Namoro é um contato social do caráter afetuoso e cordial entre um rapaz e uma moça com o propósito deliberado de possível união matrimonial no futuro. Esse contato, porém, tem limites aconselhados e determinados pela ética evangélica mais do que pela moral comum, que é excessivamente indulgente. As intimidades excessivas e inconvenientes não só desvirtuam os princípios evangélicos como acarretam, por isso mesmo, sérios prejuízos de ordem moral e espiritual, tanto para a moça como para o rapaz. A jovem amorosa, romântica e sedenta de carinho corre grande risco ao consentir que o namorado ou noivado lhe proporcione carícias só permitidas aos casados. E a razão é óbvia.
O rapaz crente, uma vez estimulado pela indulgência ou passividade da namorada, pode ser levado a extremos que não desejaria nem mais pensaria chegar. Uma concessão hoje e outra amanhã pode levar ambos a uma situação de onde talvez não se possa mais recuar e em que só a moça terá desvantagens e prejuízos sem fim. É principalmente à moça, portanto, que cabe, marcar o limite das intimidades que o rapaz deve ter com ela. Ele a respeitará se ela se mostrar digna, porque a ama e a quer por esposa; ou a desprezará- se ela se revelar fácil e estimulá-lo a intimidades inconvenientes e pouco decorosas. Um rapaz estava noivo com uma jovem de bom caráter. Certa vez, conversando com ela, a sós, deixou-se arrebatar no decurso das intimidades e tentou ousadamente fazer-lhe carícias em zona altamente pudenda do corpo.
Reagindo imediatamente, ela lhe disse: "Não, querido! Isso, não! Gosto muito de você e quero-o para meu esposo, mas não posso permitir tal coisa. Tenha paciência. Espere para quando formos casados." E ele me disse: "Pedi-lhe desculpas e me corrigi. E se eu já lhe devotava grande admiração, fiquei, daí por diante, admirando-a muito mais, pois ela cresceu moralmente aos meus olhos". Toda jovem namorada ou noiva (principalmente esta) jamais deve olvidar a tremenda força extintiva de sua biologia, ou de sua sexualidade. O instinto materno está sempre presente e é fortemente atuante na mulher, principalmente na jovem. Por isso, levando em conta os dados científicos fornecidos pela ginecologia, pela biologia, a genética e a psiquiatria sobre a intensidade do instinto sexual feminino que só difere a intensidade do instinto masculino quanto ao caráter ou á natureza. Portanto, é mister estar a moça de sobreaviso contra os impulsos de sua feminilidade, contra as naturais solicitações e surpreendentes insídias do seu determinismo biológico.
Qualquer descontrole dessas quase incoercíveis forças do instinto sexual feminino, discreta e cuidadosamente enclausuradas no ergástulo secreto da religião, da moral e da dignidade pessoal, pode acarretar o desmoronamento de castelos dourados e de sonhos de felicidade matrimonial por tanto tempo acalentados. Em face do exposto, não se esqueçam disto as nossas jovens: quanto mais concessões faz a namorada ou noiva ao seu bem amado, julgando que assim o cativa cada vez mais, tanto menos confiança ele deposita nela porque menos digna ela resiste aos excessos e limita as intimidades ao conveniente e decoroso. E a razão é que ele vê nela uma mulher digna de confiança em matéria de amor e a desejará para esposa.
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