domingo, 13 de dezembro de 2015

COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO DE APOCALIPSE

POR GERALD S. SMITH

BIOGRAFIA DO AUTOR
Gerald Scott Smith nasceu no dia 16 de dezembro de 1925 em Vine Creek, Kansas (EUA). Ele serviu à Marinha Naval dos EUA na 2ª Guerra Mundial. Descendente de fazendeiros na época dos pioneiros. Era o filho de um fazendeiro e seguia na vocação familiar quando Deus interveio. Já-lhe ouvi contar o seu testemunho muitas vezes: como o primo dele fora salvo e chamado a pregar e estava fazendo uma série de conferências em um pequeno único quarto de uma casa escolar. Gerald assistiu uma noite por curiosidade, e a primeira vez que ele ouviu o evangelho foi salvo. Isto foi em 1950. Ele tinha vinte e cinco anos.
Não demorou muito e sentiu que Deus o chamava para pregar o Evangelho. Soube que uma escola ia abrir em Lexington, Kentucky, pelo falecido Clarence Walker, sobre a autoridade da Igreja Batista de Ashland Avenue. Vendeu a fazenda e os equipamentos dele e, com a esposa Shirlee e dois filhinhos, Sherman de cinco anos, e Linda de quatro, mudou-se para Lexington. Era o ano 1951.
Gerald estudou na Faculdade Batista Lexington, ao mesmo tempo em que trabalhava em construções. Eventualmente ele teve o próprio negócio dele. Foi chamado para a Igreja Batista de Ephesus em Lincoln County, Kentucky, tornando-se o pastor de lá durante onze anos. Em 1964 foi chamado ser pastor da Igreja Batista de Northside em Price Avenue em Lexington, Kentucky, e pastoreou esta igreja trinta anos. Sob sua liderança a igreja mudou-se de um porão nesta rua para um edifício novo naquele lugar.
Foi aí, em 1974, que recebi Cristo, ao ouvir a pregação pelo Irmão Smith. Em 1978, Gerald levou a igreja que comprasse um terreno de sete acres na Avenida Swigert ao norte de Lexington onde foi construído um lindo templo. Foi neste lugar quando a saúde do Irmão Smith começou a declinar. Ele teve um grande enfardo cardíaco em 1978 e realizou uma cirurgia cardíaca. Em anos sucessivos ele teve que fazer outra cirurgia de ponte safena e várias outras cirurgias. Em 1994 teve que se aposentar como pastor, devido à fragilidade da saúde.
Durante os vinte anos em que foi meu pastor e até o dia da sua morte, ele deixou uma tremenda impressão em mim. Fora da família dele, acho que o conheci bem e provavelmente melhor, que a maioria das pessoas. Eu teria que dizer que ele era meu amigo de peito. Viajávamos juntos, trabalhávamos juntos, jogávamos golfe juntos, ríamos juntos e chorávamos juntos. Confiávamos um ao outro os nossos problemas pessoais mais íntimos. Tivemos muito poucos desacordos e eu confiava nele plenamente.
Foi através deste homem de Deus que eu aprendi a grande doutrina da Palavra de Deus. Foi através do seu exemplo e seus ensinos que aprendi que uma das mais fundamentais e importantes que grande número de cristãos nunca aprende, é isto: ele me ensinou a confiar em Deus. Tudo o que ele ensinou, ele ensinou através do seu exemplo. Deus o usou nas vidas de muitas pessoas.
Este comentário do Apocalipse é de uma série de lições ensinada na Escola Dominical na Igreja Batista de Northside. O irmão Smith sempre escrevia as lições de Escola Dominical para os professores e este comentário é uma compilação dessas lições. Já que ele está agora no céu e não pode falar conosco, creio que ele queria que seu trabalho continuasse, através deste volume. Se o leitor recolher qualquer coisa ao ler este Comentário, acho que sei o que o Irmão Gerald Smith diria: “Louvado seja Deus”. Okey Smith.
Eu não conheço quaisquer dois homens que concordem inteiramente sobre o Livro do Apocalipse. Este comentário escrito pelo Irmão Gerald S. Smith é um bom estudo deste livro. Ele lida com as Escrituras de um modo claro e não vai além do que as Escrituras dizem. Embora eu discorde com uns muito poucos versículos de interpretação, é uma exposição muito boa do livro. Irmão Al Gormley
Uma série de Lições para a Escola Dominical ensinada na Igreja Batista Northside em Lexington, Kentucky (EUA) em 1976.
