segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Em meio à repressão, oposição síria tem Ano-Novo sangrento

A oposição síria celebrou neste domingo a chegada de 2012 com novas manifestações, para pedir a saída do poder de Bashar al-Assad, em meio à repressão pelas forças da ordem. Em Hama (centro), um menino de 7 anos foi vítima dos tiros disparados contra o carro dirigido por seu pai, informou neste domingo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha, que chamou a criança de o "primeiro mártir de 2012".

Na região de Homs (centro), três civis morreram nas mãos de milícias favoráveis ao regime. Na província de Damasco, 20 manifestantes que hastearam a bandeira síria da independência foram feridos pelas tropas, afirmou o OSDH.

Os "jovens da Revolução" celebraram a chegada de 2012 com o espocar de fogos de artifício e com pedidos de saída do poder de Assad, que enfrenta, desde meados de março, o movimento de protestos.

Na cidade de Idleb (noroeste), centenas de pessoas cantaram hinos pela "unidade nacional e de fraternidade entre islâmicos e cristãos". Numa das ruas da cidade foram colocadas juntos o símbolo do Crescente Vermelho e da Cruz. Em Alep (norte), segunda cidade do país, grupos de jovens gritavam palavras de apoio aos rebeldes das cidades Homs (norte) e Deraa (sul). "Assad é o inimigo de Deus", podia-se ouvir.

Vídeos mostravam imagens de manifestações em outras cidades do país, a exemplo de Duma. Os corpos de quatro civis, alguns deles com marcas de torturas, foram entregues neste domingo às famílias, em Wadi Irane, na região de Homs, e em Ariha, província de Idleb, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Em comunicado, os comitês locais de coordenação (LCC), que organizam os protestos, anunciaram a morte de 5.862 civis em 2011 pelas forças de segurança na Síria. Entre as vítimas estão 395 crianças.


AFP

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