sexta-feira, 20 de junho de 2014

Dracma Perdida


(Lucas 15:9-16): "Qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?" Por que digo que esta parábola fala de 'procura', de procurar algo diligentemente? Esta parábola se caracteriza por de enfocar uma mulher - pessoa sem expressão ou destaque na sociedade da época -, e uma moeda - algo de uso comum mas que, neste caso, tinha sido elevada à uma posição de honra. A dracma tinha valor especial para a mulher porque mostrava a sua dignidade e honra perante a sociedade. Como Paulo disse: "Deus aprouve revelar Seu Filho em mim, para que eu pregasse entre os gentios" (Gál.1:15). E Pedro disse que, mesmo nada podendo fazer por nós mesmos, somos "de propriedade exclusiva de Deus, a fim de mostrarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa Luz"(1 Pedro.2:9). A posição do cristão perante Deus é algo extraordinário. Por que digo isso? Porque mesmo que para os outros sejamos 'comuns', temos uma posição de honra perante Deus, "a fim de mostrarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa Luz". A dracma mostrava "as virtudes' da mulher, e por isso ela tudo fez para recuperá-la. Será que você vive perante o mundo como Deus quer, ou será que você é como a 'dracma perdida'? 

Enquanto eu considerava isso, o Espírito Santo me levou para Romanos 8:26,27: "O Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza, porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que intercede pelos santos". Por isso eu disse que nessa parábola Jesus enfoca 'a procura' de algo muito precioso. 

O que é lamentável é que a maioria daqueles que se chamam cristãos vejam o Espírito Santo como uma 'mulher sem destaque, sem expressão', quando na verdade é Ele quem faz tudo para que você e eu ocupemos posição de honra perante Deus. O Espírito Santo nada faz em benefício próprio, e não se dá por vencido mesmo se nós ficarmos como 'dracma perdida', isto é, sem "mostrar as virtudes" do nosso Deus. Ele procura diligentemente, em todo momento, promover a nossa plena recuperação. 

Não é fácil para nós entender 'a posição de honra' da dracma, aquilo que a fez ter valor inestimável. Será que mostrar "as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa Luz” é algo banal, de pouco valor? É muito triste observar como muitos cristãos vivem no meio da sociedade como a 'dracma perdida', sempre queixando-se de falta e sem nenhum entendimento quanto à grandeza de estar com o Senhor, e não nas mãos dos ímpios. 

Deus disse: "Aos que me honram, honrarei"(1 Samuel 2:30). Por dar honra à mulher, a dracma se torna honrada. Assim também, na medida em que você e eu honramos a Deus, somos honrados. Por isso é importante que não sejamos a 'dracma perdida'; "se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo"(2 Timóteo 2:13). Deus sempre nos procura diligentemente ou, como Paulo diz: "O Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza, porque [nós como dracma perdida, que nada pode fazer para ser encontrada] não sabemos orar como convém"(Rom.8:26). E é disso que precisamos tratar a seguir: como o Espírito Santo – que recebe tão pouca consideração no meio cristão - nos 'procura diligentemente'. 

Espero que você não ache estranho que eu diga que o Espírito Santo é maltratado e de pouca consideração no meio da igreja. De fato, vejo que todos falam do Espírito, mas são poucos os que sabem ouvi-lO. Muitos acham que viver 'em espírito', em comunhão com o Altíssimo, e ter diálogo franco e honesto com Deus é impossível - mas é exatamente para esse fim que o Espírito Santo habita em todo aquele que nasceu de novo em Cristo Jesus. Não é sem razão que o apóstolo Paulo diz que "o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura"(1 Coríntios 2:14). O meio cristão está cheio de 'homens naturais', até mesmo nos púlpitos, e por isso há tantos cristãos como 'dracmas perdidas'.

Não é por acaso que Paulo diz em Romanos 8:26, 27 que "não sabemos orar como convém". O que uma ' dracma perdida' em casa pode fazer em benefício próprio? Para ser restaurada à posição de honra, "mostrando as virtudes" daquela que a coloca em posição de honra, a dracma da parábola precisa da mulher; do mesmo jeito, você e eu precisamos do Espírito Santo para 'nos achar', isto é, "nos assistir em nossa fraqueza". 

Considere isso na prática do seu dia-a-dia, em momentos em que você não sabe o que fazer. Você está 'dentro da casa', sim, mas perdido, sem saber como "proclamar [no texto original a palavra é ´exibir´] as virtudes dAquele que vos chamou das trevas (perdição) para a Sua maravilhosa luz"(1 Pedro 2:9). As pessoas no mundo não têm como apreciar as maravilhas de Deus senão vendo-as em sua vida. A dracma na testa da mulher é como uma peça preciosa colocada em exposição: ela não clama, não se exibe, mas sim mostra as 'virtudes da mulher', 'em razão da honra que lhe foi conferida'. E, para vivermos nessa condição,, precisamos que o Espírito Santo cuide de nós sempre. E como Ele faz isso? 

Observe como a mulher procedeu e você entenderá exatamente como o Espírito Santo procede ao "interceder por nós com gemidos inexprimíveis". Na parábola, Jesus diz que a mulher "acende a cadeia e varre a casa". Em outro trecho, ele diz: "Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado"(Lucas 8:17,18). Se você é remido - colocado em lugar de honra perante Deus - Ele zela por você como disse o apóstolo Tiago: "É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que Ele fez habitar em nós"(Tigo 4:5). Por isso Jesus disse: "Vede como ouvis"; porque se nós não ouvirmos - dermos atenção ao Espírito Santo, que intercede por nós - estaremos na desobediência que gera a morte. ´Desobediência´, em termos de Deus, é 'deixar de ouvir a Ele', o erro de Adão e de Israel. Não permita que esse seja o seu problema. 