CAPÍTULO 1
Versículo 1 – “A Revelação de Jesus Cristo" - Este livro é a revelação ou desvelar de Jesus Cristo. É uma manifestação dEle a João, o Apóstolo. Este livro fala da pessoa, o caráter e ser do Senhor Jesus. Fala sobre Sua segunda vinda e os eventos que vão acontecer. “a qual Deus lhe deu” - Esta revelação vem do próprio Deus. Tudo é verdade, não é o sonho ou a imaginação de um homem. “para mostrar aos seus servos” - Deus quis que o seu povo soubesse sobre este livro. Isto não devia ser evitado nem deixado de lado; Deus quer que saibamos o que ele diz. “as coisas que brevemente devem acontecer” - Isto não significa que as coisas mostradas neste livro, iriam acontecer logo, pelo contrário; quando começassem a acontecer, seria de modo rápido. Em outras palavras, o propósito deste livro é mostrar de antemão, as coisas que um dia, subitamente, passarão. “e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo” - Deus mostrou a João o que está escrito neste livro. O termo “notificou” é importante se notar. O que vai acontecer se tornará conhecido através de sinais e símbolos. Embora creiamos que devamos considerar como literal tudo que pudermos, mesmo assim há muitas coisas que devemos entender como sendo “notificado” ou simbolizado.
Versículo 2 – “O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto.” João realmente viu e ouviu o que escreveu neste livro. Deus, através de um milagre, deixou que tudo acontecesse diante de seus olhos. Enquanto lemos o livro, vemos coisas que parecem impossíveis e completamente fora da razão de acordo com o conhecimento dos homens, mas nenhuma é menos verdade. Talvez Deus as tenha mostrado a João porque não havia nenhum outro modo, pelo qual João pudesse compreender e acreditar nelas. Uma coisa é certa: as pessoas devem crer nestas coisas porque um dia eles ficarão face a face com elas. Talvez muito mais cedo do que eles pensam.
Versículo 3 – “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia.” Nos dias de João, não havia a Bíblia como se tem agora. Relativamente poucas cópias existiam e escassamente encontrava-se toda a Escritura junta. Assim, as pessoas se reuniram e uma das pessoas lia da cópia que havia no lugar da reunião. Este é o significado primário de “aquele que lê”. A bênção prometida, então, é para quem lê e também para aqueles que ouvem. “e guardam as coisas que nela estão escritas.” - As palavras deste livro, como toda a palavra de Deus, são bênçãos e benefícios somente àqueles que o lêem e ouvem, de tal modo que afete lhes a vida. Não vai fazer bem nenhum a quem apenas sabe o que a Bíblia diz, se não houver mudança de vida. O livro de Apocalipse vai mudar a vida de qualquer um que estudar e crer nele. “porque o tempo está próximo.” - Esta expressão não significa que estas coisas aconteceriam na época dos dias de João, mas que elas poderiam. A Bíblia denota claramente que a vinda de Cristo como iminente. Paulo, Pedro, João e outros O esperavam vir a qualquer hora. Ele não veio durante a vida deles e Ele ainda não veio, mas Ele poderia vir HOJE. O tempo está próximo.
Versículo 4 – “João, às sete igrejas que estão na Ásia.” O livro é endereçado às sete igrejas na Ásia. Por que sete igrejas? O número sete nas Escrituras significa perfeição ou conclusão; significa um todo. Aqui o todo, sendo todas as igrejas em todas as idades. (Queremos dizer com igrejas, somente aquelas verdadeiramente vindas da que o Senhor Jesus fundou). Estas sete igrejas são representativas de todas as igrejas em todos os séculos. No princípio havia dentro dessas igrejas todas as coisas boas e más que poderiam estar em qualquer igreja. Do mesmo modo, circunstâncias exteriores se comparam às que podem ser encontradas em qualquer século. Por isso a mensagem de Apocalipse serve tanto para as igrejas de hoje como para Éfeso ou Laodicéia. “Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir.” - Este não é nenhum outro senão "Jeová", o grande “Eu sou” que Ele apareceu a Moisés, Êxodo 3:14. Jeová é uma palavra composta, formada de três palavras que significam: Ele é, Ele era e Ele será. Nosso Deus Jeová é um Deus triúno, Pai, Filho e Espírito Santo. Os três são iguais e um em essência, mas distintos em pessoa. Aqui o Pai é indicado. “e dos sete espíritos que estão diante do seu trono.” - Este é o Espírito Santo, a segunda pessoa da Trindade. O número sete foi usado novamente para mostrar perfeição e inteireza, que são mostradas no ofício da obra do Espírito Santo em Isaías 11:2. O Espírito do Senhor; O Espírito de Sabedoria; O Espírito de Entendimento; O Espírito de Conselho; O Espírito de Fortaleza; O Espírito de Conhecimento; O Espírito de temor do Senhor.
