terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Tessalonicenses - Entendendo a Questão do dia do Arrebatamento

Uma pesquisa recente da revista U.S. News & World Report descobriu que 61 por cento dos americanos acreditam que Jesus Cristo vai voltar à terra, e 44 por cento acreditam no Arrebatamento da Igreja.[1] O que é o Arrebatamento? Com tamanha certeza popular, por que há tanta confusão interpretativa a respeito desses acontecimentos? A doutrina do Arrebatamento pré-tribulacional é um ensino bíblico importante não apenas por oferecer percepções interessantes sobre o futuro, mas também porque oferece aos crentes motivação para a vida contemporânea.
 
O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu.
 
O ensino do Arrebatamento é mais claramente apresentado em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.
 
Ocasionalmente o Novo Testamento usa harpazo com o sentido de "roubar", "arrastar" ou "carregar para longe" (Mateus 12.29; João 10.12). Também pode ser usada com o sentido de "levar embora com uso de força" (João 6.15; 10.28-29; Atos 23.10; Judas 23). No entanto, para nossos propósitos, um terceiro uso é mais significativo. Diz respeito ao Espírito Santo levando alguém de um lugar para outro. Encontramos esse uso em quatro ocorrências (Atos 8.39; 2 Coríntios 12.2, 4; 1 Tessalonicenses 4.17; Apocalipse 12.5).[2]
 
Esse último uso é ilustrado em Atos 8.39, quando Filipe, ao completar o batismo do oficial etíope, é "arrebatado" e divinamente transportado do deserto até a cidade costeira de Azoto. De modo semelhante, a Igreja será, num momento, levada da terra ao céu. Não deve-se estranhar, portanto, que um autor contemporâneo tenha chamado esse evento peculiar de "O Grande Seqüestro".[...]
 

Por que a doutrina da iminência é significativa para o Arrebatamento?

O ensino neo-testamentário de que Cristo poderia voltar a qualquer momento e arrebatar a Sua Igreja sem sinais ou advertências prévios (i.e. iminência) é um argumento tão poderoso em favor do pré-tribulacionismo que se tornou uma das doutrinas mais ferozmente atacadas pelos oponentes da posição pré-tribulacionista. Eles percebem que, se o Novo Testamento de fato ensinar a iminência, um arrebatametno pré-tribulacional estará praticamente assegurado.
 

Definição de Iminência

Qual é a definição bíblica de iminência? O Dr. Renald Showers define e descreve iminência da seguinte maneira:
 
1) Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66). Assim, a iminência traz consigo o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes do evento iminente, mas nada precisa acontecer antes que ele aconteça. Se alguma coisa precisa acontecer antes de determinado evento ocorrer, tal evento não é iminente. Em outras palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destrói o conceito de iminência.
 
2) Uma vez que é impossível saber exatamente quando ocorrerá um evento iminente, não se pode contar com a passagem de determinado período de tempo antes que tal evento iminente ocorra. À luz disso, é preciso estar sempre preparado para que ele aconteça a qualquer momento.
 
3) Não se pode legitimamente estabelecer direta ou implicitamente uma data para sua ocorrência. Assim que alguém marca uma data para um evento iminente, destrói o conceito de iminência, porque ao fazer isso afirma que um determinado intervalo de tempo deve transcorrer antes que tal evento ocorra. Uma data específica para um evento é contrária ao conceito de que tal evento possa ocorrer a qualquer momento.
 
4) É impossível dizer legitimamente que um evento iminente vai acontecer em breve. A expressão "em breve" implica que tal evento precisa ocorrer "dentro de um tempo pequeno (depois de um ponto específico designado ou implícito)". Em termos de contraste, um evento iminente pode ocorrer dentro de um pequeno intervalo de tempo, mas não precisa fazê-lo para ser iminente. Espero que você perceba, agora, que "iminente" não é igual a "em breve".[3]
 
O fato de que Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento, mesmo que não necessariamente em breve, e sem a necessidade de qualquer sinal anterior à Sua vinda, requer o tipo de iminência ensinado pela posição pré-tribulacionista e é um forte apoio ao pré-tribulacionismo.
 
Que passagens do Novo Testamento ensinam essa verdade? Os versículos que afirmam a volta de Cristo a qualquer momento, sem aviso prévio, e aqueles que instruem os crentes a esperar e aguardar a vinda do Senhor ensinam a doutrina da iminência.
 
Observem-se as seguintes passagens do Novo Testamento:
• 1 Coríntios 1.7 – "...aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo".
• 1 Coríntios 16.22 – "Maranata!"
• Filipenses 3.20 – "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo".
• Filipenses 4.5 – "Perto está o Senhor".
• 1 Tessalonicenses 1.10 – "e para aguardardes dos céus o Seu Filho...".
• 1 Tessalonicenses 4.15-18 – "Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras".
• 1 Tessalonicenses 5.6 – "Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios".
• 1 Timóteo 6.14 – "que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo".
• Tito 2.13 – "aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus".
• Hebreus 9.28 – "assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação".
• Tiago 5.7-9 – "Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor... pois a vinda do Senhor está próxima... Eis que o Juiz está às portas".
• 1 Pedro 1.13 – "Por isso,... sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo".
• Judas 21 – "guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna".
• Apocalipse 3.11; 22.7, 12, 20 – "Eis que venho sem demora!"
• Apocalipse 22.17, 20 – "O Espírito e a Noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem.
 
Aquele que dá testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus!"
 
Ao considerarmos as passagens mencionadas acima, observamos que Cristo pode voltar a qualquer momento, que o Arrebatamento é de fato iminente. Somente o pré-tribulacionismo pode dar um sentido pleno, literal, a tal acontecimento iminente. Outras posições sobre o Arrebatamento precisam redefinir iminência de maneira mais elástica do que indica o Novo Testamento. O Dr. John Walvoord declara: "A exortação a que aguardemos a ‘manifestação da glória’ de Cristo para os Seus (Tito 2.13) perde seu significado se a Tribulação tiver que ocorrer antes. Fosse esse o caso, os crentes deveriam observar os sinais."[4] Se a posição pré-tribulacionista sobre a iminência não for aceita, então haverá sentido em procurar identificar os eventos relacionados à Tribulação (i.e., o Anticristo, as duas testemunhas, etc.) e não em esperar o próprio Cristo. O Novo Testamento, todavia, como demonstrado acima, uniformemente instrui a Igreja a olhar para a volta de Cristo, ao passo que os santos da Tribulação são exortados a observar os sinais.
 
A exortação neo-testamentária a que nos consolemos mutuamente pela volta de Cristo (João 14.1; 1 Tessalonicenses 4.18) não mais teria sentido se os crentes tivessem, primeiro, que passar por qualquer porção da Tribulação. Em vez disso, o consolo teria que esperar a passagem pelos eventos da Tribulação. Não! A Igreja recebeu uma "bendita esperança", em parte porque a volta do Senhor é, de fato, iminente.
 
A Igreja primitiva tinha uma saudação especial que os crentes só usavam entre si, conforme registrado em 1 Coríntios 16.22: a palavra "Maranata!" Esta palavra é constituída de três termos aramaicos: Mar ("Senhor"), ana ("nosso"), e tha ("vem"), significando, assim, "Vem, nosso Senhor!" Como outras passagens do Novo Testamento, "Maranata" só faz sentido se uma vinda iminente, ou seja, a qualquer momento, for pressuposta. Isso também serve de apoio à posição pré-tribulacionista.
 
Não foi à toa que os antigos cristãos cunharam essa saudação peculiar que reflete uma ansiosa expectativa pelo cumprimento dessa bendita esperança como uma presença real em suas vidas cotidianas. A vida da Igreja em nossos dias só teria a melhorar se "Maranata" voltasse a ser uma saudação sincera nos lábios de crentes que vivem com esta expectativa. Maranata!
 
Autor: Thomas Ice e Timothy Demy

Sinais Que Anunciam o Arrebatamento

Neste ponto os teólogos se divergem bastante. Há o grupo dos que crêem que os sinais são para indicar a época da Vinda de Jesus nos ares para buscar a Sua Igreja; existem os que crêem que os sinais norteiam os dois casos; e, também tem aqueles que afirmam que os sinais só apontam para a Segunda Vinda de Jesus na Terra para estabelecer o Seu Reino Milenar. O segundo caso nos parece mais óbvio; de qualquer modo, sendo para uma das situações o resultado será a orientação da época.

