quinta-feira, 31 de março de 2011

Derrubando os gigantes pelo poder da fé


Davi X Golias - Derrubando os gigantes pelo poder da fé

O povo filisteu foi um dos maiores inimigos de Israel no período do Antigo Testamento. A Filístia era habitada por descendentes de Cão, filho de Noé (Gn.10.14). Em virtude da maldição que pesava sobre eles, seu território se tornou parte da terra prometida por Deus a Israel (Gn.9.25; Js.13.1-2). Este era, portanto, o maior motivo das guerras entre as duas nações.
Na época do rei Saul, os filisteus se levantaram contra Israel (ISm.17.1), e seu principal soldado era um gigante: Golias, que media três metros de altura. Ele desafiou os israelitas, com aparência assustadora e palavras de ameaça, causando espanto e medo (I Sm.17.11,24). O povo de Deus se impressionava pelo que via e ouvia, deixando de viver por fé.
Todo o exército de Israel não conseguia vencer aquele único homem. Que vergonha! Era uma situação de afronta e humilhação extrema (ISm.17.25). Esvaiu-se a glória dos comandantes. De nada adiantaram os treinamentos, as estratégias e a força das armas. O rei Saul, embora fosse o israelita mais alto (ISm.9.2), era incapaz de derrotar o gigante.
Como se poderia compreender aquela situação? O povo de Deus estava sendo afrontado por uma nação ímpia. A explicação é que Israel não destruiu os filisteus na época de Josué, conforme a ordem de Deus (Js.13.1-2). Aquilo que não resolvemos no tempo certo acaba crescendo e se tornando um problema gigante.
Em meio àquela situação difícil, Davi se prontificou para combater o filisteu. Um pequeno servo de Deus enfrentaria um grande inimigo. O que define a batalha não é a nossa estatura, mas o tamanho do Deus a quem servimos. "Maior é o que está em nós do que o que está no mundo" (IJo.4.4).
Gostaríamos de não encontrar gigantes pelo caminho, mas, se não encontrássemos, também não teríamos grandes vitórias na vida.
No primeiro momento, as pessoas não deram crédito a Davi, pois o julgavam pela aparência. Ele era formoso, porém pequeno. Era o mais novo dos filhos de Jessé e não fazia parte do exército (ISm.17.14). Recebeu apenas a simples tarefa de levar um lanche para seus irmãos (ISm.17.17).
Na seqüência, observamos que Eliabe, Saul e o próprio Golias expressaram opiniões negativas sobre Davi (ISm.17.28,33,42). Entretanto, Deus tinha uma opinião positiva sobre aquele jovem. Davi não deu ouvidos a todas aquelas palavras malignas a seu respeito, mas ficou firme em sua convicção espiritual, demonstrando fé, coragem, ousadia, iniciativa e determinação. Não ficou limitado às palavras e à fé, mas partiu para a ação, sendo o único a se oferecer para enfrentar o gigante.
Acima daquilo que se diz a respeito do servo de Deus, importa o que ele, de fato, é. Percebemos, no episódio, alguns traços importantes do caráter de Davi. Ele era submisso e obediente ao seu pai. Era trabalhador, cuidando das ovelhas. Estava disposto a servir, levando o alimento para seus irmãos. Era corajoso, pois não se negou a correr riscos indo ao campo de batalha. Era solidário e participativo. Ele poderia considerar que o gigante era um problema dos soldados. Contudo, o jovem tomou uma postura em defesa do interesse coletivo, entrando numa guerra que não era particularmente sua. Poderia apenas entregar o suprimento de seus irmãos e ir embora. Entretanto, ele tinha visão, percepção das oportunidades, para fazer mais do que lhe tinha sido ordenado.
Na hora do confronto, o que pesou foi sua história de relacionamento com Deus, além da fidelidade presente. Não podemos depender apenas de um clamor no momento do aperto, embora isto possa até funcionar. Davi tinha uma vida de dedicação ao Senhor e obteve experiências com ele antes daquele dia. Seu currículo era significativo. Tendo enfrentado o leão e o urso, o jovem pastor estava convicto de que venceria também o filisteu (ISm.17.34-37). As experiências de ontem ajudam a nossa fé hoje. Naquele momento, Davi tomou uma posição de defesa do rebanho de Deus: o povo de Israel.