Versículo 5 – “E da parte de Jesus Cristo.” A terceira pessoa da trindade, aquele que domina este livro, cuja Pessoa pode emocionar o coração do filho de Deus. Aquele, cuja visão pode motivar as esperanças do crente mais aflito. Este é o Cordeiro de Deus, por quem todos os crentes esperam ansiosamente, contudo pacientemente esperam. “que é a fiel testemunha.” - Jesus é a Palavra de Deus. Ele é a expressa imagem da Sua pessoa, o resplendor da Sua glória. Ele é a única testemunha de Deus em que se pode confiar. Ele é o único que revela o ser exato de Deus. Ele é o único verdadeiro. NEle e só nEle podemos confiar, somente Ele dá o testemunho fiel da mensagem de Deus. Sim, Ele é, na verdade, a mensagem e o mensageiro. “o primogênito dentre os mortos.” - Há muita diferença de opinião quanto ao significado desta expressão, mas sabemos isto, Jesus é o primogênito dentre os mortos, no sentido de que Ele tem preeminência em tudo. Ele está acima de todas as coisas. Toda a majestade e glória pertencem a Ele. Ele foi o primeiro a ressuscitar dos mortos com um corpo glorificado. Ressuscitou dos mortos para não nunca mais morrer, pois conquistou a morte, tendo completa vitória; Ele é o primogênito ou preeminente sobre morte, inferno e sepultura. “e o príncipe dos reis da terra.” - Ele realmente é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Muitos, antes dEle, buscaram reinar o mundo e dominar todos os outros poderosos senhores, mas somente Jesus terá controle completo sobre os governos e os homens na terra. “Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados”,
Versículo 6 – “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém.” João parece ser levado dali em um “esplendor de glória” ao contemplar as maravilhas do Senhor Jesus. Podemos imaginar, mas nunca conheceremos a magnificência desse momento mágico, senão quando nos encontrarmos o Mestre majestoso! Que dia será! Ver pela primeira vez, em completa majestade, Aquele que nos lavou de nossos pecados. Vê-lO em toda a Sua glória e mesmo assim como o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Ó que dia será, quando cantamos; “Digno é o Cordeiro”. “E nos fez reis e sacerdotes.” - De acordo com os maiores estudiosos seria traduzido melhor como “reino de sacerdotes.” Isto expressa uma grande verdade que abençoará o coração de qualquer um que estuda a Palavra. Pela virtude do fato de Jesus nos ter lavado dos nossos pecados no Seu próprio sangue, sendo Ele mesmo o nosso Sumo Sacerdote, temos acesso ao trono de Deus. Somos os sacerdotes crentes. Não precisamos de nenhum sacerdote levítico, nem precisamos de padre católico ou papa entre nós e Deus. Jesus é nosso intercessor, nosso mediador e Ele é Deus. Temos o direito de ir diretamente a Ele. Ele disse em João 14:6: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida: ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Mesmo que não possamos nos achegar a Deus sem ser pelo Senhor Jesus, há sim um caminho ATRAVÉS DELE. Quem confia nEle como Salvador tem a única entrada na presença de Deus. Assim, não precisamos de sacerdotes (padres) terrenos. Graças a Deus que Ele revelou a nós o “caminho mais excelente”.
Versículo 7 – “Eis que vem com as nuvens.” Quando Jesus deixou a terra, uma nuvem O recebeu, ocultando-O a seus olhos. Ele mesmo associou a Sua segunda vinda com as nuvens. Paulo foi inspirado para escrever: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” I Tessalonicenses 4:17. Toda vez que vemos uma nuvem, devemos nos lembrar que Cristo virá outra vez. Este é um acontecimento inevitável, e o só pensar nele deve encher o nosso coração de emoção!! “e todo o olho O verá.” - Não haverá uma única alma que já viveu sobre a terra que não haja de ver o Senhor Jesus. Eles não O verão ao mesmo tempo, mas todos O verão. Todos reconhecerão e admitirão que Ele é o Senhor. Todo joelho se dobrará diante dEle. Milhões de pagãos que nunca ouviram falar dEle, multidões de judeus que O rejeitaram, mundos que Lhe deram as costas, ateus auto-treinados que O ridicularizavam, todos cairão diante dEle e O chamarão Senhor. “até os mesmos que o traspassaram.” - Estes são os judeus que O mataram (assassinaram). “e todas as tribos da terra.” - Todos que O recusaram, seja quem for e onde quer que eles estejam. “se lamentarão sobre ele.” - Que dia terrível será para aqueles que endureceram seus corações e escarneceram com alegria quando Jesus foi espancado, machucado e pregado na cruz. Que dia horrível para aqueles que, por causa do prazer pecaminoso e da lascívia, escolheram as trevas ao invés da luz. Devem mesmo clamar às rochas e às montanhas, para que caiam sobre eles, a fim de escondê-los da face dAquele que se assenta no trono! Que dia de choro e clamor será!! “Sim. Amém.”
