Exército sudanês anunciou nesta segunda-feira que retirará suas tropas da zona de Abyei, disputada com o Sudão do Sul, a partir desta terça, em resposta à reivindicação do mediador da União Africana (UA), Thabo Mbeki.
O porta-voz das Forças Armadas sudanesas, coronel Sauarmi Khaled Saad, disse em entrevista coletiva em Cartum que as tropas sudanesas se encontravam na zona de Abyei para manter a soberania. "Começaremos a partir da terça-feira, e convidaremos os jornalistas a acompanharem a operação de retirada", afirmou.
O acordo foi anunciado horas antes dos dois países reatarem as negociações na capital etíope, Adis-Abeba, para debater os temas em disputa.
O responsável militar explicou que as Forças Armadas estão preparadas para adotar as medidas de pacificação e acrescentou que a retirada de forças do local é em resposta à iniciativa de Mbeki para preparar o ambiente para as negociações.
O Exército sudanês invadiu a região de Abyei em maio do ano passado e expulsou as forças sulinas dessa zona, onde tropas etíopes se implantaram depois.
No entanto, em 19 de maio, Mbeki afirmou em comunicado que o líder sudanês tinha expressado seu compromisso com os acordos anteriores para resolver a crise com Juba.
Segundo o acordo, o Sudão deverá recuar suas tropas a 10 quilômetros da fronteira comum para criar uma zona limítrofe desmilitarizada e ativar um mecanismo conjunto para vigiar esse território.
Nas últimas semanas, Sudão e Sudão do Sul protagonizaram confrontos frequentes nas regiões de fronteira cuja soberania que é disputada por causa da presença de petróleo.
O Sudão do Sul nasceu como estado independente em 9 de julho de 2011 após um plebiscito realizado sob a observação da comunidade internacional e após um conflito bélico contra o norte que durou mais de duas décadas.
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