ressuscitavam pelas mãos de outros homens, havia só um que fazia tais sinais naqueles dias, e este homem estava naquela cruz sendo morto pelos nossos pecados, e para reforçar ainda mais o fato desta ocasião ter sido usada por Deus para abalar aqueles corações outros sinais acompanharam as trevas, no texto de Mat 27.51-52 diz: Mat 27:51 Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; Mat 27:52 abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram;
Nós gostamos de enfatizar a ressurreição de lázaro por que esta foi depois de 4 dias, o texto não declara o tempo mas afirma que “muitos corpos de santos que dormiam ressuscitaram”, não se sabe quanto tempo estes corpos estavam na sepultura, eu creio que alguns estavam mortos a mais de quatro dias, mas existe outra coisa preocupante para os Judeus, na descrição do ocorrido em êxodo 10 o povo de Deus ou seja eles os Judeus tinham luz enquanto os Egípcios trevas, agora muda a história e toda a terra tem trevas, o povo escolhido, o povo de Israel agora jaz em trevas como inimigos de Deus assim como foram os Egípcios, este fato traz com certeza grande espanto para todos eles, traz preocupação e com certeza um medo terrível do que Deus esta para fazer. O povo que foi escolhido para ser luz entre as nações agora jaz na escuridão, os sacerdotes tiveram motivos para temerem afinal o véu intransponível do templo veio abaixo pela ação gloriosa de Deus.
Nós somos semelhantes ao povo de Israel na verdade somos o novo Israel de Deus, somos diferentes porque eles não creram em Cristo e nós somos o novo Israel pela fé em Cristo, eles deveriam ser luz para outras nações e nós somos chamados de luz do mundo (MT 5.14), temos algumas semelhanças e muitas diferenças, mas quero lhes afirmar que somos mais parecidos com Jesus do que com Israel, e isso e bom é muito bom para nós sabermos disso, eu e você não apenas cremos mas podemos e somos instrumentos de Deus para a salvação de milhares de vidas em Cristo nosso Senhor, Quero lembrar-lhes de alguns textos bíblicos a respeito da Igreja que Creu em Cristo, o texto de 1 Pedro 2.9 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Quero resaltar que nós, eu e você somos este povo tirado das trevas e trazido para a luz de Cristo, somos este povo chamado de raça eleita, de sacerdócio real e nação santa, mas esse novo povo de Deus tem uma função nesta terra semelhantemente com a função do antigo Israel, temos a função de Proclamar as virtudes de Nosso Senhor, e para isso Ele nos Deu o seu Santo Espírito que no texto de Atos 1.8 Jesus declara: mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. E para mostrar a você de maneira clara um dos aspectos dessa proclamação vejamos o texto de Joã 14:12 que diz: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.
Ora meus irmãos, quando olhamos para a história da igreja vemos homens cheios do Espírito Santo, homens e mulheres capacitadas a testemunhar e proclamar a Cristo de maneira eficiente, não apenas pelo seu modo de viver que atraia as pessoas pela sua união impar de uns com os outros, mas também através de coisas assombrosas para os simples racionais, viam em meio ao povo de Deus milagres verdadeiros que causavam profundos espantos na vida de centenas, os quais declaravam que este povo tinha verdadeira comunhão com o Deus invisível, o Deus que abita na Igreja, o Senhor dos céus e da terra, esta igreja não é diferente de muitas outras que conheço, nós como igreja de Cristo precisamos voltar ao primeiro amor, precisamos buscar a comunhão necessária com Deus para que ao pregarmos e orarmos pessoas enfermas possam ser curadas, aleijados voltem a andar, precisamos pedir a Deus que aumente a nossa fé, somos hoje os instrumentos pelos quais Deus pode e vai fazer com que milhares de vidas sejam atemorizadas pela realidade da manifestação de Jesus Cristo na Igreja que Ele comprou com seu sangue, nós precisamos e seremos com a ajuda do Espírito Santo capazes de levar as pessoas a refletirem na vida que elas têm levado até então e serem convencidas pelo Santo Espírito que elas precisam de mudanças urgentes, a principal delas é que precisam de Cristo, da sua luz, da sua graça e da sua salvação.
