sexta-feira, 13 de junho de 2014

MISSIOLOGIA

MISSIOLOGIA

Por: Pr. Valter José G. da Silva

Bacharel em Teologia Pela Faculdade FAIFA.
Bacharel em Teologia Pelo Seminário Maior de Ensino Teológico do Pantanal (IBA).
Autor dos Livros: Teologia da Liderança Cristã – Teologia do Jejum e da Oração – Discipulado – Homilética, (SETEFA) – Manual de Mensagens – O que são Mensagens Subliminares – Filho de Pastor.


1 - Visão Panorâmica.

Missiologia: é a ciência que tem por objetivo o estudo da grande comissão dada por Cristo Jesus em sua Igreja. A missiologia dedica-se, principalmente, ao caráter transcultural da tarefa evangelizadora. É o estudo da obra missionária ordenada por Jesus Cristo aos seus discípulos, no sentido nacional e transcultural (MT. 28. 19 / MC 16. 15 / AT 1. 8).
O estudo de missiologia é de fundamental importância, por se tratar da tarefa suprema da igreja, que é a evangelização dos povos. Durante muitos anos, ouvimos falar essa conhecida frase: “Missão esta no coração de Deus”. Nós sabemos que o interesse de Deus sempre foi, e sempre será, alcançar a todos os povos, raças, nações e tribos de todas as línguas. Entretanto, nesses últimos dias, Deus está interessado em saber se missões estão também em nossos corações. O ponto fundamental da missiologia é definir as estratégias e os parâmetros da grande comissão dada por Jesus, tais como: Quem envia e quem é enviado; quais são os obstáculos das missões contemporâneas; como será o alcance dos povos não alcançados e a evangelização de todos os povos, de uma maneira geral.
Deus fez o papel do primeiro missionário, quando desceu até o Jardim do Éden e proclamou o evangelho aos pais de toda raça humana, escondida nos lombos de Adão. Depois disso, Jesus fez o papel de enviado, quando completou a missão daquele que o lhe confiou.
O Espírito Santo é o agente das missões contemporâneas. Entretanto, aprendemos que a trindade formou o primeiro concílio missionário.
2 - Deus, o Primeiro Missionário.
Toda criação de Deus é importante. Porém, Deus escolheu o homem de um modo especial, formando-o à sua imagem e semelhança (Gn. 1. 26 - 28).
Deus criou os seres angelicais, com graus distintos de responsabilidades e autoridades. Deu a um querubim uma formosura jamais vista nos outros anjos e sabedoria esplêndida (Ez. 28. 12-17). Esse anjo atuava como primeiro ministro de Deus, tendo além das qualidades citadas, grande poder e livre arbítrio. Mas, com tanto poder e formosura, Lúcifer, conforme ficou conhecido, ficou tão deslumbrado com o que Deus lhe dera, que desejou “ser semelhante ao altíssimo” (Is. 14. 14), com isso encabeçou uma rebelião jamais vista em toda história, com o propósito de estabelecer um reino espúrio, juntamente com os anjos que lhe acompanharam nesta rebelião (Ap.12:4-9). Por ter incitado a rebeldia, Lúcifer, agora chamado de Satanás, recebeu o juízo de Deus e a expulsão dos céus. Tempos depois da rebelião, Deus fez outra criação, a qual também concedeu livre arbítrio: o homem. Ao criá-lo, Deus mostrou o seu cuidado especial: fez um jardim de delícias para a sua nova criação habitar. Satanás, observando isso, encheu-se de ira e ciúme, e partiu para perturbar e atacar o homem, a nova criação de Deus.
Deus estabeleceu um relacionamento de companheirismo, e comunhão com Adão e Eva, no Jardim do Éden, mediante o amor. Para que eles continuassem esse relacionamento com Deus, teriam apenas que passar na prova de obediência total à vontade divina, mas eles falharam. Com a queda, o amor de Deus escreveu e história da redenção. Pois Ele já havia previsto a possibilidade do homem pecar e idealizou um meio para resgatá-lo. E foi assim que Deus desceu ao Jardim do Éden, naquela tarde sombria, e proclamou, como autêntico missionário, a primeira mensagem evangelística, registrada em Gênesis 3.15, "...porei inimizade entre ti e a mulher, entre a sua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar”. Esta é a primeira referência a Cristo na Bíblia, relacionando a derrota de satanás, a sua sentença e as boas novas da vitória sobre o fracasso.
Naquele momento, Deus estava anunciando Cristo a todos os descendentes de Adão, que iriam nascer no decorrer dos séculos.

3 - Jesus, o Missionário enviado por Deus. 
Em João 3. 16, encontramos o plano de Deus se caracterizando, ao enviar o seu único Filho ao mundo, para construir a história da redenção, numa inexplicável expressão de amor, a ponto, do apóstolo João, que soube tão bem descrever a cena apoteótica do amor de Deus, ter usado a expressão “de tal maneira”, como uma forma de tentar explicar a profundidade do amor de Deus ao mundo. Amor este que ultrapassa as fronteiras culturais, racionais e lingüísticas, não se restringindo a uma raça, nação ou grupo cultural especifico. Ele ama a todos os povos e deseja que todos os homens se arrependam e sejam salvos, mediante a obra realizada por Jesus Cristo.
Conforme o texto de (2Pd. 3. 9) "...Ele é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se".

4 - A Grande Comissão feita por Jesus Cristo.
Após a ressurreição, o Senhor Jesus Cristo priorizou três ordens aos discípulos, a saber: "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15). "Ide, portanto fazei discípulos de todas as nações" (Mt. 28. 19). "E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém..., até aos confins da terra". (At. 1. 8). Estas três passagens bíblicas são suficientes para descrever as prioridades do Senhor Jesus, que é a evangelização do mundo. Antes mesmo da ressurreição, o Senhor Jesus Cristo já havia dito que primeiro, o evangelho seria pregado a todas as nações e depois viria o fim (Mt. 24. 14). Já naqueles dias, o Senhor Jesus sentia tanto a necessidade da obra missionária que certa vez, ao olhar para seara, e ainda faltando quatro meses para a colheita! Já via os campos brancos para a ceifa: “Não dizeis: Ainda há quatro meses até a ceifa? Eu vos digo: Erguei os vossos e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa” (João 4. 35).
5 - Espírito Santo, o Propagador das Missões.

O livro de Atos dos apóstolos menciona os grandes feitos dos apóstolos no início do cristianismo, em Jerusalém. Nós sabemos, entretanto, que os discípulos nada fariam se não fosse o preceito dado pelo Senhor Jesus, antes da sua ascensão aos céus: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vos o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda Judéia, Samaria, e até os confins da terra" (At. 1. 8).
Após terem sido cheios do Espírito Santo, o mundo foi alcançado pela pregação do evangelho, e isso se deve ao grande propagador de missões, o Espírito Santo. É ele o maior incentivador da obra missionária, pois impulsiona, encoraja e chama os missionários, nós percebemos tal afirmação no livro de Atos, capítulo 13, quando a Igreja de Antioquia estava reunida: "Disse o Espírito Santo: Separai-me agora, Saulo e Barnabé, para obra que os tenho chamado” (At 13. 2). A missão do Espírito Santo é chamar os missionários, como também é convencer o mundo do pecado da justiça e do juízo (Jo. 16. 8).
Os missionários são enviados para pregar ao pecador, mas é o Espírito Santo quem os convence a aceitar a mensagem pregada pelos missionários.
6 - Bíblia, o Livro Missionário.

Sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria não só impossível, mas também inconcebível. Ela nos dá o mandato, o modelo e o poder para evangelização do mundo. A Bíblia não apenas contém o evangelho, como ela é o próprio evangelho (boas novas). Através dela, Deus está evangelizando, isto é, comunicando as boas novas ao mundo. Jesus mesmo ordenou aos seus discípulos, dizendo: “Ide por todo mundo pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15).
A Bíblia é o manual do missionário, sem ela não há salvação: “De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus" (Rm. 10. 17). ”E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8. 32), portanto a Bíblia é a ferramenta inseparável do bom soldado (Js. 1. 8).
7 - Missões no Antigo Testamento.