Versículo 8 – “eu sou o Alfa e o Ômega.” Estas são a primeira e última letras do alfabeto grego. É como se disséssemos: de A a Z. As letras do alfabeto são os elementos usados para formarem todas as palavras, que são veículos da expressão. Jesus é tudo de A a Z. Ele é o único digno. Sem Ele, tudo é sem valor, sem significado. Sem Ele, seria melhor ter nascido um retardado ou idiota que não sabe nada ou nem mesmo ter nascido. Mesmo que alguém possa conhecer todas as palavras, em todas as línguas do mundo, se não conhecer “A PALAVRA”, realmente não sabe de nada. “o princípio e o fim, diz o Senhor.” – Nele, todas as coisas tiveram o seu começo e por Ele serão consumadas todas as coisas. Nada já foi nem será sem Ele. Quão tolos os que tentam viver como se não houvesse Deus! “que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”. - Este é o nome mais elevado numa língua ou escrita mortal. Não existe maior. Não há expressão maior para denotar supremacia, excelência, majestade e glória. Este nome significa a submissão, por direito, de todas as outras coisas e seres. Este é o nome que Jesus dá Si mesmo. Ele é o Jeová-Deus. Foi Ele que apareceu a Abraão, a Jacó e a Moisés. Foi Ele quem criou tudo e que segura todas as coisas. Ele é o Todo-poderoso! Que triste o destino daqueles que negam que Jesus Cristo é Jeová como a Palavra de Deus ensina. Quão espantados e esmagados serão os Mórmons, as Testemunhas de Jeová, os Adventistas e outras seitas quando eles descobrirem, muito tarde, que Jesus é Deus!!
Versículo 9 - “Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo.” João não se considerava acima daqueles que pertenciam às igrejas, às quais escrevia. Era um apóstolo, mas também era um irmão em Cristo. Sofreu tribulações e provas, igual a eles. Nasceu no mesmo reino celestial deles, e compartilhou da glória por vir, mas com paciência suportou os sofrimentos enquanto aguardava o Grande dia. “estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo”. - Patmos era uma pequena ilha no Mar Egeu, bem ao norte do Mar Mediterrâneo. Ela tem aproximadamente onze quilômetros de comprimento e um e meio quilômetro de largura. Não tem rios ou árvores e nenhuma terra para cultivo, exceto áreas pequenas nas saliências de rochas estreitas. João ficou exilado lá por ensinar a Palavra de Deus e dar testemunho sobre Jesus Cristo. O que parecia ser uma grande tragédia para ele, transformou-se na maior das bênçãos, não somente para ele, mas para todo o mundo que acredita em sua história. Foi lá que ele recebeu o Apocalipse de Jesus Cristo.
Versículo 10 – “Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor.” Há duas explicações plausíveis para esta porção das Escrituras. Há excelentes estudiosos de cada lado. Uma explicação é que João foi transportado, pelo Espírito, numa condição semelhante a de Ezequiel em Quebar ou como Paulo que foi arrebatado ao Paraíso. Esta opinião faz do "Dia do Senhor" o "dia da Sua segunda vinda”. Em resumo o apóstolo foi transformado e transportado pelo Espírito para dentro dos acontecimentos e cenas do grande dia futuro quando Jesus retornar. A outra opinião é que João estava numa condição de intimidade especial com o Senhor, sentindo a presença do poder do Espírito Santo, como a maioria de nós já sentiu de tempos em tempos, quando somos atribulados por algo, e então nos pomos de joelhos diante de Deus. Temos comunhão e derramamos nosso coração, contando-Lhe todos os nossos problemas e então, de repente, Ele está ali para nos confortar e nos dizer que tudo está bem. O Dia do Senhor seria então o domingo, o primeiro dia da semana. O dia em que o povo de Deus se reúne para comemorar a ressurreição de Jesus e adorá-Lo. Esta é a opinião defendida por Ironside, Strauss, Barnes, A. T. Robertson e muitos outros. Eu, pessoalmente sou inclinado a aceitá-la. Podemos imaginar o sentimento do Apóstolo. Ei-lo em uma ilha inóspita e solitária, sem ninguém, longe do povo de Deus. Era o dia do Senhor, domingo, o dia em que sempre se reunia com o povo de Deus. Estava longe deles, mas não longe de Deus e cria que devia guardá-lo santificado. Em profunda meditação e o coração cheio de adoração, ficou em comunhão com Deus e Deus lhe deu uma bênção que jamais imaginaria. Deus pode fazer o mesmo por nós, se fizermos Sua vontade e passarmos tempo conversando com Ele em adoração verdadeira. Aqueles que roubam o Dia do Senhor para satisfazerem seus prazeres mundanos, roubam a si mesmos de tesouros sobre os quais o mundo não sabe nada. Quem pode imaginar o que a eternidade vai revelar da perda trágica de crentes negligentes. Que Deus nos ajude a entender e a dar o valor certo ao Dia do Senhor, a fim de que possamos guardá-lo e receber dos tesouros do céu que Deus dá aos que amam estar com Ele. “e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta.” - Imaginem o que João sentiu, enquanto pensava e meditava profundamente naquele Dia do Senhor, sentindo a presença do Espírito Santo, enquanto adorava a Deus, quando de repente ele ouviu uma voz tão alta e clara, tão penetrante e forte que soava como uma trombeta. Como deve ter se assustado, pois estava só!! Não havia equívoco algum nesta voz de ser de outro, mas sim do Senhor Jesus, a Palavra viva (O Verbo) de Deus. Aqueles que conhecem Deus como Ele é revelado em Jesus Cristo sabem que a Bíblia é a verdade; eles sabem que é a Palavra de Deus e não de homem. Aqueles que negam a Bíblia ou duvidam dela, torna-se claro que não sabem quem a escreveu. Não têm o Espírito de Deus para iluminá-los. Vivem nas trevas, na morte espiritual e o inferno com jaulas abertas espera faminto para devorá-los.
