sexta-feira, 15 de junho de 2012

As sete Igrejas da Ásia


“E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”, 3.14-22.
Imagem
Águas termais de Hierápolis
Abrangência/época: Pós-arrebatamento (Ap 3.14-22).
Significado: Justiça do Povo.
Fato crítico: Igreja morna (da atualidade).
Elogio: Não tem.
Exortação: Adquirir os valores espirituais.
Galardão ao que vencer: Assentará com o Senhor em seu trono.
Significa histórico: Igreja que congrega tudo e todos (democrática).
Localização
Essa cidade localizava na Frígia, entre Éfeso, a 160km a leste desta cidade; Colosssos e Hierápolis. Atualmente, ao lado de suas ruínas está a aldeia de Eski Hissar. Também estava sob o cinturão de terremotos, que assolou muitas outras cidades-igrejas. Seu nome é também transliterado para Laodikeia, mas antes fora chamada de Diospolis Rhoas e uma das mais avançadas cidades da região, durante o domínio do Império Romano. Esse nome deriva-se de Deus (Dios, referindo a Zeus) e polis (cidade), isto é, ‘Cidade de Zeus’.
Paulo fala dessa igreja em Colossences 4.13,16. Ele cita também os irmãos de Hierápolis (v13), uma das cidades que forneciam água a Laodicéia.
Identificação
Laodicéia deriva-se do grego laos, que significa povo, mais dikaios que quer dizer justiça. Portanto é a igreja da ‘justiça do povo’. É a igreja da democracia, justamente o ‘direito que emana do povo’, de participar de decisões, fazendo frente à Teocracia (domínio divino).
Laodicéia orgulhava-se de seu progresso industrial e riqueza que lhe dava a pompa de independência, a partir da força econômica.
Historiadores mostram que Laodicéia possuía um forte sistema financeiro, tipicamente bancário, destacados laboratórios, com produção especial de um famoso colírio, completando-se numa escola de medicina e ainda indústrias têxteis.
Toda essa estrutura produzia riqueza e o orgulho dos cidadãos de Laodicéia, que não dependiam em nada de seus vizinhos. Eram prósperos e se orgulhavam de não necessitar de ajuda externa, pois a cidade era progressiva e rica.
Falta de água
Entretanto, a água, produto de fundamental importância à sobrevivência humana, que até hoje mantém sua influência na vida de qualquer sociedade, faltava em Laodicéia. A cidade convivia com o problema da falta de sistema de captação próprio. A administração da cidade dependia de outros centros para abastecimento. A água era captada, por meio de aquedutos procedentes de dois centros vizinhos: Colossos e Hierápolis.
A ‘Cidade de Hiera’ (Hierapólis) possuía fontes termais, mas com água com temperaturas entre 35º e 100º. Portanto, a água que procedia de Hierápolis era quente. Mas como esta cidade distava cerca de10 quilômetrosde Laodicéia, refrescava pela condução do aqueduto, mas, quando chegava estava morna.
Com toda a riqueza, os laodicenses buscaram a opção em Colossos, de onde procedia água potável e fria. Porém, a distância fazia com que a água, ao chegar ao grande centro produtor e, portanto, rico, estivesse também morna.
Então o Senhor toma esse fato e diz:
“Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu), aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas”, Ap 3.15-19.
Outra tradução diz:
“Conheço as tuas ações; sei que não és nem frio nem fervente. Oxalá fosses frio ou fervente. Assim, porque és morno, nem fervente nem frio, estou para te vomitar da minha boca. Visto que dizes ser rico, cheio de bens, que de nada precisas, e não sabes que és um infeliz, um miserável, pobre, cego e nu, aconselho-te a comprares de mim ouro acrisolado no fogo para te enriqueceres, e vestes brancas para te cobrires, a fim de não se ver a vergonha da tua nudez…”.
O outro lado de Filadelfia
Ao contrário de Filadélfia, Laodicéia não tem elogios, mas somente reprovação (Is 43.7-8). É morna, desgraçada (sem a graça), pobre, cega e nu. Embora Laodicéia fosse economicamente rica, possuísse uma admirável indústria de fabricação de roupas, excelente centro médico e bons colírios, faltava-lhe a Água da Vida, que jorra para a Vida Eterna.
Cremos que esta igreja é aquela que tentará se reorganizar quando o Anticristo dominar o mundo, após a Volta do Senhor. Serão os remanescentes do Arrebatamento. Por ser uma igreja fria, se distancia do Filho de Deus e então ficaria no mundo para enfrentar o domínio do Filho do Diabo.
Esses remanescentes deverão ser provados pelo (no) fogo da cruel perseguição. Hoje percebemos lampejos, a partir das tendências de domínio de ideologias políticas, apontando para a organização do domínio humano do mundo futuro, mas não distante.
Porém, tem que se levar em conta a dificuldade da conversão de uma pessoa morna em termos de fé e crença – o dito ‘amigo do Evangelho’, pois é sempre mais acessível o frio.
Passar pelo fogo é a forma de separar os maus dos bons e essa purificação se dá a exemplo da purificação do metal precioso (‘ouro provado no fogo’, v18). Também semelhante ao que apóstolo Paulo descreve no texto da Ceia, em 1Coríntios 11.28: “Examine-se o homem a si mesmo”. O termo no original indica teste a metais: o tilintar do metal a indicar o auge da têmpera ou tratamento térmico a fim de tornar o metal mais a indicar resistência. De forma figurada, indica caráter e índole intocáveis:
E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus”, Zc 13.9.
Por outro lado, morno, sinônimo de frouxo, de tepidez, é de provocar náusea (estomacal), no caso em tese, na alma, isto é, rejeição, não aceitação ou assimilação ao sistema do corpo.
Correção a quem se ama
A frese é procedente e bíblica, conforme se lê em Provérbios 3.12:
“Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” e “E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos”, Hb 12.5-8.
O Amém!
