domingo, 3 de julho de 2011

o “leviatã”

Gostaria de obter informações sobre o “leviatã”, criatura citada em Jó e Salmos
“Poderás tirar com anzol o leviatã, ou ligarás a sua língua com uma corda?” (Jó 41.1).
“Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto” (Sl 74.14).

O termo é hebraico: liwjathan, cujo significo é “animal que se enrosca”, sendo modificado pelo latim bíblico para leviathan. Também é conhecido como “o monstro marinho” do caos primitivo e cujas origens remontariam à mitologia fenícia, na qual encarna a resistência oposta a Deus pelos poderes do mal. Trata-se do nosso popular crocodilo, um réptil de grande porte que vive quase que constantemente na água.

Por inferência, a criatura também é citada em Ezequiel 29.3 e 32.2, como sendo um “dragão”. É interessante notar que fósseis já identificaram crocodilos de até 15 metros que viveram sobre a terra na antiguidade. Atualmente, os maiores representantes da espécie não excedem os sete metros.

Deus realmente teve a intenção de matar Moisés, conforme o texto de Êxodo 4.24?
“E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar”.

A rigidez da disciplina divina parece ser excessiva neste caso, todavia, como ocorre na seqüência de Gênesis 17.9-14, vemos, bem enfatizada, a ordenança de Deus que todo o macho (homem), que estivesse envolvido com sua aliança deveria ser circuncidado. O versículo14, mais especificamente, prescreve morte para aqueles que não se submetessem a este rito, tanto os judeus quanto os seus escravos. Neste caso, a omissão de Moisés em circuncidar o seu primogênito, Gérson, teria atraído a ira divina pela desobediência. Infere-se, a partir do contexto, que Moisés teria sido tomado por uma enfermidade (“e o quis matar”), e, antes que a doença lhe tirasse a vida, o próprio Moisés determinou a Zípora, sua esposa, que efetuasse o rito (v. 25,26), granjeando dela o protesto que se lê no texto.

Qual é o significado da expressão Yeshua Hamachiach Hamelekh Hamalekhin Kadosh (Ierroshua Hamashia Alamanehin Kadosh)?
Resposta: “Jesus; o Messias; o Rei dos reis e Santo”.

Em 2Reis 2.23,24, o profeta Eliseu realmente amaldiçoou os jovens para que morressem?
“Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo; sobe, calvo! E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do Senhor; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos”.

O fato de aquele grupo não estar acompanhado pelos pais, denota, em primeiro plano, não se tratar de crianças, mas de jovens com idades entre 12 e 16 anos. O escárnio promovido contra o profeta parece ter tido um fundo espiritual blasfemo, a começar pela expressão “sobe”, que se referia ao altar mais alto de Betel, destinado aos sacrifícios idólatras (1Rs 13).

Os jovens, ainda, chamaram o profeta de “calvo”, palavra que, na verdade, identificava a pessoa enlutada. Mas, no caso de Eliseu, talvez estivesse sendo acusado da morte de seu irmão de ministério, Elias. Assim, o que esperava por Eliseu em Betel não seria uma recepção digna de um profeta de Deus, mas a execução de um criminoso. E, pelo fato de Eliseu ter sido comissionado pelo próprio Deus, o qual lhe atribuiu poderes espirituais, a rejeição advinda da rebeldia daqueles jovens não lançava o profeta apenas na desonra, mas, também, classificava seus poderes como “malignos”, o que era uma clara e intensa blasfêmia contra o Espírito de Deus. Por derradeiro, o texto bíblico declara que Eliseu apenas amaldiçoou aqueles jovens pela blasfêmia proferida. Foi a providência divina que estabeleceu um desagravo mais rigoroso.

Jeremias 7.16 ensina que não devemos orar por certas pessoas?
“Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque eu não te ouvirei”.

Em primeiro lugar, é necessário separar a dispensação da lei da dispensação da graça. Na lei, erros e pecados sucessivos eram reputados como impeditivos da assistência divina, conforme Deus explicita pelo profeta Isaías (Is 59.2). Judeus de todas as partes de Judá e Jerusalém (7.1-15) andavam cometendo toda a sorte de transgressão sem qualquer escrúpulo para com a lei de Deus. E, para a época e o povo em questão, esse comportamento não seria admitido pelo Senhor, ainda que o profeta intercedesse, desde que, é claro, não houvesse arrependimento. O advento da graça, no entanto, não herdou este rigor, principalmente no que tange aos gentios, uma vez que é exatamente para que os gentios venham ao arrependimento que o próprio Senhor Jesus nos conclama a rogar a Deus por estas pessoas (Cf. Mt 5.44; Lc 6.28).

De acordo com Gênesis 3.16, Eva, a mulher perfeita antes da queda, teria dores no parto?
“E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”.

Esta é uma questão de profundidade e, dependendo da tradução, não fica claro que as dores multiplicadas seriam as do parto, como ocorre na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC). No texto em análise, a frase “com dor darás à luz filhos” é a única que identifica aflição na geração de filhos, não na modalidade “multiplicação”. Ou seja, a partir da queda, a mulher sofreria cada vez que desse à luz um filho. Com isso, podemos inferir que, antes da desobediência, não haveria dor.

A questão da “multiplicação das dores”, outrossim, não está exaurida, posto que, efetivamente, existe esta previsão para a mulher em alguma área de sua vida, não especificada na ARC. A submissão ao marido é uma das sugestões teológicas para explicar a reprimenda imposta por Deus à mulher, ou seja, que uma suposta independência feminina estaria prevista na criação. Mas, considerando que foi a mulher quem induziu o homem a erro, ela deixou de possuir qualquer autoridade, pelo contrário, passou a ser dominada pelo homem.

O que significa o sufixo “ismo” que encontramos nos nomes de diversas religiões?

A partícula é extraída da raiz grega ismós, surgindo no português como sufixo nominal, que designa uma doutrina; escola; teoria ou princípio artístico, filosófico, político ou religioso ou qualidade característica de um grupo. Daí encontrarmos o cristianismo e o paganismo (religião); o impressionismo (arte); o empirismo (filosofia) e o governismo (política). Deve ser distinto do também sufixo dade, que define elemento formador de substantivos abstratos derivados de adjetivos, que, por sua vez, faz menção ao indivíduo e não ao grupo, como em homossexualidade (do indivíduo) e homossexualismo (do grupo); cristandade (do indivíduo) e cristianismo (do grupo).

Preparado por Marcos Heraldo Paiva

Participantes desta edição:

Daniel Duran
Michelle Santos
Antonio Cássio
Milton Souza
Maurício Pitta Cruz
Paulo Moreira Correia
Roberto Bock

Referências bibliográficas:

GEISLER, Normam & HOWE, Thomas. Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia, Editora Mundo Cristão, 1999.
GEISLER, Norman. Enciclopédia de apologética, Editora Vida, 2001.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, Editora Candeia, 1997.
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo, Editora Candeia,1998.
ARCHER, Gleason. Enciclopédia de dificuldades bíblicas, Editora Vida,1997.
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1995.
Bíblia de Estudo de Genebra, Editora Cultura Cristã, 1999.
Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, 2002.

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