Em 1 Ts 5.1-4 encontramos o seguinte: “Irmãos, relativamente aos tempos e as épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa”.

Como podemos observar, ninguém saberá o dia nem a hora, “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” Mt. 24.36, porém, os que andam na Luz tem nos sinais uma orientação da época do grandioso dia. A igreja é também denominada noiva e esposa do Cordeiro, Ap 19.7, 21.9. Alguém já viu uma noiva não saber da época de seu casamento? Também é comum entre as noivas o aumento euforia e ansiedade a cada dia que se aproxima do casamento. Assim os cristãos, sentem nos sinais (os preparativos para a festa) e no coração devido sua comunhão com o Espírito Santo (amor pelo esposo) que o Grande Dia do Arrebatamento está chegando.

Alguns sinais :

Falsos Cristos enganando a muitos, guerras, rumores de guerras, nação contra nação, reino contra reino, haverá fomes, terremotos em vários lugares, tribulação, assassinato, cristãos odiados por causa do nome de Jesus, muitos se escandalizarão, traição, ódio uns dos outros falsos profetas que enganarão a muitos, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos, Mt 24.5-12.

Um sinal muito interessante

Vejamos o que diz o trecho de 1 Ts 2. 1-8:

“Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda”.

Aqui vemos dois sinais que só poderão acontecer no extremo-fim do período da Graça: A apostasia (Dr Aurélio: Separação ou deserção do corpo constituído (de uma instituição, de um partido, de uma corporação) ao qual se pertencia. 2. Abandono da fé de uma igreja, especialmente a cristã: & 3. Abandono do estado religioso ou sacerdotal). E a presença do anti-Cristo com o seu poder detido devido a presença da Igreja e do Espírito Santo com a Sua função de Consolador.

Obviamente que, se o anti-Cristo vai governar logo que a Igreja for assunto ao Céu, então ele deverá estar presente por um tempo juntamente com a Igreja do Senhor, mais precisamente a Igreja que estiver vivendo na época do Arrebatamento.

O mundo já está politicamente pronto para ser governado pelo anti-Cristo.

Tudo está caminhando para se cumprir o que a Bíblia diz a respeito do governo do anti–Cristo tipificado nos pés da estátua que Daniel viu, “E, quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão uns ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro”, Dn 2. 41-43.

Na visão dos animais Daniel o seguinte representando também o Iníquo: “E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, Dn 7. 24-25.

Quem poderia dizer a vinte anos atrás que hoje existiria condições satisfatórias, através da informática, de identificar controlar totalmente a todos os moradores do planeta simplesmente através de um código? Pois bem, João descreveu este assunto assim: “...e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos; faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis” Ap 13. 15-18.

Amados, despertemo-nos! Lembremo-nos que, se estas coisas estão próximas a acontecer significa que Jesus está mais às portas do que possamos imaginar.

Eu dependo da graça de Deus

| Autor: Enoque Rodrigues Nogueira |

Arrebatamento da Igreja

Inúmeros líderes de Igrejas cristãs da atualidade, de variados entendimentos bíblicos teológicos, se proclamam autênticos seguidores da moral evangélica do Cristo e, por conseguinte, idealizam que as suas Igrejas, em particular, será arrebatada fisicamente do ambiente terrestre nos transes das grandes tribulações humanas que advirão nos finais de ciclos para desfrutar diretamente, sem nenhum esforço coletivo, as bodas do Cordeiro no reino celestial. Eximindo-se assim numa atitude egoística de exemplificar perante os demais irmãos da humanidade aquilo que Jesus mais fez questão de ensinar e vivenciar na sua jornada terrestre: a paciência e resignação nas tribulações da vida humana.

São decorridos mais de XX séculos em que árvore do cristianismo abriga sob a sua sombra benéfica as almas humanas, ensinando sob figuras de linguagem os mistérios da imortalidade para além do plano físico terrestre. Essa árvore para chegar frondosa aos nossos atuais dias sofreu ao longo dos séculos os embates da má vontade humana, em forma de perseguições cruciais às suas primeiras sementes, mutilações na formação dos seus primitivos ramos, destruição e queimadas nos seus galhos iniciais.

Muitos líderes atuais dessas Igrejas modernas desconhecem, ou fingem desconhecer, os martírios e tribulações pelos quais passaram os trabalhadores da boa nova dos primeiros séculos de cristianismo, ignorando assim sem racionalizar com integridade, a labuta do crescimento da árvore cristã para chegar aos nossos dias. Utilizando uma figura de linguagem bem simples: aderem ao movimento cristão que leva a bagagem de mais XX séculos de biografias das sociedades terrestres, e sem reflexionar o pão que “o diabo” da alma humana desviada do bem amassou em rejeição à pureza dos princípios cristãos.

Aqui abrimos um parágrafo de reflexão para ajudar irmãos de embrionário entendimento que se julgam inclusos em arrebatamento direto para do reino celestial, descaracterizando a mensagem viva da cruz, do trabalho nobre, do sacrifício pessoal, da perseverança no bem, da humildade e simplicidade nas coisas espirituais, com Jesus: aquele que quiser ser o maior, então que seja o servo de todos; quem a si mesmo se exaltar, será rebaixo na vida celestial; e os últimos é que realmente serão os primeiros...

BREVE RELATO DO CRISTIANISMO:

As primeiras perseguições aos ideais do Cristo foram encabeçadas por Herodes, governador da Judéia, após receber a visita dos astrólogos que estavam na busca de localizar a cidade onde o menino Jesus havia nascido. E Herodes temendo o seu futuro político, baixou um decreto e autorizou a mortandade de todas as crianças do sexo masculino com até dois anos de idade (Mateus 2. 16).

Quando Jesus completou 30 anos começou a sofrer perseguições do Sinédrio, Templo de Jerusalém, onde se praticava a religião mosaica com base no Antigo Testamento das escrituras. O Sinédrio comandava a religião dominante nessa época, na Judéia, e sentiu-se abalado em sua estrutura íntima pela moral que Jesus propagava e vivenciava diante do povo. Os Sacerdotes liderados por Caifás resolveram então promover perseguições aos ideais de Jesus, e essas perseguições foram intensas que culminou no desfecho da condenação e crucificação de Jesus. De fato Jesus foi condenado à morte na cruz por acusação da Religião na figura dos Sacerdotes de Jerusalém; e pelo Poder Político que simplesmente lavou as mãos diante das exigências impostas pelo Sinédrio, e que influenciou a massa popular para aplaudir esse ato bárbaro.

Três cruzes se erguem no alto do monte, naquela sexta feira do ano 33 em que se consumou a ação da condenação de Jesus. Alguém que contemplasse a imagem do crucificado apenas pela visão carnal, abandonado pelos seus seguidores e amigos mais íntimos, e perseguido pelos influentes que executavam a religião dominante da época: os fariseus e saduceus; e também ignorado pelas autoridades políticas que lavaram as mãos para um ato desprezível, que era a crucificação como um malfeitor rebelde. Alguém certamente diria: ali jaz um carpinteiro visionário derrotado. Porém, àqueles que têm olhos para ver e ouvidos para entender além dos sentidos puramente materiais, saberiam que no martírio de Jesus fora descortinado uma luz imorredoura para todos os séculos da vida terrestre, e que no plano oculto do invisível essa luz iria trabalhar ativamente iluminando a escuridão mental na qual vagavam as consciências humanas por longos séculos. 

Após a morte física de Jesus as perseguições continuaram sendo destinados aos Apóstolos, com a finalidade de desestruturar os seguidores do Mestre, e tudo isso instituído pelo Sinédrio, onde o jovem Saulo foi um carrasco cruel, até a sua conversão às portas da cidade de Damasco - Síria. Quando em visão espiritual (ARREBATAMENTO) vislumbra em êxtase, o espírito de Jesus ressuscitado (Atos 9. 1 a 18).

