quarta-feira, 1 de julho de 2009

Andando sobre as águas

Andando sobre as águas

Certa vez, Jesus mandou que seus discípulos fossem adiante dele para o outro lado do Mar da Galiléia. Então, o Mestre despediu a multidão e foi ao monte orar (Mateus 14.22). Em princípio, esta não seria uma situação complicada para os 12, porque alguns deles eram pescadores experientes e sabiam navegar muito bem. Além disso, a visibilidade era boa, pois o dia ainda estava claro. Certamente, poderiam atravessar o mar sem que Jesus estivesse com eles.

O início da viagem parece ter sido tranqüilo. Contudo, o tempo passou e a tarde chegou (14.23). De repente, começou uma ventania e o mar ficou bravio (14.24). A noite caiu e eles não conseguiam chegar ao outro lado. Já estavam no meio do mar, mas o vento contrário não os deixava avançar. Viram-se então em apuros, em perigo, correndo risco de naufrágio e morte.

Podemos comparar esta cena às nossas vidas ou algum momento vivido. Temos tantos alvos, propósitos, objetivos. Queremos chegar a algum lugar, alcançar a concretização dos nossos sonhos e projetos. No primeiro momento, pensamos que conseguiremos sozinhos, por conta própria. Afinal, somos fortes, capazes e experientes. Sabemos aonde vamos. Conhecemos a rota, os remos, as velas e a maré. Entretanto, o tempo passa e a tempestade vem. A noite chega e os ventos se tornam contrários. Os impedimentos se multiplicam e muitas forças querem nos impelir na contramão dos nossos planos. Quando procuramos a ajuda dos nossos amigos, vemos que todos estão no mesmo barco e na mesma dificuldade.

No meio do mar revolto, os discípulos perderam o controle da embarcação, que era arremessada pelas ondas de um lado para o outro. Porém, o texto nos diz que, na quarta vigília da noite, depois das 3 horas da madrugada, Jesus foi até eles (Mt.14.25). O Mestre não os abandonou. Vemos naquele versículo a manifestação da misericórdia divina. Todavia, eles podem ter questionado: por quê Jesus demorou tanto? Nossa idéia de tempo é diferente da idéia que Deus tem. Afinal, ele vive na eternidade. Nós vivemos na ansiedade. Queremos tudo imediatamente. Esperar é um sacrifício, principalmente para o homem moderno. Muitas vezes, Deus não nos socorre imediatamente porque ele tem um propósito nisso. É o tempo necessário para valorizarmos mais a sua presença, clamando pelo seu nome em oração. Enquanto isso, esgotam-se as nossas forças, nossos recursos e nossa auto-confiança. Somos desafiados a crer somente nele.

Jesus vem ao encontro daqueles que estão no meio da tempestade, perdidos, amedrontados ou até desesperados. Muitos momentos da vida se parecem com aquela situação dos discípulos. A tormenta de cada um pode ser o conflito conjugal, a separação, a solidão, a enfermidade, o desemprego, o aperto financeiro, a falência, etc. Nesse momento difícil, é preciso erguer os olhos e ver Jesus (14.26). Ele é a nossa única esperança.

Cristo vinha andando sobre o mar, pisando sobre aquilo que os discípulos temiam. Ele é soberano, domina sobre todas as coisas e supera todas as nossas expectativas. Os discípulos o viram, mas não o reconheceram. Jesus então lhes disse: “Tende bom ânimo. Sou eu. Não temais.” (14.27). Eles estavam amedrontados e desanimados, mas o Senhor lhes trouxe a sua palavra para encorajar, erguer e animar. Ainda hoje, este é o efeito da palavra de Deus sobre nós.

Pedro, o mais atirado do grupo, disse a Cristo: “Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas” (14.28). E ele lhe disse: “Vem” (14.29). Jesus veio até nós, mas nós também precisamos ir até ele, ou seja, ele nos socorre, mas nós precisamos crer e aceitar a sua ajuda. Não vamos esperar que ele resolva tudo sem o nosso conhecimento ou sem a nossa participação. Pedro precisou sair do barco e caminhar até o Mestre.

Apesar de toda a complexidade da situação, os discípulos ainda confiavam no barco. Precisavam confiar apenas em Jesus. O barco é aquele último recurso terreno que nos impede de caminhar com o Senhor. Precisamos descer, renunciando àquilo que nos prende.

