PorMatthew Cortina | Repórter do The Christian Post tradutor Amanda Gigliotti
Enquanto a Nigéria continua a lidar com a violência do terror da seita Boko Haram, Cristãos perseguidos e comunidades muçulmanas começaram a trabalhar juntos para erradicar o grupo terrorista e sua influência e destruição no país.
Milhares de Cristãos e Muçulmanos protegeram-se uns aos outros de possíveis ataques terroristas do grupo enquanto faziam pausas nas orações durante um protesto da alta dos preços de combustíveis no último final de semana.
The Christian Post - Relatório Diário 19.01.2012
Os eventos de unificação no protesto coincidem com uma nova iniciativa do grupo muçulmano nigerianno, Cidadãos Preocupados do Estado de Kano, que coloca Muçulmanos em Igrejas Cristãs para acalmar tensões mal conduzidas entre os dois grupos religiosos.
O coordenador do grupo, Bashir Is’haq Bashir, disse que o programa busca eliminar a confusão que o Boko Haram criou, enquanto afirmando que as relações Muçulmano-Cristãs no país têm sido – e continuam sendo - fortes.
“Em verdade é conhecido por todos que os Cristãos têm ofendido os Muçulmanos na Nigéria e também Muçulmanos têm ofendido Cristãos, mas agora não é tempo para dividir a culpa”, disse Bashir aos repórteres. “Este é um tempo para reconciliação e perdão; um tempo para nós darmos as mãos uns aos outros pelo nosso bem comum em lutar contra nossos inimigos comuns”.
Temores de uma guerra civil se intensificaram depois da violência do Natal no mês passado. Quando Boko Haram matou dezenas em ataques às igrejas por todo o país, diversos grupos cristãos responderam com ataques às instituições muçulmanos.
Trazer os dois lados em uma guerra civil é exatamente o caos que o Boko Haram quer, dizem os especialistas.
Jerry Dykstra, Diretor da Relações de Mídia da Portas Abertas dos EUA, disse a cooperação muçulmana e cristã, particularmente entre jovens em ambas religiões, é um bom começo para erradicar a violência, mas esse trabalho precisa ser feito para resolver o problema pela raiz.
“Até que os Cristãos e Muçulmanos trabalhassem juntos, houve um aumento das tensões para os Cristãos se vingarem, com ataques às casas e igrejas”, disse Dykstra ao The Christian Post. “Pastores lá tentaram acalmar isso, especialmente entre pessoas jovens. Infelizmente, os Cristãos têm retaliado [aos ataques]; eu acho que é uma questão de o que você faria se sua igreja fosse atacada e sua família fosse assassinada?”
O Portas Abertas, um grupo que luta contra a perguição cristã em todo o mundo, listou a Nigéria em 13° em sua lista de nações nas quais os Cristãos são os mais perguidos. Uma solução para o problema pode começar com a cooperação muçulmano-cristã, diz Dykstra, mas a seita não irá ser removida do país até o governo do Presidente Goodluck Jonathan tome um controle maior da situação.
“Eu penso que Goodluck Jonathan está sentindo a pressão e o calor e [Cristãos devem] orar para que ele tome decisões para que isso não se torne em uma grande guerra civil”.
Dykstra acrescentou que o sucesso da erradicação de Boko Haram na Nigéria irá conduzir a uma maior segurança para os Cristãos em qualquer lugar, particularmente na África.
“Boko Haram está alimentado por outras organizações terroristas na África”, disse Dykstra. “Eles sabem que é um lugar chave na África para o Cristianismo. Eu acho que os Cristãos agora estão realmente frustrados que eles não estão recebendo proteção do governo. Eles estão preocupados que não há proteção e o governo militar é devagar em reagir”.
O Presidente Jonathan está enfrentando duas crises nacionais enquanto milhares continuam a boicotar preços altos de gás na nação mais populosa e rica em óleo da África.
A maior ameça para a segurança da Nigéria, contudo, é Boko Haram, que ataques mataram centenas de pessoas durante os últimos dois anos em sua busca para implementar a lei sharia em toda a Nigéria.
Até o momento, Jonathan implantou dezenas de tropas em todo o país e introduziu medidas de segurança em suas maiores cidades, mas a violência continua a afetar muitas comunidades – particularmente aqueles no norte – onde Boko Haram fez sua sede.
Dykstra ecoa os pensamentos de muitos grupos internacionais que dizem que a violência é provável de continuar se ações imediatas e significativas não forem tomadas – se isso irá realmente acontecer é a fonte de consternação.
“É uma situação tensa e não há respostas fáceis”, disse Dykstra.
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