Paulo diz que "Aquele que sonda os corações, sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus, é que intercede pelos santos" (Rm.8:27). Deus exprime a "mente do Espírito" quando diz: "Tu és meu” (Is.43:1). Assim como fez com Jacó, Deus nos remiu - livrou-nos de nós mesmos. Você não é mais 'uma dracma comum' mas "propriedade exclusiva de Deus" (1 Pedro 2:9). E por isso o Espírito nos procura quando sabe que estamos como a ´dracma perdida´, que não está no lugar de honra diante do mundo; quando não estamos agindo em Deus como é devido (segundo a graça dEle, não por nenhum esforço nosso). 

Observe que Paulo diz que o Espírito "sonda os corações", procurando-nos 'diligentemente' dentro da casa"com gemidos inexprimíveis". A falta de entendimento no meio cristão quanto à habitação do Espírito em nós, me deixa perplexo. Como alguém pode se dizer cristão e deixar de se conscientizar de que "nós somos templo (santuário) do Deus vivente"(2 Cor.6:16) e que o "Espírito de Deus habita em nós"(1 Cor.3:16)? É fácil constatar que muitos cristãos são exatamente como a dracma sem vida: perdidos dentro da casa. Espero que não seja o seu caso. Mas se for, observe que, como Deus disse a Jacó (aquele que vivia no engano, mas queria viver em Deus): "Não temas, porque eu te remi (... )visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra e eu te amei"(Is.43:1,4). Você é 'remido', isto é, liberto daquilo que te escravizava; e, por isso mesmo, você é de grande valor para Deus, já que custou a Jesus a Sua própria vida. 

Ainda que você seja como a dracma perdida na casa, o Espírito te procura em todo momento, pois você nada pode fazer em benefício próprio: você não pode encontrar a si mesmo. Como é bom que Deus tenha lhe dado o Espírito Santo, que intercede por você com "gemidos inexprimíveis", e restaura você a uma vida que honra a Deus para que você seja "irrepreensível e sincero, filho de Deus, inculpável no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandece como luzeiro no mundo"(Filipenses 2:15). 

Quando falo nos "gemidos inexprimíveis do Espírito", não são poucos os que me dizem: Irmão, eu não sei orar em línguas. E eu sempre respondo: Eu também não. Não foi a dracma que se achou. Os 'gemidos inexprimíveis' são do Espírito, não algo inventado ou aprendido por você. A oração em línguas é um procedimento ou ato de fé, segundo Isaías 28:11: "Por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor a este povo". Quem 'fala' é Deus, por isso Paulo disse: "Se eu (me disponho a) orar em outra língua, o meu espírito ora de fato (acompanha o Espírito Santo); mas a minha mente fica infrutífera (não controla nada)" (1 Coríntios 14:14). Paulo diz também que "Quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios"(1 Cor:14.2). Ao orar em línguas, você dá condição ao Espírito Santo de agir em você. Para o homem natural, que "não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura" (1 Cor.2:14), os 'mistérios' são coisas ocultas; mas para o homem espiritual - aquele que´ouve´, isto é, obedece ao Espírito – os mistérios são 'verdades reveladas' no íntimo pelo Espírito Santo. Será que você sabe 'ouvir' o Espírito? 

Você deve ter observado que eu falei em 'verdades reveladas'. A dracma não ficou perdida, porque a mulher 'acendeu a candeia' e 'varreu a casa'. Paulo disse que "o Espírito sonda os corações" (Romanos 8:27), e no livro de Provérbios lemos: "O espírito do homem e a lâmpada do Senhor a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo(o coração)"(Prov.20:17). Somente o Espírito Santo pode iluminar, acender o espírito do homem para que sirva a Ele como 'lâmpada' para "esquadrinhar todo o mais íntimo do corpo", o coração que é "templo do Espírito". 

Você entende o que Deus 'espera' de você? Qual é a glória do Seu chamamento? Ao honrar a Ele, você passa a ser honrado.

Já observamos que o Espírito Santo opera em nós para que sejamos 'dracmas de honra' que mostram as 'virtudes do Senhor'. Mas, para que isso seja realidade em nossa vida, é imprescindível que o nosso espírito seja 'iluminado'. Paulo disse: "Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria, e de revelação, no pleno conhecimento dEle, (de que forma?) iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do Seu chamamento, qual a riqueza da glória da Sua herança nos santos, e qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos” (Efésios 1:17-19). "Vós fostes chamados à liberdade; porém não useis de liberdade para dar ocasião à carne"(Gálatas 5:13). Não é a seu próprio modo que você honra a Deus como 'dracma remida'. Deus disse: "aos que me honram, honrarei" (1 Samuel 2:30). Será que pode haver algo melhor do que isso: Deus dizer a você: "Tu és meu"(Is.43:1)? E será que você é capaz de avaliar o quanto é triste para Deus quando você é uma “dracma perdida dentro da casa”, deixando de "ornar, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador" (Tito 2:10)? 

Quando é que Deus 'acende' o nosso espírito? Na minha experiência, isso pode acontecer em qualquer momento. Um dia Deus me disse de repente: "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus"(Mat.22:21, e quando parei para ouvir, Deus me perguntou: Bernard, o que você tem que é de Deus? Respondi: O meu espírito. Então Deus me disse bem, claramente: Eu só quero que você me dei acesso ao teu espírito. Por que é só isso que Deus quer? Porque Deus somente Se relaciona comigo no meu espírito. Para Deus, eu sou o que sou de verdade, no meu íntimo. Deus não pode Se relacionar com minha alma, aquilo que eu penso, sinto e desejo; mas Ele pode ter comunhão comigo na medida em que dou a Ele acesso ao meu espírito. Como Ele diz em Apocalipse 3:20: "Eis que estou à porta (que dá acesso ao que somos de verdade), e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa (todos os aspectos da sua vida), e cearei com ele e ele comigo". 