Versículo 11 – “Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro;” Jesus anuncia-Se para João como O TODO-ABRANGENTE (TODO-INCLUSIVE). Ele é tudo. Não há nenhuma sabedoria verdadeira fora dEle; não há nenhuma abordagem sã de assunto nenhum que O desconsidere. É Ele quem fez tudo e Ele fará tudo chegar ao fim. Eis algo que nos faz ver a grandeza de nosso Senhor, quando comparada ao homem. O homem levou seis mil, a fim de obter bastante conhecimento, a fim de colocar uma nave não tripulada no planeta Marte, porém Deus fez o planeta. Ele apenas falou e o planeta fez-se existir! Marte é um planeta pequenino, muito perto da Terra em comparação dos outros planetas. Nosso sistema solar é, se compararmos a outros sistemas, pequeno e insignificante. Quem falou com João naquele dia foi o Criador de TUDO. Quando tentamos imaginar a grandeza e magnificência de Deus, nossos pensamentos têm dificuldade em compreender, não conseguimos atingir tais limites e alturas. Foi o Senhor Jesus quem falou com João e é diante dEle a quem todos nós vamos ficar face a face, um dia. Ele será o juiz justo, o qual dará juízo sem misericórdia aos que não O conhecem. Mas, louvado seja Seu nome maravilhoso, hoje Ele ainda é o Salvador amoroso e compassivo, para todos quantos vêm a Ele. “e o que vês, escreve-o num livro,” – O Senhor ia Se revelar e as coisas que iam acontecer. Ele queria que João registrasse tudo em um livro (ou rolo). O que João ia ver e ouvir seria de tal importância que afetaria as pessoas de todas as eras. “e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia.” – Como explicamos anteriormente, sete é o número de perfeição ou inteireza (completude). Mandar o livro às sete igrejas é significante. Este livro é para todas as igrejas em todas as épocas. Nestas igrejas havia problemas que poderiam ser comparados a qualquer igreja em qualquer lugar em qualquer época. Estas igrejas eram da mesma ordem que as igrejas Batistas verdadeiras de hoje. Estas igrejas vieram diretamente ou indiretamente da primeira igreja em Jerusalém, fundada e organizada pelo Senhor Jesus, do povo batizado por João o Batista, a quem era chamado “o Batista” pelo próprio Deus. Há quem não goste de considerá-las Igrejas Batistas, mas se não fossem, gostaríamos de saber o que eram!! Elas não eram católicas, pois já existiam há 300 anos antes que ela apareceu. Não eram Luteranos, nem Presbiterianos, pois Lutero e Calvino tinham centenas de anos antes delas surgiram. Não eram Metodistas, nem Episcopais, porque a Igreja da Inglaterra ainda não fora formada. O Rei Henrique VIII só teria sua rusga com o Papa séculos depois. John Wesley também não estava nesta época. Estas igrejas não eram Campbelistas porque Alexander Campbell não nasceu até 1788. Todos os Pentecostais e Renovados só apareceram 1800 anos depois. Sim, estes eram Batistas mesmos, porque não havia nenhum outro tipo de igreja naquela época. Por que enviar este grande livro às igrejas? Porque a igreja é o corpo de Cristo e é a sua mensageira escolhida. Quando Jesus estava na terra, Ele fundou Sua igreja e prometeu a ela perpetuidade. “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” (Mateus 16:18.) Quando Jesus voltou para o céu, comissionou Sua igreja para fazer discípulos, batizar e os ensinar. Ele nunca deu esta autoridade a ninguém antes nem depois. É a igreja que Cristo amou e se entregou por ela. É a igreja Lhe traz glória em todas as gerações, para todo o sempre. “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,”; (Efésios 5:25), “A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.” (Efésios 3:21). Todas as denominações que se surgiram, desde o tempo de Cristo, são falsas e usurpadoras de autoridade. Nem todos os que se chamam batistas são igrejas verdadeiras também. Os que flertaram e cometeram adultério com os governos do mundo não são igrejas de verdade. Aquelas que negam o batismo bíblico e consideram o batismo das igrejas falsas igual ao das igrejas do Senhor, não são igrejas de verdade. Qualquer um que tenha um pouquinho de conhecimento da Palavra de Deus e espiritualidade sobre elas pode ver, com certeza, através disto e dos seguintes versículos, a importância da igreja. Raciocine assim: Se Jesus começou Sua quando Ele estava aqui e prometeu que ela nunca se acabaria de existir, seria possível que o mundo não houvesse tal igreja no mundo? Claro que não! Que tipo de igreja existente hoje pode encontrar outras igrejas iguais na mesma fé e ordem, em cada época, começando na época de Cristo? Só a Batista! Nomeie qualquer grupo ou igreja que queira e o fundador e data da fundação serão encontrados. As Igrejas Batistas são traçadas até João o Batista. Vamos anotar outra coisa. Muitas pessoas tentam provar que a igreja verdadeira é um corpo universal e invisível composto de todos os