E quando isso acontecer entenderão a terceira parte desta reflexão onde usaremos o texto de João 19.30 com a ênfase:
*Uma frase: Joã 19:30 Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.
Não é tarefa fácil ser um missionário na obra de Cristo, mas com certeza é grandiosamente gratificante, olhe bem para Jesus neste momento único da história da Salvação, peço que se lembre de sua oração no Gêtsemani registrada em Lucas 22.42-44 onde está escrito: dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. Luc 22:43 Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava.
Luc 22:44 E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.
Eu não consigo me imaginar com tal sentimento capaz de fazer suar sangue, a agonia de Cristo é tão grande neste momento que até a ciência resolveu verificar a possibilidade de um ser humano suar sangue sem ter qualquer problema dermatológico, chegaram a conclusão que é sim possível, mas é preciso um sentimento sobremodo grande e no caso de Cristo a tristeza a angustia e a agonia o fizeram transpirar o sofrimento que estava em seu coração, Jesus com certeza podia visualizar os sofrimento vindouros, sabia e já podia sentir em sua alma cada chicotada que receberia, podia sentir os pregos perfurarem suas mão e pés, prostrado em oração com a mente bem vívida no futuro que lhe esperava, sabedor das dificuldades e tormentos pede ao Senhor que “se possível passa de mim este cálice”, este momento de oração só enriquece e valoriza a declaração enfática da ultima frase dita por Jesus naquela cruz, Jesus olha para tudo que tinha feito, vê cada passo dado e o cumprimento de cada profecia que havia de se cumprir até aquele momento, Ele com sua oniciência olha para o passado, vê os milhares que naquele momento estão sendo perdoados pelo derramar de seu sangue, olha para o futuro vê a mim, vê você e sabe que estaríamos aqui, mas o olhar de Cristo para o futuro não para aqui, não acaba hoje, Ele vê as centenas de milhares e milhões que ainda serão perdoados pelo derramar de seu sangue naquela cruz. Jesus depois de tamanho sofrimento e angustioso pesadelo real o qual acabara de viver solta um grito de vitória que ecoa por toda a existência da humanidade, ESTA CONSUMADO!
Esta frase nos remete a várias colocações, ela vem do termo grego Tetélestai: que pode significar várias coisas, mas todas elas tem intima relação com a obra salvadora e graciosa de Jesus Cristo em favor do mundo, “Tetélestai” – pode significar a afirmação dita de um servo ao seu senhor dizendo: “Terminei a tarefa que me deste para fazer”. É como se Jesus tivesse dizendo ao Deus Pai terminei a tarefa que me deste, em outro contexto grego “Tetélestai – pode significar: “não tem defeito”, ou seja a obra de Cristo foi completa de maneira perfeita, a ultima colocação a respeito desta palavra e também a mais importante para nós é que a palavra “Tetélestai” era uma palavra usada por comerciantes e o termo significava “a dívida está completamente paga”.
Como foi dito Jesus olhava o tempo todo para os pecadores deste mundo, seu amor o impulsionou a não desistir mesmo suando sangue de agonia Ele não desistiu, e ao findar sua caminhada até a cruz Ele dá o grito de vitória sobre os aguilhoes da morte e do inferno e afirma está pago, a divida de meus queridos filhos esta paga, quando nós a igreja de Cristo levar as pessoas a refletirem na vida que elas têm levado e serem convencidas pelo Santo Espírito que elas precisam de mudanças urgentes, quando elas perceberem que precisam de um salvador, lhes virá a mente o questionamento sobre o que devem fazer para serem salvas, isso foi o que aconteceu em Atos no capitulo 2 após o discurso de Pedro, e quando isso ocorrer pela graça e atuação do Espírito Santo na Igreja de Cristo teremos o prazer imensurável de lhes dizer: não é preciso pagar nada, é preciso crer que Jesus Cristo é o filho de Deus e único Salvador da humanidade, pois Ele já pagou sua dívida junto ao Pai e te chama para ser coerdeiro com Ele para sempre, Ele te fará filho do Pai eterno e instrumento de Deus para a salvação de outros que ainda não o conhecem.