Quem perdeu a dracma foi a mulher. Em determinado momento, ela percebeu que o conjunto precioso estava incompleto: faltava-lhe uma dracma. O que fazer? A moeda certamente estava dentro da casa, mas, onde? Não estava onde deveria estar, que era ornando a mulher. Imediatamente ela "acende a candeia" e tomando a vassoura, "varre a casa". A parábola enfatiza o fato de que você é de grande valor ao seu Deus, mas não tem como recuperar a si mesmo. Quando é que vamos aceitar que, no que diz respeito ao Reino, não há nada que nós podemos fazer, e somos totalmente dependentes da operação do Espírito em nós? Jesus disse: "Sem mim nada podeis fazer"(João15:5). Por isso Ele enviou o Espírito Santo para habitar em nós. O Espírito Santo não é simplesmente um 'hóspede', Ele tem uma responsabilidade: manter o funcionamento do templo; e é por essa razão que Paulo diz: "Na verdade os que estamos neste tabernáculo (vida terrestre, não permanente) gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos para que o mortal seja absorvido pela vida"(2 Coríntios 5:4). 

Quando você se encontra como a dracma perdida dentro da casa, você precisa tomar providências em espírito e "revestir-se do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem dAquele que o criou"(Colossenses 3:10). E como se faz isso? "Edificando-se na sua fé santíssima, (de que maneira?) orando no Espírito Santo" (Judas 20). 

Pode ser que você ache essas considerações um pouco 'exageradas', mas é isso que entendo no meu espírito e desejo compartilhar com você, para que você compreenda melhor o valor e importância da operação do Espírito Santo em seu íntimo. Deus ama você e cuida de você em todo momento, mas você somente se beneficiará dos seus cuidados na medida em que realmente O ouve, procedendo em obediência, pois a nossa restauração é obra exclusiva de Deus. 

Você não é mais ‘uma dracma comum' mas sim uma 'dracma remida' pelo sangue precioso de Jesus. Com que finalidade? Para ser 'dracma de honra', que honra a Deus e por Ele é honrada. Assim, você não pode se conformar em momento algum em existir como mera 'dracma perdida'

domingo, 15 de junho de 2014

Tempo de tomar decisão!

Existe hoje,vários tipos de combustíveis inventados pelos homens(cientistas) no entanto,os grandes líderes mundiais não permitem a utilização dos mesmos pois traria "grandes prejuízos" á economia mundial ou seja, aos seus cofres!Enquanto houver petróleo,haverá uma gigantesca fonte de renda,só que em contra- partida,a poluição aumenta drasticamente) Aquecimento global/camada de ozônio).O uso do combustível "limpo" é prejudicial aos seus bolsos!
Estão dizimando milhares de vidas com sua falta de humanidade.
Existem muitas pestes e vírus que foram criados em laboratórios em tempos de guerra e que dizimaram milhões de vidas!Os iluminatis controlam tudo e fazem das nações suas marionetes,achando que o mundo está em suas mãos!
Tecnologias avançadas,espionagem industrial,crescimento da ciência,desamor,e em suma:

