quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O presidente nigeriano diz que a situação do país é pior do que no tempo da guerra do Biafra

O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, admitiu que a situação do país "é pior do que a guerra civil" dos anos 60. Falando numa cerimónia religiosa em honra das forças armadas, o líder nigeriano afirmou que o grupo islamista Boko Haram, responsável por ataques mortíferos contra cristãos, tem apoios e simpatias nos órgãos do poder.
"Alguns deles estão no executivo, alguns estão no parlamento, outros atuam no seio do sistema judicial, outros ainda nas forças armadas, polícia e serviços de segurança", disse Goodluck Jonathan, que é cristão. A guerra civil, conhecida por guerra do Biafra, provocou um milhão de mortos.
A instabilidade na Nigéria deve-se sobretudo ao surto de violência religiosa no norte do país, mas muitas pessoas estão a protestar contra o fim dos subsídios para combustíveis, que tornava a gasolina mais acessível. A medida foi anunciada a 1 de Janeiro e é a causa de uma greve geral marcada para amanhã, que já provocou escassez de carburante, devido ao açambarcamento. O governo diz que vai poupar 8 mil milhões de dólares, cerca de 6 mil milhões de euros.
As estações de serviço estão vazias porque muitos nigerianos correram a encher os depósitos. A Nigéria é o maior produtor de petróleo em África e os protestos devem-se ao facto das pessoas considerarem o combustível subsidiado como único fruto dessa produção, que beneficia sobretudo a elite corrupta.
O conflito social pode aumentar a insegurança, mas a Nigéria enfrenta sobretudo uma onda de violência de caráter religioso. Os ataques dos radicais do Boko Haram visam a comunidade cristã e sucedem-se desde o Natal, tendo provocado mais de 80 mortos no norte do país, onde a maioria da população é muçulmana.

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