salvos. Se isto fosse verdade, é estranho que o Senhor não tenha falado nada a este respeito. Qualquer erudito no grego sabe que a palavra que Jesus escolheu, a fim de chamar sua organização ou instituição denota uma assembléia, especial e convocada, um grupo que realmente se reunia. Que absurdo imaginar uma assembléia invisível e universal!! A quem Jesus mandou João enviar este livro? À assembléia invisível de Éfeso, Esmirna, etc? De modo algum! Estas igrejas eram compostas de pessoas de verdade, que tinham confiado em Cristo como seu Salvador, tinham sido batizadas pela autoridade certa, no modo (imersão em água) para o propósito certo. Estas pessoas tinham consentido em executar a obra comissionada a elas. Cada uma destas igrejas era local, visível e completa em se mesma. Cada um era um corpo de Cristo, sendo Cristo o cabeça de cada um. Este é o único tipo de corpo que Cristo tem neste mundo. Não eram igrejas perfeitas, mas elas eram as que Jesus quis que tivessem a mensagem. Eram igrejas como a nossa igreja, enviada a ser uma testemunha de Jesus nas várias cidades. As sete igrejas significam que Cristo não iria ter qualquer outro tipo. Sete é o número de perfeição. Cristo não precisou e não precisa de qualquer outro tipo de igreja para fazer a Sua obra. Ele nunca disse isto a ninguém mais. Ele quer que façamos esta obra. Vamos reconhecer o Senhorio de Cristo fazendo o que Ele disse.
Versículo 12 – “E virei-me para ver quem falava comigo.” Quando o Apóstolo João estava em meditação profunda, o Senhor falou com ele. João virou-se, sem dúvida em grande surpresa, para ver quem falava. Imagine que experiência deve ter sido ouvir a voz do Senhor e então vê-Lo!! “E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;” – A primeira coisa que João viu foram os castiçais de ouro. O versículo 20 explica o significado deles. Cada castiçal representa uma igreja. Um castiçal é um portador de luz. Jesus disse que os discípulos dEle eram as luzes do mundo e que quando se ascende uma vela ela é colocada no velador. “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.” (Mateus 5:14-15). Isto nos ensina que todo crente deve ser membro da igreja do Senhor. João viu as igrejas como portadoras da luz e é exatamente o que devem ser. O mundo jaz nas trevas espirituais. O Evangelho de Cristo é a única luz verdadeira. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.” (João 1:1-9.) Crentes como João o Batista, são luzes somente quando testificam dEle que é a luz verdadeira. Deus escolheu para o Seu povo, que são os membros da Sua igreja, para levar a luz da Sua Palavra. Claro que Deus ama todos os Seus filhos, mas há um amor especial por aqueles que compõem a Sua igreja. Efésios 5:25. “como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,” Efésios 3:21. “A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre...” Os castiçais eram de puro ouro, o metal precioso usado nas Escrituras para designar divindade. As igrejas do Senhor Jesus Cristo são, sem dúvida, preciosas a Ele, pois foram compradas por grande preço. Esses que são comprados se tornam, através de um nascimento real, participantes de Sua divindade. Os crentes que não obedecem ao Senhor, tornando-se membros de Sua igreja, devem saber que não estão deixando sua luz brilhar nem estão trazendo glória a Cristo como deveriam.
Versículo 13 – “E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem,” - Esta é a posição do Senhor Jesus no meio das Suas igrejas. Como sendo onipresente, Ele está em todo o lugar, porém num sentido muito especial Sua presença está com Sua igreja, uma presença e relacionamento não experimentados por qualquer igreja diferente das Suas. Ele prometeu estar com elas, Mateus 28:20, e que as forças do mal jamais prevaleceriam contra elas. Mateus 16:18. Foi isto que João viu: Cristo no meio de Suas igrejas, protegendo-as em todas as épocas de todo o mal. “vestido até aos pés de uma roupa comprida,” – Uma roupa comprida é sugestiva de realeza, tais roupas eram usadas por aqueles de grande dignidade. Na sua visão, Isaías viu o Senhor cujo “séqüito enchia o tempo” - Assim Cristo, em Sua glória, sempre é visto ou representado com roupas reais. Vamos notar também que não há nudez no céu. Cristo é vestido, os redimidos estão vestidos nas vestes de justiça. Vestir é simbólico de justiça. Nudez é o símbolo do pecado e do mal. O povo de Deus aqui deveria ser completamente vestido, a fim de mostrar ao mundo o que defendem. “e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.” – Era, e ainda é o costume do Oriente, usar um cinto, para segurar a roupa no lugar. Este cinto era usado ao redor da cintura e às vezes ao redor do peito, como aparece neste versículo. Este cinto ou era de puro ouro ou altamente enfeitado com ouro, mostrando a realeza e dignidade de quem o usava.