Já aprendemos no primeiro capítulo desta apostila que o Deus vivo, é um Deus missionário. E o maior exemplo de missões no Antigo Testamento, começa com o chamado de Abrão, cerca de quatro mil anos atrás.
Em Gênesis 12, começa a grande promessa feita a Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12. 1-4). A promessa de Deus, feita a Abraão se divide em três aspectos principais:
A promessa de uma terra.
A promessa de uma benção.
A promessa de uma posteridade.
Após Ló ter se separado de Abraão, Deus disse a esse: "Ergue os olhos e olha desde onde estás para norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente, porque toda essa terra que vês, Eu darei a ti, e a tua descendência, para sempre" (Gn. 13. 14 - 15), ali foi confirmada a promessa de uma terra a Abraão e sua descendência.
Em Gênesis 12. 1 - 4, aparecem cinco vezes as palavras: bênçãos e abençoar. A bênção que Deus prometeu a Abraão transbordaria sobre toda humanidade.
Um pouco mais tarde, Deus confirma a Abraão a promessa de sua posteridade, simbolizada como o pó da terra e como as estrelas do céu de tão inumerável que seria.
Deus cumpriu esta promessa, porque o pó da terra simbolizava a descendência natural de Abraão, os filhos de Israel, que nasceram através de seu neto Jacó (Gn. 32. 12).
As estrelas do céu simbolizavam a descendência espiritual, que são todos os que aceitam a Jesus Cristo, que é descendente de Abraão na carne (Gl. 3. 29), portanto a promessa de Deus feita a Abraão, dizendo: "Em ti serão bendita todas as famílias da terra" (Gn. 12. 3), se cumpre perfeitamente porque o Novo Testamento inicia-se dizendo:”Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão" (Mt. 1. 1). Todas as famílias da terra que aceitam Jesus se tornam também filhos de Abraão e herdeiros da mesma promessa dada a ele (Gl. 3. 7 - 29 / Rm. 4. 16 - 17).
Jesus Cristo é esta promessa missionária, feita por Deus no Antigo Testamento, ao afirmar: "Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa com Abraão, Isaac e Jacó no reino dos céus” (Mt. 8. 11-12).
8 - O chamado missionário de Israel .

Muitos acham que a visão missionária não soa tanto no Antigo Testamento. Isso se dá pelo fato de muitos não compreenderem que Deus estava preparando a nação de Israel como luz do mundo em meio aquele mundo pagão. Notemos isso em Êxodo 19. 4 - 6 / Salmos 67 e, principalmente em Gêneses 12. 1 - 3. Depois disso percebemos a história de Jonas, que foi enviado por Deus à cidade de Nínive, como autêntico missionário judeu, para pregar aos ninivitas. Ainda vemos a história de Isaías (Is. 6. 8), de Jeremias (Jr. 1. 5) e outros profetas.
O plano missionário de Deus para Israel, se dividia em três pontos:
Proclamar seu plano de abençoar as nações (Gn. 12. 1 - 3).
Participar do seu sacerdócio como agente dessa bênção (Ex. 19. 4 - 6).
Provar seu propósito de abençoar todas as Nações (Sl. 67).

O primeiro ponto mostrado acima contradiz as pessoas que defendem a teoria de que, no Antigo Testamento, a visão Missionária era extremamente nacionalista, pelo fato de Deus tratar de forma peculiar a nação de Israel.
Se observarmos a Bíblia, descobriremos que em seu primeiro capítulo, antes mesmo do homem pecar, a palavra dada a Adão e Eva foi esta: "E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundo, multiplicai-vos". Após o pecado essa benção foi quebrada pela maldição (veja o contraste entre Gênesis 1. 28 e Gênesis 3. 17), mas em Gn. 12. 3, com a chamada Abraão, Deus promete abençoar novamente todas as famílias da terra, através da descendência de Abraão (Israel): "Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.
O segundo ponto mostra o plano de Deus de usar Israel como intercessor das demais nações diante de Deus.
O terceiro ponto é o significado do Salmo 67, aplicado a todos os povos, por intermédio do que Deus havia dado a Israel, mostrado através dos sinais e das maravilhas. Isso é percebido, principalmente, quando Deus abriu o Mar Vermelho e o rio Jordão, estes fatos, fizeram com que todas as demais nações temessem ao Deus de Israel, fato que é comprovado pelo testemunho de Raabe "...porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do Mar Vermelho diante de vós, quando saístes do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seor e a Ogue que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isso, desmaiou o nosso coração e em ninguém há mais ânimo algum, por causa da vossa presença, porque o Senhor vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo da terra".
Atividades de Apoio
Faça uma redação sobre um personagem do Antigo Testamento, que tenha exercido missões.
Na pesquisa deve ter:
Tempo em que ele viveu.
De quem ele foi contemporâneo.
E porque, você o considera como um missionário.

9 - Missões no Novo Testamento.

Já aprendemos que o Antigo Testamento é uma base indispensável e insubstituível na tarefa missionária da Igreja, entre as nações e povos deste mundo. O Deus que no Antigo Testamento se identifica como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, e que revela a Moisés o seu nome pessoal Yahweh, é o Deus de todo o mundo. No Novo Testamento, nos é apresentado Jesus, o Salvador do mundo. Do ínicio ao fim, o Novo Testamento é um livro de Missões.
Os Evangelhos anunciam a chegada definitiva do reino dos céus, o livro de Atos dos Apóstolos anuncia a propagação deste reino e as Epistolas são instrumentos reais e autênticos do trabalho missionário dos apóstolos às Igrejas recém-inauguradas. Com base na própria pregação de Jesus pode-se afirmar que a obra missionária da Igreja, por todo o mundo, é a exata razão do intervalo entre a ascensão de Jesus e seu retorno como o Filho do Homem.
O mandado missionário do Evangelho de Mateus é a grande Comissão (Mt. 28. 19 - 20). O de Marcos é uma ordem imperativa: "Ide" (Mc. 16. 15). O de João é de que, se alguém não nascer de novo, não poderá ver o reino do céu (Jo. 3. 3).
10 - A Grande Comissão.

Em Mt. 28. 19 - 20, temos o registro da grande comissão dada por Jesus aos seus discípulos.
Dentre os vários aspectos dados por Jesus a essa Grande Comissão, queremos destacar dois pontos principais: Primeiro - Uma Ordem. Segundo - Uma promessa.
Uma ordem. "Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações” Este “Ide”, ordenado por Jesus é uma confirmação de Marcos16. 15, “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Isso é uma ordem imperativa. Jesus, após ressuscitar disse: “É me dado todo o poder no Céu e na Terra” (Mt. 28. 18). Nesse momento, Ele, como General vitorioso, não pediu aos seus discípulos para evangelizar, Ele deu uma ordem expressa: “IDE”.
Uma Promessa: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt. 28. 20). Ao mesmo tempo em que Jesus nos deu uma ordem, Ele nos consolou, dizendo que estaria conosco na execução de sua grande comissão. Não estamos sozinhos nesta missão, por isso devemos realizar o mais rápido possível o que o Senhor nos confiou, pois Ele está conosco em qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer dia que sairmos para fazer a sua obra, cumprindo a suprema tarefa da Igreja, que é a evangelização do mundo.

11 - A Igreja Primitiva Cumpriu a Grande Comissão?
No livro de Atos dos Apóstolos, encontramos a resposta para a pergunta feita acima. Milhões de cristãos julgam que o livro de Atos dos Apóstolos e o de Lucas registram a obediência dos doze Apóstolos à grande comissão. Mas, na verdade relatam a relutância dos mesmos em obedecê-la. Sabemos que os judeus sempre foram exclusivistas e este foi o grande obstáculo para a realização da grande comissão. Parece-nos que os doze apóstolos não entenderam a missão outorgada por Jesus a eles. Percebemos isso quando Cornélio mandou mensageiros buscarem a Pedro. Se não fosse a advertência que o Senhor havia feito a Pedro, através da visão do lençol (Leia At. 10. 9 - 16), ele não teria aceitado ir anunciar o evangelho, pela primeira vez, aos gentios.
O próprio Espírito de Deus advertiu a Pedro, dizendo: “Levanta-te, pois e desce e vai com eles, nada duvidando, porque eu os enviei” (At. 10. 20).
Quando chegou ao conhecimento dos apóstolos, em Jerusalém, e dos crentes, na Judéia, que Pedro havia pregado aos gentios, começaram a criticá-lo por sua atitude. Agora pergunto: será que eles já haviam esquecido que Jesus disse: "Ide até os confins da terra"? Na verdade queriam que o evangelho ficasse restrito somente aos judeus. Vejamos o que diz Gálatas 3. 26 -28: "Portanto os judeus e os gentios são unidos por Deus pelo sacrifício da morte de Cristo na cruz do calvário". 
12 - O Primeiro Concílio Missionário, em Jerusalém.
Nós aprendemos pela história do Cristianismo que, a princípio, os apóstolos achavam que esse seria apenas uma continuação do Judaísmo, só que de uma forma mais ampliada. Mas não foi isso que o Senhor Jesus passou para eles. Quando a notícia de que Pedro havia pregado para a casa de Cornélio chegou em Jerusalém, os apóstolos se reuniram para dar o seguinte parecer: "Ou o cristianismo ficaria restrito à região da Palestina, ou avançaria por ela até os confins da Terra". Após haver grande debate entre os apóstolos, Pedro tomou a palavra, fazendo uma exposição do que Deus havia feito por intermédio dele aos gentios, na casa de Cornélio, e como Deus o havia escolhido para levar o evangelho aos gentios.
Depois da exposição feita pelo apóstolo Pedro, a multidão silenciou para ouvir a exposição feita por Barnabé e Paulo, acerca do que Deus fizera por intermédio deles, na primeira viagem missionária. Ao terminarem, Tiago, que presidia a reunião, tomou a palavra e fez uma exposição, mostrando referências bíblicas em que os profetas prediziam que o nome de Jesus seria invocado entre os gentios. Com isso, o Concilio de Jerusalém, por volta do ano 50 d.C., registrado em Atos dos Apóstolos, capítulo 15, deu seu parecer favorável à expansão do cristianismo entre os gentios e até os confins da terra.
13 - Panorama Missionário em Atos dos Apóstolos.

Estudaremos, agora, a ação missionária desenvolvida pela Igreja primitiva e pelos apóstolos, no início do cristianismo.
Atos 01 - Antes da ascensão, Jesus traça o perfil geográfico da obra missionária, começando por Jerusalém, Samaria, Judéia e até os confins da terra (Atos 1. 8).
Atos 02 - No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desce sobre os primeiros 120 membros da Igreja local, fundada por Cristo. Neste dia, houve a conversão de quase três mil almas. As 14 nações que estavam reunidas, em Jerusalém, ouviram o discurso de Pedro, que estava "inflamado" pelo Espírito Santo de Deus.

Atos 03 - A Igreja primitiva já se encontrava com mais de 3.000 membros. Era um exército de gente, cheio do Espírito Santo, disseminando a semente por todas as regiões.
Atos 04 - O resultado dessa disseminação, referida no capítulo três já é notado neste capítulo, pois a Igreja de Cristo já ultrapassa a marca de 5.000 membros. Este crescimento começa assustar as autoridades, a ponto de Pedro e João comparecerem no Sinédrio e serem proibidos de falar o Nome de Jesus.
Atos 05 - A Igreja primitiva cumpre a primeira parte missionária que Jesus havia determinado, pois toda a Judéia já havia sido evangelizada.
Atos 06 - São consagrados sete diáconos para servir a Igreja, o relato do versículo 7 desse capítulo, mostra o avanço extraordinário da Igreja de Cristo. Até mesmo, muitos dos sacerdotes que perseguiram o Senhor Jesus, se convertiam a Deus. A Igreja crescia de forma tal, que as autoridades, mesmo com as astúcias do inimigo, não podiam mais controlar nem frear seu desenvolvimento. A obra missionária tinha força de gigante, e o povo cumpria com alegria os ensinamentos do Mestre Jesus Cristo.
Atos 07 - Após uma exposição poderosa das Escrituras e debaixo de muita unção, o diácono Estevão foi expulso da cidade e apedrejado, mas, mesmo diante de tanta intempérie do adversário, seguiu o exemplo de Cristo e perdoou os seus executores (Atos 7. 60). Tornou-se o 1° mártir do cristianismo. Parece ter sido a sementeira que o evangelho precisava para crescer ainda mais.
Atos 08 - A Igreja primitiva cumpre a segunda parte do perfil missionário geográfico ensinado por Jesus, e toda a Samaria é evangelizada pelo poder da pregação do diácono Felipe (Atos 8. 6).
Atos 09 - Acontece a conversão do homem considerado como o maior missionário da História, o apóstolo Paulo. Esse Missionário traria muitos benefícios ao cristianismo.
Atos 10 - O apóstolo Pedro recebe uma visão divina de missões transculturais, e em obediência àquela visão, leva o evangelho de Cristo aos gentios, na casa de Cornélio.
Atos 11 - O evangelho cresce entre os gentios, toma os rumos de Antioquia, a terceira cidade mais importante do Império Romano, com cerca de 500.000 habitantes. Os discípulos são chamados, pela primeira vez de cristãos, pois se pareciam com Cristo.
Atos 12 - O crescimento evangélico incomoda as autoridades. Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, manda matar Tiago, o primeiro dos Apóstolos a ser morto, e lança na prisão a Pedro, mas esse é liberto milagrosamente da prisão. Herodes Agripa I morre comido de bicho, por não dar glória a Deus.
Atos 13 - A Igreja de Antioquia torna-se a primeira Igreja Gentílica, com a visão de missões transculturais, e envia os seus dois primeiros missionários: Paulo e Barnabé.
Atos 14 - É grande o resultado obtido por Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária, fundando Igrejas fortes na província da Galácía. Em qualquer lugar que passassem, deixavam igrejas formadas.
Atos 15 - Primeiro Concílio realizado em Jerusalém pelos apóstolos, dando incentivo ao impulso da obra missionária aos gentios.
Atos 16 - A Igreja atinge a terceira meta do perfil missionário geográfico ensinado por Jesus, e toda a Judéia e Ásia já haviam sido evangelizadas. A visão transcultural de Paulo é ampliada em Trôade, e o evangelho chega à Europa. Lídia é a primeira convertida, na viagem de Paulo à Europa.
Atos 17 - Paulo e Silas fundam duas Igrejas fortes: uma em Tessalônica e a outra em Beréia. Depois partem para Atenas, capital mundial da filosofia, e evangelizam os filósofos Epicureus e Estóicos no Areópago de Atenas, capital da Grécia.
Atos 18 - O Apóstolo Paulo funda uma Igreja forte em Corinto, cidade comercial da Grécia, e conclui a segunda viagem missionária, iniciando logo após essa, sua terceira viagem missionária.
Atos 19 - Paulo chega a Éfeso, cidade comercial da Ásia Menor e ali permanece dois anos, dando aula na escola de Tirano. Funda, nesta cidade, uma Igreja bem sólida e teologicamente bem preparada.
Atos 20 - Paulo passa novamente a Macedônia e Grécia, fortalecendo as Igrejas fundadas por ele nas suas primeiras viagens missionárias.
Atos 21 - Paulo é avisado pelo profeta Ágabo, que se fosse a Jerusalém seria preso, mas decidido, foi à Jerusalém. Lá chegando reuniu-se com seus anciãos e fez um relato do que Deus havia feito através da sua vida aos gentios. No dia seguinte, entra no templo e cumprindo-se a profecia, é preso.
Atos 22 - Após sua prisão no templo, faz um grande discurso em sua defesa e dá testemunho de sua conversão no caminho de Damasco, e afirma seu chamado por Deus para pregar aos gentios (v. 21).
Atos 23 - O perseguidor é perseguido, Paulo que, quando membro do Sinédrio, consentiu na morte de Estevão, agora é julgado perante o Sinédrio por causa do evangelho.
Atos 24 - O apóstolo prega com autoridade e poder perante o Governador Félix, e este fica atemorizado.
Atos 25 - Deus cumpre na vida de Paulo o que disse através da vida de Ananias, no ato de sua conversão: "Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar meu nome perante aos gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel" (Atos 9. 15).
Atos 26 - Perante as autoridades, Paulo evangeliza o Governador Festo, sucessor de Félix. Por pouco sua mensagem não converte o rei Agripa e sua mulher Berenice.
Atos 27 - O Apóstolo Paulo faz uma viagem forçada e, após o naufrágio, ganha 276 vidas que estavam com ele, no navio. Ao chegar à ilha de Malta, ganha muitos indígenas para Cristo, e o evangelho chega até os confins da terra.
Atos 28 - Este é o capítulo final do livro de Atos dos Apóstolos. Paulo chega a Roma, capital do Império, e testifica do evangelho perante a autoridade Suprema do Império Romano. Dali por diante, o cristianismo alcança todo Império e até os confins da terra, cumprindo a quarta meta do plano missionário traçado por Jesus Cristo, em Atos 1. 8.
14 - Paulo - o maior missionário do Cristianismo.

