quinta-feira, 20 de março de 2008

Atletas de Cristo: Três Testemunhos


Jojó de Olivença

O mar sempre me fascinou, mas eu não queria nada com o Criador do mar porque morria de vergonha virar crente. Achava que no dia em que me ligasse na de Cristo teria de virar um tremendo careta e largar o surfe junto com tudo de bom que a vida tem. Mas no fundo minha vida era muito sem graça... todo dia a mesma coisa: um círculo vicioso que não me dava satisfação. Minha alegria durava pouco, e eu voltava ao mesmo vazio de antes. Meus pais me falavam muito do evangelho. Eu achava que esse papo de ser cristão não colava comigo. Eu sabia que tinha um Deus e que precisava de um encontro pessoal com ele, mas só quando estivesse velhinho...
Quando já era surfista profissional, fui visitar meu irmão. Ele se tratava do vício das drogas internado numa casa de recuperação chamada Desafio Jovem de Feira de Santana. Lá eu vi um monte de gente com a cara transformada, eles tinham uma alegria e uma paz tão contagiantes que saí de lá irremediavelmente contaminado. Foi então que eu comecei a sentir medo da morte e de partir para a eternidade sem Deus. Decidi me entregar a Jesus por inteiro. Convidei-o a entrar na minha mente, coração, no meu sangue. Fiquei cheio dele na minha vida. Comecei a ler e a praticar a Bíblia. "De cara serei proibido de andar sem camisa! Ir à praia, então, nem se fala!", receava eu... Mas ao mesmo tempo tinha a convicção de que surfar era o que Deus reservava pra minha vida. Enquanto orava e encucava se surfar era bênção ou maldição, Deus me deu uma resposta instantânea: o título de campeão brasileiro de surfe, em 1988. Eu não era ninguém, mas Deus me pôs lá. Foi um presente e tanto! Deus me dera o dom de saber ficar sobre as ondas e isto seria motivo de bênção pra mim e muito mais gente. Fui viciado durante oito anos. Mexi com maconha, cocaína e enchia a cara pra valer.
Quando conheci a Jesus e descobri que confiar nele é o maior barato. Meus olhos se abriram e percebi que tudo o que eu tinha antes era uma máscara muito grande. Com isso, a máscara caiu na hora e fui liberto. Para quem era tão pobre que só pegava onda em tábuas de madeirite e ganhou sua primeira prancha como prêmio numa competição, Deus deu o título de campeão brasileiro. Para um cara feio, magro e triste por causa das drogas, Deus deu alegria, muita saúde, energia física e a beleza do brilho no olhar. Para quem era escravo do sexo sem ter um amor de verdade, Deus deu Adriana, uma jóia rara, com quem me casei e constituímos uma linda família. Com Cristo as coisas vão sempre se encaixando.