Versículo 14 - "E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve," O Senhor então apareceu, de os cabelos brancos, para realçar ainda mais Sua imagem de majestade e dignidade. Provérbios 16:31. "Coroa de honra são as cãs" - Também isto mostra Sua antigüidade como Daniel O viu. Daniel 7:9 diz que é o "Ancião de dias". - "e os seus olhos como chama de fogo," - Os olhos do Senhor são penetrantes; não existe nada que Ele não possa ver. Homens, como dizemos, usam uma máscara, porém o Senhor vê tudo. Nada há escondido dEle. Seus olhos vêem o mais profundo do coração que nem mesmo o menor pensamento deixa de ser notado. "E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar." (Hebreus 4:13). Todos aqueles que O recusam, vão viver tentando esconder-se de Sua face. Eles prefeririam que os rochedos e montes caíssem sobre eles. Mas para quem O conhece, Seu olhar será terno e de compreensão, uma vista tão linda que ninguém vai querer se afastar dEle, mas com adoração humilde vai querer olhar Seu rosto para todo o sempre.
Versículo 15 - "E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha," Até mesmo os pés do Senhor Jesus são lindos quando ele aparece em glória. A alusão aqui é ao grau mais refinado do latão (bronze) aquecido numa fornalha até brilhar num branco esplêndido, além de qualquer descrição. Latão é o símbolo do julgamento. Os mesmos pés que levaram o Salvador em Sua missão de misericórdia sobre a terra e em Seu aparecimento entre Suas igrejas, diante de João, são os mesmos pés que pisarão o inimigo e aos quais a terra inteira se tornará em escabelo. "e a sua voz como a voz de muitas águas." - Esta é a descrição muito adequada da autoridade e domínio da voz do Senhor. Os que já ficaram observando o oceano, de um recife rochoso, e ouviu o trovejar de suas ondas, ao baterem na praia, têm uma idéia de como João ficou impressionado com as palavras do Senhor ao falar com ele.
Versículo 16 - "E ele tinha na sua destra sete estrelas;" João nos diz no versículo 20 o que estas estrelas representam, os pastores das igrejas. A palavra, "anjo", significa "mensageiro". Deus chama os pastores para serem mensageiros às Suas igrejas. Cristo sustenta os pastores que Ele designou de uma maneira especial. Ai daquele que fala ou trabalha contra os que Cristo designou. É o Senhor que escolhe o pastor e depois coloca no coração de Seu povo chamar esse homem. Homem nenhum deve ser pastor, a menos que saiba que Deus o designou e nenhuma congregação deve chamar tal homem para ser seu pastor sem esta certeza. Quando estas condições existem, a igreja deverá apoiar o pastor de toda forma, e quando não existem, o pastor deverá ser removido. É uma grande bênção para um pastor saber que ele está seguro nas mãos do Senhor. "e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios;" - Isto não significa que uma espada literal sai da Sua boca, tornando-O uma figura grotesca. Esta espada são as Suas palavras, como diz em Hebreus 4:12 - "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." João ouviu as palavras e elas cortaram e penetraram em sua mente e alma, de forma tão aguda como espada de dois gumes, cortando a carne. "e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece." – Tão esplêndida foi a aparência de Cristo, em meio às Suas igrejas que João mal podia achar o superlativo apropriado, assim ele usa a maior de todas as coisas que conhece. O rosto de Cristo o faz lembrar do sol por Seu brilho, resplendor e força. Cristo é assim para aqueles que realmente O conhecem e O viram através dos olhos da fé. Não há modo adequado, pelo qual possamos descrevê-Lo. Ele é para o reino espiritual o que o sol é para o físico. Sem Ele não há luz nem vida. É Ele que ilumina o dia, que dissipa toda tristeza e desespero. Do mesmo modo que o sol mantém os planetas no lugar, por assim também através de Jesus todas as coisas são mantidas unidas. Sem Ele tudo seria uma falha e caos. Malaquias 4:2 diz que Ele é ".Sol da justiça, e cura trará nas suas asas;..."
Versículo 17 - "E eu, quando vi, caí a seus pés como morto;" Quando João viu o Senhor Jesus em todo o Seu esplendor e magnificência, ele ficou tão impressionado diante a visão de Sua grandeza que ele caiu aos Seus pés, como Paulo caiu na estrada de Damasco. A beleza e a maravilha do Senhor Jesus em Sua glória está acima da expressão humana e além de nossa capacidade de entendê-la. Quando paramos para pensar que este Jesus que João viu é Aquele que nos amou e morreu por nós, como isto devia encher os nossos corações de humildade!! Entender que estávamos mortos, sem esperança, merecendo o tormento do inferno, quando Deus nos alcançou, com certeza isto devia com que caíssemos aos Seus pés em humilde adoração. "e ele pôs sobre mim a sua destra," – Como o Senhor é amoroso, terno e compassivo para com aqueles que O temem!!! Jesus vendo a ansiedade de João colocou Sua mão sobre ele e falou as incomparáveis palavras "dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;" - Estas são palavras de segurança, que mostram a eternidade de Cristo e Ele fará com que todas as coisas cheguem à consumação. Ele é o centro de todas as coisas e mesmo assim é o infinito e imensurável Deus, o Senhor da glória.