Existe uma clara relação entre o capítulo 24 de Mateus e o capítulo 6 de Apocalipse. Quem fizer uma análise detalhada e sem preconceitos, verá que o relato apocalíptico segue a mesma seqüência relatada por Jesus em Mateus 24.
Neste site, usamos com mais freqüência a descrição do sermão profético escrita pelo apóstolo Mateus, por ser a mais detalhada e pormenorizada.
Dos evangelistas sinóticos, talvez Mateus tenha sido o único presente naquele dia no Monte das Oliveiras, onde o Salvador proferiu seu sermão profético. As narrativas de Marcos e Lucas só confirmam aquilo que está expresso em Mateus 24.
Já o texto de Apocalipse 6, menciona a abertura dos selos. Como já comentamos no tópico CRONOGRAMA DA TRIBULAÇÃO, acreditamos que a abertura dos sete selos não está restrita somente ao período tribulacional.
Os quatro primeiros selos têm uma nítida relação com o período anterior à grande tribulação denominado por Jesus como "princípio de dores", porém suas consequências se prolongam até o fim.
Todos os eventos e sinais profetizados visam situar os servos do Eterno em meio aos acontecimentos que precedem a volta de Cristo, com o intuito de preparar a Igreja e evitar que os servos do Senhor sejam enganados em meio a uma realidade cada vez mais maligna. O próprio Jesus, no início do sermão profético, alerta os discípulos:
"Acautelai-vos, que ninguém vos engane; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos" (Mateus 24:4-5).
A seguir, faremos uma comparação paralela entre as duas passagens (Mateus 24 e Apocalipse 6), para que você possa ter uma noção mais clara do sincronismo entre ambas.
Dividiremos essa comparação mútua em tres grandes blocos: princípio de dores, clímax da perseguição e últimos sinais.
PRINCÍPIO DE DORES
No sermão profético, o Mestre define o que é o princípio de dores:
"Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio de dores" (Mateus 24:7-8)
O Mestre usa a figura de uma mulher nos momentos anteriores ao parto, com as dores características desse momento, as quais vão se aprofundando em intensidade e aumentando em quantidade, a medida em que o momento do tão esperado e sonhado parto se aproxima.
Jesus compara sua volta ao nascimento de um filho, o qual, obviamente, é precedido de dores.
Os eventos que identificam o princípio dessas dores que antecederão a volta do Ungido são: guerras e rumores de guerras, fomes e terremotos em vários lugares. Somente quem estiver obstinadamente dedicado a negar a veracidade das profecias bíblicas, poderá negar que esses fatos já estão ocorrendo, de forma cada vez mais aprofundada e numerosa.
Mesmo assim, mostraremos aqui através de dados concretos, que já estamos vivendo no princípio de dores:
a) Na questão das guerras e rumores de guerras, os mais céticos poderiam argumentar que guerras e rumores de guerras sempre existiram. É verdade. Porém, o envolvimento global nessas guerras só veio a ocorrer no século XX.
Até mesmo o conceito de "guerra mundial" só foi adotado no século passado. Com o aumento do poder destrutivo de dezenas de nações no mundo, o surgimento do terrorismo globalizado e a escassez cada vez mais nítida de recursos naturais para a sobrevivência dessas nações, o futuro que se mostra é altamente inquietante...
b) O problema da fome hoje é endêmico. Não se trata de fomes regionais, produto de causas naturais e climáticas, mas de uma situação de miserabilidade por parte da maior parte da população mundial, a qual está à margem do sistema mundial baseado num conceito surgido há poucas décadas: a globalização.
A própria ONU, através da UNESCO, fornece dados alarmantes. Em 2020, de acordo com a ONU, uma em cada quatro crianças no mundo será subnutrida. Em 1974, a Conferência Mundial sobre a alimentação colocou o ano de 1984 como o ano limite para eliminar a fome no planeta.
Em 1996, essa meta foi implicitamente deixada de lado por representantes da FAO (orgão da ONU que trata do assunto) como um sonho impossível de ser concretizado nesse prazo. A cada dia morrem 24.000 pessoas no mundo por causa da fome em todo o planeta.
c) O aumento do número de vítimas de grandes terremotos, só faz confirmar aquilo que já está profetizado na Palavra. Tal como a fome e as guerras, o que nos chama a atenção no caso dos terremotos é o acréscimo surpreendente no número de tremores à medida que as décadas vão passando, a violência com que tais tremores ocorrem e a abrangência desses tremores.
Para mostrar um singelo exemplo, na semana em que estávamos preparando este texto, fomos avisados de terremotos na Indonésia, Colômbia, Irã e até mesmo na Amazônia. No século XIX ocorreram 41 grandes terremotos, ocasionando a morte de cerca de 350.000 pessoas.
No século XX, até 1997, foram contabilizados 96 grandes tremores, com um saldo lamentável de mais de 2.000.000 de pessoas! No século XXI, só nos primeiros cinco anos, já estão contabilizadas mais de 300.000 vítimas de grandes terremotos, inclusive de tsunamis.
Ou seja, somente em cinco anos do novo século, o montante de vítimas de todo o século XIX foi superado e chega a quase 25% de todo o século XX!
Praticamente a cada dia recebemos notícias a respeito de um novo terremoto, e a perspectiva de novos terremotos e maremotos é abertamente sustentada por especialistas de todo o planeta.
A Palavra revela que toda a criação "geme com dores de parto" (Romanos 8:22), e essa é a grande verdade. Nosso planeta sofre o resultado das escolhas errôneas de seus habitantes e a influencia maligna das potestades satânicas. O equilíbrio só virá por ocasião da volta de Jesus, em glória e majestade.
Já no livro de Apocalipse 6:1-8, quando é mencionada a abertura dos quatro primeiros selos, vemos um nítido sincronismo com os eventos denominados por Jesus como "princípio de dores" (Mateus 24:7-8).
A guerra, fome e a morte, resultantes desses eventos drásticos, são relatadas como conseqüência da abertura dos quatro primeiros selos, conhecidos como "os cavaleiros do Apocalipse":
"E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava montado nele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com a espada, e com a fome, e com a peste, e com as feras da terra"(Apocalipse 6:8).
Cremos então, que existe uma associação entre o princípio de dores de Mateus 24:7-8 e os quatro primeiros selos (os cavaleiros do Apocalipse), eventos que ocasionarão a morte de ¼ da população mundial.
Cremos que a concretização desses eventos terá um caráter mais localizado, não comprometendo profundamente a infra-estrutura planetária, já que são eventos anteriores à grande tribulação.
É bem provável que seja travada uma guerra de grandes proporções entre duas potências vizinhas (Índia/Paquistão, Irã/Israel ou Coréia/Japão) ou que terremotos e fomes ocorram em regiões específicas do planeta, com grande concentração populacional.
CLÍMAX DA PERSEGUIÇÃO
Logo após detalhar os eventos que caracterizam o princípio de dores, Jesus começa a revelar aos discípulos algo que ocorreu desde o princípio da Igreja, tem ocorrido durante todos os séculos e terá seu clímax nos últimos tempos, através de uma ação maligna global: a perseguição à Igreja. A partir do versículo 9, Ele detalha:
"Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Neste tempo muitos serão escandalizados, e trair-se uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24:9-13)
Se formos coerentes com a literalidade gramatical, Jesus relaciona diretamente o final do princípio de dores ao começo da perseguição mundial à Igreja.
Fica claro que os servos do Senhor serão odiados por todas as nações (v9), algo que só poderá ser plenamente concretizado no período tribulacional, quando todas as nações entregarão seu poder e domínio à besta, durante 42 meses e a perseguição à Igreja será mundial e institucional (Apocalipse 13:5-7, Apocalipse 17:17).
Mais uma vez, a narrativa de Jesus no sermão profético, encontra paralelo no capítulo 6 de Apocalipse. Entre os versículos 9 e 11, João retrata o clamor de mártires, os quais tinham sido mortos por causa de seu testemunho e da Palavra do Altíssimo.
Aqueles mártires são instruídos a esperarem por um pouco de tempo, até que o número de seus conservos se completasse, os quais morreriam da mesma forma que eles (perseguidos e martirizados):
"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram...E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como também eles foram"(Apocalipse 6:9 e 11)
Da mesma forma que os mártires aqui mencionados permaneceram fiéis até a morte, vítimas da perseguição institucional ou de outro caráter, nós temos que estar preparados para perseverar até o fim, mesmo que isso signifique perseguição e martírio.
ÚLTIMOS SINAIS
Dentro da simbologia apocalíptica, cremos que há uma estreita relação entre trombetas e taças, sendo estas últimas a descrição das conseqüências finais do toque das 7 trombetas, e que os selos descrevem um período de tempo maior, que vai do princípio de dores (selos 1 a 4), até a vinda de Cristo (selo 7), passando pela perseguição aos servos do Pai (selo 5) e pelos sinais que antecedem o grande dia do Senhor (selo 6).
Ou seja, entendemos que os selos abrangem todo o período tribulacional e até mesmo o período anterior, denominado de princípio de dores.
Tudo indica que os eventos relacionados às 7 trombetas ocorrerão a partir do início da grande tribulação de 3 anos e meio e que os eventos resultantes das 7 taças terão lugar nos momentos finais desse período.
O paralelo entre o sermão profético de Jesus e o capítulo 6 de Apocalipse tem seu ponto culminante com a descrição dos sinais que antecedem o Dia do Senhor. Se formos aos livros do Antigo Testamento, veremos que esse dia será antecedido por uma comoção global, ocasionando o desespero das pessoas e gerando efeitos cósmicos, como o escurecimento do sol e da lua (veja Isaias 2:10-22, Isaias 13:4-13, Joel 2:31, Amós 5:20).
Jesus relatou assim os sinais que antecederiam imediatamente sua volta:
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus" (Mateus 24:29-31).
Agora, compare com Apocalipse 6: 12-17:
"E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue; e as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?" (Apocalipse 6:12-17).
As semelhanças são notórias. Num primeiro momento, dentro dos acontecimentos que antecederão o DIA DO SENHOR, muito provavelmente poucos dias antes da volta de Jesus, as duas passagens em questão mencionam o escurecimento do sol e da lua.
Logo após, a comoção celeste, abrangendo as estrelas. Isso gerará o desespero por parte daqueles que rejeitaram a mensagem de salvação e adoraram a besta.
Tais pessoas se esconderão diante desses sinais monumentais e, quando virem aparecer no céu totalmente escuro o sinal de Jesus, saberão que o Dia do Senhor (o dia de sua gloriosa volta), profetizado na Palavra e pregado pelos servos do Eterno durante séculos, estará chegando. Só restará para eles a triste expectativa do juízo eterno.
Para os filhos do Eterno, este dia será motivo de grande regozijo, no qual verão concretizar-se a bem-aventurada esperança (Tito 2:13), o encontro com Jesus (II Tessalonicenses 2:1-3) e o alívio definitivo de suas tribulações (II Tessalonicenses 1:7-9).
Para aqueles que escolheram viver à margem do plano do Criador, rejeitando sua Palavra e menosprezando todas as oportunidades oferecidas, será um dia de grande pesar...

