segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

UE aprova embargo ao petróleo do Irã contra programa nuclear

UE aprova embargo ao petróleo do Irã contra programa nuclear

Os países membros da UE (União Europeia) decidiram adotar formalmente nesta segunda-feira o plano para o embargo às exportações de petróleo proveniente do Irã, com o intuito de pressionar o país persa a parar seu programa nuclear.

Os ministros das Relações Exteriores dos 27 países concordaram em colocar em prática de maneira imediata um embargo a novos contratos de importação de petróleo iraniano, incluindo compra e transporte do produto, a principal fonte de renda do país.

Segundo a emissora britânica de TV BBC, a UE é atualmente o destino final de 20% das exportações do petróleo do Irã.

As sanções incluem o banimento imediato de todos os novos contratos com o Irã, enquanto os contratos já existentes podem ser cumpridos até o dia 1º de julho, quando as sanções devem ser implementadas plenamente.

Assim, as medidas punitivas ao Irã serão adotadas em etapas como uma forma de proteger a economia da UE num momento em que tenta superar a crise da dívida.

PREJUÍZOS

Na reunião, os governos europeus também concordaram em congelar os bens do Banco Central iraniano e proibir todo o comércio com ouro e outros metais preciosos com a instituição e outros órgãos públicos do país, disseram autoridades do bloco europeu.

O acordo foi fechado após a aprovação da Grécia, o último Estado membro que mantinha reservas sobre a aplicação do veto ao petróleo iraniano, que o país compra em condições muito vantajosas.

Segundo fontes citadas pela agência de notícias Efe, outros membros da UE deram a Atenas "garantias políticas" de que negociarão com outros países provedores para manter o fornecimento em condições semelhantes, devido aos problemas financeiros gregos.

Ao lado da Grécia, Itália e Espanha serão os países mais afetados pela proibição da importação de produtos petrolíferos do Irã. Segundo o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, a Espanha fazia um "grande sacrifício" para apoiar a medida.

POLÊMICA NUCLEAR

Nações ocidentais suspeitam que o Irã está tentando desenvolver armas nucleares, depois de a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) divulgar um relatório sobre as atividades do programa persa.

Teerã se defende, dizendo que o relatório era baseado em informações falsas de órgãos de inteligência ocidentais e que o programa é inteiramente pacífico. Segundo o Irã, os resultados serão usados na produção de energia e tratamentos médicos.

O último relatório da AIEA fez com que Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e outros países da UE (União Europeia) aumentassem as sanções econômicas contra o Irã. O Irã vem respondendo às sanções com ameaças à navegação internacional que assustaram o mercado de petróleo.

TENSÕES

Em resposta às ameaças iranianas de fechar o estreito de Hormuz, o porta-aviões dos Estados Unidos USS Abraham Lincoln cruzou no domingo a rota marítima e chegou ao Golfo Pérsico, segundo informou o Pentágono.

O porta-voz do departamento de Defesa, John Kirby, disse que o porta-aviões completou o trajeto "regular e de rotina" na região para "realizar operações previstas de segurança marítima", escoltado pelo cruzador de mísseis USS Cape St. George e por dois destroyers.

O Ministério da Defesa do Reino Unido informou que uma fragata britânica e um navio francês se uniram ao grupo para cruzar o estreito.

Apesar de barcos aliados costumarem participar de exercícios navais dos EUA, a presença britânica e francesa no estreito parece ser uma mensagem ao Irã sobre a determinação ocidental de manter aberta esta via marítima.

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