A partir dos anos 40, a boa nova tem um novo seguidor Paulo, que se imortalizou como o apóstolo dos gentios, e que juntamente com Lucas, um jovem médico de origem grega, divulgam o Evangelho em várias pátrias sob a jurisdição do Império Romano, inclusive na própria Roma. Após os anos 50, em Antioquia é que os seguidores de Jesus foram realmente chamados de: cristãos (Atos 11. 26), por sugestão de Lucas, nascendo assim o termo cristianismo. Antes eram designados como os fiéis do Caminho (vide Atos dos apóstolos 19. 9)

Quando a evangelização alcançou os bairros de Roma, o imperador Nero autorizou perseguições cruciais à comunidade cristã a partir dos anos 55, aonde chegou ao extremo de mandar atear fogo em seus arredores no ano 64, para culpar cristãos. Aqueles que aderiam ao movimento das idéias cristãs eram caçados cruelmente e quando pegos pelas autoridades romanas eram queimados vivos, outros levados aos circus que serviam de palco para distrair as pessoas, e ali eram submetidos a enfrentar leões famintos, sucumbindo esquartejados por essas feras em dolorosos espetáculos de insensibilidade e degradação humana.

Os Cristãos não tinham direitos sociais e nem podiam se reunir para confessar publicamente suas crenças, pois eram punidos impiedosamente com sofrimentos atrozes até extinção do corpo carnal. Só para reflexionar essas atrocidades: Assim como Jesus foi traído, julgado injustamente pelo Sinédrio e condenado à morte horrenda na cruz... os seguidores mais íntimos do Mestre também foram execrados na praças públicas: Estevão foi apedrejado barbaramente; Pedro foi crucificado brutalmente de cabeça para baixo; Paulo foi degolado com ferocidade; e milhares e milhares de cristãos mortos cruelmente, à luz do dia. 

Três séculos de acossamentos cruéis às pessoas que simplesmente buscavam seguir um Mestre que tinha ensinado e vivenciado o amor a Deus, espírito criador de todas as coisas; o amor ao próximo como a si mesmo; a imortalidade da alma; as bem-aventuranças celestes aos que suportassem as provações da luta terrena com fé, esperança, e muito amor no coração.

Uma das perseguições mais atrozes da história foi organizada pelo Imperador Diocleciano no ano 305 que autorizou as Legiões Romanas incendiar do oriente ao ocidente todos os núcleos de pequenas congregações cristãs, mandando assassinar barbaramente milhares e milhares de famílias que professavam a fé em Jesus.

O Império Romano estava em decadência moral. As pessoas não suportavam mais tanta barbaridade. Porém o Evangelho crescia na alma popular, e agora as classes dominantes de Roma já viam com bons olhos o heroísmo dos cristãos em suportarem as cruéis perseguições com tanto amor pelas promessas da imortalidade da alma, para além das provações da existência humana.

Final do século IV. O Império Romano governado por Constantino liberou publicamente o cristianismo em todas as nações do Império. A razão de sua conversão fora uma visão do símbolo da cruz no céu, durante a Batalha da Ponte Mílvia, em que venceu o inimigo na disputa pelo trono. Transcorrido esse período de calmaria sobe ao poder público: o imperador Teodósio, que desejando concentrar em Roma a matriz do cristianismo, constitui então o Catolicismo Apostólico Romano como a religião do estado romano. Com a instituição do Catolicismo o Império Romano estabeleceu a primazia do Bispo de Roma sobre todos os demais Bispos das congregações cristãs distribuídas nas demais regiões do mundo antigo, fato este que causou divisões entre os cristãos. Pois algumas congregações se opuseram a essa subordinação, por exemplo: Antiquióquia que era uma das primitivas do ano 42. Essa tomada de decisões abriu margem para quem se dizia cristão perseguir outro cristão. Doravante, repontam as heresias de crenças; as cruzadas religiosas e explorações de terras que incitam batalhas sanguinárias; as inquisições da crença que promovem perseguições cruéis em Tribunais intitulados de Santo Ofício e que, ao invés de anunciar a vida eterna lançam a morte atroz às pessoas que divergem fundamentos e princípios de crenças...

Mais de dez séculos de lutas fratricidas pela sobrevivência das idéias religiosas, até as reformas protestantes que aconteceram a partir do século XVI.

Certamente que não se alcançará o raciocínio lógico destas lutas renovadoras da evolução social e que sensibilizam as lembranças humanas, ignorando-se o principio básico da vida e muito bem divulgado no Evangelho: a imortalidade da alma. Conscientizou Jesus: “Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma”...  (Mateus 10: 28)

No mundo passareis por tribulações, mas tende bom animo eu venci, vós também vencereis... (João 16. 33)

Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus (Atos 14. 22)

Jesus tinha onisciência que os seus ensinamentos morais iriam inflamar as intolerâncias religiosas do mundo antigo cheio de maldades, violências, pecados, transgressões, corrupções... Ele mesmo dá conhecimento destas coisas, quando esclarece: Não penseis que vim trazer paz ociosa à Terra...  Não vim trazer esse tipo de paz; Mas, a ação da luta renovadora... Porque eu vim por em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra... E assim os oponentes do homem serão os seus próprios familiares (Mateus 10. 34 a 36)..  A sociedade não tinha uma base de fé unificada em Deus, os governos eram pagãos, a religião que era responsável de conduzir as Almas vivia se digladiando umas com as outras em guerras de extermínio e crueldade.  E dessa forma a mensagem renovadora do Evangelho do Cristo iria levar séculos para solidificar na alma humana, e que os primeiros trabalhadores de sua causa seriam trucidados vivos nos palcos e circos humanos, como de fato aconteceu: séculos de luta e derramamento de sangue para a sociedade começar a respeitar e reverenciar a moral salvadora de Jesus.

Estas divergências e lutas que ocasionaram muitas provações coletivas no plano físico terrestre elas se tornam perfeitamente compreendidas à luz e justiça da reencarnação das almas. Sem o princípio misericordioso da reencarnação da alma e seu trabalho progressivo para o reino celestial, todas essas lutas e provações seriam incompreensíveis e estaria subordinado a um acaso cego e insensato.

AGORA a certeza que Jesus fez questão de ensinar nos Evangelhos sob o véu de figuras de linguagem, é que após as provações, tribulações e martírios dos seus seguidores na luta material. Nenhum deles ficaria desamparado na vida imortal do espírito após extinção do corpo carnal, porque essas almas heróicas que perseverassem fiéis até o fim em suas provações, suas almas seriam salvas das tribulações do além túmulo, porque estariam amparadas pelos anjos celestiais e conduzidas para o reino espiritual no seio invisível de Deus, E DESTA FORMA É QUE SE REALIZA O ARREBATAMENTO ESPIRITUAL.

Se esperamos em Cristo nó nesta vida (material), somos os mais miseráveis de todos os homens... 

E há corpos celestes e corpos terrestres... Se há corpo animal, há também corpo espiritual...

A carne e sangue não podem herdar o reino de Deus (I Cor 15. 19 a 50).

O reino de paz e amor iniciado por Jesus ainda não pertence a este mundo, apesar de nosso mundo, o planeta Terra, no plano extrafisico todo poder de direção espiritual ter sido delegado por Deus: a Jesus Cristo. Nas infinitas moradas da Casa Universal do Pai, Jesus está preparando a todos aqueles que seguem a sua moral com consciência, novos lugares de bem-aventuranças celestiais

Aparentemente apesar de não vermos Jesus com os olhos carnais, Ele está presente invisivelmente em nossas vidas participando interativamente, nos consolando nas lutas, nos inspirando pelo poder espírito. “ Estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos”.  E o reino de Deus não vem com aparências exteriores... ali, aqui, lá, acolá... É uma conquista individual e interior, ou seja, é um estado de espírito que alcançamos quando a nossa consciência desperta em si mesmo os sentimentos divinos do Cristo.

Que despertem nas Igrejas nossos irmãos em Cristo, pois na vida eterna que se desdobra nos planos celestiais divinos não existe aposentadoria compulsória, tal qual na existência humana. Lembremo-nos do que ensinou Jesus: O Pai trabalha até hoje, assim também o Cristo, e todos os filhos da luz...

CONSCIENTIZAÇÃO CRISTÃ

Eu sou a Luz da Vida;
Eu sou a Luz do Mundo;
Eu sou o Pão que alimenta o espírito;
Eu sou a água viva que sacia a alma;
Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

E que ninguém vai ao seio imaterial do Pai Criador para sentir a grandeza e integração multidimensional com a Vida Celeste, no Cosmos, senão através dos seus ensinamentos que tem a síntese de vivência na prática do amor e da virtude, princípios divinos (João 14. 6).