Amém é advérbio e adjetivo hebraico para indicar verdadeiramente, certamente (verdadeiro, verdade e certo), conforme Isaías 65.16:
“Assim que aquele que se bendisser na terra, se bendirá no Deus da verdade; e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angústias passadas, e estão escondidas dos meus olhos”.
Justifica-se como o Senhor da Verdade, pois Dele advém todas as coisas – a verdade sobre tudo – por constituir-se Princípio de tudo e de todos, e, conforme o silogismo filosófico, ao chegar-se Deus como razão de todas as coisas, logo, Ele é a Verdade!
“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”, Jo 1.3
“E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre: Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome. Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo. Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”, Ap 3.7-13.
Informações gerais 
Abrangência/época: A partir de 1750 (Ap 3.7-13).
Significado: Igreja do amor fraternal.
Fato crítico: Não tem.
Elogio: Guardaste a minha Palavra e não negaste o meu nome – v10.
Exortação: Venho em breve, guarda o que tens para ninguém tome – v11.
Galardão ao que vencer: Coluna do Templo divino terá o nome de Deus e de sua cidade, e o novo nome de Cristo – v12.
Significado histórico: Igreja do Arrebatamento.
Identificação
Hoje Alaseher, na Turquia, Filadelfia era uma cidade pequena, localizada na zona de terremotos a 45 quilômetros a sudeste de Sardes. Fundada em 154aC por Attalos II, rei de Pérgamo.
O nome dessa igreja vem de phileo (grego) que significa amor fraterno. É o amor de uma pessoa para outra, amor recíproco. Esse amor contrasta com as orgias sexuais, propostas pelas doutrinas balaonista e jezabelista, centradas no amor sensual (grego heros). Daí as palavras derivadas erótica e erotismo.
Santo e Verdadeiro
Quem diz a Filadelfia é o Santo e Verdadeiro, nomes que representam atributos divinos, conforme Jeremias
“Mas o Senhor Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; ao seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” e João 17.3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” e especificamente a Jesus (Jo 14.6) e o que tem a chave de Davi, conforme Isaías 22.22: “E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá”.
Jesus, sucessor do Trono de Davi
Filadélfia, além de não ter reprovação tem elogios, somente é exortada a resistir aos que se proclamam judeus e não o são. Enquanto Pérgamo mantinha o culto imperial, constituindo-se o “trono de Satanás”, enquanto em Filadelfia havia a “Sinagoga de Satanás”, em função de os `falsos` judeus. Estes epítetos diabólicos, indicam inimigos dos verdadeiros cristãos e, portanto, de Deus.
Porém, nela o Todo-Poderoso tem a chave: que abre e ninguém fecha; que fecha e ninguém abre, e a bênção de ter diante de si uma porta aberta.
Nesta passagem, a mensagem quer mostrar, inclusive à resistência judaica, que Jesus é o verdadeiro sucessor do trono de Davi:
“E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá. E fixá-lo-ei como a um prego num lugar firme, e será como um trono de honra para a casa de seu pai. E nele pendurarão toda a honra da casa de seu pai, a prole e os descendentes, como também todos os vasos menores, desde as taças até os frascos. Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, o prego fincado em lugar firme será tirado; e será cortado, e cairá, e a carga que nele estava se desprenderá, porque o Senhor o disse”, Is 22.22-25.
Caracteriza verdadeiro convite aos judeus a se converterem a Cristo e passarem, a partir de então, a perceberem a realidade da revelação divina a respeito do sucessor de Davi – o Messias já enviado e não esperado, conforme prega o Judaísmo, por não acreditar em Cristo.
Pouca força
Esta era uma das principais características da Igreja de Filadelfia, pois não mantinha a mesma influência das demais cidades-fortes, mas os crentes eram pobres e sem influência temporal, social ou humana.
A leitura do texto do versículo 8 deve submeter-se à pontuação, pois, caso contrário, emite outra ideia: “… diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar”… Aqui o primeiro período se completa e segue, a partir de um ponto-e-vírgula – quase um ponto-final – o com outro período: “… sei que dispões de poucas forças” (outra tradução), e segue: “… e, contudo, tens guardado a minha palavra, e não negaste o meu nome”. Coisa gloriosa essa contraste, não é mesmo?!
Ainda que pobre, no sentido restrito e humano, essa igreja permanecia totalmente na dependência do Senhor e confiante Nele e nas suas gloriosas promessas e exaltação, conforme texto subseqüente: “farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo” (v9).
Limites e vitórias
Outro fato relevante na mensagem a Filadélfia é o limite suportável das últimas coisas, que cremos ser desgastes como desvios morais e sociais no mundo e de não deixá-la passar pela Grande Tribulação ou provocação universal, que precede a Volta de Jesus:
“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir dobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”, v10 (cf Ap 7.14).
Unicamente nela está a promessa do Retorno (em breve) do Senhor:
“Eis que venho sem demora, guarda a tua coroa para ninguém a tome”.
Como coroa fala de domínio, parece indicar o lugar dado pelo Senhor – o nome escrito no Livro da Vida. Como diz Provérbios 5.9: “para que não dês a outros a tua honra”.
Portanto, cremos ser a Igreja do Arrebatamento, conforme vemos pelas próprias profecias e história das sete igrejas. Todas têm um período, em que a história descrita pela Bíblia, casa perfeitamente com suas respectivas épocas. Sendo assim, não haveria mais tempo tanto para regredir e focar outra igreja, para a época em que vivemos, quanto para prosseguir e chegar a Laodicéia.
A promessa aos vencedores é de receber o nome eterno do Senhor, entre outras bênçãos:
“A quem vencer, eu o farei coluna do templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome de meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”, 3.12.
O nome eterno do Senhor está descrito em Isaías 56.5: “Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles que nunca se apagará”.
 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”, Ap 3.1-6.
Abrangência/época: De1517 a 1750 (Ap 3.1-6).
Significado: Pedra que brilha.
Fato crítico: Tem fama de igreja avivada, mas está morta – v1.
Elogio: Pessoas que não se contaminaram – v4.
Exortação: Vigiai – v5.
Galardão ao que vencer: Andarão de branco com o Senhor – v5.
Significado histórico: Igreja Remanescente.
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Ruínas de Sardes
Identificação
Cidade localizada a 70 quilômetros de Esmirna, hoje a pequena aldeia Sart, na Turquia. Sardes fora arrasada no ano 17aC por um terremoto, depois reconstruída. Também foi capital da Lídia. Seu porto figurava como ponto de reembarque de produtos de lã.
Essa igreja se encaixa dentro da época da Reforma Protestante, que tem como data histórica 31 de outubro de 1517. Sardes ou Sardo é uma pedra que brilha em contato com o corpo. É uma figura a indicar a necessidade de o crente estar unido ao Corpo de Cristo, por meio da comunhão. A história conta que a vida cristã em Sardes quase se estinguiu (v1).
Por outro lado, a alusão do versículo 1 – “tens nome de que vives, e estás morto” – pode indicar propaganda enganosa, isto é, características de igreja, mas totalmente fora dos padrões bíblicos. E ainda o domínio de dons espirituais usados fora do contexto dos preceitos bíblicos, com obras não cristãs (imperfeitas), tendo em vista seus objetivos – glorificação do Senhor, edificação da Igreja e salvação de almas, a partir do recrudescimento do amor (1Co 13).
Embora indique uma igreja surrada por tudo quanto veio antes dela, culminando com a prática idolátrica que grassava em seu meio e já bastante distante dos preceitos bíblico-cristãos, nela são contadas algumas pessoas que não contaminaram suas vestes.
Estes remanescentes que dariam vazão à Reforma Protestante recebem a promessa gloriosa do Senhor: “… e comigo andarão de branco”, v4. Este é um contraste com as vestes brancas (3.18) oferecidas pelo Senhor, e o psicodelismo comercial (Ap 17.4), que fazia da indústria de lã e de tintura, o orgulho de Sardes.
As vestes brancas, descritas pelas Escrituras indicam sinônimo de pureza, santificação, vida cristã intocável. Por isso Judas 23 descreve o seguinte: “e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne”. Leia ainda Zacarias 3.24.
Mudança Proposta
A indústria de lã e as diversas cores de tecidos oferecidas faziam de Sardes o orgulho da região. Da tintura de roupa, usada como um costume entre os gregos, origina-se o termo batismo, que é mergulhar a peça na tintura e tirá-la transformado em outra cor. Daí a definição de batismo, do grego baptismós, mergulho, imersão. A tintura preparada servia para mudar o aspecto do tecido e isso acontecia em Sardes em nível industrial. Imergia-se o tecido na tintura de acordo com a cor desejada para, em seguida, seguir para a comercialização, já em nova versão de cores.
Esse atrativo introduzido ao tecido, para produzir vestes atraentes, vai de encontro à exuberância da Prostituta do capítulo 17: “A mulher estava vestida de púrpura e escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição”, Ap 17.4.
O uso dessas cores indicava também luxúria e, por isso, logo após a Revolução Industrial, uma mulher jamais usaria uma blusa vermelha, para não chamar a atenção para si. Esse domínio foi mentido por anos entre puritanos.
Em Sardes estão representadas a riqueza e a prosperidade de Laodicéia, com a visão de esplendor que as roupas coloridas produziam.
Grande Deusa-Mãe
Outra marca dessa igreja era o centro do culto a Cibele, conhecida como a Grande (deusa) Mãe, equivalente a Diana dos Efésios ou Astarote, culto comum na Ásia Menor. Cibele era muito cortejada entre os romanos especialmente depois de ter levado a sorte, por meio de um meteorito, que seria a representação de sua presença.
Era a deusa da salvação, a padroeira de Roma. Tinha seus devotos que promoviam uma série de encenação anual a ela. Seus templos acabaram dando lugar à deusa do romanismo moderno – “Maria, como no caso do Partenon, templo da deusa virgem Atenas. Entre a classe baixa, Maria substitui a mãe deusa como objeto de devoção. Pode-se traçar a atenção que lhe era dada e a mesma adoração a ela prestada a partir do segundo século, especialmente em Éfeso.”
O mesmo fenômeno vivido hoje com Maria, podia-se perceber nos primórdios da Igreja com essas divindades. Seus adoradores a ela dirigiam como ‘Rainha dos Céus”. Explorando o Mundo Antigo do Novo Testamento, Albert A Bell Jr. (Atos).
Mestres
Segundo o texto, parece que não havia em Sardes falsos mestres ou casos de pecados específicos, como se nota nas outra. Tudo indica que a falha era mesmo o distanciamento da ortodoxia bíblico-cristã e a consequente perda da essência doutrinária, que dá a real ‘marca’ à Igreja do Senhor.
Por fim, o Senhor ameaça os infiéis que poderão ter os seus nomes riscados do Livro da Vida. Portanto, nomes já inscritos e que poderão perder o seu lugar, conforme recomendação à Laodicéia em 3.11 e Provérbios 5.9: Para que não dês a outrem a tua honra”.
Galardão
Aos vencedores de Sardes, em meio a tantas dificuldades, o galardão é glorioso:
“Mas também têm em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”, Ap 3.4-5.
A maioria das informações foram extraídas do livro Fronteira Final (Escatologia), MESQUITA, Antônio, 2007, Fronteira Final, A Terra geme e chora, CPAD.