Se você não tem certeza de qual será sua condição naquele dia e ainda não creu no evangelho de Jesus, entregando sua vida totalmente a Ele, este é o momento de faze-lo! Chegará o tempo em que será tarde demais para tomar essa decisão...
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16).

Em Cristo, 
Pr.Clodoaldo Z.Pereira

Estudo Bíblico Apocalipse 13

Apocalipse 13 é um dos mais fascinantes e misteriosos capítulos de toda a Bíblia. Esse capítulo é singular para a nossa época, porque não identifica países definidos por fronteiras; em vez disso, ele fala do mundo inteiro – um mundo global. Essa mensagem simplesmente ignora que o planeta Terra é dividido em cinco continentes e aproximadamente 200 nações. Ele ignora que essas nações são diversas, falam línguas diferentes, têm diferentes culturas, praticam várias religiões, têm seus próprios costumes e festejam seus próprios feriados. Apocalipse 13 ignora tudo isso e simplesmente nos revela um mundo único no final dos tempos: uma Nova Ordem Mundial para todas as pessoas do planeta Terra.

Sabemos que uma situação dessas seria impossível um século atrás. O mundo era muito diversificado e dividido por fronteiras nacionais, mantidas por forças militares. Mas, hoje em dia, está acontecendo uma coisa que nunca aconteceu antes: a corrida em direção ao globalismo.

Durante a crise financeira internacional, o globalismo atravessou um terreno instável, em que as nações tentaram desesperadamente cuidar de si mesmas. Neste contexto, o protecionismo tornou-se uma questão séria para o mundo. Mas tudo isso é temporário. Não devemos jamais permitir que nossa visão da profecia bíblica seja obscurecida pelas circunstâncias atuais. No fim das contas, o mundo precisa, e irá, se tornar um. Essa é uma sentença irrevogável da profecia bíblica.

Apocalipse 13 mostra o resumo do sucesso fraudulento de Satanás, o deus deste mundo e príncipe das trevas que dominou o planeta Terra com suas artimanhas. Esse capítulo da Bíblia fala de políticacomércio e religião; tudo junto. A autoridade terrena é o Anticristo; seu poder é absoluto. Ninguém pode existir no planeta Terra se não tiver a marca da besta.