Jesus é o mesmo ontem hoje e sempre a mais elevada consciência espiritual que Deus, o Criador dos Mundos, facultou ao espírito humano a fim de que o siga como modelo orientador para vencer as provas e provações da luta material, até o Ser complementar a perfeição intelectual e moral no curso das existências que se concretizam nas infinitas moradas astrais do cosmo celeste.

PRINCÍPIOS MORAIS DO EVANGELHO DO CRISTO:

Amor a Deus - o Criador, com a força da alma, de todo coração, de todo entendimento;
Amor ao próximo como a si mesmo;
Fé em ti mesmo e no Poder Divino que te sustenta;
Não articular o mal para as pessoas nem por pensamentos, palavras, ou atitudes... Mas realizar o bem sem cessar;

Perdoar sem restrições: mágoas, ofensas morais, ações maldosas do próximo. No mesmo raciocínio como esperamos que Deus perdoe as nossas transgressões, em síntese: Pai! Perdoai os nossos pecados, assim como perdoamos as faltas que os nossos ofensores cometem contra a nossa consciência;

Orar com confiança, ou seja: buscar conexão com Plano Divino sem descanso; abençoar as adversidades; refletir bons pensamentos às pessoas com as quais não temos harmonia e nem afinidades pessoais simpáticas;

No plano divino serás analisado pelas obras do bem que realizares na vida;

Se a recompensa pelo bem que semeares não acontecer no plano terrestre, com certeza, realizar-se-á nos planos celestes da vida superior;

Acreditar plenamente na imortalidade da alma, e intensificar em si mesmo, a virtude de seus tesouros imperecíveis;

Confiar na assistência invisível dos poderes de Deus através de suas potências angélicas;

Procurar desenvolver o reino divino no coração, e esperar trabalhando com fé a felicidade de viver intensamente nas muitas moradas astrais, que integram a Casa Universal de Nosso Pai Celestial.

Eis a razão de Jesus imolar-se na cruz em prol de sua mensagem de amor e salvação moral à alma humana decaída em erros de existências passadas, para ensinar à humanidade exemplos dignificantes que em nome de Deus não se deve violentar a ninguém e nem promover desordens religiosas. Ele, Jesus filho do Altíssimo, ensinou e exemplificou com sacrifícios que culminou na sua crucificação que somente através do amor fraterno, do perdão incondicional, do trabalho social, do serviço pelo bem comum, da fé no poder divino, na tolerância às diferenças de crenças, e no respeito moral às pessoas poderemos encontrar a nossa redenção para a vida eterna no seio imaterial do Criador.

Autor: Abrahão Ribeiro 

Estudo Bíblico O Arrebatamento da Igreja

Milhares de pessoas por toda a parte estão sendo despertadas para esse fato solene e bendito, e ainda que os "escarnecedores" dos últimos tempos estejam perguntando: "Onde está a promessa da Sua vinda?" (2 Pe 3:4) e o mau servo diga no seu coração: "O meu Senhor tarde virá" (Mt 24:48), mesmo assim "O que há de vir virá, e não tardará" (Hb 10:37)" O Filho do homem há de vir à hora em que não penseis" (Mt 24:44).
 
No espírito do povo de Deus, por todo o mundo, há uma convicção crescente e certíssima - convicção baseada nas verdades da Palavra divina - de que a história da Igreja na terra está prestes a findar; e que o Senhor Jesus está para vir para levar a Sua noiva para a casa do Pai.
 
Leitor, estás já compenetrado da realidade deste solene assunto, e do que ele significa? Se não estás ainda, que o Espírito Santo se sirva destas linhas para despertar a tua preciosa alma: "Para que o Senhor não venha de improviso e não te ache dormindo" (Mc 13:36).
 
Há quatro coisas em relação a esse assunto que desejamos apresentar em poucas palavras:
1 - A promessa da Sua vinda;
2 - A Pessoa que está para vir;
3 - O propósito da Sua vinda;
4 - A preparação para a Sua vinda.
 
A Promessa da Sua vinda
Houve um tempo em que a Sua vinda como humilde sofredor era ainda uma profecia por cumprir. Muitas gerações tinham vindo e desaparecido; impérios se tinham levantado e caído; Israel e Judá tinham sido "espalhados", levados para o cativeiro; e um resto do povo tinha sido novamente restaurado à sua terra; mas o prometido Messias não tinha aparecido. A maior parte dos que tinham voltado do cativeiro de Babilônia achavam-se, sem dúvida, estabelecidos com todo o conforto, e quase esquecidos d'Aquele cuja vinda lhes tinha sido prometida, quando, eis que, uma manhã, houve em Jerusalém um grande movimento. Chegaram visitantes de fora com a extraordinária notícia de que tinha nascido o Rei há muito prometido. Desde o palácio de Herodes até aos sacerdotes do templo, a notícia espalhou-se rapidamente.
 
Mas qual foi o resultado desta notícia? Foi porventura que os filhos de Siãogritaram unânimes louvores a Deus por ter, finalmente, cumprido a Sua palavra e mandado o Messias? Porventura a alegria brilhou em todos os rostos, foram consolados os corações? Infelizmente não. Pelo contrário. A tristeza invadiu a cidade. "O rei Herodes... pertubou-se, e toda a Jerusalém com ele" (Mt 2:3).
 
Mas por que razão? Foi porque, se pelas Escrituras eles conheciam um pouco o assunto, deviam saber que Isaías tinha predito que "Reinará um Rei em justiça" (Is 32.1).
 
Ora, apesar de em Jerusalém haver nesse tempo muitos que se glorificavam da sua própria justiça e religião, havia sem dúvida na consciência da maior parte um íntimo sentimento de que não estavam preparados para a presença daquele Justo, e portanto a notícia que devia encher de gratidão e júbilo todos os peitos em Jerusalém, apenas produziu o efeito contrário.
 
Mas quer estivessem preparados para O receber, quer não, Ele tinha vindo; tinha vindo para revelar o Pai, tinha vindo não só como o Messias de Israel, mas também como o "Salvador do Mundo". A solene conseqüência é bem sabida por todos. O "Amado de Deus" foi odiado e rejeitado, e o Seu caminho neste mundo findou no Calvário ­crucificado e morto pelas mãos dos injustos (At 2:23).
 
Deus tinha assim cumprido completamente a promessa feita aos pais de mandar Jesus; eles cumpriram os escritos proféticos condenando-O (At 13:27,32-33).
 
Antes da Sua morte, contudo, Aquele que tinha sido prometido tornou-se em um que prometia.
 
Tinha reunido à roda de Si os seus amados discípulos. O traidor Judas tinha acabado de se retirar daquele pequeno grupo. A negra sombra da cruz estava a poucos passos à frente, e Ele lhes falou, insinuando a esse respeito. Que momento solene foi aquele!
 
Pensemos naqueles rostos tristes e transtornados ao escutarem ansiosamente aquela comunicação de despedida! "Não se turbe o vosso coração", diz Ele"credes em Deus, crede também em Mim" (Jo 14:1). Como se tivesse dito: Vós confiastes em Deus sem O ver, e agora que Eu me vou apartar de vós, ponde a mesma confiança em Mim. Deus vos fez uma promessa por meio dos profetas, e cumpriu fielmente esta promessa pela minha vinda. Eu, também, vou fazer-vos uma promessa, e vós deveis igualmente confiar que Eu hei de cumpri-la.
 
Mas qual era esta nova promessa?
Vamos ler João 14:2 e 3 e veremos: "Na casa de meu Pai há muitas moradas: vou preparar-vos lugar. E se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também."
 
Não se podia cair em maior erro do que pensar que esta segunda "vinda" se refere à morte do crente. Vejamos a diferença que há entre uma coisa e outra. Suponhamos que um pai muito afetuoso leva pela primeira vez o seu filho para uma escola distante, como interno. Ao apartar­se dele bem vê a luta que se está travando no coração da pobre criança, que tenta por todos os modos reprimir as lágrimas. Assim, para o animar, o pai diz: - Então, meu filho, não estejas triste. Eu agora tenho que te deixar aqui e voltar para casa, mas, quando começarem as férias, eu mesmo hei de vir para buscar-te e levar-te comigo para casa.
 
