Uma advertência aos ricos ímpios
Tiago 5:1-6: 1 Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão. 2 As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; 3 o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias. 4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. 5 Tendes vivido regaladamente sobre a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração, em dia de matança; 6 tendes condenado e matado o justo, sem que ele vos faça resistência.
Nos versos acima, Tiago se refere a ricos que não agiam como verdadeiros cristãos. Tiago manda-os chorar e se lamentar por causa dos juízos de Deus que lhes sobrevirá. Ao contrário dos cristãos ricos na congregação de Timóteo (I tm. 6:17-19), esses são ricos perversos que professam a fé cristã e associam-se à Igreja, mas que tem o dinheiro como seu verdadeiro deus.
Ao ler os versos acima, aprendemos que ter boas condições econômicas ou muito dinheiro não é um verdadeiro problema para o cristão, mas o “amor ao dinheiro”. Na verdade, o que uma pessoa sente pelo dinheiro pode levá-la agir corruptamente indo contra todos os princípios morais e espirituais da vida cristã.
Jesus também nos adverte sobre o amor às riquezas em Mateus 6:19-21: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam a e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; 21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.
Qual tesouro está em nosso coração? Que sentimento consome mais o nosso tempo? Quais tem sido as nossas grandes prioridades?
A importância da paciência
Tiago 5:7-12: Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. 8 Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima. 9 Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas. 10 Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. 11 Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo. 12 Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim sim, e o vosso não não, para não cairdes em juízo.
Ao falar da paciência Tiago pelo menos três exemplos:
O primeiro é o do lavrador, que aguarda o fruto do solo surgir, após lançar a semente (v.7). Com o lavrador aprendemos que precisamos saber esperar o tempo da colheita. Se há um tempo para colheita, há também o tempo para a semeadura.
O segundo exemplo de paciência provêm do exemplo dos profetas e de Jó. Todos eles, perseveraram firmes nas promessas. Ao nos lembrar destes exemplos Tiago nos faz lembrar do fim que Deus lhe reservou.
E finalmente Tiago refere-se a nós que aguardamos a vinda de Cristo dizendo: “Sede vós pacientes….” (v.8). Tiago nos recomenda a termos uma vida cristã caracterizada pela paciência, nos aconselhando também a:
1) Nos fortalecermos na promessa da vinda de Cristo (v.8),
2) Não falarmos mal uns dos outros (v.9),
3) E a não fazermos votos precipitados que podem comprometer a nossa paz interior (v.12).
Certa vez, Um jovem pediu a um crente mais idoso que orasse para que ele tivesse mais paciência. O homem mais velho ajoelhou-se e começou: "Senhor, envia a este jovem tribulações de manhã; envia a este jovem tribulações de tarde; envia a este jovem" Nesse momento o jovem crente interrompeu: "Não, não, eu não pedi que orasse por tribulações. Eu queria que orasse por paciência." "Ah," respondeu o sábio crente, "É pela tribulação que aprendemos a paciência." Estas palavras ecoam o que o apóstolo Paulo ensina em Romanos 5:3 quando ele diz que a "tribulação produz a paciência." De acordo com um comentador da Bíblia, a palavra que é traduzida por perseverança ou paciência quer dizer firmeza ou a capacidade de manter-se firme sob as dificuldades.
O poder da oração da fé
Tiago 5:13-20: Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores. 14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. 15 E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16 Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. 17 Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. 18 E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.
19 Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, 20 sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados.
Nestes últimos versos, Tiago nos traz algumas orientações e conselhos práticos para situações de sofrimento ou enfermidade.
Tiago destaca que o antídoto para o sofrimento causado pelo maltrato ou pela perseguição é buscar o consolo de Deus por meio da oração (V.13). Ele sugere que também procuremos cantar louvores.
Nos versos 14 e 15, Tiago instrui acerca do que fazer com aqueles que estão doentes. Os lideres devem ser convocados para apoiar em oração. Além disso, Tiago recomenda que esta oração seja feita com a unção do óleo, e realizada em nome do Senhor Jesus.
Obviamente que o poder da cura não está no óleo, mas na autoridade do nome de Jesus. O uso do óleo é sugerido aqui, como um instrumento de auxílio ao obreiro, e como um sinal externo da cura a ser levada a efeito por Deus em resposta a oração feita com fé.
Tiago nos lembra, que nesta oração devemos estabelecer um momento para a confissão de pecados. Ele sugere: “..confessem os seus pecados uns aos outros para serdes curados”… v.16. A oração de um justo feita com fé e acompanhada de confissão, “..é poderosa e eficaz” v.16.
Ao tratar de um tema tão importante como este, Tiago nos menciona o exemplo de Elias, que era “…humano como nós” (v.17). E mesmo tendo falhas e limites como qualquer um de nós, sua vida nos fornece um dos exemplos mais notáveis do poder da oração. Suas orações deram início e fizeram cessar um seca durou três anos e seis meses.
Precisamos entender que existem requisitos para realizar uma oração eficaz, e estes são alguns: "Ter fé, orar em nome de Jesus, orar em Sua vontade, estar seguro de que Deus ouve, importunar, perseverar, e ser cheio do Espírito Santo. Todas estas condições se resumem em uma só: "…se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi tudo o que quiseres e vos será feito" (Jo 15.7). Se isto não se dá, será inútil orar.
Roberto Law, diz que “…a oração é um instrumento poderoso não para fazer com que a vontade do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra". Observamos este princípio na oração de Jesus no Getsemani, conforme Marcos 9:36: E dizia: “Aba Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.”
Charles Spurgeon costumava dizer que “…sempre que Deus deseja realizar algo, Ele convoca seu povo para orar". Max Lucado, autor de vários livros, explica isso da seguinte maneira no livro Parceiros de Oração: "Quando agimos, colhemos os frutos do nosso trabalho, mas quando oramos, colhemos os frutos do trabalho de Deus".
Que nos ajude em sua misericórdia a termos uma vitoriosa através da oração.
Na próxima semana iniciaremos um no curso Bíblico na carta de I Tessalonicensses.
Pr. Josias Moura
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