UE aprova embargo ao petróleo do Irã contra programa nuclear
Os países membros da UE (União Europeia) decidiram adotar formalmente nesta segunda-feira o plano para o embargo às exportações de petróleo proveniente do Irã, com o intuito de pressionar o país persa a parar seu programa nuclear.
Os ministros das Relações Exteriores dos 27 países concordaram em colocar em prática de maneira imediata um embargo a novos contratos de importação de petróleo iraniano, incluindo compra e transporte do produto, a principal fonte de renda do país.
Segundo a emissora britânica de TV BBC, a UE é atualmente o destino final de 20% das exportações do petróleo do Irã.
As sanções incluem o banimento imediato de todos os novos contratos com o Irã, enquanto os contratos já existentes podem ser cumpridos até o dia 1º de julho, quando as sanções devem ser implementadas plenamente.
Assim, as medidas punitivas ao Irã serão adotadas em etapas como uma forma de proteger a economia da UE num momento em que tenta superar a crise da dívida.
PREJUÍZOS
Na reunião, os governos europeus também concordaram em congelar os bens do Banco Central iraniano e proibir todo o comércio com ouro e outros metais preciosos com a instituição e outros órgãos públicos do país, disseram autoridades do bloco europeu.
O acordo foi fechado após a aprovação da Grécia, o último Estado membro que mantinha reservas sobre a aplicação do veto ao petróleo iraniano, que o país compra em condições muito vantajosas.
Segundo fontes citadas pela agência de notícias Efe, outros membros da UE deram a Atenas "garantias políticas" de que negociarão com outros países provedores para manter o fornecimento em condições semelhantes, devido aos problemas financeiros gregos.
Ao lado da Grécia, Itália e Espanha serão os países mais afetados pela proibição da importação de produtos petrolíferos do Irã. Segundo o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, a Espanha fazia um "grande sacrifício" para apoiar a medida.
POLÊMICA NUCLEAR
Nações ocidentais suspeitam que o Irã está tentando desenvolver armas nucleares, depois de a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) divulgar um relatório sobre as atividades do programa persa.
Teerã se defende, dizendo que o relatório era baseado em informações falsas de órgãos de inteligência ocidentais e que o programa é inteiramente pacífico. Segundo o Irã, os resultados serão usados na produção de energia e tratamentos médicos.
O último relatório da AIEA fez com que Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e outros países da UE (União Europeia) aumentassem as sanções econômicas contra o Irã. O Irã vem respondendo às sanções com ameaças à navegação internacional que assustaram o mercado de petróleo.
TENSÕES
Em resposta às ameaças iranianas de fechar o estreito de Hormuz, o porta-aviões dos Estados Unidos USS Abraham Lincoln cruzou no domingo a rota marítima e chegou ao Golfo Pérsico, segundo informou o Pentágono.
O porta-voz do departamento de Defesa, John Kirby, disse que o porta-aviões completou o trajeto "regular e de rotina" na região para "realizar operações previstas de segurança marítima", escoltado pelo cruzador de mísseis USS Cape St. George e por dois destroyers.
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou que uma fragata britânica e um navio francês se uniram ao grupo para cruzar o estreito.
Apesar de barcos aliados costumarem participar de exercícios navais dos EUA, a presença britânica e francesa no estreito parece ser uma mensagem ao Irã sobre a determinação ocidental de manter aberta esta via marítima.
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