O Apóstolo Paulo é, indiscutivelmente, o maior missionário que o cristianismo já teve. Quando ele se converteu no caminho de Damasco, Deus disse para Ananias: "Este é para mim um vaso escolhido, para levar meu nome perante os gentios e os reis, bem como, perante os filhos de Israel" (Atos 9.15). O chamado de Paulo foi completo. Ele seria missionário perante autoridades religiosas, civis e militares, perante ricos e pobres,perante ignorantes e intelectuais, gentios e israelitas. No livro de Atos dos Apóstolos, encontramos Paulo evangelizando todos esses tipos de pessoas; desde o ignorante Demétrio até os sábios e filósofos epicureus e estóicos; de pessoas pobres da Judéia até as de alta posição em Beréia, desde o falso profeta Elimas até o proconsul Sérgio Paulo; da plebe do Império até o comandante de tropas Cláudio Lísia, desde o fariseu até o presidente do Sinédrio.
Deus percebeu que os doze apóstolos não estavam cumprindo corretamente a grande comissão, pois só queriam ficar em Jerusalém. Foi neste momento que Jesus apareceu a Paulo, no caminho de Damasco, e o chamou para ser o grande apóstolo missionário entre os judeus dispersos e gentios do vasto Império Romano, naquela época.
15 - As Viagens Missionárias de Paulo.

O apóstolo Paulo foi o grande trunfo do cristianismo na sua expansão mundial. Segundo o que ele mesmo afirma, em sua carta escrita aos Gálatas (Gálatas 1. 15-18), após sua conversão partiu para Arábia, provavelmente para um preparo com Deus, depois de 3 anos, subiu para Jerusalém, onde esteve com os apóstolos. Essa visita de Paulo à Jerusalém, parece ter sido suficiente para se perceber a falta de interesse daquela Igreja por missões e, pela conversa que teve com o pastor daquela Igreja que era Tiago, Paulo observou o desinteresse em cumprir a ordem de Jesus, quando disse aos seus discípulos: "Ficai em Jerusalém até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc. 24. 49).
Ouve uma interpretação errônea por parte dos discípulos, por que Jesus disse: "...até que..." , isto é, até o derramamento do Espírito Santo, e depois deveriam partir para os confins da terra. Porém os apóstolos queriam permanecer somente em Jerusalém. Em Marcos 16.15, o Imperativo dado por Jesus Cristo: "Ide...", é traduzido para palavra grega "Poreuthentes", que quer dizer: partir, deixar, atravessar fronteiras. Paulo, sabendo disso, foi congregar na Igreja de Antioquia.
15. 1 - A Primeira Viagem Missionária de Paulo.

A Igreja de Antioquia se tornou a primeira a fazer missões transculturais. Durante uma consagração de jejum e oração, disse o Espírito Santo: "Separai-me agora, a Barnabé e a Paulo para a obra que eu os tenho chamado" (Atos 13. 2). Em sua primeira viagem, Paulo passou por várias províncias da Ásia Menor, tais como: Salamina e Pafos, na ilha de Chipre, Antioquia e Icônio, em Listra e Derbe, na Licônia. Sendo essa a primeira viagem missionária, feita antes do Concílio de Jerusalém, no ano 50 d.C..
15. 2 - A Segunda Viagem Missionária de Paulo.

Após o Concílio de Jerusalém, Paulo empreendeu sua segunda viagem missionária, visitando as Igrejas dos Continentes, as quais foram estabelecidas na primeira viagem. Foi até as costas do Mar Egeu, Trôade, antiga cidade de Tróia, viajou para Europa, estabelecendo Igrejas em Felipos, Tessalônica e Beréia, na província da Macedônia. Foi a Atenas , a cidade culta da Grécia, e estabeleceu uma viagem bastante forte em Corinto. Por fim encerrou essa segunda viagem com uma breve visita a Éfeso, na Ásia Menor.
15. 3 - Terceira Viagem Missionária de Paulo.

Esta terceira viagem do apóstolo foi muito longa, partindo de Antioquia, Galácia e Frígia, permaneceu dois anos em Éfeso, passando novamente pela Macedônia. Na Grécia prega um sermão em Trôade, onde na unção de Deus, ressuscita um jovem que havia caído do terceiro andar. Despede-se dos Anciãos em Éfeso, passa por Tiro, Cesaréia e chega à Jerusalém. Após ser salvo de um complô armado pelos judeus, é resgatado para Cesárea, onde apresenta sua defesa perante os governadores Félix, Festo e o rei Agripa, quando então, apela para César, e é enviado para Roma.
Na viagem para Roma, seguiu em um navio com 276 pessoas, e sofre um naufrágio, porém todos chegam salvos, numa ilha chamada Malta, por ali permanece três meses, evangelizando aquele povo e os ganhando para Cristo, inclusive o chefe da ilha. Após sua partida, chega à Roma, onde dali escreve seis Epístolas, que são: Efésios, Filipenses, Colossenses, Gálatas, Romanos e Filemom.
15. 4 - Quarta Viagem Missionária de Paulo.

Em Roma, Paulo esteve preso por cerca de dois anos, e durante três ou quatro anos em que esteve em liberdade, empreendeu sua quarta e última viagem missionária. Esteve em Nicápoles, no mar Adriático, onde a tradição afirma que Paulo foi preso e levado de volta para Roma, sendo ali martirizado no ano de 68 d.C.. Entretanto, o apóstolo teve 33 anos de ministério. A obra missionária era tão forte na vida de Paulo, que ele considerava como uma obrigação (ICo. 9. 16). Paulo apesar de morto, deixou-nos sua teologia imortal, o maior legado que a Igreja pode ter. Foi o autor de um dos maiores tratados de missões transculturais: "Como ouvirão, senão há quem pregue?E como pregarão, se não forem enviados?" (Romanos 10. 14-15). "Pois sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes, por isto, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós, em Roma" (Romanos 1. 14-15).
Atividades de Apoio
Faça um resumo das quatro viagens missionárias do apóstolo Paulo, e descreva qual a lição que você extrai delas.
Atenção: Esta pesquisa, deve preencher por completo o espaço de uma folha de caderno, tamanho grande.
16 - Missões Transculturais.

