quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cristãos no Butão: democracia sem liberdade?


Cristãos no Butão: democracia sem liberdade?
Tag  Tags: Butão - Categorias: Igreja Perseguida por Efatah

Butão – Nessa nação bem distante e isolada no leste do Himalaia, também conhecida como a “Terra do Dragão”, tudo parece ser budista. A maior parte dos homens e mulheres no país localizado entre a Índia e a China usa a vestimenta tradicional do país, e todos os edifícios – com suas paredes inclinadas, janelas em forma de trevos, e telhados de piche – são parecidos, como se fossem monastérios budistas.

Missionários evangélicos no Butão

Não há sinais visíveis da pequena presença de  cristãos, mas eles existem. Os cristãos, cuja identidade oficial entra na categoria “outros” do censo, são estimados em 3.000 e 6.000 pessoas. Eles vivem sua fé de modo clandestino. Não há templos, cemitérios cristãos ou livrarias cristãs.

Da população de mais de 670.000 pessoas, 75% pratica o budismo. Cerca de 22% praticam o hinduísmo, a maior parte, de origem nepalês.

Monarquia absoluta por mais de 100 anos, o Butão se tornou uma monarquia democrática e constitucional em março de 2008, por vontade do rei do país, Jigme Singye Wangchuck, que governou de 1972 a 2006. No entanto, pouco mudou para os cristãos.

Se há algo aberto para o cristianismo, é o conhecimento da presença dele no país pela imprensa nacional, que surgiu após a instituição da democracia.

“Um jornalista me telefonou e perguntou se eu estava convertendo as pessoas”, disse um pastor vestido em Gho, o uniforme nacional masculino. “Fiquei pensando como ela havia conseguido meu telefone. Talvez um amigo cristão havia lhe passado”.

O pastor pediu que seu nome não fosse divulgado. Ele conta que disse ao jornalista que não pagava para as pessoas se converterem. “Cada um escolhe se tornar cristão por sua própria vontade. Estou trabalhando debaixo da lei do país.”

Questionado sobre o porquê de a igreja continuar clandestina apesar da garantia de liberdade religiosa na Constituição, o pastor respondeu: “visualmente, o Butão ainda é uma monarquia. Ainda virá o tempo em que estaremos seguros”.

O pastor conta que se as autoridades descobrirem as igrejas clandestinas, haveria sérias repercussões. “O que acontecerá exatamente eu não sei. Mas nenhum cristão correrá o risco de descobrir”.

Sobre a presença dos cristãos, ele afirma que o cristianismo tem crescido mesmo na época em que era proibido. “Há muitos cristãos secretos. Eles se reúnem em locais estratégicos para orar.”

Pedidos de oração

• Os pastores e evangelistas pagam um alto preço. Eles continuam o trabalho apesar das ameaças, confiando que Deus pode proteger e libertar não só eles, mas também suas famílias. O batismo é alvo da maior perseguição devido ao seu caráter público. Peça a Deus que fortaleça as igrejas de forma que resistam aos ataques.

• Muitos líderes eclesiásticos têm dúvidas quanto à nova Constituição. Eles não sabem se serão verdadeiramente livres ou se serão discriminados. De qualquer forma, eles se mostram abertos às novas oportunidades de ministério que essa mudança pode criar. Ore por eles, para que tenham discernimento a fim de agirem segundo o querer de Deus.

Fonte: Portas Abertas


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