Pedro desceu, mas 11 discípulos continuaram a bordo. A maioria não foi tão longe. Todos queriam o Mestre, mas não estavam dispostos a correr grandes riscos para se aproximarem dele. As maiores experiências com Deus estão reservadas para aqueles que são mais ousados. Isto não significa fazer qualquer loucura, mas apenas atender à palavra de Deus, saindo da zona de conforto e indo além dos limites humanos. Pedro ouviu a voz do Mestre dizendo: “Vem”. Sobre a palavra de Jesus, Pedro depositou sua fé. Além de crer, ele também agiu. Temos então: palavra, fé e ação. O resultado é o milagre.

Aos olhos humanos, a ação de Pedro era um suicídio, perda total, o fim. Contudo, aquele ato de fé era o início de uma jornada extraordinária.

Jesus não arrancou Pedro do barco. Ele precisou demonstrar o exercício de sua própria vontade ao descer e caminhar. Era uma questão de escolha, decisão e iniciativa. Da mesma forma, Jesus continua chamando a muitos. Ele diz: “Vem”. Ele nos chama para uma vida sobrenatural, para andar sobre as águas. Pedro andou (14.29). Ali aconteceu o imprevisível, improvável e impossível. Pedro encontrou segurança e firmeza no meio da instabilidade. Se você crê em Jesus, o impossível pode acontecer. Deus pode trazer soluções inimagináveis. Contudo, isto não se concretiza simplesmente a partir da nossa vontade, embora possamos pedir, como Pedro fez. O fator determinante é uma palavra de Jesus a nosso favor. Se cremos na palavra de Deus e agimos de acordo com ela, em obediência, o sobrenatural acontece.

Pouco depois de descer do barco, tendo dado alguns passos sobre as águas, Pedro começou a afundar (14.30). Por quê isso aconteceu? Está escrito que ele “sentiu o vento forte”. O que percebemos com os sentidos físicos pode ser contrário à fé. Para andar com Jesus não podemos depender de sentidos ou sentimentos. Vamos sentir, ver e ouvir muitas coisas contrárias, mas a nossa fé está firmada na palavra de Deus.

O fato de Pedro ter começado a afundar nos mostra a fragilidade humana, até mesmo dos grandes homens de Deus. Todos os apóstolos viram que Pedro não era infalível nem igual a Jesus, mas dependente dele. Assim, a nossa fé não pode depender dos servos de Deus que conhecemos hoje ou daqueles que já morreram.

Quando começou a afundar, Pedro clamou pela ajuda de Jesus: “Senhor, salva-me” (14.30). Não adiantaria pedir ajuda a outra pessoa. Pedro clamou ao Senhor e foi salvo da morte. Da mesma forma, em se tratando de salvação das nossas almas, só Jesus pode nos ajudar, pois só ele é o Salvador. Está escrito: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm.10.13).

Naquele momento, todos os discípulos foram salvos, porque Jesus entrou no barco e o ventou cessou. Aquela circunstância tão adversa foi útil para que eles conhecessem um pouco mais sobre Cristo, seu poder e sua divindade (14.33). Assim acontece conosco. Deus permite que passemos por situações difíceis para que tenhamos novas experiências pela fé e o conheçamos um pouco mais. Teremos, então, novos motivos para louvá-lo e adorá-lo.

O versículo 34 nos diz que eles chegaram ao outro lado do mar. Sozinhos não conseguiriam, mas, com Jesus no barco, a chegada é garantida. Não vamos desistir nem naufragar. Muito além de alcançar nossos objetivos neste mundo, o mais importante é que, com Jesus, chegaremos ao reino celestial e com ele viveremos eternamente.


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2 comentários:

Pr. Fábio Rogério disse...

Meu colega, pastor que Deus continue abençoando teu ministério, parabéns pela mensagem, muito rica em detalhes importante para as vidas que iram ler.

mundo cristão disse...

Paz Do Senhor meu amigo, muito profundo essa mensagem viu, que Deus continue lhi dando sabedoria, e se possivel eu tenho um blog, da um passada la e leia os pots de umas mensagens que Deus nos deu...

http://mundocristaokairos.blogspot.com/