Ora, ninguém vai se enganar quanto ao sentido que o pai queria fazer perceber ao seu atribulado filho por estas palavras. E assim também a linguagem do bendito Jesus para os Seus tristes discípulos, na crítica ocasião já aludida, não foi menos clara e livre de enganos.
 
Não disse: "Eu vou para o céu, mas vós haveis de morrer e ir ali ter comigo", mas sim: "Se Eu for, e vos preparar um lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo" .
 
Se os crentes morrem, as Escrituras falam deles como tendo "deixado o corpo e habitado com o Senhor" (2 Co 5:8). Enquanto que, quando a vinda do Senhor tiver lugar, em vez de estarem ausentes do corpo, ou, como exprime o versículo 4, estarem "despidos", os seus corpos serão conformados ao Seucorpo glorioso (Fp 3:21; 1 Co 15:52)"Num momento, num abrir e fechar de olhos", os "mortos em Cristo" ressuscitarão e os vivos serão "transformados". De modo que, em lugar da vinda do Senhor se referir à morte dos crentes, pelo contrário, desfará tudo que a morte tem feito nos corpos do povo de Deus durante perto de seis mil anos. Que dia de vitória tanto para Elecomo para aqueles que conhecem!
 
Mas consideremos agora a segunda parte do nosso assunto, isto é:
 
A Pessoa que está para Vir
Muitos dos que conhecem alguma coisa da doutrina da vinda do Senhor, parecem preocupar-se mais com os "acontecimentos" que julgam terem sido ou estarem sendo cumpridos, do que com a própria bendita Pessoa que há­de vir.
 
Uma viúva, por exemplo, está no cais duma cidade marítima, olhando fixamente para o lado do mar. Ouviu dizer que estão para chegar em breve navios de transporte que trazem as tropas de volta duma guerra no estrangeiro, e ela espera ardentemente que num deles venha o seu muito amado filho. Estão a fazer-se grandes preparativos para uma grandiosa recepção após o desembarque dos bravos soldados. Mas tudo isso tem poucos atrativos para ela. As bandas militares, as bandeiras tremulando e os arcos triunfais podem agradar a um simples observador; mas é pelo seu querido filho que ela espera. De dia e de noite desde que ele partiu, ela tem desejado e orado pelo seu regresso, e, na verdade, o que é que lhe daria alegria igual a vê-lo de volta são e salvo? Não é que ela não goste de vê-l0 honrado nos festejos; na verdade, ela o considera digno de todas as honras que lhe possam dar; no entanto, isso ocorrerá depois de seu desembarque. Agora, a maior preocupação do seu coração é esta: "ele está para vir".
 
Ora, leitor amigo, podem estar a dar-se certos acontecimentos, hoje, que pareçam indicar que não pode estar longe o tempo em que o "Sol da justiça" há de levantar-se, trazendo nas Suas asas a cura para o restante do povo de Israel que teme o Seu nome, e o julgamento para os maus. Mas a esperança imediata do cristão é a volta do próprio Cristo, como sendo a "Resplandecente Estrela da Manhã", como Ele próprio diz em Apocalipse 22: 16. Usando do Seu próprio precioso nome pessoal, Ele diz: "Eu, Jesus, enviei o Meu anjo para vos testificar estas coisas nas igrejas; Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã".
 
Ora, a estrela da manhã aparece no firmamento antes do sol. É entre o tempo em que Ele vem como "Estrela da manhã", e o tempo em que Ele apareceu novamente como "Sol de justiça" que o terrível julgamento de que se fala no Apocalipse há de se desencadear sobre a terra. Então entrará em cena aquela terrível consumação de maldade e insubordinação, aquele "homem do pecado", o anticristo.
 
(2 Ts 2); então também há de vir o "tempo de angústia para Jacó" (Jr 30:7), e "grande aflição" (Mt 24:21-22), mas haverá uma porção do remanescente fiel daqueles dias que será poupado no meio de tudo isto, tal como os três filhos hebraicos no forno ardente (Dn 3). A cristandade professa, aqueles que somente levam o nome de cristãos mas que não receberam "o amor da verdade para se salvarem", será deixada na terra após o arrebatamento, e o próprio Deus os abandonará a uma "operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam condenados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade" (2 Ts 2).
 
Haverá, então, inúmeros sinais - sinais do mais medonho caráter, muitas tristezas esmagadoras, espetáculos e sons que hão de fazer tremer os corações mais fortes - de modo que os homens "desejarão morrer e a morte fugirá deles" (Ap 9:6). Mas lembremo-nos de que tudo isso se deve esperar depois da "Estrela da Manhã" ter raiado, e não antes; isso é, depois que a Igreja, a noiva celestial de Cristo, tenha sido arrebatada da terra para ir ao Seu encontro nos ares. Oh, não esqueçamos nunca que é Ele próprio que está para vir brevemente para recolher os Seus remidos!
 
A preocupação com "acontecimentos", em lugar do coração estar ocupado com a Sua pessoa, rouba ao coração muito daquele bem estar e conforto que deve resultar desta esperança celestial. Infelizmente, o inimigo tem conseguido fazer com que no espírito de muitos esta linda promessa da vinda do Senhor se pareça com uma ameaça judicial; enquanto, como vemos em João 14, foi o melhor tônico escolhido pelo Grande Médico para reanimar os corações desfalecidos e receosos dos Seus amados discípulos. E quando o inspirado apóstolo, anos mais tarde, escreve a sua primeira carta aos enlutados e perseguidos jovens convertidos de Tessalônica, ele conclui as suas observações sobre a vinda do Senhor com esta pequena, mas significativa frase: "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras".
 
Leiamos agora 1 Tessalonicenses 4: 16 e examinemos cuidadosamente estas palavras de conforto: "O mesmo Senhor descerá do céu, com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor".
 
Notemos que aqui se trata de um verdadeiro Homem, vivo, o "mesmo Senhor", que ia descer do céu. Era o próprio Senhor que iriam encontrar nos ares. Quando se converteram, os tessalonicenses aprenderam que o "mesmo Jesus", que pela Sua morte e ressurreição os tinha livrado da "ira futura", estava para vir outra vez; e eles "dos ídolos se converteram a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e para esperar dos Céus a Seu Filho"(1 Ts 1:9-10). Paulo também diz, quando escreve dos Filipenses, que: "A nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (3:20); isto é, eles estavam à espera de uma Pessoa, e essa Pessoa era o conhecido e amado Filho de Deus, em Quem tinham aprendido a confiar.
 
Mas, onde esse bendito Salvador não é conhecido, onde não se confia na Suaobra consumada, nem a Sua autoridade é reconhecida e obedecida, não é para admirar que as novas da Sua próxima vinda encham as consciências de terror e receio, como na antiga Jerusalém.
 
Mas, querido leitor cristão, isso não se deve dar contigo. Devemos, sem dúvida, velar para que o nosso procedimento seja digno d'Aquele que está para vir; e se tomarmos a sério em nossos corações a promessa da Sua breve volta, decerto cuidaremos nisso. "Qualquer que n'Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro" (1 Jo 3:3).
 
Nunca devíamos esquecer, além disso, que todos havemos de ser manifestados perante o Seu tribunal, onde toda a nossa obra será passada em revista, e onde "cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho" (1 Co 3:8). Isso, contudo, como o "dia da grande revista" do exemplo que apontamos, será um acontecimento posterior.
 
E, além disso, assim como, numa revista militar, todos os soldados aparecem com o seu uniforme de gala, assim nós havemos de aparecer perante o Seu tribunal com vestidos gloriosos como os d'Ele - pois seremos ressuscitados em glória (1 Co 15:43). Mas primeiro Ele virá nos buscar, como um noivo afetuoso vem buscar a sua noiva para a levar para casa; e, repetimo-lo mais uma vez: o verdadeiro crente nada tem a temer com relação a esse tribunal, embora haja muito para humilhar e exercitar os espíritos até dos mais dedicados entre nós.
 
Há alguns anos, encontrei na cidade de Manchester um rapazito de uns seis anos de idade que ia caminhando vagarosamente pela rua. Quando me aproximei, notei que estava cantando uma canção, evidentemente, de sua composição. Bem pequena, composta de apenas três palavras: "Às dez horas! Às dez horas! Às dez horas!" O pequeno parecia tão absorvido com isto, e o repetia tantas vezes, que tive a curiosidade de perguntar o que queria dizer. Depois de lhe dirigir algumas palavras carinhosas, a criança começou a falar comigo.
 