Tiatira, retrato de igreja que se repetiu na história contemporânea

Abrangência/época: De600 a 1517 (Ap 2.18-29).
Significado: Relaxada (Mulher opressora).
Fato crítico: Líder feminina que ensina a tolerância ao pecado – v20.
Elogio: Crescimento nas obras – v19.
Exortação: Reter o que tem – v25.
Galardão ao que vencer: 1) Poder sobre as nações;
                                     2) a Estrela da Manhã – a Luz Eterna (Cristo) – v26-28.
Significado histórico: Decadência da Igreja.
Identificação
Na época de Tiatira, conforme a história contemporânea, a Igreja viveu a escuridão do conhecimento. Isso ocorreu durante o período da Idade Média. A leitura da Bíblia era proibida e somente o clero e alguns reis e nobres tinham acesso ao conhecimento. O povo em geral, não conhecia nada sobre a revelação divina aos homens, pois nem mesmo sabiam ler. O conhecimento foi-lhes negado, e pela própria Igreja, que dominava o mundo, com os reis e poderosos.
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Informações históricas da cidade
Hoje é Akhissar, na Turquia, localizada a cerca de 60km a sudoeste de Pérgamo, entre esta e Sardes. Na época bíblica, embora fosse uma cidade pequena, por sua influência industrial, que contava com operários cristãos. Atos 16.14, trata de uma crente de nome Lídia, que vivia do ramo industrial dessa cidade: “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Ssenhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”. Seu nome pode ter sido, na verdade, um cognome em função de ela ser de Tiatira, a capital da Lídia (dos lídios) na Ásia Menor, daí poderia ter recebido o apelido de Lídia, como sobrenome, pois na época, usava-se muito a referência de procedência como sobrenome. Temos os exemplos bíblicos, como Jesus de Nazaré, Paulo de Tarso, viúva de Naim…
Segundo informações arqueológicas, em Tiatira havia uma indústria crescente de púrpura.
Triunfo sobre tentativa de destruição
Triunfou em Tiatira a doutrina baloanista, nicolaitista e jezabelista, a ponto de constituírem a “profundeza de Satanás” (v24).
Jezabel é a mulher que fundamentou certa doutrina herege. É o nome que se dá a quem está no meio, no sistema, mas não faz parte originalmente dele. E por meio de sua doutrina são introduzidos todos os deuses regionais, como a própria esposa de Acabe fez em Israel.
As mulheres de outras nações, quando se casavam com reis de Israel, traziam consigo os seus deuses. Isso eles faziam para não serem totalmente intrusas ao novo e estranho ambiente e para que não fossem destruídas pelos deuses da casa, criam. Então, levavam sempre as suas estátuas protetoras para livrá-las e protegê-las. Assim fez Jezabel e todas as esposas de Salomão procedentes de nações vizinhas: “E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão o vosso coração para seguirdes os vossos deuses”, 1Re 11.1-2.
Elas levaram seus deuses (que perverteram Salomão) como
1)      Astarote (deusa dos sidônios);
2)      Milcom (dos amonitas);
3)      Quemos (dos moabitas);
4)      Moloque (dos amonitas) – v5-7.
“E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e sacrificavam aos seus deuses”, v8.
O caso da moabita Rute, nora de Noemi, esclarece esse costume ao optar em ser fiel ao Deus de sua sogra e deixar para trás os deuses moabitas. Noemi diz a Rute: “Eis que voltou a tua cunhada (Ofra) ao seu povo e aos seus deuses; volta tu também após a tua cunhada. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”, Rt 1.15-16
Jezabel foi uma mulher dominadora e sedutora, contrastando com Apocalipse17, aprostituta – sistema religioso, que domina o mundo, assentada sobre sete montes, a partir de onde Roma teria sido fundada em 753aC. Leia Apocalipse 17.
Lídia a vendedora de púrpura, que se converteu ao Evangelho era de Tiatira. Ela chegou a oferecer sua casa como hospedagem e Paulo (At 16.14-45). Parece que Tiatira possuía uma indústria de tinturaria. Púrpura era utilizada para tingir tecidos; mas havia também o tecido purpurino, que figurava como referência à riqueza.
Negativos em Tiatira
1)      Aceitação de Jazebel e de seus ensinos,
2)      Submeter-se aos seus enganos (prostituição),
3)      Crentes liberais – não atentam para a proibição de coisas sacrificadas a ídolos.
Riqueza em destaque na Igreja
1)      Obras,
2)      Amor,
3)      Serviço,
4)      Fé,
5)      Paciência,
6)      Obras crescentes (2.19).
A última parte do versículo indica que a perseguição fez com que a igreja criasse volume nas obras, com a ideia de maior investimento a partir da busca espiritual. Portanto, a vida espiritual ativa, às vezes ocasionada pelas lutas, torna-se producente.
Prêmio ao que vencer
1)      Domínio e regência das nações (cf 1Pd 2.9),
2)      Reinado (sobre povos) – Ap 22.5,
3)      Poder divino para domínios (Ap 20.4),
4)      Receberá a Estrela da Manhã (brilho de Jesus).
Imagem
Abrangência/época: De 312 a 600 (Ap 2.12-17).
Significado: Casamento.
Fato crítico: Segue as doutrinas de Balaão e dos Nicolaítas – v14-15.
Elogio: Honra o nome de Cristo – v13.
Exortação: Buscar o arrependimento – v16.
Galardão ao que vencer: Maná escondido e uma pedra branca com um novo nome – v17.
Significado histórico: Casamento com o Estado.


