quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mahmoud Ahmadinejad, reivindicou nesta quarta-feira uma nova ordem mundial

Ao lado de Raúl Castro, Ahmadinejad decreta fracasso do capitalismo
Em visita a Cuba, presidente do Irã afirmou que sistema está em decadência e atualmente se encontra em um 'beco sem saída'

EFE | 12/01/2012 10:36

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reivindicou nesta quarta-feira uma nova ordem mundial diante do "fracasso" e da "decadência" do sistema capitalista, durante uma visita oficial a Cuba onde se reuniu com seu colega Raúl Castro. Como parte do giro que faz nesta semana pela América Latina, Ahmadinejad chegou na quarta-feira a Havana após estreitar laços com outros dois líderes "anti-imperialistas": o venezuelano Hugo Chávez e o nicaraguense Daniel Ortega.

Na Venezuela: Líder do Irã diz que acusações sobre programa nuclear são 'piada'

Foto: Reuters
Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, se reúne com líder cubano Raúl Castro
Na Nicarágua: Ahmadinejad participa de posse de Ortega para segundo mandato

Em Cuba, após aterrissar com um atraso de mais de duas horas que forçou mudanças em boa parte de sua agenda oficial, Ahmadinejad recebeu o título de doutor honoris causa em Ciências Políticas na Universidade de Havana.

Na instituição, o iraniano fez um discurso em que criticou o capitalismo, assegurando que ele é um sistema em decadência que atualmente se encontra em um "beco sem saída". "Quando falta a lógica, recorrem às armas para matar e destruir. Hoje em dia a única ação que sobrou ao sistema capitalista é matar. É um sistema que está praticamente em fracasso e em decadência", disse o presidente iraniano.

Em seu discurso, Ahmadinejad não fez referência alguma às acusações da comunidade internacional sobre seu programa nuclear, que se intensificaram nos últimos dias depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que Teerã iniciara a produção de urânio enriquecido a 20% em sua nova usina de Fordo. O líder do Irã também não se referiu ao atentado de quarta-feira em seu país, onde foi assassinado o cientista Mostafa Ahmadi Roshan, um dos responsáveis pela usina nuclear de Natanz, a maior do Irã.

Reação: EUA negam envolvimento em ataque que matou cientista iraniano

Por outro lado, Ahmadinejad defendeu a necessidade de desenvolver uma nova ordem mundial baseada na justiça e no respeito a todos os seres humanos, e convidou Cuba e seus universitários a trabalhar junto aos iranianos para conseguir isso. "Temos de estar acordados, alertas. Se não planejarmos a nova ordem do mundo, serão os herdeiros dos donos de escravos e os capitalistas que controlarão e nos imporão o novo sistema", acrescentou.

Posteriormente, e com três horas e meia de atraso em relação ao horário previsto, o presidente cubano, Raúl Castro, recebeu seu colega iraniano no Palácio da Revolução, em Havana.

Não há confirmação oficial, mas é possível que o atraso tenha sido causado por uma reunião anterior entre Ahmadinejad e o ex-presidente Fidel Castro, de 85 anos, que se afastou do poder em 2006 por causa de uma doença intestinal.

Ahmadinejad visitou a ilha pela primeira vez em setembro de 2006 para participar da 14ª Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados e, naquela ocasião, também se reuniu com o líder da Revolução Cubana, que se encontrava convalescente da grave doença que o obrigou a delegar o poder a seu irmão Raúl.

O presidente da Irã compartilha com Cuba sua posição "anti-imperialista" frente aos EUA, o que fez o governo da ilha apoiar em diversas ocasiões o direito do Irã ao uso da energia atômica, desde que seja com fins pacíficos. Por sua parte, Fidel dedicou muitos artigos de sua série "Reflexões" a alertar sobre a possibilidade de que um eventual ataque de EUA e Israel contra o Irã provoque uma guerra nuclear que, segundo sua opinião, teria consequências catastróficas para o planeta.

Quanto à cooperação bilateral, Cuba e Irã realizaram em setembro de 2010 uma reunião em Havana na qual Teerã elevou a 500 milhões de euros sua linha de créditos à ilha para programas de indústria, comércio, energia, saúde, biotecnologia e sistema bancário, entre outros. Depois de Cuba, o presidente iraniano vai ao Equador, na última parte de seu giro latino-americano.

Fonte: iG › Último Segundo

Nenhum comentário: