Doutrina: O Céu – A Morada dos Santos
Leitura: Jo 1 3.33-14.3
A Bíblia fala de pelo menos três céus: o dos pássaros (2 Sm 21.10), o dos astros (1 Cr 27.23) e outro superior, o lugar da habitação de Deus (Dt 26.15). Foi sobre este lugar que Jesus falou aos seus discípulos, prometendo levar-lhes para lá.
Quase todo mundo tem alguma vaga noção sobre o céu – algumas bíblicas, outras não. A teologia judaica antiga fazia referência a sete céus. A promessa do céu tem dado esperança aos aflitos, conforto aos enlutados e reafirmação aos que enfrentam batalhas espirituais. A Bíblia não nos diz tudo o que gostaríamos de saber sobre o céu, mas nos dá vislumbres do futuro para nos encorajar no presente. As informações acerca deste glorioso lugar são poucas, mas mostram que é algo muito acima das nossas expectativas, um lugar jamais imaginável pela mente humana, mas revelado pelo Espírito de Deus aos salvos, pela Bíblia (1 Co 2.9,10; Is 55.9).
O céu é real – tão real quanto a terra. A Bíblia é bem clara quanto à sua existência e propósito. É um local real onde Deus vive. É o lugar real de onde Cristo veio para este mundo (Jo 3.13), e para onde Ele voltou na Sua ascensão (Mc 16.19). Aqueles que estão numa vida boa e dizem “estamos vivendo no céu” não conhecem o lugar maravilhoso, acima de qualquer comparação, que está preparado para os salvos. O apóstolo Paulo diz que viu no céu coisas que não poderia nem contar, de tão maravilhosas que são (2 Co 12.2-5).
O que a Bíblia afirma sobre o céu
O céu é a morada de Deus, Seu trono (Is 66.1; Mt 5.34; 23.22);
O céu é o lugar onde Jesus está (Jo 14.2,3; At 7.56; Lc 1.2; 2 Co 5.2; Ef 6.9; Fp 1.23);
O céu é o lugar onde os anjos estão adorando a Deus (Mc 13.32);
O céu é um lugar amplo – abrigará todos os salvos de todas as eras (Jo 14.2,3) e melhor (Hb 10.34; 11.16);
O céu é um lugar de recompensa (Mt 5.12; 6.20; 19.21; Lc 12.33; Cl 1.5; 2 Tm 4.8);
O céu é um lugar de glória (At 7.55; Ap 22) e de alegria (Ap 21.4; Mt 25.21, 23; Lc 15.7, 10; Hb 12.2).
O desejo do céu não é escapismo, pois ele é real; não é mentira ou ilusão.
No céu não nos tornaremos deuses, mas compartilharemos da natureza divina (2 Pe 1.4).
O que acreditamos sobre vida e morte, bem e mal, céu e inferno é muito importante. C. S. Lewis escreveu sobre a importância do céu: “Se você ler a história, descobrirá que os crentes que mais realizaram neste mundo foram exatamente aqueles que pensavam mais no mundo por vir… É pelo fato dos crentes terem deixado de pensar no outro mundo que se tornaram ineficazes neste mundo”. Na verdade isso se aplica a todos nós! Pensar sobre o céu é da maior importância, pessoal e teologicamente.
Alguns fatos bíblicos sobre o céu:
• É no céu que teremos a vida eterna. Não é apenas vida sem fim, mas a vida em toda a sua plenitude, sem nenhuma das imperfeições e dos distúrbios da presente vida. A plenitude desta vida será desfrutada na comunhão com Deus, o que é realmente a essência da vida eterna (1 Ts 4.17). No céu estaremos na presença fulgurante de Deus, muito mais do que no Sinai (Ex 19.17,18). No céu estaremos na companhia de Cristo, muito mais que na transfiguração (Mc 9.2,3). No céu estaremos na plenitude do Espírito Santo, muito mais que no Pentecostes (At 2).
• Veremos o Senhor face a face, encontraremos plena satisfação nele, alegraremos nele e o glorificaremos (1 Jo 3.2);
• Haverá atividades no céu a ocupar as faculdades mais nobres dos seres humanos. Adoração contínua (Ap 4.8), música com instrumentos musicais e cânticos (Ap 5.8,9), cargos de domínio sobre a terra (Ap 5.10; 20.4; 2 Tm 2.12);
• Haverá um ambiente de alegria perfeita e completa. No céu estaremos com a “nuvem de testemunhas”: os santos do passado (Hb 12.1). Paulo, Pedro, João e todos os santos que deram a sua vida pelo evangelho (Ap 20.4).
O que encontraremos no céu?
O trono de Deus, os 24 anciãos, o mar de cristal, os quatro seres viventes / animais (querubins?) (Ap 4.2-11)
A Nova Jerusalém (Ap 21.10-21).
O rio da água da vida (Ap 22.1), a árvore da vida (Ap 22.2).
Milhões de anjos (Ap 5.11)
Quem vai para o céu?
Aqueles que aceitaram a Jesus como seu salvador e todos os que foram alcançados por Sua expiação: Aqueles que viveram antes da Sua vinda como Messias e morreram nesta esperança (Hb 11.13);
As crianças que morreram antes de atingir a idade da razão (Mc 10.14). Aquele que faz a vontade de Deus (Mt 7.21). Aquele que se converter (Mt 18.3).
Passagens como Mt 25.46, Jo 3.36, 2 Ts 1.8-9 e várias outras ensinam claramente que nem todos serão salvos.
Encontramos listas que mostram quem não entrará naquele santo lugar (1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.3-6; Ap 21.8,27; 22.15).
O que não haverá no céu:
Não haverá contaminação ou pecado (Ap 21.27);
Não haverá lágrima, nem morte, nem pranto, nem clamor, nem dor (Ap 21.4);
Não haverá noite, nem iluminação artificial – O Cordeiro será a luz que alumia tudo (Ap 21.25; 22.5);
Não haverá maldição – somente benção para sempre (Ap 22.3);
Não haverá templo – a adoração será contínua e diretamente na presença de Deus (Ap 21.22);
Não haverá desejo sexual – os prazeres terrenos serão substituídos por outros muito mais excelentes (Mt 22.30). Não haverá mar (Ap 21.1); Não haverá portas fechadas (Ap 21.25);
Não haverá fome ou sede – O Senhor proverá todas as coisas (Ap 7.16).
O céu deve ser alvo da nossa atenção (Cl 3.1,2), dos nossos investimentos (Mt 6.20). Vale a pena todo o esforço para entrar neste santo lugar (Lc 13.24; Hb 4.11; 10.34; Mt 19.12).
KREEFT, Peter; TACELLI, Ronald K. Manual de Defesa da Fé. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2008.
DUFFIELD, Guy P., VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal. São Paulo: Quadrangular, 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário