Por Agências
Segundo porta-voz, documentos vazados tentam desacreditar a instituição
Vaticano FOTO: Alessia Pierdomenico/Reuters
CIDADE DO VATICANO – O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, denunciou nesta terça-feira, 14, a existência de uma espécie de Wikileaks, ou vazamento de documentos vaticanos, que segundo sua opinião, tentam desacreditar a Igreja.
“Hoje temos que ter coragem, porque ninguém pode se surpreender com nada. A administração americana teve o ‘Wikileaks’ e o Vaticano tem agora seu ‘leaks’, seu vazamento de documentos, que tendem a criar confusão e desconcerto e oferecer uma má imagem do Vaticano e do Governo da Igreja”, afirmou Lombardi em uma nota divulgada pela “Rádio Vaticano”.
O porta-voz se referia ao vazamento de documentos vaticanos a meios de comunicação italianos sobre duros enfrentamentos entre membros da Cúria, a preparação de um suposto atentado contra Bento XVI e a gestão do IOR, o banco vaticano.
Lombardi afirmou que quem acredita que com estes vazamentos desanima o papa e a renovação da Igreja “se equivoca e se engana”, e pediu “calma, sangue frio” e muito uso da razão, que de acordo com ele “falta em muitos meios de comunicação”.
Além disso, ele diz que são documentos de natureza diferente, de épocas diferentes, apontamentos sobre questões jurídicas e sobre como pode ser melhorada a gestão do “Governatorato”, o Governo que administra o Estado da Cidade do Vaticano, e que é normal que existam opiniões diferentes.
O grave, de acordo com o porta-voz, é que são misturadas todas as informações e é transmitida uma imagem “que cria confusão”.
Segundo ele, o objetivo das filtragens é desacreditar a Igreja em seu compromisso de lutar contra a pederastia e garantir a transparência do funcionamento de suas instituições.
“Quem acredita que assim se desalenta o papa e seus colaboradores em seu compromisso de renovação se equivoca e se engana”, disse Lombardi.
Nos últimos dias, a imprensa italiana publicou diferentes documentos internos do Vaticano.
O jornal “Il Fatto Quotidiano” publicou uma matéria sobre um suposto complô para matar o papa no final de 2012, que tinha sido citado pelo cardeal de Palermo, Paolo Romeo, durante uma viagem à China em novembro de 2011.
Uma rede de televisão (“A7″) publicou cartas enviadas pelo atual núncio nos Estados Unidos e ex-secretário geral do Governatorato, o arcebispo Carlo Maria Vigano, a Bento XVI na qual denunciava a “corrupção e má gestão” na administração vaticana. EFE
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