Parece que a mãe tinha estado ausente de casa durante algum tempo, mas que o pai tinha recebido uma carta em que dizia que haveria de voltar para casa nesse dia "às dez horas". A pequena canção matutina não carecia de mais explicações. A notícia do regresso da mãe tinha-o enchido até transbordar. Sem dúvida ele tinha sentido muito a falta dela, a sua ausência, e desejava ardentemente que ela voltasse.
 
Mas agora ela estava para vir - "às dez horas". Admira­ nos que esta notícia o enchesse de alegria?
 
Ora, porque então não se passa o mesmo conosco, cristãos, quando as novas da vinda de nosso Senhor chegam aos nossos ouvidos? Não temos nós provado a doçura do Seu amor? Não sofreu Ele e morreu por nós? Não nos tem Ele sempre guardado desde que O conhecemos, aliviando-­nos de muitos pesos, socorrendo-nos e compadecendo-Se de nós em muitas tristezas, restaurando-nos depois de muitas quedas? As palavras não podem exprimir quão queridos nós Lhe somos. Ah, caro irmão ou irmã, é quando pensamos n'Ele que os nossos corações ardem com desejos de O ver!
 
Não faz muito tempo que uma senhora cristã me disse: "às vezes, quando penso na vinda do Senhor, o meu coração pula de alegria dentro de mim."
 
Outra mocinha, que já conheço há anos - ela tinha onze anos na ocasião - disse o seguinte, após ter saído na noite escura para passar um recado: "Mamãe, quando eu vinha subindo, as nuvens estavam se movendo tão depressa no céu... então eu fiquei quieta e olhei para cima, porque pensei que o Senhor Jesus estava voltando... e então eu seria a primeira a vê-Lo" Ora, qual era o segredo desta paz e alegria no peito daquela criança, que estava completamente só naquele caminho de campo, ao crepúsculo, e desejando ardentemente ver o bendito rosto do Senhor? Era justamente por isto: Ela conhecia e confiava na Pessoa que estava para vir: "Ao qual, não havendo visto, amais" (1 Pe 1:8). Ela sabia que, por Ele ter morrido por ela, todos os seus pecados estavam não só gratuitamente perdoados, mas eternamente esquecidos.
 
Mas talvez alguém possa dizer: "Eu não estaria tão sossegado se pensasse que Ele pode vir imediatamente, embora o meu coração confie no Seu precioso sangue".
 
Ah, então é porque se esquece quem é que está para vir! É o "mesmo Jesus", o qual uma vez "cansado do caminho", pediu de beber à mulher samaritana (Jo 4); o mesmo que parou o cortejo fúnebre à saída da cidade de Naim e restituiu o único filho à pobre viúva (Lc 7); que permitiu à pecadora em casa de Simão que manifestasse o seu amor por meio de lágrimas e beijos aos Seus benditos pés (Lc 7); ainda mais: é o mesmo Jesus que dirigiu as maravilhosas palavras de misericórdia e graça ao ladrão moribundo no Calvário (Lc 23). É Ele, é Ele próprio que está para vir!
 
Leitor, você quer uma prova disso? Leia no livro de Atoscapítulo 1, o que aqueles dois anjos disseram aos discípulos no Monte das Oliveiras. O seu Senhor tinha acabado de deixá-los, foi para o céu, mas não sem primeiro ter um cuidado especial de lhes demonstrar que não era um Espírito, mas um Homem vivo com carne e ossos, e que, se duvidassem, podiam eles próprios verificar, apalpando-O (Lc 24:39)"Varões galileus, porque estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir" (At 1: 11).
 
Perto de dois mil anos na glória não O mudaram, em nada! É a mesma Pessoaque Marta foi esperar depois da morte de seu irmão, e é por Ele que nós esperamos. Se, porventura, "adormecermos", isto é, morrermos antes que Elevolte, então Jesus"a ressurreição e a vida", Aquele que disse: "Lázaro, o nosso amigo dorme, mas vou despertá-lo do sono", sim, quando Elevoltar, há de nos despertar também para que, assim como Lázaro, nós possamos sentar-nos com todos os Seus santos nos moradas celestes (Jo 11,12 e 14). Por que, então, temeríamos, se um Amigo tão bendito está para vir do céu para nos encontrar?
 
"Certamente cedo venho" é a promessa animadora; nossos corações não deveriam corresponder a um tal amigo, e dizer "Amém; ora vem, Senhor Jesus"? (Ap 22:20).
 
O Propósito da Sua Vinda
Notemos agora este ponto, com a máxima atenção. É importante ver que, depois da nação judaica ter rejeitado o seu Messias, Deus revelou ao apóstolo o que as Escrituras chamam "o mistério". Este mistério, segundo lemos, esteve oculto desde os tempos eternos (Rm 16:25), esteve oculto em Deus (Ef 3:9). Isto é, havia, acima e além de tudo que é revelado no Velho Testamento, um propósito secreto no coração de Deus de ter uma noiva para o Filho amado, e esta noiva seria formada pela união dos judeus e gentios salvos em um corpo (a Igreja), e unidos pelo Espírito Santo à cabeça no céu (Veja-se Cl1:18; Ef 1:22-23; 3:6 e 5:30,32). O Espírito Santo começou esta obra no dia de Pentecostes, batizando para este corpo uno os próprios discípulos aos quais tinha sido feita aquela promessa a que já nos referimos.
 
Mas para a boa compreensão do assunto é igualmente importante ver que a rejeição de Cristo pelos judeus deixou ainda por cumprir muitas das mais importantes promessas do Velho Testamento quanto à bênção terrestre da nação de Israel. Por exemplo, leiamos o que diz do reinado do verdadeiro Filhode Jessé em Isaías 11, quando ele tiver ajuntado os desterrados de Israel e congregados os dispersos de Judá desde os quatro confins da terra (v. 12)"Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos juntos se deitarão e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca de áspide, e o já desmamado meterá a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em nenhuma parte em todo o monte da Minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar"(v. 6-9).
 
Leiamos também Isaías 65:25, 31:5Amós 9: 12-15Miquéias 4:3Habacuque 2: 14, onde se diz que "o deserto se alegrará, e florescerá como a rosa" etc., e que se "converterão as suas espadas em enxadas. e as suas lanças em foices... nem aprenderão mais a guerra".
 
E também quanto à restauração da nação à sua própria terra, leiam-se os textos, tais como Isaías 35: 10Jeremias 23:5 e Ezequiel 34:24; 31: 10.
 
Por uma cuidadosa leitura desses textos e de outros, veremos que estas bênçãos prometidas não são o resultado da conversão do mundo, por meio da pregação do Evangelho; mas, pelo contrário, que elas serão precedidas e introduzidas pelos mais terríveis julgamentos sobre os maus.
 
Queremos agora acentuar aqui que há dois grandes assuntos que formam o tema de testemunho profético no Velho Testamento, e estes são os sofrimentos de Cristo e o reinado de Cristo; ou, conforme diz Pedro: "Os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir" ( 1 Pe 1:11).
 
Ora, os judeus dos tempos antigos esbarraram num dos lados deste testemunho, enquanto que aceitaram plenamente o outro. Não tinham dificuldade alguma em crer no que os profetas tinham dito a respeito de um Messias que havia de reinar, mas tinham problemas em considerar que ele haveria de sofrer. Por outro lado, enquanto que todo o verdadeiro cristão aceita inteiramente o testemunho profético de que o Messias havia de sofrer, quantos não rejeitam ou procuram dar um sentido puramente espiritual à verdade do Seu próximo reinado!
 
Mas, lembremo-nos de que nem um jota, nem um só til destas Escrituras, deixará de ser cumprido.
 
Quando o Senhor voltou ao céu, ele legou duas categorias de promessas a serem cumpridas - as que dizem respeito à Igreja, e as que se referem a Israel, cada uma delas particularmente distinta da outra. Quando estas se cumprirem, Ele irá Se apresentar como fez outrora Isaque, na ocasião em que, segundo Gênesis 24, saiu ao encontro de Rebeca, não como um reto juiz, ou um rei guerreiro, mas com a tema dedicação de um noivo afetuoso. Enquanto que, ao cumprir estas, há de Se apresentar como Davi, o poderoso conquistador; virá para assumir uma posição de grande poder e reinar. Por outras palavras, Ele é o Noivo da IgrejaEle é o Rei de Israel.
 
