sábado, 9 de janeiro de 2010

RESTITUIÇÃO ... ao Senhor!

Por: (*) Edemar Vitorino


De uns anos para cá, o tema “Restituição” tem sido um dos assuntos mais abordados nos púlpitos das igrejas, em convenções, seminários, congressos, músicas e até mesmo programas de TV. O povo cristão tem sido estimulado a crer que terá de volta tudo aquilo que lhe foi tirado ou roubado no passado. Refrões de músicas, como:- “restitui, eu quero de volta o que é meu...” são repetidamente entoados, com muito entusiasmo e vibração, pelas multidões de fiéis!

Refletindo sobre essa “onda” do “restituí, eu quero de volta o que é meu...”, me ocorreu o pensamento:- “E nós, também não deveríamos fazer restituições a Deus?” E logo me vieram à memória uma série de coisas que precisamos restituir ao Senhor... Pesquisando na Bíblia, descobri que existe uma Lei sobre “Restituição ao Senhor”, nos seguintes termos:- “Dize aos filhos de Israel: “Quando homem ou mulher cometer algum dos pecados em que caem os homens, ofendendo ao Senhor, tal pessoa é culpada. Confessará o pecado que cometer; e, pela sua culpa, fará plena restituição, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e dará tudo àquele contra quem se fez culpado. Mas, se esse homem não tiver parente chegado, a quem possa fazer restituição pela culpa, então o que se restitui ao Senhor pela culpa será do sacerdote...” – Números 5:6-8.

O que devemos restaurar em nossas vidas, e restituir ao Senhor:-

1) nosso altar de adoração – No antigo testamento, cada adorador edificava o seu altar pessoal... Em Apocalipse João viu o Tabernáculo celestial, no qual não há mais o altar de holocaustos, porque já não será mais necessário, porque os remidos do Senhor já estarão com suas novas vestes, lavadas e alvejadas pelo sangue do Cordeiro de Deus, que já foi morto na cruz... Mas João viu o altar dos incensos, que são as orações dos santos... No AT, quem ministrava no altar dos incensos eram os Sacerdotes... Hoje, nós somos os sacerdotes! Somos sacerdócio real, nação santa, povo escolhido do Senhor! Precisamos ministrar nesse altar... No altar dos incensos, o fogo era contínuo, não podia ser apagado... Precisamos entrar num nível de relacionamento com Deus mais profundo, mais estreito, de adoração contínua ao Senhor, em todo tempo, em todas as circunstâncias - manter sempre acesa a chama, em os nossos corações. No passado, do altar dos incensos subia sempre o cheiro de um perfume suave, agradável a Deus! Esse perfume precisa continuar a subir, pelas nossas constantes e ininterruptas ministrações no nosso altar dos incensos – Nós não podemos cessar de louvar e de bendizer ao santo nome do Senhor!

2) santidade – vemos em todo o VT que Deus não liberava sua unção e poder quando havia pecado no arraial. Deus sempre ordenava que, primeiramente, o povo se santificasse, como em Josué 3:5: “Disse Josué ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós.”. Nesses últimos séculos, houve muita licenciosidade, liberalidade, permissividade... O mundo e o pecado entraram pelas portas da Igreja! E agora, toda imundícia, impureza, contaminação e pecado existentes na Igreja, precisam ser lançados fora! Aproxima-se o grande dia das Bodas do Cordeiro, e a Igreja - Noiva de Cristo - precisa purificar-se! Precisamos restaurar e restituir ao Senhor um viver de total separação do pecado, de real santificação!

3) tempo – uma das causas pelas quais o Evangelho ainda não foi pregado a toda criatura, é que os cristãos hoje estão dando apenas “sobras”, “migalhas” dos seus tempos para Deus! Todos encontram tempo de sobra para tocarem os seus projetos, e satisfazerem aos seus anseios pessoais, mas parece que ninguém tem tempo, quando se trata da realização da obra do Senhor! Precisamos reorganizar as nossas agendas pessoais, e restaurar em nosso viver diário o tempo necessário para a nossa comunhão com o Senhor, e para o nosso engajamento no seu serviço. Precisamos restituir ao Senhor do tempo o tempo do Senhor, que estamos utilizando indevidamente para o nosso próprio deleite!

4) dízimos e ofertas – Em Malaquias 3:8 diz: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” – Há quem diga que o dízimo é doutrina do VT, mas notem que o texto não fala só de dízimo, fala também nas ofertas... Ninguém pode negar que o "ofertar a Deus" não seja doutrina do NT. Precisamos restituir ao Senhor o dízimo do Senhor, e também as ofertas, e passarmos a contribuir com mais amor, e maior liberalidade!

5) o exercício dos dons e talentos que Ele nos confiou – Todos os textos bíblicos que falam sobre dons, talentos, ministérios e comissionamentos, dizem respeito a toda a Igreja. Nós fomos chamados para uma tríplice vocação:- para a SALVAÇÃO, SANTIFICAÇÃO e SERVIÇO. Todos nós temos um chamado e um mandado a cumprir em relação a obra de Deus, e um dia teremos que prestar contas a Deus, pelo que fizemos e pelo que deixamos de fazer! Tem muita gente escondendo os dons e talentos recebidos do Senhor, por não quererem sair das suas zonas de conforto, ou por estarem sobremodo envolvidas com os seus próprios interesses. É hora de unirmos esforços, darmos as mãos, nos envolvermos todos na realização da obra do Mestre! Precisamos restaurar em nossas vidas os dons recebidos do Senhor e dar a Deus o retorno devido, em forma de trabalho!

Em meio a toda essa reflexão, sobre o que devemos restituir ao Senhor, fiquei pensando sobre letras de músicas que estão faltando, que precisam ser cantadas, e, de repente, fluiu em minha mente a seguinte letra:-

RESTITUIÇÃO AO SENHOR (*)

O Tempo que foi embora
O Tempo que se perdeu
O que eu não fiz mas agora
Vou restituir ao Senhor...

Sei que ainda há tempo prá mim
Prá me dedicar ao Senhor

Te peço perdão
E ergo um clamor!

Restituo!
Te entrego tudo o que é meu
Sara-me!
Me põe Teu azeite Senhor

Restituo!
E te entrego toda a minha vida
Eis-me aqui
para cumprir teu mandado
Restituo

E o tempo que roubado foi
Não poderá se comparar
A tudo aquilo que eu Farei
Daqui prá frente, sem cessar

Creio sim que o poder do Senhor
Vai me ressuscitar!

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