Missões transculturais, trata-se de um movimento cristão, que atualmente é de alcance mundial.
O lema principal das missões transculturais é este: A missão primária das Igrejas é proclamar o evangelho de Cristo e implantar novas congregações no mundo inteiro.
16. 1 - Perspectiva Cultural.

O que é cultura? O primeiro passo num estudo de cultura, é dominar a sua própria cultura. Todo o mundo tem uma cultura. Ninguém consegue se elevar acima de sua própria cultura ou de outras culturas de modo a ter uma perspectiva verdadeiramente supracultural. Por esta razão o estudo da cultura é uma tarefa difícil.
A primeira coisa que um visitante recém chegado irá perceber é o "comportamento do povo", suas crenças, valores e educação. Deus deu ao homem um mandamento cultural, que impôs certo domínio, sobre o seu ambiente. Quando criou o homem e o seu ambiente, Deus declarou que tudo era "muito bom" (Gêneses 1. 26 -31). O mandamento evangélico (Mateus 28. 18 - 20) requer dos missionários que ensinem aos outros homens a observarem tudo o que Cristo ordenou.
Ao ensinarem sobre Cristo, os missionários afetam a cultura, pois todas as culturas necessitam de transformação. Portanto, como Calvino já havia insistido, os crentes devem trabalhar para tornar cristã a cultura (isto é, colocá-la debaixo de Cristo).
Dentro do conceito da vida não-cristã, os costumes e práticas servem como tendências idólatras e afastam a pessoa de Deus. Quando o missionário chega com o evangelho, a vida cristã recolhe esses costumes e práticas e lhes da um conteúdo inteiramente diferente. Ainda que na forma exterior haja muito que lembre práticas do passado, na verdade, tudo se fez novo. Na essência, o antigo já passou e o novo chegou.
Cristo toma em suas mãos a vida de um povo, renova e reconstrói o que estava distorcido e deteriorado. Ele mexe em cada detalhe, cada palavra, e cada prática, com um novo sentido, lhes dá uma nova direção.
Para muitos, erroneamente, "cultura" refere-se ao comportamento dos ricos e da elite, porém para os nossos propósitos, definiremos cultura como o sistema integrado de padrões de comportamento aprendidos, idéias e maneiras de se relacionar com o mundo. O missionário deve aprender a conviver essas diferenças transculturais, não apenas na forma pelo qual os povos comem, vestem-se, falam e agem, e nos seus valores e crenças, mas também nas presunções fundamentais que fazem sobre o seu mundo, para tentar ganhá-los para Cristo.
O apóstolo Paulo nos deu o maior exemplo transcultural, quando disse: "Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns" (ICo. 9.22). Paulo se fazia romano, para ganhar os romanos, se fazia grego, para ganhar os gregos, e assim sucessivamente. 
16. 2 - Perspectiva Bíblica.

O cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas, sua mensagem, porém, é universal.
No dia do triunfo de Cristo e da Igreja, cada povo ou etnia, se apresentará louvando a Deus, na sua própria língua (Ap. 5. 9) "E cantavam um novo cântico dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus, homens de toda tribo, e língua, e povo e nação".
17 - O respeito pelas outras culturas.

Não é preciso destruir a cultura de um povo, para levá-los a fé cristã, por que o cristianismo é transcultural.
Os missionários devem respeitar as culturas de um povo. Barnabé sabia que a tradição judaica era mais uma forma de manter a identidade nacional, e que isto em nada implicaria na salvação dos novos crentes, portanto, não seria necessário observar o ritual da Lei de Moisés. "Pelo que jugo, que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrevo-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado, e do sangue" (Atos 15. 19-20).
Convêm lembrar que a importação de inovações para as nossas Igrejas pode desrespeitar a nossa herança espiritual. Muitas coisas não servem para a nossa cultura, pois já temos a nossa identidade cultural, como igualmente, essa pode não servir para outras etnias pelas mesmas razões. O missionário enviado para outro país, precisa ser integrado a cultura daquele povo, e compete a Igreja do missionário, fazer com que ele conheça as instruções necessárias sobre os problemas transculturais, respeitando a cultura, a civilização de cada país. O missionário precisa ser instruído a ir cautelosamente, e zelosamente, aplicando a doutrina bíblica.
O respeito às autoridades de cada país é essencial. Um missionário clandestino está exposto a sofrer vergonha e envergonhar o nome da Igreja que o envia.
Um missionário é clandestino de duas maneiras:
Imigrando por conta própria, desordenadamente e sem respaldo de uma Igreja e de um ministério.
Sendo enviado por uma Igreja, mas sem a devida documentação imigratória e sem as instruções transculturais.
Portanto, a Igreja de origem do missionário precisa ficar atenta para não se comprometer vergonhosamente, e prejudicar o missionário enviado.
18 - O Exemplo do Apóstolo Paulo.

O apóstolo Paulo era um judeu rico e culto, que sacrificou as tradições de seus antepassados, deixando tudo para a salvação do maior número possível de almas (Filipenses 3. 5-8), pois considerava a salvação dos homens mais importante do que sua identificação cultural como judeu.
Todos os meios lícitos são válidos para conquistar os pecadores para o Reino de Deus. Paulo conhecia o mundo e sua geração, e soube conquistá-lo para Jesus.
Nestes últimos dias, vemos o Espírito Santo como grande estrategista de missões, despertando e mobilizando a sua Igreja para evangelizar todos os povos não alcançados. Podemos ver até mesmo pastores e líderes que não se importam muito por missões transculturais, ampliando sua visão, no sentido de cumprir, em caráter de urgência, a grande comissão dada por Jesus. Muitos desses pastores e líderes, a exemplo dos discípulos, só tinham uma visão de missões nacionais.
Mas graças a Deus, que pelo seu Espírito está mobilizando todo o mundo cristão, para abraçar todos os povos não alcançados ainda pelo evangelho.
19 - O Desafio da Obra Missionária Atual.

"Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia, pois, a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (João 9. 4).