Há, portanto, duas fases distintas da segunda vinda do Senhor, mencionadas na palavra de Deus - duas etapas, por assim dizer, na mesma jornada. Primeiro Ele descerá aos ares para arrebatar os Seus santos para o céu; depois, em seguida a um curto período, há de voltar para reinar, e então os Seus santos celestes desfrutarão com Ele as glórias do Seu reinado.
 
Exemplifiquemos esta parte do nosso assunto. Suponhamos que, ao caminharmos pela estrada numa manhã, notamos uma pequena poça de água. Afastando­-nos dela, seguimos o nosso caminho e nem mais pensamos nisso. Alguns dias depois acontece passarmos lá outra vez; mas os vestígios de água que ali vimos na primeira vez desapareceram. O que aconteceu com todas aquelas gotas de água? Foi o sol brilhante que, pelo seu poder, as evaporou e atraiu para si. Ninguém as viu partir, mas elas certamente partiram.
 
Algumas semanas mais tarde pode-se ver as mesmas gotas de água. Mas quão mudadas desde a última vez que as vimos e nos afastamos delas, na poça lamacenta! Agora são lindas, brancos flocos de neve, e são a admiração de todos!
 
Assim também acontecerá em breve, caro leitor. O próprio Senhor descerá do céu, e no "abrir e fechar de um olho" ressuscitará do pó os corpos de todos os Seus santos adormecidos, e transformará os corpos dos vivos, arrebatando-os todos juntos para irem ao Seu encontro nos ares.
 
As Escrituras não nos dão nenhum motivo para supor que os incrédulos verão este acontecimento. Provavelmente a solene descoberta da falta de cada um deles em seu lugar costumeiro será o primeiro anúncio público do que se passou. Enoque "não foi achado, porque Deus o transladara" (Hb 11 :5). Ora, tendo sido, com mais ou menos segredo, arrebatado para a glória, a igreja aparecerá em seguida na mais completa publicidade com Ele, quando, como está escrito, "todo o olho O verá" (Ap 1:7).
 
Mas o próprio bendito Senhor apresenta em um capítulo, em Mateus 25, a mais clara descrição destas duas fases da Sua vinda. A primeira etapa da vinda é apresentada na parábola das "dez virgens", a outra na parábola dos "bodes e ovelhas". Na primeira vêem-se as virgens prudentes entrando com o esposo para as bodas; na outra vê-se o rei saindo para julgar. Notemos bem este notável contraste.
 
Na primeira parábola os salvos são levados para o céu, e os incrédulos são deixados na terra para o julgamento que há de vir. Na outra, são os maus que são levados para julgamento, enquanto que os justos são deixados na terra para partilharem as bênçãos do reino do Messias.
 
Num dos casos os santos entram, e as portas se fecham; no outro, o céu se abre, e os santos saem, juntamente com o Filho do Homem.
 
Ora, no Apocalipsecapítulos 4, 5 e 19, lemos o que realmente tem lugar no céu depois de a Igreja ter sido arrebatada e ter entrado ali. No capítulo 4versículo 4, os santos como anciãos estão sentados sobre os tronos, vestidos de branco, com coroas de ouro sobre as suas cabeças; e nos versículos 10 e 11 são vistos adorando, prostrados diante d'Aquele que estava sentado sobre o trono, lançando as suas coroas aos Seus pés e dizendo: "Digno és, Senhor" (Veja também o capo 5:9). Então, no capítulo 19: 7, após um poderoso coro de "Aleluias", lemos "Regozijemo-nos e alegremo-nos e demos-Lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou". Em seguida vem "a ceia das bodas" (versículo 9). Vimos, pois, que Mateus 25 nos apresenta o grito aflitivo das "loucas" do lado de fora, e no Apocalipse vemos a alegria festiva dos salvos do lado de dentro. Querido leitor, com qual destas companhias acharás o teu lugar?
 
Seguindo adiante, em Apocalipse 19: 11-16 vemos o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, acompanhado pelos Seus exércitos saindo dos céus para julgar e pelejar.
 
Mas vejamos novamente o que se lê em Mateus 25. Há uma idéia comum - mas totalmente errônea - a respeito da última parte deste capítulo. Considera-se que esta parte é uma figura do julgamento geral, como é chamado. E desta aceitação resultam perguntas como "Não estaremos todos perante Ele para sermos julgados, não receberemos o nosso lugar entre as ovelhas à Sua mão direita, ou entre os bodes à Sua esquerda? A isso pronto podemos responder: Não. O que temos aqui é o julgamento daquelas nações presentes na terra na ocasião em que o verdadeiro Rei vier para reinar.
 
Ora, de Israel está escrito que "Entre as gentes não será contado" (Nm 23:9), quanto menos o devem ser os santos que compõem a Igreja (Veja-se Cl3:11; At 15:14)!
 
Alguém poderia perguntar: - Se nem Israel nem a Igreja fazem parte das nações aqui julgadas, qual é a parte que lhes toca nesta cena solene?
 
Eis aqui a resposta:
 
1 - A parte dos santos desta dispensacão da graça:
"Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis, com Ele em glória" (Cl3:4).
 
"Eis que é vindo o Senhor, com milhares de Seus santos, para fazer juízo" (Jd 14,15).
"Virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo e o Senhor será o rei sobre toda a terra" (Zc 14:5,9; veja-se também Ap 3:21).
 
Haveria alguma indicação mais clara quanto ao lugar onde os co-herdeiros hão de estar quando Aquele, que tem sido constituído o Herdeiro de todas as coisas, tomar a herança?
 
2 - A parte de Israel:
Lembremo-nos em primeiro lugar de que esta nação é da "semente de Abraão", segundo a carne. Notemos também que, conforme Mateus 1:1Jesus Cristo é o filho de Davi, o filho de Abraão. Assim, pois, enquanto que como Filho de Davi Ele é o Rei deles, como Filho de Abraão Ele pode falar deles como Seus irmãos; e, em cumprimento da profecia do filho de Abraão (lsaque), Ele abençoa todos os que favoreceram os filhos de Jacó e amaldiçoa todos os que o não fizeram. "Malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem" (Compare-se Gênesis 27:29 com Mateus 25:34,41).
 
Vemos, pois, que além dos santos celestiais que, segundo outras Escrituras, hão de aparecer com Ele em glória, o Senhor menciona aqui, ao fim de Mateus 25, três companhias distintas, a saber: ovelhas, bodes e irmãos. Já temos visto que os irmãos de que se fala aqui são os da Sua própria nação, segundo a carne. Agora surge a pergunta: Quem são então as ovelhas e os bodes?
 
Ora, bem, outros textos nos mostram que depois da Igreja ter sido arrebatada para a glória, há de haver um especial testemunho, apresentado por missionários judaicos, "em testemunho a todas as gentes", ao qual o próprio Senhorchama, em Mateus 24: 14, de o "evangelho do reino" e cuja nota dominante será, sem dúvida, a vinda iminente do verdadeiro Rei. Algumas destas nações receberão o testemunho e portanto farão tudo que puderem para beneficiar aqueles que o apresentem, enquanto que outros, pelo contrário, não só rejeitarão a mensagem, mas também negarão toda a simpatia e socorro aos mensageiros desprezados e mal tratados.
 
Notemos aqui com cuidado que é somente neste terreno, isto é, quanto ao modo pelo que elas têm tratado os Seus irmãos, que as nações serão separadas pelo Reiquando Ele aparecer em glória, e por fim abençoadas por Ele. As "ovelhas"representam uma classe; os "bodes", a outra.
 
A primeira será recompensada sendo-lhe permitido participar das bênçãos do reinado milenar do Messias sobre a terra, enquanto que a outra será destruída pelo julgamento. Não há nada nesta parábola sobre a ressurreição dos mortos ou o fim do mundo, nem mesmo no Apocalipse 19, que fala da mesma cena. A ressurreição dos salvos já terá ocorrido antes, como vimos em 1 Tessalonicenses 14: 16 e 1 Coríntios 15:51; enquanto que a ressurreição dos ímpios que jazem na morte só terá lugar depois dos mil anos do reinado do Messias.
 
No Apocalipse 20:4-6, depois de falar de várias classes de salvos que hão de 'viver e reinar com Cristo durante mil anos', lemos: "Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre este não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com Ele mil anos" .
 