Os 18 versículos de Apocalipse 13 são uma mensagem compacta sobre o final dos tempos, destacando três identidades principais:
1. O dragão;
2. A primeira besta, que é o Anticristo; e
3. A segunda besta, que é o falso profeta.

Trindade e criação

dragão, a primeira e a segunda besta são uma imitação da Trindade de Deus. Sua tarefa é a criação de duas coisas específicas: 1. A imagem da besta; e 2. A marca da besta.

Enquanto Deus criou o homem à sua imagem e lhe ordenou que sujeitasse a terra, a trindade do mal cria a imagem e a marca da besta para sujeitar o homem. O propósito de Satanás é tornar o homem sujeito à sua autoridade. Satanás quer ser Deus. Essa, em resumo, é a história da humanidade.

Introdução à revelação de Jesus Cristo

A mensagem desse capítulo precisa ser entendida, estudada e analisada no contexto de todo o livro do Apocalipse.

O livro começa com: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João” (Apocalipse 1.1); e termina com: “A graça do Senhor Jesus seja com todos” (Apocalipse 22.21). Ele é, portanto, a Revelação de Jesus Cristo.

Os três primeiros capítulos revelam o Senhor exaltado e suas mensagens para sete igrejas especificadas por seus nomes. Essas igrejas são geográfica e historicamente identificáveis. São igrejas reais, existentes na terra.

Céu aberto

Então, no capítulo 4, algo diferente acontece: “Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (v. 1). Agora, o lugar do evento é o céu. O texto menciona especificamente que João recebeu ordem de subir “para aqui” a fim de ver e transcrever “o que deve acontecer depois destas coisas”.

Fora deste mundo

Ao lermos o livro de Apocalipse, é importante entender que esta é uma mensagem vinda do céu. João está na presença do Senhor, no céu. Estamos diante de algo que, literalmente, não é deste mundo, mas é endereçado às pessoas da terra, particularmente àqueles que lêem e ouvem: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Apocalipse 1.3).

Coisas físicas terrenas e coisas físicas espirituais

Ao lermos o livro de Apocalipse como crentes em Cristo, precisamos pedir sabedoria para distinguir entre coisas físicas terrenas e coisas físicas espirituais.

Aqui está um exemplo: No capítulo 1, encontramos uma descrição do Senhor:

“Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.  A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força” (v. 12-16).

João é incapaz de descrever o que está vendo, senão através de definições metafóricas. Observe as palavras “semelhante” e “como”. Os seus cabelos eram brancos “como neve”; seus olhos, “como chama de fogo”; seus pés “semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha”; a sua voz “como voz de muitas águas”. Se deixarmos nossa imaginação correr solta, construiremos uma figura delirante: um homem com cabelo branco, com labaredas saindo dos olhos, pés pegando fogo, e com uma voz parecendo as Cataratas do Niágara. Esses pensamentos nos levam a uma imagem distorcida da realidade espiritual que o autor tenta transmitir no livro de Apocalipse.

Vejamos alguns outros exemplos.

Irreal, em termos terrenos

No capítulo 5, lemos estas palavras: “... eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu...” (v. 5). No verso 6, lemos: “... entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto...”. Obviamente, o Senhor não havia se transformado num animal, num cordeiro, e nem num leão. Ele é aquele que Isaías descreve: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).

Mas, novamente, acho que todos nós concordamos que uma criança não poderia ser chamada de “Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Sob o ponto de vista intelectual, não faz o menor sentido. Assim, precisamos nos lembrar do que diz 1 Coríntios 2.14-15: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém”.

besta de sete cabeças

Do mesmo modo, não faz sentido presumir que a besta sobre a qual lemos em Apocalipse 13 seja um animal desconhecido que tem sete cabeças e dez chifres. Se deixarmos essas fantasias entrarem na nossa mente, imaginando a figura de um monstro, teremos dificuldade em entender o significado espiritual realista dessa profecia.

Apocalipse 13 pode ser difícil de entender, mas isso não altera o que está escrito em 2 Timóteo 3.16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. Com essas palavras, temos a garantia da confiabilidade da Bíblia e recebemos instruções para estudar criteriosamente o conteúdo da Bíblia; neste caso, o livro de Apocalipse.

Toda a terra

Em particular, este capítulo se aplica à época em que vivemos por causa das palavras que identificam o globalismo: “toda a terra” (v. 3); “cada tribo, povo, língua e nação” (v. 7); “adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra” (v. 8); “a terra e os seus habitantes” (v. 12). Essas palavras apontam claramente o que está acontecendo em nossos dias. “Toda a terra” significa o mundo inteiro, e essa é a característica do globalismo.

É mais do que evidente que isso não poderia ter acontecido 100 ou 200 anos atrás. Naquela época, seria impossível para o mundo se unir, ser governado por um único líder ou ter um sistema econômico que monopolizasse o planeta Terra. Pensar em uma religião unificada que fizesse com que “todos os que habitam sobre a terra” adorassem a besta era algo completamente fora de cogitação.

A nova interdependência

Até há pouco tempo, as nações tinham independência. Cada uma delas precisava zelar pela segurança de suas fronteiras e estabelecer novas, na maioria das vezes pelo uso da força. Elas tinham que cuidar de sua economia, finanças e religião, independentes umas das outras. Mas, hoje em dia, isso já não acontece. Praticamente tudo se tornou uma questão global. Tudo o que acontece em outros países, afeta o nosso. A independência foi substituída pela interdependência. O motivo disso é bastante razoável. Por exemplo, para fazer vôos para a Europa, os Estados Unidos tem que pedir permissão ao Canadá para cruzar seu espaço aéreo. Pense só em países interiores, como a Suíça. O que aconteceria se seus aviões não pudessem voar por cima dos outros países? A interdependência é um resultado natural do avanço tecnológico.

Comunicação

A comunicação entre as nações também era limitada. Os países falavam línguas diferentes. A tradução só estava ao alcance das classes superiores. Ninguém sabia realmente o que estava acontecendo no país vizinho. A única informação disponível era aquela fornecida por seus respectivos líderes.

Hoje em dia, podemos nos comunicar com o mundo todo a qualquer hora. Ondas de rádio, telefone, satélites e cabos interconectaram os continentes. Praticamente todas as pessoas podem se comunicar com qualquer um a qualquer hora.

Transporte

E o que dizer dos transportes? As possibilidades eram bastante limitadas antes de 1900. Os transportes terrestres dependiam da tração animal: cavalo, jumento, camelo, etc. Essa forma de viajar extremamente desconfortável provocava dores nas costas, era muito cansativa e expunha o viajante a grandes perigos. Até mesmo um rei não conseguia percorrer mais do que alguns quilômetros por dia. Além disso, não havia estradas pavimentadas que permitissem uma viagem com um mínimo de conforto. Fora dos vilarejos e cidades, não havia ruas pavimentadas nem rodovias de concreto. As viagens dependiam das condições meteorológicas. Ao tentar ir de um lugar ao outro, o viajante podia ficar retido por vários dias por causa da chuva, por exemplo. As pontes eram poucas. No calor do verão, deveria ser insuportável viajar por aquelas estradas quentes e poeirentas, através de densas florestas, sujeito a todo tipo de perigo a cada curva. Cruzar os oceanos era se arriscar num barquinho de madeira, dependendo dos ventos para se mover e esperando que eles soprassem na direção certa. Histórias sobre as antigas viagens marítimas ficaram registradas para nós no Livro dos Atos. Hoje, podemos praticamente dar a volta ao mundo em 24 horas. Um percurso de 50 km numa cidade não é nada incomum. Muitos fazem isso diariamente.

Portanto, quando lemos na Bíblia sobre uma sociedade política, econômica e religiosa global, compreendemos que só nos nossos dias é que essas coisas são possíveis. Estamos vivendo na época em que essas coisas podem se cumprir.

Espero que esta breve introdução prepare o palco para nosso estudo a respeito desse capítulo singular – Apocalipse 13 – e transmita ao nosso coração a mensagem de que esta é realmente a preparação para a última vitória de Satanás!

| Autor: Arno Froese 

Estudo Bíblico Nossos Corpos Ressuscitarão? Como?

Assistir a um corpo descendo à cova não é nada fácil. Mais impactante ainda é assistir às cinzas de um corpo cremado sendo lançadas ao mar. O que será desses corpos? Digo, dentro da perspectiva cristã.

O credo apostólico é claro quanto à crença cristã histórica na ressurreição, tanto de Cristo, quanto de todos os homens. Nele se afirma que Jesus Cristo foi “morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos .” Além de chancelar a crença “na ressurreição do corpo (1) e na vida eterna.” Mas como isso se dará?

O que dizer de corpos que foram reduzidos a nada? Seus átomos se espalharam pelo ar e hoje fazem parte de outros corpos e até de objetos inanimados. Como reagrupá-los? Que Deus é onipotente, todos concordamos sem titubear. Todavia, se um átomo que antes pertencia a um corpo, agora pertence a outro, a qual deles ele se ajuntará na ressurreição? E no caso de um órgão que tenha sido doado, em que corpo ressuscitará, no que doou ou no que recebeu?

Na fantasia de muitos, quando a última trombeta soar e Cristo surgir entre as nuvens do céu, os túmulos se abrirão, e os corpos se levantarão reanimados. Talvez uma leitura literal dos textos sagrados sugira isso. Porém, devemos cuidar para que não tropecemos numa literalidade radical, e, assim, exponhamos a autoridade bíblica ao desprezo de muitos desnecessariamente.

Obviamente que tal expectativa está embasada nas Escrituras, em pelo menos dois dos seus textos. Um deles está em Ezequiel 37:12-13, onde lemos: “Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu abrirei os vossos sepulcros, e vos farei subir das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir os vossos sepulcros, e vos fizer subir das vossas sepulturas, ó povo meu.” Basta conferir o restante do texto para perceber seu caráter alegórico, apontando para a ‘ressurreição’ de Israel como nação, e não a ressurreição universal que ocorrerá no último dia. O outro texto é ainda mais contundente. Nele, o próprio Cristo declara: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação”(João 5:28-29).

Repare que em momento algum Ele diz que os mortos sairão dos seus respectivos sepulcros. O que é afirmado ali é que aqueles cujos corpos estavam nos sepulcros naquele momento, um dia ouviriam a sua voz e ressuscitariam.

Se devêssemos fazer uma leitura literal, como ressurgiriam os que não houvessem sido sepultados? O que dizer dos que foram cremados? E os que foram vítimas da explosão de uma bomba? E os que tiveram seus corposlançados ao mar e foram devorados por peixes? Estas questões demonstram o absurdo de se crer que a ressurreição tenha a ver com a reanimação de corpos.

Outra coisa que acaba por confundir a muitos é o fato de que a Bíblia garante queexperimentaremos uma ressurreição semelhante a de Jesus. Ora, Ele ressuscitou com o mesmo corpo, embora glorificado. Então, conclui-se que também ressuscitaremos com os mesmos corpos. A base para tal conclusão está em Filipenses 3:21, onde Paulo declara que Cristo “transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas as coisas.” Mesmo que o resultado seja o mesmo, o processo será diferente. Isto porque Jesus não viu a corrupção, isto é, Seu corpo não chegou a decompor-se (At.2:31). Apesar de que seremos ressuscitados pelo mesmo poder que O levantou dentre os mortos, recebendo corpos igualmente incorruptíveis e glorificados, passaremos por um processo diferente, pois nossoscorpos terão sido decompostos.