Identificação
Pérgamo era uma cidade localizada em cima de uma colina com cerca de 300m acima do nível do mar e a 70km ao norte de Esmirna e a 26km do mar Egeu. Uma fortaleza natural e chegou a ser capital do reino dos atálidas, por volta de 241 a 133aC, reino herdado pelos romanos. Desde então, passou a fazer parte do Império Romano e por cerca de 200 anos, figurou como capital da província romana na Ásia.
A moderna cidade contava ainda com uma boa cultura predominantemente grega e, portanto, avançada e uma biblioteca com cerca de 200 mil volumes, segundo comentários da Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal. Constituiu-se na maior biblioteca fora de Alexandria. Também de lá saiu o mais moderno produto para a escrita da antiguidade, o pergaminho (de pele de carneiro), substituto do frágil papiro.
Hoje tem o nome de Bergama e segundo a Wikipédia, “é uma cidade e distrito na província de Esmirna, na região do Egeu da República da Turquia. Conhecida por sua produção de algodão, ouro e tapetes, a cidade foi, durante a Antiguidade, o importante centro cultural greco-romano de Pérgamo, cujas ruínas continuam a atrair considerável interesse turístico até os dias de hoje”.  A cidade está junto ao Rio Caicus e sua população chega a 55 mil habitantes, contra cerca de 150 mil no auge do domínio romano, por volta do século 1dC. As ruínas da antiga cidade estão ao norte e a oeste.
Mas, o deus principal de Pérgamo possuía a forma de uma serpente e tinha um santuário na cidade. Era o deus da saúde, o Esculápio (o deus da Medicina), representado também por serpentes. Além desse deus Pérgamo possuía três outras seitas que veneravam Dionísio, Zeus e Atenas.
Em 29aC, um templo ao imperador chegou a ser erguido na cidade, corroborando para a fama de cidade onde estava o “trono de Satanás” (v13). O templo de Augusto e de Roma juntava-se ao grandioso altar de Júpiter, tido como o salvador, pois foi o patrono da vitória na invasão dos celtas em 278aC.
Com isso, Pérgamo exaltava seus deuses com festas religiosas, que conclamavam multidões às peregrinações.
Nela também estava presente a imoralidade e sexualidade, com sacrifícios à idolatria e prostituição, conforme os meios preestabelecidos pela doutrina de Balaão, que se constituía em levar o povo a pecar por meio da prostituição, e assim, destruir-se pela força da imoralidade. Balão ensinou a tática de infiltração para minar a fé, a crença.
Uma das formas de prostituir-se contra o Senhor é participar das festas e cerimônias realizadas em menção (louvor) e/ou adoração a outros imagens-deuses.
A tolerância e a participação de tais formas de adoração, mesmo que indiretamente são abomináveis ao Senhor, como diz:
“Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria”, Ap 2.20.
Formas de Idolatria
Conforme publicamos na revista Resposta Fiel (8, abr-maio-jun-2003), “A origem das celebrações juninas remonta aos antigos rituais pagãos. No Hemisfério Norte, o mês de junho é o período de solstício de verão. Nessa época, especialmente nos dias 21 a 24,egípcios, sumérios, romanos, bascos e celtas invocavam a fertilidade através de rituais.
Na mitologia romana, pagãos prestavam culto à deusa Juno, cujos festejos eram denominados junônias, adaptado no Brasil para junina.
Os historiadores registram que os rituais de colheita e fertilidade eram tão fortes na Idade Média que a Igreja Católica Romana resolveu aproveitá-la, adaptando-a para seu calendário. Ela foi trazida ao Brasil pela colonização portuguesa.
Já o culto pirolátrico, próprio da festividade junina, teve início em Portugal, onde, acreditava-se que o estrondo de bombas e rojões tinha a finalidade de espantar o Diabo e seus demônios na noite de ‘São João’.
Os fogos de artifício e as fogueiras são formas de culto da Antiguidade, ovacionando as imagens. Além de conterem o elemento idolátrico, os fogos são perigosos e extremamente poluentes. “Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Jawaharlal Nehru, em Nova Déli, Índia, mostrou que fogos de artifício disparados no país em uma festa nacional no ano passado liberaram grande quantidade de ozônio. Esse gás é tóxico e apenas beneficia a vida na alta atmosfera, onde reflete os raios ultravioletas do Sol. O trabalho está publicado na revista Nature’” (Folha de São Paulo, Ciência, A6, 28/6/2001).
No Brasil, o uso de fogos de artifício aumenta consideravelmente em junho e julho, em virtude das comemorações dos romanistas a seus santos protetores. Muitas pessoas têm sido mutiladas pelo manuseio do produto, enquanto balões têm causado inúmeros incêndios. A prática dos balões, tão comum nessa época, se vincula à ideia de que, se este subir sem nenhum problema, os desejos de quem os solta serão atendidos. Caso não suba, seria azar.
Em várias regiões do país, com ênfase no Nordeste, religiões como o candomblé homenageiam os orixás, misturando suas práticas ao ritual católico romano’”.
Comer as iguarias características dessas festas pagãs, tais como milho cozido e pipoca, vai de encontro ao que Paulo ensina: “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”, 1Co 10.20-21.
Essa ignorância espiritual produz consequências, às vezes irreparáveis. “Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada”, 1Co 8.7. Por isso a Bíblia diz que há na Igreja muitos fracos e doentes e outros que dormem, em função da ignorância espiritual (1Co 11.28).
Contraste
A exortação é tão veemente que o Senhor diz que em Pérgamo estava o trono de Satanás, mas chama a atenção para um personagem: “Antipas, minha fiel testemunha”, v13. Que coisa gloriosa, um simples mortal ser anunciado como fiel ao Senhor! Segundo uma tradição, Antipas fora bispo de Pérgamo e morto dentro de um touro em brasas.
Pérgamo aceitou o esquema idólatra procedente do paganismo, que precede a tolerância a tudo (v14-15). É o reflexo de uma igreja passiva, politicamente correta.
O Senhor alertou a Igreja e temos isso na História conforme já comentamos acima. Mas ainda há uma esperança a Pérgamo:
“Arrepende-te ou em breve virei a ti”, v16.
Nicolaítas
Nicolaítas vem do grego nikos, que significa subjugar e laos (povo). Não formavam propriamente uma seita, mas um sistema de domínio muito forte no seio da igreja, que subjugava o povo. Alguns dizem que nicolaítas constituíam-se no esforço humano para se conquistar o que de Deus se perdeu.
Outros interpretam os nicolaítas como pessoas que trocavam o espiritual por influências humanas, como forma de alcançarem seus objetivos – a humanização ou materialização do espiritual. Aquilo que o Espírito faz, tenta-se imitar, fazendo por meio de formas humanas. Neste caso, o Espírito torna-se, com o tempo, descartável no centro de adoração, substituído por esforços meramente humanos (mentais e psicológicos).
Mas interessante que esta igreja colocava em prova os que se diziam “ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos”, v2. Ora, se naquele tempo já tínhamos tais homens, será que hoje estão alardeando algum novo esquema, ou estariam tentando novamente sem serem notados? Se bem que os obreiros eram provados antes de a igreja recebê-los.
Cristãos Em contraste com a idolatria viviam os cristãos fiéis, possivelmente evangelizados pelo apóstolo Paulo, conforme Atos 19.8-10:
“E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos”.
Os Nicolaítas não distinguiam o alimento comum do sacrificado a ídolos, conforme se estabelece no Concílio da Igreja em Atos 15:
“Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” (v29). Leia também sobre o mesmo assunto, mas com detalhes doutrinários, 1Coríntios 10.14-21.
Naquela época, muita sobra de sacrifícios a deuses eram exposta em açougues para a venda. Então, havia a recomendação bíblica para que, quando sabedores do fato, que os crentes não comessem daquilo.
Também, dado a isto, os pregadores itinerantes eram encaminhados para casas de irmãs dedicadas, que se prontificavam a cozinhar para esses homens e, assim, fossem livres de comer alimentos impuros no comércio local, por desconhecimento.