Saul ofereceu-lhe seus apetrechos de guerra (ISm.17.38), mas aquela batalha não poderia ser vencida simplesmente com os recursos bélicos habituais. Um milagre seria necessário. Em algumas situações, as soluções humanas parecem inadequadas e insuficientes. É quando as esperanças parecem acabar e o fundo do poço fica cada vez mais perto. O que funcionou em outros momentos, agora não resolve. Em ocasiões assim, só Deus pode nos ajudar.
As armas de Saul não serviam para Davi. Aliás, nem para o rei elas estavam adiantando. Quais são as nossas armas? As mesmas do ímpio? Usamos de engano, desonestidade e trapaça para conseguir nossos objetivos? Em que acreditamos? No nosso conhecimento intelectual, força física e influência pessoal? Estamos confiantes no dinheiro, no emprego e nas posses materiais? Nossa fé deve estar depositada no Senhor. Daí em diante, ele pode usar qualquer coisa, até mesmo uma pedrinha, para nos conduzir à vitória. Deus vai usar o que estiver nas nossas mãos. Ainda que seja pouco, será o suficiente.
"Embora vivendo em carne, não militamos segundo a carne; porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruição das fortalezas" (IICo.10.4).
Nossas armas devem ser aquelas que Deus determinou: a Palavra,a oração,o jejum,a fé, a verdade, a justiça,etc (Ef.6.10-18). A tudo isso, acrescente-se a vigilância e a perseverança. Se o soldado ficar distraído ou dormir no campo de batalha, suas melhores armas serão inúteis. O mesmo acontecerá se ele desanimar e desistir no meio da luta.
Devemos usar todas as armas espirituais e não apenas uma delas. Por Exemplo: se alguém usa a palavra de Deus, mas não pratica a justiça ou, se tem fé, mas não fala a verdade, não poderá vencer. Seria como usar a couraça, mas esquecer o capacete. O guerreiro ficaria vulnerável a um ataque fatal.
A oração é uma arma, mas, em muitos casos, não substitui a ação. Davi sempre orava e louvava a Deus, como se vê nos salmos, mas, naquele momento específico, ele precisava agir. Outro exemplo é o caso de Moíses que diante do mar vermelho orou ao Senhor e Este o repreendeu dizendo:"por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem"(Êx 14:15).Aprendemos com este episódio que há o momento da oração,mas também o momento da ação!
Davi enfrentou Golias em nome do Senhor dos exércitos. Ele colocou o nome de Deus em evidência e não o seu próprio nome. Caso contrário, seria derrotado. Se dependermos no nosso próprio poder ou se buscarmos a nossa própria glória, não venceremos. Em todas as nossas lutas, devemos colocar o Senhor em primeiro lugar, no propósito de dar a ele toda honra e todo o crédito pela vitória, pois somos apenas instrumentos do seu poder.
Davi não vacilou, não duvidou nem correu da batalha. Enfrentou o gigante e deu-lhe uma pedrada certeira, derrubando-o por terra. Nós também podemos derrubar os gigantes que nos ameaçam. Para isso, precisamos crer e partir para o ataque.
Golias pode ser comparado às hostes espirituais da maldade e também aos grandes desafios que surgem diante de nós.
Aquele grande problema teve uma conseqüência valiosa. A crise tornou-se a oportunidade que Davi teve para ser conhecido por sua nação. Sem aquele episódio, ele continuaria sendo apenas mais um súdito anônimo no reino de Saul. Matar o gigante foi seu primeiro passo público em direção ao trono.
Precisamos encarar de modo mais positivo as tribulações e desafios que nos sobrevêm. Eles são nosso passaporte para posições mais altas. O potencial que existe em nós, seja pelo aspecto humano e, principalmente, pela ação do poder de Deus, só vai se manifestar diante das adversidades da vida, e, quanto maiores, mais eficientes nesse sentido, desde que tenhamos as atitudes corretas.
Precisamos identificar nossos gigantes e adotar uma postura de fé e ação. Vamos contra eles em nome do Senhor Jesus, pois já somos mais do que vencedores.

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