Jesus foi como um de nós no momento do Gêtsemani, assim como eu e você ao passarmos por dificuldades temos a tendência de desistir e não terminar a obra que tínhamos começado, Jesus passou por isto, o nosso conforto é a realidade de que Jesus nosso Senhor não desistiu, venceu e decretou falência nos planos do inimigo de nossas almas, assim como Jesus Cristo a igreja não pode desistir de pregar, evangelizar, convidar as pessoas para um encontro com o verdadeiro Jesus da bíblia, é uma tarefa árdua desgastante e muitas vezes sem reconhecimento humano, mas saibam de uma coisa se vocês que me ouvem se entregarem totalmente aos cuidados e a vontade de Deus haverá um grande avivamento nesta igreja tal qual que crescerá em numero e qualidade no agir do Espírito Santo. E poderemos falar como o Apostolo Paulo: 2Tm 4:7 Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. E chegaremos a mesma conclusão. Isto nos leva ao ultimo item.
*Uma conclusão. Mat 27:54 O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.
Veja que maravilhosa conclusão estes homens chegaram, não foi um entre Eles, mas vários chegaram a um mesmo denominador comum, Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, este é o grande objetivo da Igreja de Cristo quando faz missões, através deste texto vemos claramente que Jesus cumpriu de fato seu objetivo, multidões vieram a crer, centenas de milhares através dos tempos, nações que nunca tinham ouvido falar de um Salvador puderam ter conhecimento a respeito deste Cristo, segundo pesquisas estima-se que neste ano de 2012 o mundo chegue em 7 bilhões de habitantes, dos quais se somarmos as 5 maiores religiões do mundo obtemos um numero aproximado de 4 bilhões de pessoas, deste numero temos em todo mundo 2 bilhões de Cristão somando o catolicismo que conta com aproximadamente 1 bilhão de fieis, para ficar melhor essa conta temos aproximadamente 5 bilhões de pessoas no mundo que não confessaram JESUS como seu SALVADOR, e pelo mesmo 6 bilhões que precisam conhecê-lo de verdade, com essas informações quero lhes informar de que Jesus Precisa da colaboração desta igreja para ampliar o conhecimento a respeito de sua obra salvadora em todo mundo, e você pode fazer isso mesmo na sua cidade.
O seu principal alvo como membro da igreja de Cristo é levar com a ajuda e atuação do Espírito Santo centenas de pessoas a chegarem à mesma conclusão que aqueles homens chegaram. Leva-los a declarar assim como você um dia declarou: Jesus é verdadeiramente o filho de Deus.
A igreja de Cristo precisa urgentemente ser o melhor marketing que o mundo já viu, mais eficaz do que aquela placa colocada no cimo da cruz. Precisamos voltar ao primeiro amor e precisamos buscar a comunhão necessária com Deus para que ao pregarmos e orarmos pessoas enfermas possam ser curadas, aleijados voltem a andar, causando assombro para os incrédulos provocando um desejo de mudança em seus corações. Precisamos levar as pessoas a desejarem ter conhecimento do Salvador do mundo, precisamos leva-los a verdade de que a dívida e a condenação do pecado foram pagas por Jesus através de seu sangue derramado naquela cruz, precisamos levar as pessoas à conclusão que Jesus é o filho de Deus o único Salvador do mundo. Nós precisamos de tudo isso, nós somos capazes de fazer isso, porque a igreja de Cristo não esta só nesta tarefa, oremos para que o Espírito Santo possa agir com liberdade em sua Igreja. E nos capacitar para cumprirmos esses passos de evangelização que o próprio Jesus executou naquela cruz. Que cada passo seja dado conforme a vontade de Nosso Senhor. Amem.
Encerro esta reflexão os desafiando a caminharem nestes passos.
Em o nome de Jesus Cristo o Senhor da igreja.
Fonte: http://ajadil.blogspot.com.br/