Versículo 18 – “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém.” Se houvesse qualquer traço de dúvida na mente de João que este era o mesmo Jesus que ele conheceu na terra, agora se dissipava. João sabia que Jesus ia voltar outra vez; ele sabia que Ele estava vivo. Ele O vira em Seu corpo ressurreto e glorificado e também O vira ascender ao céu, com a de que voltaria do mesmo modo como estava indo para o céu. Agora João estava tendo uma prévia de como seriam as coisas nesta volta. Jesus mostrou que Ele é Aquele que “vive” ou que “está sempre vivo”, que foi morto e agora está vivo para sempre. Através de um único sacrifício de si mesmo, Jesus aperfeiçoou para sempre aqueles por quem morreu. A morte não tinha domínio sobre Ele; ressuscitou vitorioso e nunca mais seria sujeito a ela. “E tenho as chaves da morte e do inferno.” – Nestas palavras é a explanação e a exemplificação de Sua vitória completa, tanto para Si quanto para todos os que, pela fé, estão nEle. “Inferno” ou “Hades” é o lugar da alma ou espírito, onde a alma ou espírito do perdido habita. A morte é a condição do corpo sem o espírito. A alma do homem está presa no “hades”, ou no paraíso ou no tormento. O corpo fica preso na morte, incapaz de fazer qualquer coisa. A alma do homem não pode por si mesma unir-se com o corpo preso na morte, nem o corpo pode unir-se com a alma. Mas há alguém que tem as chaves da morte e do inferno; Ele pode abrir e é isto exatamente o que Ele fará quando voltar. Do mesmo modo que Abraão no céu disse ao rico que ele não podia ir até Lázaro, nem Lázaro ir até ele, porque “está posto um grande abismo entre eles”, assim o espírito do homem no céu não pode vir à terra para reanimar o corpo num túmulo. Mas quando Jesus vier, Ele trará “os espíritos dos justos aperfeiçoados” para reuni-los com os corpos que estão muito tempo no pó da terra: “...e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” (I Tessalonicenses 4:16), “que isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade” (I Coríntios 15:53). Com palavras iguais a estas, vindas do Salvador, certamente não há porque temer.
Versículo 19 – “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer;” Novamente João é mandado a registrar estas coisas num livro. Deus queria que as pessoas desse tempo conhecessem elas e Ele queria que todos até o fim dos tempos as conhecessem. As coisas “que depois destas hão de acontecer” (Apocalipse 1:19) pertencem aos eventos que acontecerão DEPOIS da segunda vinda de Cristo (arrebatamento). Estas coisas estão registradas do capítulo 4 até fim do livro. As coisas “que são” pertencem às sete igrejas que existiam na Ásia.
Versículo 20 – “O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro.” Um mistério como este usado aqui é algo escondido ou desconhecido até ser revelado. As estrelas e os castiçais eram símbolos e quando explicados, de que eles eram símbolos, tornou-se perfeitamente claro e não há mistério como comumente usamos o termo mistério. “As sete estrelas são os anjos das sete igrejas,” – Ser seguro em Sua mão significa uma posição favorecida e posição protegida, tanto quanto de grande responsabilidade. Os membros das igrejas do Senhor são pessoas especialmente amadas pelo Senhor e é uma grande honra ser colocado sobre elas. É uma posição que exige força, sabedoria, proteção, e conforto do próprio Senhor. “e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” – Deus tinha um propósito especial ao representar as igrejas como castiçais. Suas igrejas são para ser os portadores da luz neste mundo. Ele é a verdadeira luz e as igrejas refletem a Sua luz ao mundo. Estas eram igrejas vivas reais com pastores vivos reais; o único tipo de igrejas que o Senhor tem. A Bíblia certamente nunca deixa nenhuma pista de haver tal monstruosidade como a “igreja universal invisível”. Vamos notar a necessidade da perpetuidade da igreja. Se o evangelho é para ser pregado ao mundo em todas as épocas por aqueles comissionados pelo Senhor, então as igrejas têm que permanecer através de todas as épocas. Essas igrejas a quem João escreveu não existem hoje, mas igrejas da mesma fé e ordem permanecem e têm permanecido desde o tempo de Cristo. Vamos nos lembrar que somente as Igrejas Batistas podem ser traçadas em todas as épocas até João o Batista.

Autor: Pr Gerald S Smith
Tradução: David A Zuhars Jr.

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