Apresentar evidências para a nossa fé (1 Pedro 3:15) constitui um componente importante para o evangelismo. Às vezes, dada a nossa cultura secular, temos que fornecer provas e argumentos para demonstrar que nossa fé é credível e digna de discussão. Aqui devemos nos concentrar na hipótese da ressurreição, a saber, que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos.

Evidências históricas e abordagem dos fatos mínimos.
Quando os historiadores desejam aprender sobre Jesus, eles recorrem ao Novo Testamento. Isto, explica Bart Ehrman, “não é por razões religiosas ou teológicas … É por razões históricas, pura e simpl
es” (Ehrman, 2000: 229). Quando olhamos para essa evidência, não assumimos que seja a palavra inspirada de Deus, mas simplesmente os abordamos como documentos históricos.
O consenso acadêmico afirma quatro fatos sobre Jesus que precisamos rever. O exegeta Gary Habermas analisou mais de 3000 artigos acadêmicos e, assim, encontrou vários fatos que “são tão fortemente atestados historicamente que são concedidos por quase todos os estudiosos … mesmo os mais céticos” (Habermas & Licona, 2004: 44).
Estes fatos são conhecidos como os Fatos Mínimos. São eles:
• A crucificação de Jesus.
• O enterro de Jesus.
• Tumba vazia de Jesus.
• Aparições post-mortem de Jesus.
Sobre o Fato (1), explica o professor James Dunn, “é um consentimento quase universal” (Dunn, 2003: 339), enquanto, de acordo com o professor ateu Ludemann, a “crucificação é indiscutível” (Ludemann, 2004: 50). Mesmo teólogos extremamente liberais como Dominic Crossan afirmam: “ Que ele foi crucificado é tão certo quanto qualquer coisa histórica pode ser.”
É comprovado em ao menos de 11 fontes históricas independentes. Quanto mais fontes temos sobre um evento histórico, mais provável é que tenha ocorrido.
“Os historiadores geralmente ficam bastante felizes em ter duas fontes independentes para tais eventos” (Craig, 2009), imagina diversas delas?
O fato (2) diz respeito ao enterro de Jesus, que é comprovado em fontes muito antigas (um credo em 1 Cor. 15 e a narrativa de Pre-Marcos). Além disso, é independente atestada em Mateus e Lucas, Atos e João. John Robi
nson explica que o enterro é um dos “fatos mais antigos e melhor atestados sobre Jesus” (Robinson, 1973: 131).

O fato (3) diz respeito ao túmulo vazio. Ao contrário desses outros fatos que comandam o consenso universal acadêmico (1, 2 e 4), o túmulo vazio é afirmado por 75% dos historiadores. No entanto, o sepultamento é atestado de forma independente em um credo pré-paulino (1 Cor. 15: 1-11), a Narrativa da Paixão em pre-Marcos e nos sinópticos (Marcos, Mateus, Lucas) e João.
Habermas explica que “pelo menos três, se não quatro, dessas fontes evangélicas” atestam o túmulo vazio, por isso, porque é “levado tão a sério pelos estudiosos críticos contemporâneos” (Habermas, 2005). Além disso, nós temos a atestação do inimigo de que o túmulo estava de fato vazio. Em outras palavras, o que os judeus estavam dizendo? Que os discípulos roubaram o corpo. Isso não é somente reportado no evangelho de Mateus, mas os escritores Tertuliano e Justino Mártir também relatam isso como sendo uma acusação frequente por parte da comunidade
 judaica.
Quanto ao fato (4), o consenso sustenta que Tiago, Paulo e os discípulos tiveram experiências da ressurreição de Jesus. O historiador James Crossley diz que essas aparências da ressurreição são “as mais fortes, e melhores evidências que temos” (Crossley, 2015).
Nove fontes independentes atestam a aparição da ressurreição de Jesus para Paulo, Tiago e seus discípulos. Somente um evento desse porte poderia também explicar a mudança repentina de vida dos apóstolos. Tiago não cria em Jesus, de acaba virando bispo da igreja em Jerusalém. Pedro e os outros tinham fugido, e após ver Cristo ressurrecto, mudam completamente e passam a correr risco de vida para propagar essa mensagem. Paulo era um perseguidor da Igreja, e teve a vida transformada.
A Hipótese da Ressurreição.
Então, o que melhor explica os Fatos Mínimos (3) e (4)? Tradicionalmente, os críticos propuseram hipóteses, mas das quais são insuficientes. A hipótese de Swoon diz que Jesus nunca morreu, mas apenas desmaiou. Isso, no entanto, não explica o fato (4), como uma pessoa gravemente ferida, Jesus jamais convenceria os primeiros discípulos de sua ressurreição corporal. A hipótese da alucinação, a saber, que os discípulos alucinavam o Jesus ressuscitado, não explicam o fato (3), o túmulo vazio. Alternativamente, a hipótese de ressurreição explica adequadamente os fatos (3) e (4), e, portanto, é mais abrangente no escopo explicativo com sólida base histórica.
Por fim, devemos considerar a probabilidade. Agora, considerando os fatos mínimos, é altamente improvável que tenhamos fatos (3) e (4) se Jesus nunca tivesse ressuscitado dos mortos. Em outras palavras, dados os fatos (3) e (4) é mais provável que Jesus ressuscitou do que ele não ressuscitou, o que certa
mente dá credibilidade à hipótese da ressurreição.

Conclusão:
Mesmo numa análise superficial dos fatos históricos, podemos ver que as evidências apontam para a verdade da ressurreição. Numa análise fria dos dados, é muito mais coerente e provável crer que Jesus de fato ressuscitou corporalmente dos mortos, do que jogar fora toda a evidência histórica.
As pessoas geralmente partem de pressuposições e preconceitos ao negar a ressurreição, e não se preocupam com o que dizem as evidências.

Sem a ressurreição o cristianismo nunca teria sobrevivido, até mesmo o apóstolo Paulo diz: “Se Cristo não ressuscitou, em vã é a vossa fé.”
Mas temos a fé, a história, a análise crítica e as evidências ao nosso favor.
Traduzido e adaptado de Jamesbishopblog.com