Não é porventura, claro, que haverá duas ressurreições? A primeira inclui todos os que reinarão com Ele durante mil anos, e que, portanto, deve necessariamente ter lugar antes dos mil anos. Os demais mortos não serão ressuscitados até que os mil anos se acabem, quando o céu e a terra fugirão, e os mortos, pequenos e grandes, terão que se apresentar para julgamento perante o grande trono branco, sendo em seguida lançados para sempre no lago de fogo. Após narrar esses fatos, João, o escritor do Apocalipse, acrescenta: "Vi um novo céu e uma nova terra... e já não havia mar". Bendito seja Deus por nos revelar tão maravilhosas realidades e por nos dar também o meio para compreendê-las pelo Seu Espírito. "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!" (Rm 11:33).
 
Consideremos agora rapidamente a última parte do assunto de que estamos tratando, isto é:
 
A Preparação para a sua vindaHá dois aspectos segundo os quais podemos dizer que estamos preparados. Estes estão representados nas seguintes Escrituras:
 
1) "As que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e fechou-se a porta" (Mt 25: 10).
 
2) A mim já agora me ofereço... "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda" (2 Tm 4:6-8).
 
No primeiro texto todos os que são de Cristo (1 Co 15:23) estão preparados. Creram n'Ele, foram pUrificados dos seus pecados por Ele, n'Ele foram feitos aceitáveis (Ef 1:6). Seu Santo Espírito habita neles (Rm 8:9), e tudo isto sem haver da parte deles algum merecimento. "Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz" (Cl1:12).
 
Mas, no segundo, Paulo estava pronto, não só porque estava salvo - ele sabia isso há anos - mas também porque o seu serviço e testemunho tinham sido tais, que ele tinha a certeza de que naquele dia de glória o seu Senhor lhe diria "bem está, servo bom e fiel".
 
Simplifiquemos isso por outro exemplo. Suponhamos que alguém envie algum filho a uma cidade distante para negócio. Dá-lhe todas as instruções necessárias sobre o lugar onde há de ir e o que tem a fazer, aconselhando-o, enfim, a empregar toda a diligência para se sair bem do seu encargo, especialmente porque tem pouco tempo para ali se demorar.
Quando o filho chega à cidade, parece a princípio muito enérgico e desejoso de bem desempenhar o seu trabalho; mas depois de fazer uma pequena parte daquilo de que foi encarregado, encontra alguns antigos companheiros, esquece-se dos bons conselhos do seu pai para ser diligente, anda por um lado e por outro com os companheiros, até que, por fim, fica espantado quando ouve o relógio de uma torre que lhe indica que infelizmente não tem mais um minuto a perder se quiser apanhar o último trem. Corre para a estação e apenas tem tempo de tomar o seu assento. A porta se fecha, ouve-se o sinal de partida, e logo a seguir ele está a caminho de sua casa.
 
Ora, ele estava pronto para esta jornada?
 
Podem ser dadas duas respostas: Estava e não estava.
 
Sob o aspecto da empresa que opera a linha do trem, ele estava, visto que portava o bilhete de passagem (graças, não a ele, mas ao pai que lho tinha comprado). Nenhum fiscal da linha ousaria contestar o seu direito de viajar no trem.
 
Mas, que diremos a respeito do negócio de que ele ia tratar e dos desejos de seu pai? Ah! Será que ele perdeu o direito ao sorriso de aprovação do seu pai por isso? Sim. O pai não lhe pôde dizer "bem está, servo fiel" pelo serviço que lhe foi confiado; mas, ainda assim, nessa mesma noite ocupará lugar na família, como um filho, à própria mesa do seu pai.
 
Ora, todo o crente tem, no Salvador que outrora foi crucificado e que agora está glorificado, à destra de Deus, o que corresponde ao "bilhete", isso é, uma prova inegável de que foi pago o preço por inteiro.
 
Mas ainda que "é justificado todo aquele que crê" (At 13:39), e que "aos que justificou a estes também glorificou" (Rm 8:30), apesar disso, nem todos os crentes receberão naquele dia a mesma recompensa. "Cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho" (1 Co 3:8).
 
O Senhor há de considerar tanto a quantidade como a qualidade do nosso trabalho - o que cada um ganhou negociando (Lc 19: 15) - qual seja a obra de cada um (1 Co 3: 13).
 
Deus permita, caro leitor cristão, que a nossa sorte não seja apenas termos o direito de ir "com Ele para as bodas" sentarmo-nos ali com Ele na Sua casa - mas que possamos ser encontrados vigiando, esperando e trabalhando para Eleaqui, consultando os Seus desejos e cuidando dos seus interesses, no poder dominante do Seu inalterável amor, até que Ele venha. Tenhamos sempre na nossa mente que, se desejarmos tomar a nossa cruz e segui-Lo com terna dedicação, devemos fazê-lo já!
 
É um dia difícil - os tempos são perigosos, os homens maus e sedutores se tornam cada vez piores, enganando e sendo enganados (2 Tm 3: 13). (Que solene contradição ao engano vulgar de que todo o mundo terá que se converter antes que Ele venha!) É um dia de muita profissão mas de pouca prática, um dia caracterizado por um espírito desregrado, dia em que o desleixo de princípios e falta de lealdade a Cristo abundam na Igreja.
 
Mas, apesar de tudo isso, havemos de ter "Deus e a Palavra da Sua graça"até ao fim - a Sua palavra para dirigir os passos ao caminho direito, e a Suagraça para nos sustentar neste caminho depois que o tenhamos encontrado. Não nos deixemos enganar por "aparências" neste dia de vanglória, nem desanimemos se não encontramos no caminho da obediência aquilo que, aos olhos do mundo, parece bom êxito. "Obedecer é melhor do que sacrificar". Que a exortação do nosso bendito Mestre entre bem nos nossos corações: "Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias; e sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. Bem­aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá" (Lc 12:35-37).
 
Caro leitor, se ainda não estás salvo, deixa-nos dirigir­-te agora uma palavra. Queremos fazer-te considerar que a Sua vinda será repentina, e da certeza de seres deixado cá quando Ele vier arrebatar os Seus, se porventura te encontrar sem "azeite na tua lâmpada". Considere, por um momento, o futuro. Pense na ligeireza com que as asas do tempo te estão levando para a eternidade! E que será esta eternidade para ti?
 
Ficarás na terra para descobrir que os salvos (talvez muitos amigos e parentes) têm sido arrebatados para o céu sem ti? Para te dar conta de que não fizeste caso do último aviso que o Espírito te deu; que ouviste em descrença a última pregação do Evangelho e recusaste a última chamada de misericórdia? Isso, certamente, seria por demais solene e triste. Mas não menos triste há de ser para o teu corpo ficar debaixo da terra, na tua fria e negra sepultura, enquanto os mil anos de bênção milenar forem transcorrendo, e depois dos quais toda a terra será cheia da Sua glória (Sl 72: 19) e o Príncipe da Paz há de ter "o Seu domínio... de um mar até outro mar e desde o rio às extremidades da terra (Zc 9:10). Oh, sim, perder tudo isso seria para ti uma perda atroz! Mas lembrate-te de que depois disso tens que enfrentar a eternidade! Serás ressuscitado dos mortos pela voz do Filho de Deus (Jo 5:28-29). O solene julgamento perante o grande trono branco seguirá então. De toda a palavra vã, da história de cada dia, terás de dar conta; e, como Deus é verdadeiro, a tua sentença será certamente uma eternidade no lago de fogo! Não penses nisso com leviandade. A porta ainda está aberta. Jesus ainda te convida. O Seu povo aqui está. Mas solenemente te avisamos do perigo que corres, e sinceramente te rogamos que fujas para o refúgio enquanto ainda há lugar. O Senhor Jesuspode vir até mesmo antes de acabares de ler este artigo! Sê, pois, sincero. Prostra-te aos Seus pés e confessa perante Ele a tua pecaminosa condição. Ele te receberá, abençoará e salvará agora mesmo. Bendito Salvador!
 
"Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores" (1 Tm 1:15).
 
Mas, uma vez que o Mestre se tiver levantado e "fechado a porta", a tua sentença será lavrada para sempre. Graças a Deus "ainda há lugar".
 
(publicado por Depósito de Literatura Cristã)
 
Autor: George Cutting