Convém, ainda, salientar que, a Bíblia fala da ressurreição do "corpo" (soma), não da "carne" (sarx). Isso, porque "carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção"(1 Co.15:50). O corpo espiritual de que fala Paulo será tangível, material, mas não carnal, sujeito ao desgaste do tempo e à morte. 

Ora, se não sairão dos sepulcros, de onde virão os corpos dos ressuscitados?

A resposta pode ser encontrada em diversas passagens, porém, quero destacar duas.

Em Judas 1:14 lemos que Cristo virá “com milhares de seus santos.” E em 1 Tessalonicenses 4:14, Paulo diz que “aos que em Jesus dormem, Deus os tonará a trazer com ele.”

Portanto, quando Cristo aparecer em glória, os santos de todas as eras virão juntamente com Ele em seus corpos glorificados.

Estes corpos não são a continuidade dos atuais. Pelo menos, não para os que houverem morrido. Paulo compara nosso corpo atual a uma tenda portátil, chamada ali de tabernáculo, enquanto nosso corpo celestial seria um edifício, reservado no céu para nós. As moradas a que Jesus se refere como estando sendo preparadas para nós não são mansões literais, mas nossos novos corpos.

Tão logo deixamos este corpo, somos remetidos ao último dia, recebendo de imediato um corpo glorioso e imperecível, de modo que, jamais viveremos sem um corpo. Leia atentamente e confira se não é isso que Paulo nos garante:

“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Pois neste tabernáculo nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do céu, se é que, estando vestidos, não formos achados nus. Porque, na verdade, nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos, porque não queremos ser despidos, mas sim revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.”2 Coríntios 5:1-4

Provavelmente o texto mais esclarecedor sobre o assunto, encontra-se na primeira epístola enviada por Paulo a esta mesma igreja, no capítulo 15. Ali, ele oferece resposta a várias questões relativas ao tema.

“Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio corpo.” 1 Coríntios 15:35-38

Sem uma compreensão ampla, podemos deduzir precipitadamente que Paulo estivesse afirmando que o novo corpo nada mais será do que a continuação deste, e que, portanto, nosso corpo atual terá que deixar a sepultura ao clangor da última trombeta.

Todavia, o que Paulo está dizendo é exatamente o oposto. “Quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer (...) Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Co.15:42-44). Logo, o corpo que desce à sepultura não é o mesmo que se manifestará com Cristo em glória. 

Apesar de espiritual, ainda assim, será corpo. Não será uma fumacinha. Nem uma energia sutil. Mas, corpo tangível, tal qual o do Cristo ressurreto, que não apenas pôde ser tocado por Tomé e pelos demais discípulos, mas também processou alimento e conservou várias das características físicas, inclusive as cicatrizes.

Mesmo que não seja exatamente o mesmo corpo, creio que nosso corpo espiritual guardará várias de nossas características físicas, sobretudo, as fisionômicas. É como se Deus guardasse nos arquivos celestiais um backup com a sequência exata de nosso DNA, acrescido do código de nossa consciência, que preservará intacta a memória de todas as nossas experiências. Nada se perderá! A única coisa que será removida de nossa natureza será o pecado, causador da morte. Seremos nós, nosso código genético, nossa personalidade, nossa fisionomia, porém, aperfeiçoados, sem enfermidades ou deformações, sejam de caráter físico ou psicológico. Talvez, apenas algumas cicatrizes que serão comotroféus, marcas de uma vida dedicada à causa do reino de Deus e de Sua justiça.

E quanto aos que estiverem vivos no momento em que Jesus Se manifestar em glória? Segundo Paulo, “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarãoincorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade” (1 Co. 15:51-53).

Diferente de Jesus, cujo corpo não chegou a corromper-se, e daqueles que estiverem vivos no momento da parousia, os que já houverem morrido, terão que receber um novo corpo. Essa "tenda" é apenas o andaime que precisará ser removido para dar lugar ao edifício glorioso que emergirá. De uma maneira ou de outra, quer estejamos vivos ou mortos, o fato é que receberemos novos corpos, que, ao mesmo tempo, será continuação do atual no que tange à morfologia (forma), e algo totalmente novo no que tange à natureza. Sem este novo corpo, jamais poderíamos viver no ambiente da eternidade, composto do novo céu e da nova terra, que nada mais são do que os atuais inteiramente restaurados à sua ordem original.

Fique tranquilo, que certamente nos reconheceremos lá, mesmo com as eventuais correções em nossa aparência. Nossa personalidade, e, por conseguinte, nossa memória serão preservadas. Nossa história jamais será esquecida. Caso contrário, não seríamos nós, mas outros. E não haveria qualquer razão para ações de graça. Como agradecer por algo de que não temos qualquer lembrança? Como poderemos louvar ao Cordeiro, senão nos lembrarmos dos nossos pecados que O levaram à cruz?

Quando a Bíblia diz que não haverá mais lembranças das coisas passadas, não é no sentido de que seremos submetidos a uma espécie de amnésia. Mas no sentido de que não serão mais essas lembranças que determinarão nossa vida. Assimcomo Deus diz não se lembrar dos nossos pecados. Todavia, ninguém deduz daí que Ele sofra de alguma amnésia.

(1) O credo original traz "ressurreição da carne" em vez de "ressurreição do corpo", todavia, as Escrituras usam o termo "carne" como eufemismo do ser humano como um todo, material e espiritual.

| Autor: Hermes C. Fernandes