segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

CAP 28 - ESCATOLOGIA

O REINO DE DEUS NO FUTURO - VII - O MILÊNIO - I

Lição 28
O Reino de Deus no Futuro - VII
O Milênio - I
Leitura: Apocalipse 20.1-7
Versículos para Memorizar: Apocalipse 20.6, “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.”
Existem muitos detalhes sobre a escatologia: o simbolismo do livro de Apocalipse, as fases da vinda de Cristo, o tempo do arrebatamento, a cronologia da tribulação, e a identificação da pessoa e número do anticristo. Talvez pelas diversas maneiras de explicar esses assuntos, muitos, como eu no passado, deixam de aprofundar no assunto. Todavia, quando se enfrenta estes assuntos com a Bíblia na mão, a confusão desaparece e torna confiante na Verdade. Depois de explicar corretamente alguns assuntos de escatologia, o apóstolo Paulo escreve à igreja em Tessalônica: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.”, I Ts. 4.18. Comprovadamente, a verdade liberta e não traz confusão (Jo. 8.32; I Co. 14.33).
Sobre o milênio também existem vários pontos de vista em relação à cronologia do retorno de Cristo e a sua duração. Há os que dizem que o milênio começa quando o Cristão é salvo. Outros dizem que Cristo volta depois do milênio e outros antes dele. Todos usam a mesma Bíblia, mas, nem todos usam as mesmas regras de hermenêutica (interpretação Bíblica).
O termo “milênio” não consta na Bíblia, mas um período de mil anos existe; como também são reais os acontecimentos que acontecerão nesse período. A palavra ‘milênio’ é um termo teológico baseado na passagem de Ap. 20.1-10. A posição teológica que qualquer tem, depende do seu entendimento sobre quando o retorno de Cristo acontecerá em relação a este período de mil anos. Nessa lição observaremos as três posições sobre o milênio.
O Amilenarismo crê que não há um período de mil anos cronológicos chamado “o milênio”. Como para Deus um dia é como mil anos (II Pe. 3.8), para estes a expressão “mil anos” nunca deve ser interpretada literalmente. De fato, para estes que tomam essa posição, muito pouco sobre profecia ou escatologia deve ser crido literalmente. Gostam de interpretar quase tudo espiritualmente. Exemplos disso é a crença em que a nação de Israel é a Igreja do Novo Testamento e também o trono de Davi é o Céu. Desde que Jesus ensinou que somente pela regeneração se pode entrar e ver o Reino de Deus, o milênio, ou seja, a vivência com Deus, já é uma realidade para o convertido. Estes concluem então que não haverá um período de somente mil anos no qual o Cristão reinará com Cristo, mas, um período eterno. Dizem que este milênio eterno já é uma realidade para os salvos. Pelo milênio começar com o Evangelho, muitos amilenaristas preferiram um termo que os identificassem com a primeira vinda de Cristo, ou seja, o Evangelho (“Milenaristas do Evangelho”). Os amilenaristas negam que haja uma primeira ressurreição dos salvos (Ap. 20.5) antes do milênio e uma segunda ‘ressurreição para os não salvos depois do milênio (Ap. 20.12-13). Entendem que somente existirá uma ressurreição geral com os salvos e os não salvos. A única vinda literal de Cristo que será futura não é a vinda nos céus para os Seus ou a vinda com os Seus. Eles entendem que somente haverá uma vinda quando Ele vier para julgar o mundo. Eles ensinam que Cristo não precisa estabelecer o Seu reino na terra, pois Ele já reina nos corações do Seu povo.
Historicamente, o método da espiritualização dos textos da Bíblia foi popularizado por Orígenes (185-253 d.C.) e Agostinho de Hipona (354-430 d.C.). Os ensinos de Orígenes espelharam as filosofias do pagão Platão e filósofos Judeus que transformam os ensinos absolutos da Bíblia em alegorias e enigmas. Agostinho de Hipona era um teólogo católico e promoveu a idéia de que Satanás seria preso durante o ministério público de Jesus e que o milênio não teria uma duração específica. Agostinho creu corretamente na graça soberana de Deus, mas também ensinava a heresia do batismo de criancinhas para a salvação.
Quando um método de interpretação bíblica descarta o literalismo como o método básico de entender a Bíblia, abre-se a possibilidade de colocar uma interpretação particular em tudo que diz as Escrituras. Porém, a Bíblia não é aberta para interpretações particulares, pois cada passagem tem um ensino específico e absoluto (II Pe. 1.20-21). Para conhecer o que uma determinada passagem bíblica ensina é necessário comparar o versículo com o contexto imediato. Depois de pesquisar o contexto da passagem, é necessário verificar o ensino com o contexto maior, ou seja, com o resto da Bíblia. Desta maneira a opinião do homem é minimizada e o intento do Senhor percebido (At. 17.11). Deus é Espírito e Jesus é o espírito da profecia, mas isso não quer dizer que não haverá um tempo real quando este Cristo corporalmente reinará com o Seu povo ressurrecto nessa terra por um período de mil anos. Também, o fato que Deus é Espírito não quer ensinar que não haverá uma primeira ressurreição dos salvos e uma segunda ressurreição dos não salvos e que haja mil anos entre os dois eventos (Ap. 20.4-6). Também, pelo fato de Satanás ser um anjo não quer dizer que não possa ser acorrentado e preso por mil anos (Ap. 20.1-3). Se Deus pode fazer tudo que se vê do nada, Ele pode prender o príncipe das potestades do ar com uma grande cadeia e lançá-lo num abismo por mil anos cronológicos. Será que literalismo frustra uma doutrina bíblica qualquer?
