terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Arqueologia desvenda mistérios da Bíblia



As descobertas que mais causaram

benefícios para os estudantes da Bíblia

foram, sem dúvida, as dos rolos do Mar

Morto. Esse achado confirmou a crença

de que os escritos da Bíblia são

exatos, conforme foram copiados

através dos séculos, a partir de uma

época anterior ao nascimento de

Cristo. Outras descobertas nos

ensinam a respeito de costumes nos

tempos bíblicos. Alguns nomes

específicos e doutrinas mencionados na

Bíblia, também foram identificados por

meio dessas pesquisas.
Os rolos do Mar Morto que estão

completos já foram publicados, como

os dois com os manuscritos do profeta

Isaías e parte de todos os livros do

Antigo Testamento, excetuando-se o

de Ester. A única porção ainda não

publicada é composta de fragmentos

de textos, que são difíceis de serem

interpretados. Os eruditos estão

idosos e muitas pessoas ficam

aborrecidas porque o trabalho de

interpretação tem sido vagaroso.

Porém, esses fragmentos estão sendo

transferidos para profissionais mais

jovens, e esperamos que nos próximos

anos todos eles sejam publicados.

Existe a expectativa de que os

resultados trarão novidades

animadoras.
Os mais antigos manuscritos, os do

Antigo Testamento, são do III século

a.C. Os do Novo Testamento datam do

II século d.C. Não há diferenças

teológicas ou históricas entre os

antigos textos e a Bíblia atual. Eles se

correspondem exatamente.
Descanso do coração
Possivelmente, o início da civilização

ocorreu cinco mil anos atrás, quando

começou a urbanização, a

especialização de certos trabalhos e a

invenção da escrita. Nos escritos dos

sumérios, povo que viveu há cinco mil

anos, a palavra "sábado" se relaciona

com o "sábado de descanso". No caso

deles, isso se refere a um dia de

descanso semanal. Na língua do

sumérios, sábado significa "o descanso

do coração". A cada sete dias eles

tinham um dia do mal, que não

chamavam de sábado.
Os eruditos dizem que o sábado foi

trazido pelos israelitas do cativeiro na

Babilônia, mas há evidências

arqueológicas de que os judeus

guardavam o sábado na Palestina antes

desse cativeiro. Conforme já disse, na

Mesopotâmia, em tempos primitivos, a

palavra sábado existia e havia certos

dias em seqüência de sete,

relacionados com o mês e não com

semanas. Isso sugere que existiam

sábados de uma forma parecida com o

sábado hebreu, mas não exatamente

iguais.
O número sete era muito popular nos

países do Oriente Médio, mas os

judeus foram os únicos que o

mantiveram como um dia sagrado.

Existem também evidências de que os

cristãos continuaram observando o

sábado até o terceiro e quarto séculos

da Era Cristã. Hoje, embora existam

diferenças nos calendários referentes

aos anos ou meses, não há

desentendimento em relação aos dias

da semana.
Dilúvio e Babel
Não temos os ossos para submeter a

idade dos antediluvianos a qualquer

tipo de análise. Acredito que realmente

a idade dos patriarcas chegou a ser em

torno de mil anos. É evidente que foi

uma era de ouro. As pessoas tinham

uma vida muito saudável e feliz. Porém,

depois do dilúvio, tornou-se mais difícil

viver na face da Terra, e a média de

duração da vida dos patriarcas caiu

para cem anos.
Há exploradores que vão ao Monte

Ararate e tiram fotografias de objetos

que atiçam a curiosidade. Também

existem muitas histórias e rumores

sobre a descoberta da Arca de Noé.

Acho que nada disso tem procedência

séria e não merece credibilidade.

Através de métodos de datação, a

ciência indica que restos de uma

suposta embarcação encontrada no

Ararate remontam ao período

bizantino, século VI d.C. Uma era nada

antiga em relação ao tempo de Noé.
Só existem as bases da fundação da

Torre de Babel. Aparentemente, uma

parte da torre resistiu até a época de

Alexandre Magno. Quando ele chegou

ao local, decidiu reconstruir a torre.

Os seus homens cavaram e retiraram

as ruínas, começando a preparação de

um novo edifício. No entanto,

Alexandre morreu nesse intervalo. Se

agora visitarmos a região de Babilônia,

no Iraque, encontraremos o buraco no

qual a torre existiu.
Egito e Arca do Concerto
Na minha opinião, o faraó do Êxodo foi

Tutmés III, que morreu em 1450 a.C.

A data de sua morte confere com a

cronologia bíblica. Apesar da existência

da múmia de Tutmés III, no Museu do

Cairo, comprovou-se que ela não é a

múmia desse faraó. Talvez seja de seu

pai ou de seu filho. Pode ser uma

múmia substituta que colocaram no

lugar do seu túmulo, pois o faraó

Tutmés morreu no Mar Vermelho.

Chega-se a essa conclusão através de

exames de raios X nos ossos da múmia.
Os arqueólogos não encontraram as

ruínas dos muros de Jericó porque

depois da destruição destes por Josué,

a cidade ficou ao relento, sujeita às

intempéries da natureza por cerca de

500 anos. A camada mais elevada

daquela civilização foi totalmente

destruída por erosões, por isso não é

possível encontrar remanescentes

daquela época. Os arqueólogos

encontraram apenas ruínas de túmulos.
O único texto antigo tratando sobre a

Arca do Concerto se encontra no

segundo livro de Macabeus. O primeiro

livro de Macabeus é considerado uma

boa fonte histórica, mas o segundo é

pouco confiável e, infelizmente, é ele

que afirma que Jeremias e seus

homens enterraram a Arca no Monte

Nebo.
Alguns eruditos dizem que eles não

tiveram tempo para transpor o Rio

Jordão, e acham que a Arca poderia

ter sido escondida no monte em que

estava o templo de Salomão. Nesse

lugar havia várias cavernas. A verdade

é que ela desapareceu durante a

destruição de Jerusalém e não

sabemos onde ficou. Seria um fato

maravilhoso se pudéssemos localizá-la.
Lawrence Geraty, doutor em

Arqueologia pela Universidade

Harvard, é presidente da Universidade

Adventista de La Sierra, na Califórnia,

Estados Unidos (texto Baseado em

entrevista concedida a Paulo Pinheiro,

da Casa Publicadora Brasileira).
(Paraná Online)

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