Pedra Branca
Na lista de galardões para os vencedores de Pérgamo está a pedra branca com um novo nome ao eleito pelo Senhor. Existem algumas afirmações sobre o significado de pedra branca. Seu uso era costumeiro na cultura da época. Um deles diz respeito ao julgamento, em que no veredito pró-réu, quando esse era absolvido, recebia uma pedra branca como sinal de liberdade. Mas se condenado, recebia uma pedra escura.
Outra explicação diz respeito a uma eleição, em que o candidato escolhido pelo eleitor tinha o seu nome gravado na pedra branca que iria para a urna. Temos ainda a indicação dessa pedra (ficha), a indicar um pequeno mosaico com a cor branca, com o significado de aprovação (dokimos, no grego, aprovado) – pedra da vitória.
De qualquer forma, tanto a eleição quanto o prêmio, diz respeito à eleição em Cristo:
“Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade, para o que, pelo nosso Evangelho, vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo”, 2Ts 2.13-14.
Igreja aprovada
Pérgamo tinha crentes aprovados pelo Senhor, dignos de receber a pedra branca, por suas
- Obras em Cristo;
- Não negar o nome de Cristo (Senhorio);
- Não negar a fé em Cristo.
A maioria das informações foram extraídas do livro Fronteira Final (Escatologia), MESQUITA, Antônio, 2007, Fronteira Final, A Terra geme e chora, CPAD.

Esmirna, a segunda das Sete Igrejas da Ásia

Abrangência/época: De100 a 312 (Ap 2.8-11).
Significado: Anestésico (Sofrimento).
Fato crítico: Não há.
Elogio: Suporta a perseguição.
Exortação: Sê fiel até a morte.
Galardão ao que vencer: Não morrerá.
Significado histórico: Auge da perseguição romana.
Identificação – Esmirna localizava-se na Ásia Menor, a cerca de 40 quilômetros ao norte de Éfeso e constituía-se rival desta. Possuía o principal porto da Ásia, voltado para o comércio do Mar Egeu. Fundada por volta do ano 1000aC e destruída 4 séculos depois pelos Lídios. Reconstruída por volta de 300aC, por Alexandre, o Grande. Pode-se ver ainda hoje as ruínas da antiga cidade, na moderna Izmir (de Smyrna), na Turquia.
Nela, segundo comentários da Bíblia de Estudo – Aplicação pessoal, havia uma luta interna entre judeus, que se opunham aos cristãos, e cidadãos que eram simpáticos ao domínio romano e à adoração ao imperador. Dado essa identidade peculiar, as perseguições eram frequentes.
Seu principal e talvez primeiro bispo fora Policarpo (de 70 a 160dC), natural da cidade e discípulo de João e, segundo a história, morto pela perseguição romana.
Por outro lado judeus, com uma grande colônia, ao se ajuntaram à adoração em suas sinagogas, serviam aos propósitos de Satanás e não aos de Deus, e acabavam por formar a “sinagoga de Satanás”, conforme a mesma fonte acima, que afirma ainda que a cidade era famosa por suas competições esportivas, mas a coroa final que o Senhor oferece – a coroa da vida (v10) – está acima do laurel que os competidores ganhavam – a coroa corruptível.
Em oposição a essa fidelidade, muito discutida na época, em função do domínio romano, o Senhor diz:
- “Sê fiel até à morte”, e dar-te-ei a coroa da vida” (2.10).
Esmirna mantinha inúmeros cultos e deuses com seus templos instalados no Monte Pagos – Apolo, Dionísio (Baco), Cibele: Representada em uma moeda e com uma coroa; Afrodite: a deusa da promiscuidade, da fecundação; Esculápio: Protetor da Medicina. Todos formavam uma verdadeira ‘sinagoga’ de Satanás, nome usado para nomear os judeus que se davam a tal adoração e, por conseguinte, perseguiam os cristãos.
Mirra – Esmirna deriva-se de mirra. Segundo Aurélio mirra é palavra de origem semítica; do grego myrrha. “Designação comum a duas árvores da família dasburseráceas (Commiphora mallis e C. myrrha), originárias da África, cuja resina dimana por incisão e se usa como incenso e em perfumes, unguentos”. Também para embalsamar. Daí tem-se o contraste com o Cristo vivo:
- “E ao anjo da igreja que está em Esmirna escreve: Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu”, 2.8.

Analgésico – Alguns preferem afirmar que Esmirna tem que ver com analgésico – que elimina a dor, elemento protetor natural ao homem. A dor faz com que fujamos daquilo que machuca, causa ferimentos e, portanto, dói. Se a criança coloca a mão no fogo, sentirá a dor da queimadura e a tendência natural é a de não fazer o mesmo novamente. O corte de uma faca, por exemplo, faz com que o cérebro humano emita reação semelhante.

Portanto, as pessoas acometidas de doença que elimina a dor necessitam de cuidadoso e constante acompanhamento para que não quebrem ossos, por exemplo. Quem não sente dor ao quebrar um órgão do corpo, poderá ser acometido de gangrena, em função da fratura e suas consequências não curadas, e morrer.
Pobreza – Esmirna era pobre, e conforme comentário de rodapé da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD), o termo no original para designar a pobreza dessa cidade é ptocheia (que não possui nada). Esse termo indica alguém miserável, pobre por completo. O outro termo para pobreza no grego é peniah, que ou quem já possuí o essencial. “A pobreza dos cristãos em Esmirna era geral; economicamente, não tinham recursos, pois havia muitos escravos na igreja. Mas Jesus diz que eram ricos espiritualmente”. Enquanto Esmirna, uma igreja pobre é vista como rica; Laodicéia, que vivia em meio à riqueza é tida como pobre.
Perseguição – A Igreja naquela cidade vivia sobre constante perseguição, tribulação (aperto, pressão). Essa igreja passou pelo pior período da perseguição romana:
- “Não temas as coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de 10 dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”, 2.10.
Parece que essa perseguição de 10 dias, faz referência a 10 imperadores ou ao período compreendido de seus governos que abrangeu o tempo de aproximadamente 200 anos – período dessa igreja. Para Esmirna o conselho é: “Sê fiel até a morte”.
Tentação (Provação) – Testados como se testa metal (dokimazetô), cf  1Co 11.28: “Examine-se a si mesmo”, para ser aprovado, no grego dokimos(conversão real, sinceros, 1Co 11.19), em oposição a adokimos (reprovado).
APLICAÇÃO
I – JESUS, ÚNICO DEUS – É (o único) Deus Eterno e Criador (“o primeiro e o último”);
II – RESSUSCITOU – O único que foi morto e ressuscitou (“que foi morto, e reviveu”);
III – UNISCIENTE – (“Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza”);
IV- SENHOR ‘DONO’ DE TUDO – (“mas tu és rico”);
V – TODO-PODEROSO – (“Nada temas das coisas que hás de padecer”);
VI – LEAL – (“Sê fiel até à morte”);
VII – VIDA ETERNA – (“dar-te-ei a coroa da vida”);
VIII – VITORIOSO – (“O que vencer não receberá o dano da segunda morte”).
A maioria das informações foi extraída do livro Fronteira Final (Escatologia), MESQUITA, Antônio, 2007, Fronteira Final, A Terra geme e chora, CPAD.

Ap 1.3-5,8,19.

O mistério das Sete Igrejas foi dado por revelação divina ao apóstolo João, exilado pelos romanos, na Ilha de Patmos, localizada no Mar Egeu. O livro do Apocalipse foi escrito por volta do ano 96dC, época de intensa perseguição aos cristãos da Igreja Primitiva, orquestrada pelo imperador Domiciano.

AS SETE CIDADES-IGREJAS
 

ÉFESO

Abrangência/época: Primeiro século (Ap 2.1-7).
Significado: Desejável.
Fato crítico: Distanciou-se do primeiro amor – v4.
Elogio: Perseverança (trabalho incansável) e rejeição do mal – v2-3. 
Exortação: Buscar a renovação espiritual – v5.
Galardão ao que vencer: Fruto da Árvore da Vida – v7.
Significado histórico: Época da Igreja Primitiva – até o fim da era apostólica.
 
Identificação
Éfeso é a igreja do primeiro século (início do esfriamento). Essa igreja ainda se reunia nas casas dos irmãos, como de Áquila e Priscila. Naquela época, a igreja não contava com templos. Apóstolo Paulo faz menção de nomes e saudações pessoais, demonstrando que havia muita aproximação, comunhão, amor e alegria entre os crentes. O cristão viajante tinha hospedagem familiar no mundo de então, “entre os da casa”, conforme indica a linguagem cristã: “Para que os recebais no Senhor…”, Rm 16.2.

 

ESMIRNA

Abrangência/época: De100 a 312 (Ap 2.8-11).
Significado: Anestésico (Sofrimento).
Fato crítico: Não há.
Elogio: Suporta a perseguição.
Exortação: Sê fiel até a morte.
Galardão ao que vencer: Não morrerá.
Significado histórico: Auge da perseguição romana.
 
Identificação
Esmirna localizava-se a cerca de 40 quilômetrosao norte de Éfeso. Possuía um famoso porto voltado para o comércio do Mar Egeu. Nela, segundo comentários da Bíblia de Estudo – Aplicação pessoal (CPAD), havia uma luta interna entre judeus, que se opunham aos cristãos, e cidadãos que eram simpáticos ao domínio romano e à adoração ao imperador. Dado essa identidade peculiar, as perseguições eram frequentes.
Por outro lado judeus, ao se ajuntaram à adoração em suas sinagogas, serviam aos propósitos de Satanás e não aos de Deus, e acabavam por formar a “sinagoga de Satanás”, conforme a mesma fonte acima, que afirma ainda ter sido uma cidade famosa por suas competições esportivas, mas a coroa final que o Senhor oferece – a coroa da vida (v10) – está acima do laurel que os competidores ganhavam – a coroa corruptível.