19. 1 - Pessoas dispostas a cumprir o ide de Jesus.
A evangelização mundial é uma tarefa urgente. Trata-se de um trabalho de prazo limitado, que requer ação rápida, iminente e preciosa, temos que encher o mundo com a Palavra da Fé, antes da "meia noite". Este é um trabalho que não pode ser adiado, sob qualquer pretexto. Evangelização é o mais importante e requer urgência, mais que qualquer outra missão da Igreja. Cada servo de Deus deve compenetrar-se de sua própria responsabilidade. Hoje, pense no que você pode fazer, no que você pode realizar para contribuir com a obra missionária.
O desafio da obra missionária é urgente, por que as portas estão se fechando. Cada dia mais os obstáculos estão surgindo, tentando impedir a divulgação do evangelho, vejamos o que disse Jesus: "E por aumentar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" (Mt. 24. 12). Enquanto o pecado aumenta, o amor de muitos vai esfriando, o desinteresse em fazer a obra de Deus tem ganhado espaço no meio do povo de Deus, a exemplo disso, estão os "cultos ao ar livre" que estão desaparecendo, cultos que outrora foram instrumentos de Deus, para que muitas almas se convertessem ao Senhor Jesus Cristo, vejamos ainda a freqüência dos cristãos nas congregações, nos cultos de ensino, de oração, etc.
Um dos desafios da Igreja Atual para não parar de evangelizar, é não deixar o amor de Deus esfriar. Glorificamos a Deus, porque Jesus disse que o amor de muitos esfriaria, mas Ele não disse de todos, isso é sinal que haverá um grupo de cristãos que permanecerá com a chama do amor de Deus acesa em seus corações. Leiamos Efésios 5.14 -17. "Qual é a vontade do Senhor?" é a pergunta, a resposta está em II Pedro 3. 9. O Senhor não quer que ninguém se perca, mas que todos venham se arrepender.
Paulo pediu oração a várias Igrejas para que as portas se mantivessem abertas. A Igreja do Senhor necessita possuir visão espiritual para desenvolver um arrojado programa evangelístico, enquanto é possível.
Muitas vezes nos deparamos com cristãos, criticando as TJs (testemunhas de Jeová), mas eles não desistem, estão sempre de portão em portão, vendendo suas literaturas e pregando aquilo que aprenderam, é bem verdade que ensinam a Palavra de Deus distorcida, entretanto, nunca desistem. Temos também, os Mórmons, que gastam seus sapatos, andando de um lado para o outro, pregando aquilo que entenderam ser o evangelho de Cristo. De alguma forma, estão obedecendo algum "IDE", e nós, qual "IDE" estamos obedecendo? Jesus disse: "Se estes se calarem, até as pedras clamarão" (Lc. 19. 40). Quem são estes? São os que vêem as obras de Deus, seus milagres, tem o conhecimento da verdade, provaram as delicias da salvação, mas nada fazem para que outros se juntem a esse banquete de bênçãos, estão de braços cruzados e vendo o tempo passar, então se esses abençoados (nós), se calarem, as pedras (aqueles que criticamos), irão clamar.
Uma jumenta "missionária" por um dia - A frase parece assustadora, mas quando lemos o texto de Números 22. 28-33 não é tão assustadora assim, porque um dia, na história bíblica, Deus já usou uma jumenta para salvar uma vida, a do profeta mercenário Balaão.
Mas é lamentável que nos nossos dias alguém de pouco entendimento, quer fazer disso uma pregação, dando ênfase ao fato de que Deus "usa" até mesmo uma jumenta, mas isso não é honroso para nós, pois Deus tem seus vasos escolhidos para falar sua Palavra, e somos nós, pois já somos salvos, pescadores de homens (Mc. 1.17). Deus já usou de vários meios para realizar sua obra, num momento de urgência Deus usou:
Uma jumenta para livrar Balaão da morte (Nu. 22. 28).
Uma menina para salvar um grande general (IIRs. 5.2-3).
Um grande peixe, para transportar o missionário fujão (Jn. 1. 17).
Um tronco de uma árvore, para adoçar as águas (Ex. 15. 25).
Usou o sal para purificar o manancial das águas (IIRs. 2. 19-22).
Deus usa aquilo que estiver a mão, quando e como Ele quer. Hoje, porém, não é honroso pregar que Deus usa uma jumenta, mas que possamos dizer como disse Isaías o profeta: "Eis me aqui, envia-me a mim" (Is. 6. 8).
19. 2 - Pessoas dispostas a orar pela obra Missionária.

"Rogai ao Senhor da seara, que mande obreiros para sua seara" (Lc. 10. 2).

"Rogai", nessa palavra está explícita a necessidade de oração, a obra da evangelização é urgente e nos obriga a orar. Temos de ir aos pés do Senhor, a fim de clamar por obreiros de valor.
Ninguém pode destruir, a obra construída com jejum, lágrimas e oração. Na oração sentimos qual a vontade de Deus para este mundo. Deixar de lado o compromisso da oração, é abandonar um tesouro incomparável que Deus tem posto a nossa disposição.
Devemos orar para recebermos a capacitação de Deus necessária a fim de sairmos para o campo missionário, e sem essa preparação prévia, ou seja, aqueles que saem de qualquer maneira, correram um o risco de fracassarem em sua missão.
Foi a oração que sustentou os obreiros da Igreja primitiva, ela deu força, coragem e direção a eles. "E tendo eles orado, moveu-se o lugar onde eles estavam reunidos e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus" (Atos 4. 31).
A Igreja orou e Pedro foi liberto milagrosamente da prisão (Atos 12. 5-12). Somente através da oração, os obreiros são sustentados na "luta" ministerial e missionário. O apóstolo Paulo conhecia o poder da oração quando disse à Igreja de Colossos: "Perseverai em oração... orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da Palavra, a fim de falarmos do ministério de Cristo, pelo que estou também preso" (Colossenses 4. 2-3).
19. 3 - Pessoas dispostas a contribuir para obra Missionária.


"Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiram com todos, segundo cada um tinha necessidade" (Atos 2. 45).

Muitos cristãos primitivos venderam as suas propriedades e entregaram o valor correspondente aos apóstolos, em beneficio da obra missionária. Como prova disso lemos a passagem bíblica que registra: "Então José, cognominado pelos apóstolos, Barnabé (que traduzido, é filhos da consolação), levita, natural de Cripre, possuidor de uma herdade, vendeu-a e trouxe o preço e depositou aos pés dos apóstolos" (Atos 4. 36-37).
Oswald Smith, um dos maiores enviadores de missionário do século XX, conhecido por muitos como "Sr. Missões", disse a célebre frase: "A Igreja que não faz missões, breve deixará de ser evangélica". Atualmente, sua Igreja em Toronto, no Canadá, sustenta quase mil missionários em todo mundo, com um orçamento milionário de mais de dois milhões de dólares anuais. O trabalho agora, é liderado pelo seu filho, que o sucedeu, após sua partida para estar com o Senhor das missões.
Não existe outro motivo para a Igreja ainda existir na terra, que não seja missões. É responsabilidade da Igreja local, o ensino e o sustento do missionário no campo.
Foi o próprio Deus, quem estabeleceu que o crente contribuísse, para que o seu povo tenha os recursos suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra do Senhor.
O Pastor Deiró de Andrade (Pr. de uma Igreja missionária, no Estado de São Paulo), ao apresentar à Igreja as conquistas do campo missionário, tais como: terrenos, prédios e o próprio envio de obreiros para missão, sempre faz a seguinte pergunta: "Os irmão sabem como foi que conseguimos isso?" E em alto e bom som, toda Igreja responde: "Com os nossos dízimos e ofertas".
Entretanto, se você não pode ir, pode contribuir para que o Reino do Mestre Jesus cresça e se fortaleça na face da terra, e para que outros possam ir em seu lugar.

20 - A Chamado do Missionário e seu Preparo.

"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angustia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?"

Uma coisa primordial na vida do missionário, deve ser a convicção de sua chamada, para realizar a obra de Deus, caso contrário, na hora da adversidade, irá recuar, pois as batalhas no campo missionário são grandes, e quase sempre não há amigos com quem contar.
Vejamos, a convicção do apóstolo Paulo: "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para Apóstolo, separado para o Evangelho de Deus" (Romanos 1. 1).
Se o missionário tem a certeza que é servo, chamado e separado, certamente alcançará seu objetivo evangelístico e o nome do Senhor será glorificado.
Vejamos o que diz o Bispo Dr. Manoel Ferreira, sobre o preparo missionário: além de outras necessidades, pesa sobre o missionário a necessidade de mais espiritualidade no campo. O missionário pensa que no campo onde cumpre sua missão, pode orar tanto quanto orava onde antes cooperava. Em sua Igreja, ele contava com o companheirismo dos colegas de ministério, sob a orientação de seu presidente. Era uma equipe unida e vitoriosa! Mas agora o obreiro está sozinho, e as lutas são constantes e bem maiores. É preciso muito mais oração e muito mais poder de Deus, se assim não for, o missionário não conseguirá êxito em sua missão (livro: Reflexões e desafios para o Terceiro Milênio).
Missionário é aquele que foi especificamente chamado por Deus. Em Atos 9.15 vemos o exemplo de Paulo quando Deus disse: "Disse-lhe porém, o Senhor: Vai por que este é para mim, vaso escolhido...". Além de ser chamado, deve receber um preparo, ou seja, passar por um estágio e ser aprovado. A igreja local deve ter uma equipe de treinamento, com o objetivo de selecionar, treinar e habilitar candidatos ao campo missionário, e estabelecer alvos e estratégias definidas. Ninguém melhor que a igreja local para reconhecer e identificar uma pessoa chamada para missões.
Um homem enviado ao campo, não pode ser neófito, ou seja, sem experiência (ITm. 6.3).
Quando Davi compareceu diante de Saul e se propôs a lutar contra o gigante Golias, ele não era só um jovem, era muito mais, as experiências do sol causticante e das noites frias que passou, quando cuidava das ovelhas de seu pai, lhe trouxeram experiências corajosas, que agora estavam lhe servindo, para enfrentar o gigante, veja o que ele mesmo disse em I Samuel 17.32 - 37 portanto é fundamental a chamada, e a preparação, antes de ser enviado um missionário ao campo de "batalha".
21 - As Responsabilidades da Igreja que envia.

A Igreja que envia o missionário, tem que estar bem orientada sobre a obra missionária, quais seus deveres como Igreja, e que privilégios a aguardam como enviadora e promotora de missões.
A Igreja é a primeira a aparecer no cenário da missão, pois é dentro dela que o surge o missionário. É a igreja que o envia.
''Enviar" significa colocar dentro da obra ou da comunhão, assumir e pagar o preço da responsabilidade do envio.
A Igreja é responsável por conhecer o missionário que envia. É seu dever saber quem ele é, conhecer seus defeitos e virtudes, aspectos negativos e positivos. Quando o missionário comete tolices em seu campo de trabalho, culpa-se primeiramente à igreja que o enviou e que está por detrás dele.
A Igreja é responsável em manter o missionário que envia. É preciso mantê-lo financeiramente. Um homem com uma família ás custas, sem casa, sem comida, sem roupa, sem remédio, sem dinheiro, sem saúde, enfim, sem respaldo financeiro, não conseguirá trabalhar.
A Igreja precisa manter o missionário socialmente. O missionário enviado pela Igreja é mantido por suas contribuições, através da secretaria de missões, ofertas, dízimos etc. É de suma importância que a Igreja incentive os crentes a contribuírem para a obra missionária. Uma Igreja que envia e mantém missionários, é uma Igreja que está constantemente debaixo da benção de Deus, e está sendo fiel à razão de sua obra e existência. "Portanto ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt. 28.19). A Igreja existe por causa da necessidade da salvação de todas as nações, caso ela não cumpra sua missão, ela perderá a razão de sua existência.
22 - A Responsabilidade do Missionário que vai.

Já falamos sobre as responsabilidades da Igreja que envia, falaremos agora, da responsabilidade do missionário que vai. Pois o mesmo vai representando a Igreja, e suas ações refletem o nome dela. Por esse motivo, ele não pode fazer o que quer ou o que pensa, tem o nome a zelar, pois toda Igreja pode ser atingida pela boa ou má fama do tal missionário. A igreja jamais pode enviar ao campo o obreiro com experiência de rebeldia. O homem de Deus deve ser pacífico e pacificador, respeitando a Igreja que o enviou, bem como as existentes na cidade ou país para onde o mesmo foi enviado. Fazemos o que diz a Palavra de Deus: "Não dando nós escândalos, em coisa alguma, para que o nosso Ministério não seja censurado" (2Co. 6. 3). Ele deve ter a consciência que seus atos podem exaltar ou denegrir a Igreja de Cristo, daí a necessidade de se preparar o obreiro, antes de seu envio ao campo.
23 - Quando Vem a Perseguição.

"Tenho vos dito isso, para que em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mais tendes bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16. 33).

Entre muitas coisas, com as quais o missionário tem que se preocupar, não deve esquecer-se, do alerta que faz o Senhor Jesus. Aflições e perseguições, sempre surgem no campo de baralha.
A perseguição é uma das armas que satanás usa na tentativa de impedir a proclamação da Palavra de Deus. O próprio Jesus disse, que somos perseguidos, porque não somos deste mundo (João 15. 18). Paulo enfrentou perseguições em suas viagens missionárias, mesmo assim, ele fundou Igrejas na Ásia Menor e Europa, ora, se ele enfrentou tal situação, nós, na atualidade, também enfrentaremos. Precisamos aprender com ele, se você deseja ir ao campo missionário, tenha convicção, prepare-se e vá, mas vá consciente das lutas e perseguições que virão, não só por parte do diabo, mas também por outros, até daqueles que se dizem cristãos. Sobre os falsos irmãos, Paulo falou: "Em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos" (2Co. 11. 26). Certamente, tendo consciência dessas provações que virão, o missionário conseguirá amar mesmo não sendo amado, conseguirá perdoar como Cristo perdoou, mas lembre-se, você não esta só, o próprio Jesus disse: "... e eis que estou convosco até a consumação dos séculos" (Mt. 28. 20), Deus se responsabiliza por aquele que Ele envia, por isso o apóstolo Paulo podia dizer: "Mas em todas essas coisas, somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Romanos 8. 37). O medo das lutas e provações no campo da missão, tem apagado a chama no coração de muita gente, mas os que permanecerem firmes e cumprirem o Ide de Cristo, terá grandes recompensas, vejamos: "Os que semeiam em lagrimas, segaram com alegria. Aquele que leva a preciosa semente andando e chorando, voltará, sem duvida, com alegria, trazendo consigo os seu molhos (Sl. 126. 5-6).
A Bíblia diz que pela fé, Abraão sendo chamado obedeceu (Hb. 11. 8), os que obedecem o chamado de Deus, estão debaixo dos cuidados dEle. Deus chama, capacita, envia, e cuida. As lutas e perseguições, são, muitas vezes, "instrumentos" que Deus usa para levar seus servos para o lugar da benção. As provações que o povo de Deus passou no Egito, fez com que os mesmos clamassem por livramento, e Deus os livrou e os colocou numa terra que mana leite e mel. Se Deus não permitisse aquela perseguição contra os primeiros discípulos em Jerusalém, a Igreja estaria limitada, só em Jerusalém até hoje, mas vindo as perseguições, saíram e foram por todas as partes do mundo, anunciando a Palavra de Deus. Entretanto, não devemos olhar só para as lutas, mas também para a recompensa. (Hb. 11. 26).
24 - Nunca diga não para missão.

Quando Deus nos chama, ele nos capacita para sua obra, entretanto Ele jamais aceitará um não como resposta. A palavra nos ensina que Jonas foi designado para uma missão, Entretanto, disse não para Deus, não disse verbalmente, mas sua atitude falou por ele.
Vejamos que Tarso ficava no sentido oposto de Nínive, assim Jonas toma rumo contrário a sua missão. A pergunta que paira ao ar é: "Porque Jonas disse não?" Faltaram a Jonas três qualidades fundamentais que o missionário precisa ter.
Obediência - se Jonas tivesse obedecido, não questionaria a Deus, simplesmente obedeceria. Vejamos o caso de outro missionário, Abraão (Gn. 12. 1), sem se quer saber para onde iria, obedeceu a voz de Deus, o chamado missionário.
Coragem - Segundo a tradição, os Ninivitas, tempos atrás, teriam invadido as terras dos judeus, saqueado seus bens e matado seus homens e nesta lista de perdas estavam os irmãos de Jonas. Não foi apenas um sentimento egocêntrico, mas sim o medo, e a falta de coragem o fizeram dizer não.
Amor - Este é sem dúvida, o sentimento que deve palpitar no coração do missionário. Se Jonas tivesse amor por aquelas vidas, sem sombra de dúvida, ele teria rompido todas e quaisquer barreiras, á sua frente, e teria dito sim para sua missão.
Nós, missionários da última hora, precisamos nos encher do amor de Deus, para amarmos também nossos semelhantes, sem esquecer de que estamos diante de um Deus que nos chamou para sua obra, nos capacitou com seu Espírito Santo e já nos designou o campo de trabalho, portanto, jamais aceitará um não como resposta.
25 - Qualificações do Missionário.