Jorginho

A Colômbia vencia por 1X0 e com este resultado o Brasil estava fora das Olimpíadas. A partida estava no segundo tempo e o time deles já começava ensaiar um olé para cima da gente. Àquela altura os onze brasileiros em campo davam nítidos sinais de cansaço e esgotamento físico. Precisávamos da vitória, mas como virar um jogo numa altitude daquelas? Jogar na Bolívia a mais de 3.500 metros de altura não é nada fácil. Você puxa o ar, ele não vem.
Bebeto recebeu a bola perto da grande área e pela característica do lance sabia que iria lançar na ponta. Já estávamos acostumados a fazer aquela jogada no Flamengo: ele atraía a marcação e eu aparecia de surpresa na lateral, recebendo o passe e cruzando nas costas dos zagueiros, pegando a defesa desprevenida. No Maracanã a jogada ensaiada funcionara diversas vezes, mas será que iria acontecer o mesmo na Bolívia, com meu corpo beirando o bagaço de tão cansado?
Respirei fundo, corri e orei. Senhor, preciso chegar naquela bola. Bebeto lançou. A bola parecia um coelho veloz, querendo fugir pela linha de fundo. Senhor, só mais esse pique, implorei, enquanto corria. Higuita deixou o gol, mas consegui chegar antes e mandei a bola para o fundo da rede. Era o gol de empate do Brasil! Na garra, viramos o marcador, seguramos o resultado e garantimos o título do torneio e a vaga do Brasil para as Olimpíadas de Seul.
De lá para cá, foram tantos jogos, tantas disputas, e tantas viagens, que até perdi as contas. Dou graças a Deus por ter participado de times vencedores, como o Flamengo da era Zico e do Bayern de Munique; além de ter disputado uma Olimpíada e duas Copas do Mundo. Agradeço a Deus por ter podido atuar na Seleção Brasileira, pregando a Sua palavra por onde passei. Essa Palavra e esse Deus, conheci através de verdadeiros milagres em nossa casa.
Nasci no Rio de Janeiro e praticamente não conheci meu pai, que faleceu quando eu era muito novo. O que conheci de perto foram dificuldades e problemas, principalmente aqueles provocados por meu irmão mais velho, Jaime, que era alcoólatra e sempre retornava transtornado, quebrando tudo o que encontrava pela frente. Quando estava embriagado Jaime era portador de uma força descomunal e fazê-lo parar era um verdadeiro teste de resistência física emocional. Quantas madrugadas tristes enfrentamos, por causa da bebida. Nossas forças já haviam se esgotado, fazia tempo. Era como se o placar estivesse dez a zero para o adversário, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo. Nada podíamos fazer e nem sabíamos se resistiríamos mais uma noite. Mas Deus podia inverter esse placar.
A primeira intervenção do Senhor foi livrar Jaime da morte, depois de um atropelamento horrível na Avenida Brasil. Nunca esquecerei o dia em que vi o papa-defuntos - aquele carro -geladeira do Instituto Médico Legal - chegando para buscar o corpo de Jaime. Os funcionários da prefeitura ficaram surpresos ao saber que ele ainda estava vivo, já que seus dois amigos haviam falecido na hora, no local do acidente. A segunda veio com a libertação do Jaime do alcoolismo. Uma noite ele chegou para a família e disse: a partir de hoje, não bebo mais. Jesus me libertou do vício. De fato, daquele dia em diante, Jaime nunca mais voltou a por uma gota de álcool na boca, além de mudar completamente. Sim, Deus atuara na vida do meu irmão. Como negar tal fato?
E atuou na minha vida também. Naquela época eu treinava a semana inteira e no dia do jogo, minutos antes da partida iniciar, sentia o corpo travar. Não conseguia sequer andar e, daquele jeito, como é que poderia correr atrás de uma bola? Nada havia que me livrasse daquelas dores. No jogo da volta do Zico ao Flamengo, eu estava bem fisicamente e muito disposto para jogar a partida festiva que reunia craques como Maradona, Falcão, Rummenige e Gentile, entre outros grandes nomes do futebol mundial. A Copa do Mundo de 86 se aproximava e aquela era uma grande chance de mostrar serviço. Só que mal peguei na bola, as dores voltaram, o corpo travou, e tive que sair de campo carregado numa maca, chorando bastante. Naquela mesma noite decidi seguir a Jesus Cristo.
Ele transformou minha vida de forma radical: as dores sumiram, para nunca mais voltar! Pude levar minha carreira adiante, com a certeza de que não estava acabado precocemente para o futebol. Estava sim era iniciando uma longa jornada de conquistas e de vitórias, confiando em Jesus Cristo. Eu que era um Bad Boy recordista de cartões vermelhos na defesa do Flamengo, encontrei uma paz de espírito tão grande que refletiu no meu estilo de jogar. Como resultado ganhei de FIFA, alguns anos mais tarde o prêmio Fair Play como o jogador mais leal do mundo por ter jogado quatro temporadas no futebol alemão sem tomar nem um só cartão vermelho.




Lúcio

Antes mesmo de me tornar um jogador de futebol, minha mãe me levou a uma igreja evangélica em Brasília. Imediatamente eu senti que queria fazer parte daquilo. Foi ali que percebi a necessidade de desenvolver um relacionamento pessoal com Jesus e entreguei minha vida a Ele.
Ser cristão tem ajudado na minha carreira no futebol. Houve uma mudança total em minha vida desde que me tornei cristão. Antes disso não havia disciplina em minha vida, eu tinha uma baixa auto-estima e eu não tinha confiança nas coisas que eu fazia no dia a dia. Hoje, além de andar com Jesus, eu desejo ser mais disciplinado e mais perseverante em perseguir meus objetivos. Quando as coisas não vão bem e eu não sei o porquê, mais adiante eu entendo que é Deus trabalhando em minha vida, me guardando, protegendo, e preparando para mim bênçãos maiores no futuro. Quem pensa que tem tudo e não tem Jesus, não tem nada.
Quem tem Jesus tem paz e felicidade. Com Jesus no coração você não tem nada a temer. Esta pessoa, sim, tem tudo na vida. Eu penso que isto é a coisa mais importante. Num jogo de futebol é necessário que você dê o máximo de si e que faça tudo com responsabilidade. Assim, as vitórias virão, mas também haverão derrotas. A partir do momento que pisa em campo, algum resultado você vai obter. Quando você perde, tem que analisar o porquê. Eu não acho que existe algum motivo para perder a esperança porque perde uma partida.
Existem 3 resultados possíveis: a vitória, a derrota e o empate. Qualquer um que joga futebol tem que aceitar isso e se esforçar para obter o melhor resultado possível. Paralelamente a isso, você tem que aproveitar as oportunidades para crescer na sua profissão. É necessário caráter e fé em Deus para ser um jogador de futebol profissional. As dificuldades são muitas, e você tem obrigações e uma tarefa dentro de campo. A gente tem que saber manejar bem com os momentos difíceis, rejeição, humilhação. Você tem que ter força pra lutar e vencer estas dificuldades e acima de todas as coisas você tem que propagar o Reino de Deus.
Existe uma passagem no Salmo 1 que diz: " Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria" Eu acho que este verso reflete muito do que acontece em minha própria vida, porque tudo acontece no momento certo. Eu acho que a coisa mais importante na vida de uma pessoa é saber que existe um único caminho seguro.
Este caminho é Jesus.

www.atletasdecristo.org

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