 

PÉRGAMO

Abrangência/época: De312 a 600 (Ap 2.12-17).
Significado: Casamento.
Fato crítico: Segue as doutrinas de Balaão e dos Nicolaítas – v14-15.
Elogio: Honra o nome de Cristo – v13.
Exortação: Buscar o arrependimento – v16.
Galardão ao que vencer: Maná escondido e uma pedra branca com um novo nome – v17.
Significado histórico: Casamento com o Estado.

Identificação
Pérgamo era uma cidade localizada em cima de uma colina com cerca de 300m acima do nível do mar. Uma fortaleza natural. A moderna cidade contava ainda com uma boa cultura predominantemente grega e, portanto, avançada, e uma biblioteca com cerca de 200 mil volumes, segundo comentários da Bíblia de Estudo – Aplicação pessoal (CPAD). O deus principal de Pérgamo possuía a forma de serpente. Era o deus da saúde, talvez o Esculápio – o deus da Medicina, representado também por serpentes. Mas, além desse deus Pérgamo possuía três outras seitas que veneravam Dionísio, Zeus e Atenas. Em 29aC um templo ao imperador chegou a ser erguido na cidade, corroborando para a fama de cidade onde estava o “trono de Satanás” (v13).

 

TIATIRA

Abrangência/época: De600 a 1517 (Ap 2.18-29).
Significado: Relaxada (Mulher opressora).
Fato crítico: Líder feminina que ensina a tolerância ao pecado – v20.
Elogio: Crescimento nas obras – v19.
Exortação: Reter o que tem – v25.
Galardão ao que vencer: 1) Poder sobre as nações; 2) a Estrela da Manhã – a Luz Eterna (Cristo) – v26-28.
Significado histórico: Decadência da Igreja.
 
Identificação
Na época de Tiatira a Igreja viveu a escuridão do conhecimento. Isso ocorreu durante o período da Idade Média. Triunfou em Tiatira a doutrina baloanista, nicolaitista e jezabelista, a ponto de constituírem a “profundeza de Satanás” (v24).
Jezabel é a mulher que fundamentou certa doutrina herege. É o nome que se dá a quem está no meio, no sistema, mas não faz parte originalmente dele. E por meio de sua doutrina são introduzidos todos os deuses regionais, como a própria esposa de Acabe fez em Israel.

 

SARDES

Abrangência/época: De1517 a 1750 (Ap 3.1-6).
Significado: Pedra que brilha.
Fato crítico: Tem fama de igreja avivada, mas está morta – v1.
Elogio: Pessoas que não se contaminaram – v4.
Exortação: Vigiai – v5.
Galardão ao que vencer: Andarão de branco com o Senhor – v5.
Significado histórico: Igreja Remanescente.
 
Identificação
Essa igreja se encaixa dentro da época da Reforma Protestante, que tem como data histórica 31 de outubro de 1517. Sardes ou Sardo é uma pedra que brilha em contato com o corpo. É uma figura que deixa claro a necessidade de o crente estar unido ao Corpo de Cristo, por meio da comunhão.
Embora indique uma igreja surrada por tudo quanto veio antes dela, culminando com a prática idolátrica, que grassava em seu meio e já bastante distante dos preceitos bíblicos-cristãos, nela são contadas algumas pessoas que não contaminaram suas vestes.
Estes remanescentes que dariam vazão à Reforma Protestante, pois recebem a promessa gloriosa do Senhor: “…e comigo andarão de branco”, v4. Este é o contraste das vestes brancas (3.18) oferecidas pelo Senhor com o psicodelismo comercial (Ap 17.4), que fazia da indústria de lã e de tintura, o orgulho de Sardes.

 

FILADELFIA

Abrangência/época: A partir de 1750 (Ap 3.7-13).
Significado: Igreja do amor fraternal.
Fato crítico: Não tem.
Elogio: Guardaste a minha Palavra e não negaste o meu nome – v10.
Exortação: Venho em breve, guarda o que tens para ninguém tome – v11.
Galardão ao que vencer: Coluna do Templo divino terá o nome de Deus e de sua cidade, e o novo nome de Cristo – v12.
Significado histórico: Igreja do Arrebatamento.

Identificação
O nome dessa igreja vem de phileo (grego) que significa amor fraterno. É o amor de fraternidade entre as pessoas, amor recíproco. Esse amor contrasta com as orgias sexuais, centradas no amor sensual (grego heros). Filadélfia, além de não ter reprovação, tem elogios. Nela o Todo-Poderoso tem a chave da porta que abre e ninguém fecha; que fecha e ninguém abre e a proposta da bênção de pôr diante do crente uma porta aberta.

 

LAODICEIA

Abrangência/época: Pós-arrebatamento (Ap 3.14-22).
Significado: Justiça do Povo.
Fato crítico: Igreja morna (da atualidade).
Elogio: Não tem.
Exortação: Adquirir os valores espirituais.
Galardão ao que vencer: Assentará com o Senhor em seu trono.
Significa histórico: Igreja que congrega tudo e todos (democrática).
 
Identificação
O nome Laodicéia deriva-se do grego laos, que significa povo, mais dikaios que quer dizer justiça. Portanto é a igreja da justiça do povo. É a igreja da democracia, justamente o direito do povo de participar de decisões, fazendo frente à Teocracia (domínio divino). Paulo fala dessa igreja em Colossences 4.13,16. Ele cita também os irmãos de Hierápolis (v13), uma das cidades que forneciam água a Laodicéia. Esta cidade orgulhava-se de seu progresso industrial e riqueza que lhe dava a pompa de independência econômica.
Alguns historiadores dizem que Laodicéia possuía um forte sistema financeiro, destacados laboratórios de remédios, com produção especial de um famoso colírio, completando-se com uma escola de medicina, e ainda indústrias têxteis. Era próspera e se orgulhava de não necessitar de ajuda externa. A cidade era progressiva e rica.
(Resumo extraído do livro FRONTEIRA FINAL, CPAD, Antônio Mesquita)

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