Mencionamos abaixo algumas condições necessárias para ser um próspero ganhador de almas:
Ser convertido
"...E tu, quando te converteres confirma a teus irmãos" (Lc. 22. 32).
"...E grande número creu e se converteu..." (At. 11. 21).
Ter bom testemunho
"...Convém que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo" (1Tm. 3.7).
Ter conhecimento da palavra de Deus
"... Então Felipe, abrindo sua boca, e começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus" (At. 8. 35). "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneje bem a palavra da verdade" (1Tm. 2.15).
Viver o que prega - "Tu pois que ensina a outro, não te ensinas a ti mesmo ..." (Rm. 2. 21-22).
Ser irrepreensível para não ficar reprovado - "Antes subjugo o meu corpo e o reduzo a servidão, para que pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado" (1 Co. 9. 27 / Pv. 25. 26).
Ser exemplo para ganhar almas sem pregar - "Pelo porte de suas mulheres sejam os maridos ganhos sem palavras" (1 Pe. 3. 1-2).
Exemplos:
Elizeu -"...Eis que tenho observado que este homem que passa sempre por nós é um santo homem de Deus" (2 Rs. 4. 9).
Abraão -"...Príncipe de Deus és no meio de nós" (Gn. 23. 6). Pelo seu porte, o crente exercerá influencia sobre os que estão ao redor, pois passa a ser respeitado.
Herodes - "temia a João, sabendo que era varão justo e santo ..." (Mc. 6. 20).
Ter sabedoria
"...O que ganha almas sábio é" (Pv. 11. 30).
Ser crente de oração
"Orar sem nunca desfalecer" (Lc. 18. 1).
26 - Evangelismo Pessoal.

Maneiras de levar as almas a decisão
Este é o ponto decisivo e que requer do crente um cuidado especial. Não é suficiente apenas falar, mas insistir na aceitação de Cristo. O ganhador de almas deve proceder da seguinte forma:
Escolher com quem deseja falar - Para isto é indispensável a direção do Espírito Santo.
Decidir a maneira de falar - Se em particular (At. 18. 26), ou publicamente (At. 20. 20), se com cortesia (2 Tm. 2. 24-25), ou com exortação (At. 2. 40).
Falar sempre - Com vida de oração (Ef. 6. 18-20). Sem pressa demasiada (Pv. 29. 20 / Is. 28. 16). De maneira que a pessoa possa entender (Mt. 13. 19 / 1Co. 2. 14).
Mostrar que - O homem é pecador (Rm. 3. 23 / Is. 64. 6). Pelo pecado o homem está condenado (João 3. 18 / Rm. 6. 23). Deus enviou Jesus para salvar o pecador (João 3. 16-17). As boas obras não podem salvar (Gl. 2. 16 / Rm. 3. 20). Só Jesus pode salvar (João 5. 24 / Mt. 1. 21). A vida eterna está em Jesus (1João 5. 11-20).
Falar com convicção, que o homem que crer é perdoado - (Is. 43. 25 / Sl. 10. 3 -12 / 1Tm. 1. 15).
Incutir a certeza da salvação - (At. 10. 43 / João 5. 24 / João 10. 28 - 30).
Finalmente, com muita sabedoria de Deus, convidar a pessoa a aceitar Jesus como salvador, e ao mesmo tempo: Ficar orando em espírito. Esperar que a semente germine (Tg. 5. 7). Vigiar (Mt. 13.19).
Caso a pessoa aceite Jesus, orar com ela apresentando-a ao Senhor - Às vezes, as circunstâncias ou o local podem não permitir uma oração em voz audível. Nesse caso deve-se orar em voz baixa ou em espírito, pois o valor é o mesmo.
Caso a pessoa não aceite Jesus, proceder de tal modo que a porta fique aberta - É sempre bom verificar se a causa de a pessoa não aceitar Jesus não foi falha nossa. Contudo, não se deixar abater, mas prosseguir na importante tarefa, pois pode ser que a semente germine noutra ocasião (Ec. 11. 1- 6).
Nota: Evangelismo Pessoal - Manual de evangelismo – Pr. Valdir Biscego
27 - Cronologia Histórica das Igrejas Evangélicas no Brasil.

Veremos agora, um panorama histórico simples das principais Igrejas no Brasil, somente para percebermos o que é o fruto de missões estrangeiras e a dívida que temos com as nações que outrora investiram em missões, em nossa pátria.
1855 - Roberto Kalley - médico escocês, chega ao Brasil e funda no Rio de Janeiro a Igreja Evangélica Fluminense, segundo a ordem Congregacional. Roberto Kalley é o exemplo do missionário "fabricante de tendas".
1859 - A. G. Simonton - chega ao Rio de Janeiro e inicia a Igreja Presbiteriana no Brasil.
1881 - W. B. Bagby - chega em terra brasileira e inicia o trabalho Batista.
1876 - J. S. Newmam e Jonh J. Ranson - conseguiram estabelecer a Igreja Metodista em nossa nação depois de muitas tentativas frustradas.
1911 - Funda-se a maior Igreja Pentecostal de todos os tempos, Assembléia de Deus, pelos missionários Daniel Berg e Gunnan Vigren. Hoje a referida Igreja, já passa de 16 milhões de membros, isso só no Brasil.
1946 - Harold Edwin - chega ao Brasil, funda a Igreja do Evangelho Quadrangular.
Poderíamos citar muitas outras Igrejas aqui, porém foi dada prioridade às Igrejas que foram fundadas através de missionários estrangeiros. Igrejas como: O Brasil para Cristo, Igreja Pentecostal Deus é amor, Igreja Internacional da Graça de Deus, etc. Foram Igrejas fundadas por missionários nacionais, que inegavelmente foram chamados para desenvolver o seu trabalho, movidos por uma visão de missões nacionais e, posteriormente transculturais. Já temos notícia do que essas Igrejas estão fazendo além das fronteiras.
O nosso objetivo é conscientizar todos os cristãos brasileiros da dívida que temos com missão transcultural. Por exemplo, se A. G. Simonton, não fosse enviado para o Brasil, existiriam os presbiterianos em terras brasileiras? E se Daniel Berg e seu companheiro Gunnan Vigren não fossem enviados a nossa nação, existiria, hoje, este movimento pentecostal no Brasil, chamado Assembléia de Deus? E assim vale também aos demais missionários enviados de lá para cá, e fincaram aqui no Brasil, a bandeira do evangelho de Cristo e representaram suas respectivas Igrejas. Fica isso para nossa reflexão.
28 - O que Eles Disseram Sobre Missões.

Willam Carey -"Eu vou descer, mas vocês não se esqueçam de que devem segurar bem as cordas".

Adoniran Judson - "Muitos crentes consagrados jamais atingirão os campos missionários com seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os joelhos".
Dick Hills - "Cada coração com Cristo é um missionário, e cada coração sem Cristo, é um campo missionário".

Willam Carey - "Na mente Divina não há distinção entre missões estrangeiras ou missões nacionais. Onde houver uma alma perdida, ai está um campo missionário".
Conde Zinderdorf - "A região do mundo que mais precisa do evangelho passa a ser, doravante, o meu país".

Johannes Blaun - "Enquanto houver neste mundo homens em trevas, sem Deus e sem misericórdia, há de prevalecer a tarefa missionária da Igreja Cristã".
Osvald Smith - "Oramos sempre; "Venha o teu Reino". Mas nunca dizemos: "Envia-me a mim".

Hendrick Kraemer - ”O momento do nascimento da Igreja, no pentecostes, foi também o instante em que tarefa missionária nasceu. A descida do Espírito Santo fez dois discípulos apóstolos, isto é missionários".

Adams Brown - O único, entre os doze apóstolos que não se tornou missionário, veio a ser o traidor".

Walter Knkght - "Quando Jesus disse: "Vinde", Ele vem nos encontrar. Quando Ele diz: "Ide", Ele vai conosco".

Here - "O melhor remédio para uma Igreja enferma, é colocá-la em uma dieta missionária".

Hudson Taylor - "Se Deus o deseja trabalhando nos campos missionários, nem seu dinheiro, nem suas orações, jamais poderão ser substitutos aceitáveis".

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