Pós-milenarismo ensina que não haverá nenhum retorno de Cristo antes do fim do milênio. Os pós-milenaristas crêem que o mundo todo primeiramente será evangelizado e convertido, assim introduzindo um tempo milenar de paz e justiça, no fim do qual Jesus Cristo voltará. Simplesmente resumem que a igreja fará com que o mundo melhore mais e mais antes da vinda de Cristo. Espiritualizam a passagem de Apocalipse 20.1-7. Foi Daniel Whitby (1638-1726) a fonte desta posição. Hoje existem grupos querendo popularizar estes ensinos e chamam-se Reconstrucionistas. Às vezes os pós-milenaristas referem-se à sua posição escatológica como Teologia Domínio. Para garantir essa melhora do mundo antes da vinda de Cristo, essa posição escatológica incentiva o “Evangelho Social”. Essa crença esforça-se em melhorar as capacidades intelectuais dos homens, higienizar o local da moradia do homem e satisfazer as suas necessidades básicas para que, de uma forma ou outra, tudo isso influenciará a sua natureza pecaminosa a ser transformada numa natureza espiritual.
Porém a Bíblia enfatiza que o mundo piorará tanto mais perto estiver o retorno de Cristo (II Tm. 3.1-5). Também ensina que não há nada bom na carne (Rm. 3.10-18; 7.18); que o fruto da carne não herdará o Reino de Deus (Gl. 5.19-21). Melhorar as condições do homem sem o Evangelho nunca operará a salvação. Tem que nascer de novo, e este, pela Palavra de Deus e do Espírito (Jo. 3.3-8). Se existisse uma salvação fora de Cristo, não haveria necessidade dEle morrer. Se não é exigido o arrependimento dos pecados e a fé em Cristo para a salvação, não há necessidade de pregar o Evangelho.
Pré-milenarismo é a crença em que Cristo voltará ao mundo com os Seus (II Ts. 2.1-3, 8; Ap. 19.11-14) para depois reinar literalmente nessa terra por mil anos cronológicos. Os pré-milenaristas tomam a passagem de Apocalipse 20.1-7 literalmente. Crêem quando é usada a expressão “mil anos”, de onde vem a crença geral de milenarismo; essa expressão sempre refere-se à passagem de mil anos cronológicos literalmente. Jesus Cristo voltará corporalmente à terra física antes do tempo real de mil anos para reinar física e literalmente com Seu povo ressurrecto. Crêem que as profecias no Velho e Novo Testamento devem ser interpretadas geralmente de forma literal mas admitem ensinos simbólicos quando o contexto pede tal interpretação.
Os pré-milenaristas às vezes são chamados Chilistas pois a palavra grega para a palavra “mil” é chilias (#5507, Strong’s). Historicamente o pré-milenarismo foi defendido pelos Cristãos da igreja primitiva até o terceiro século por teólogos como Pastor de Hermas, Policarpo, Justino Mártir, Irineu e Tertuliano. Durante a Era das Trevas foi os Valdenses e Paulicianos que marcadamente preservaram essa doutrina viva. Nos últimos quatro séculos essa posição tem sido defendida por João Bunyan, Benjamin Keech, João Gill entre outros.
Os Ensinos Básicos dos Pré-milenaristas
1. Antes da Tribulação as condições no mundo irão de mal à pior – I Tm. 3.1, 13.
2. A época presente terminará com a Grande Tribulação – Mt. 24.5-31.
3. No fim da Tribulação Cristo voltará à terra para destruir o Anticristo, o Falso Profeta, e os outros inimigos de Cristo – Ap. 19.14, 20-21.
4. Satanás será preso por mil anos – Ap. 20.1-3.
5. Existem duas ressurreições: a primeira para os justos antes do milênio (Ap. 20.4-6) e uma segunda para os injustos depois do milênio - Ap. 20.12-15.
6. O milênio será um tempo de justiça, paz e espiritualidade – Ap. 20.6; Is 2.1-4; 65.20.
7. A nação de Israel será abençoada peculiarmente durante este período – Ez. 11.17-21; 16.60-63.
8. A nação de Israel e o tipo de igreja que Jesus instituiu enquanto na terra não são a mesma coisa.
Você pode ser salvo e não concordar com todos sobre a cronologia dos eventos da escatologia, mas não adianta ser conhecedor dos eventos dos últimos dias e não conhecer o arrependimento dos seus pecados e a fé em Jesus Cristo, o Salvador. Eruditismo não é salvação. É necessário que seus pecados sejam lavados com o sangue de Cristo para ser salvo. Jesus pode voltar logo, mesmo hoje. Está pronto para encontrá-lO? Este assunto lhe traz consolação?
Seja antes ou depôs do milênio quando Jesus voltar, Ele corporalmente voltará. Quando vier a essa terra terá uma espada na sua mão para trazer justiça na terra. Só os regenerados viverão. Se estiver ouvindo a Sua voz, hoje é o tempo para ser salvo! Agora é o tempo para pregar Cristo aos outros! Já é o tempo para crer pela fé nEle! Que Deus lhes abençoe.

Autor: Pastor Calvin

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