Vivemos dias em que a ciência tem proliferado de forma bastante acentuada. Nos últimos 200 anos o homem fez mais descobertas do que no restante de sua existência. No campo da filosofia, observamos o surgimento do positivismo, do existencialismo e de outros conceitos e linhas de pensamento que tem influenciado a sociedade e também a igreja como um todo.
No final do século XIX muitos teólogos semeavam uma crítica extremamente perniciosa à Palavra de Deus. Ensinos como a teologia da crise e a teologia da desmitologização foram, de certa forma, minando a crença de muitos na atuação de Deus. Não é raro encontrarmos cristãos adeptos da teologia cessacionista, isto é, que entendem que a manifestação dos dons espirituais cessaram com a morte do último apóstolo ou que a utilização desses dons estava circunscrita somente ao período do Novo Testamento.
Por certo alguém possa avaliar ser desnecessários intervenções sobrenaturais de Deus no cotidiano do ser humano uma vez que contamos com tantos recursos e o homem julga-se auto-suficiente. Todavia não é assim que nos ensina a Bíblia. O texto sagrado nos ensina que a auto-suficiência é um equívoco (Jr 17.5). Mostra-nos que Deus tem interesse em nos capacitar para a realização de sua obra (Lc 24.49; At 1.8). A doutrina pentecostal, ou melhor dizendo, a doutrina bíblica, nos ensina que Deus age através de nossa instrumentalidade para alcançar os pecadores (Mc 16.15-20), para edificar o povo de Deus (Ef 4.11;12); e devemos estar atentos à isso. Deus nos quer capacitar batizando no Espírito Santo e concedendo dons espirituais para serem usados em sua obra. Apesar da formação teológica do apóstolo Paulo, ele mesmo testifica de sua dependência da ação de Deus em sua vida e ministério (1 Co 2.4).
A palavra “dom” como usada no Novo Testamento deriva-se do termo grego “charisma” significando um dom, favor que por sua vez é uma palavra oriunda de outro termo grego, a saber “cháris” que significa favor, graça, ajuda graciosa, boa vontade.
Paulo demonstra a importância desses dons quando diz:
“Portanto, procurai com zelo os melhores dons [...]” 1 Co 12.31
A intenção de Paulo no contexto em que está inserido esse texto é de estimular aos cristãos a buscarem ainda os outros dons espirituais e não somente o dom de línguas ou o uso público desse dom. Parece-me que hoje a situação não mudou muito. Ainda vemos a manifestação do dom de línguas ou o dom de profecia (mesmo que seja necessário o devido discernimento da origem delas), mas deveríamos ver com mais freqüência a manifestação de outros dons espirituais.
Nesse artigo não há espaço para explicar cada um desses dons e como eles se manifestam, mas todos eles são extremamente importantes para o crescimento e a edificação da igreja em nossos dias.
Amados irmãos em Cristo, busquem a Deus como quem não pode ser rejeitado, orem pedindo essa capacitação da parte de Deus como se suas vidas dependem disso (Lc 18.1). Sejam cheios do Espírito Santo de Deus (Ef 5.18), instrumentos de Seu poder na face da terra, adornados com dons espirituais para a glória de Deus!
Roberto Carlos Cruvinel
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