sexta-feira, 8 de abril de 2011

Rede de restaurantes lança “pães da cruz do inferno”


Rede de restaurantes lança “pães da cruz do inferno” para ironizar Cristãos na Páscoa
Publicado por Renato Cavallera (perfil no G+ Social) em 8 de abril de 2011

Os “Hot Cross Buns” [Pães Quentes da Cruz] são muito populares na Grã-Bretanha e em suas antigas colônias. Geralmente, são servidos no café da manhã ou na hora do chá. Também há uma tradição de servi-los depois das refeições na Sexta-feira Santa, já que a cruz branca que dá nome aos pãezinhos é considerada um símbolo da crucificação de Cristo.

Sua massa é doce, com passas e uma mistura de especiarias como canela, cravinho e noz moscada, e sempre são acompanhados de manteiga ou geleia. São comidos assim que saem do forno, por isso o nome “quentes”.

No entanto, a rede de pizzarias Hell [Inferno], sediada na Nova Zelândia e com algumas lojas na Inglaterra, decidiu “inovar” e lançar nste ano os “Hell Cross Buns” [Pães da cruz do Inferno]. Como o nome indica, eles trocaram a cruz por um pentagrama, símbolo do satanismo. Os pães são ofereecidos como sobremesa nas compras acima de 40 dólares locais, ou a 2 dólares cada, se comprados individualmente.

Os protestos começaram assim que os primeiros comerciais e outdoors estamparam o lema “Por tempo limitado, um pouco parecido com Jesus”. Em inglês, a frase faz um trocadilho com a ideia da morte de Cristo na Páscoa encerrar seu “tempo limitado” na terra.

“É um desrespeito a algo que muitas pessoas consideram sagrado”, disse Lloyd Ashton, porta-voz da Igreja Anglicana da Nova Zelândia. Ele declarou ainda estar cansado de ver agências de publicidade usar blasfêmia e questões religiosas para aumentar as vendas de algum produto. “Esse anúncio é mais um exemplo de publicitários que ganham muito dinheiro para provocar uma situação desagradável”.

Patrick Dunn, bispo católico da capital Auckland, pediu aos cristãos que tomem uma atitude: “Acho que, de certo modo, eles reconhecem que Jesus veio à terra por um tempo limitado. Porém, muitas pessoas podem decidir boicotar a Pizza Hell. Eu vou ser um deles “.

Warren Powell, diretor da rede Hell Pizza, minimizou as críticas, dizendo que qualquer debate sobre o suas campanhas publicitárias “é bom”.

“Não vejo como isso pode ser um desrespeito à religião de alguém. Antes de tudo, estamos reconhecendo que Jesus Cristo pode ter vindo à Terra por um tempo limitado. Podemos trazer os pães de volta no próximo ano, afinal todo mundo diz que Jesus Cristo vai voltar um dia.”

As queixas de católicos e protestantes contra a pizzaria foram submetidas ao Advertising Standards Authority, órgão regulamentador da publicidade na Nova Zelândia. Porém, o processo pode levar até 25 dias para ser julgado e só depois a empresa será obrigada a retirar os anúncios. Até que isso aconteça, a Páscoa já terá passado e a promoção estará encerrada.

O curioso é que a campanha foi lançada pouco mais de uma semana após uma pizza com a imagem de Jesus fazer sucesso na vizinha Austrália.

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