Julio Severo
A polícia federal dos EUA, conhecida como FBI, divulgou quietamente detalhes de planos para monitorar continuamente as informações mundiais do Facebook, Twitter e outras redes sociais, oferecendo uma rara oportunidade de ver as atividades do FBI. Outros órgãos do governo americano estão também envolvidos na vigilância das mídias de internet, mas não divulgam nada de suas atividades nem revelam até que ponto estão monitorando os usuários.
Os planos do FBI, conforme foram divulgados, incluem a contratação de empresas que construam um sistema de monitoração que ajude o FBI a vasculhar tudo na internet.
O documento indica que o FBI quer usar a mídia social para mirar usuários ou grupos de usuários específicos, observando que os agentes do FBI precisam “localizar causadores de problemas… e analisar seus movimentos, vulnerabilidades, limitações e possíveis ações adversas”.
Quem será classificado como “causador de problemas”? Uma das políticas prioritárias do governo dos EUA é promover a agenda gay no mundo inteiro. Sendo um órgão federal, o FBI poderia se desalinhar dessa política? É evidente que sua monitoração favorecerá os interesses do governo americano em tudo — inclusive na proteção e promoção da agenda gay.
Já há casos do governo americano monitorando cidadãos cristãos nos EUA que não têm nenhum envolvimento com terrorismo:
* O FBI tem monitorado indivíduos e grupos cristãos opostos ao aborto e ao “casamento” gay.
* O FBI tem perseguido uma mãe cristã e sua filha exclusivamente porque ela abandonou o lesbianismo e porque sua ex-amante lésbica exige a posse da menina.
* O FBI foi denunciado pelo grande site WND por monitorar um pregador evangélico.
O perigo nessa tendência americana é que outras polícias do mundo poderão imitar o FBI. Se o FBI pode monitorar cristãos por suas opiniões contra o aborto e o homossexualismo, por que a polícia federal do Brasil não pode copiar?
Sem nenhum mau exemplo dos EUA, o Brasil já enfrenta sérias ameaças, com um governo dirigido por indivíduos com histórico criminoso e terrorista comunista. São indivíduos que interpretam a “democracia” como um regime onde eles têm liberdade de fazer o que bem entendem, inclusive calar seus inimigos.
E por pura coincidência, o PT descobriu que o maior obstáculo para a implantação de sua ditadura e controle sobre a mente e coração do povo é a mídia evangélica: programas de TV e sites que defendem os valores cristãos, se opondo ao aborto e ao homossexualismo.
Por questão ideológica, o governo do PT, assim como todo governo socialista fanático, dá preferencia para Cuba. Por isso, a nova lei brasileira obrigando as mulheres grávidas a serem registradas se inspirou em Cuba.
Contudo, já que o FBI está demonstrando capacidade maior de monitorar os que ameaçam o governo americano com opiniões contrárias aos dogmas estatais do aborto e do homossexualismo, por que a polícia federal brasileira quereria ficar de fora desse controle?
O Brasil adora imitar lixo americano. Os grupos gays brasileiros, por exemplo, são imitadores fiéis dos grupos gays americanos.
O perigo é real, ainda mais que o governo americano, que anda obcecado pela agenda gayzista e abortista, tem tido um relacionamento com a ABGLT, a maior organização gay do Brasil.
Em 2010, a secretária de Estado Hillary Clinton deu uma mãozinha para que a ABGLT fosse oficialmente credenciada dentro da ONU. Ela deu essa ajuda depois que todos os esforços do governo Lula em prol da ABGLT na ONU falharam.
Além disso, há uma informação obtida de que a ABGLT já está tendo contatos com o FBI.
Com a ajuda do governo do PT, a ABGLT quer calar no Brasil cristãos que denunciam a agenda gay. Com a ajuda do FBI e do governo americano, o que a ABGLT poderia fazer com brasileiros nos EUA que denunciam em português a agenda gay? Como se sabe, Silas Malafaia e eu temos estado na mira da ABGLT.
Se o governo brasileiro — que é amante da truculência ditatorial cubana — se interessar pelo monitoramento dos cidadãos através do sistema de vigilância do FBI, a imitação será o próximo passo.
Teremos pois um FBI para pegar brasileiros conservadores nos EUA e um FBI tupiniquim para imitar o lixo policialesco americano.
Será o Fim do Brasileiro Independente?
Com informações do New Scientist.
Fonte: www.juliosevero.com
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
A chocante diminuição dos cristãos nos Estados Unidos
Comentário de Julio Severo: Este artigo, escrito por um evangélico americano, poderá provocar reações de dúvidas em muitos leitores: “Mas os EUA não são a nação mais cristã do mundo? Os EUA não são o país mais evangélico do mundo?” Afirmativamente. Mas a igreja evangélica americana está em crise. Por exemplo, a maior denominação presbiteriana dos EUA (conhecida pela sigla PCUSA) está agora oficialmente ordenando pastores gays e lésbicas. A PCUSA é a mãe da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Revoltados com os rumos da PCUSA, presbiterianos representando 500 congregações, conforme relatou o Rev. Augustus Nicodemus em seu blog O Tempora! O Mores!, se reuniram para fundar uma denominação presbiteriana conservadora. 500 é um número grande, mas o total de congregações da PCUSA soma 11.000! Portanto, os dissidentes conservadores são menos de 5% desse total, deixando para a vasta maioria presbiteriana dos EUA os sinais inconfundíveis não de uma apostasia periférica, mas de uma apostasia de proporções colossais.
Com esse quadro apocalíptico diante dos nossos olhos, não é difícil entender no artigo abaixo quando o autor americano menciona evangélicos que falam com “mortos” e creem em reencarnação. Eis o artigo americano:
Nas décadas recentes, a percentagem de cristãos nos Estados Unidos está diminuindo sem parar, principalmente entre os jovens.
Os Estados Unidos foram fundados principalmente por cristãos que estavam buscando escapar de perseguição religiosa. Para esses primeiros colonizadores do que são hoje os Estados Unidos, a fé cristã era o próprio centro de suas vidas, e influenciou profundamente as leis que eles fizeram e as estruturas governamentais que eles estabeleceram.
No mundo inteiro, o Cristianismo é de longe a maior religião. De acordo com o Pew Forum on Religion & Public Life, há atualmente 2,2 bilhões de cristãos no mundo, de modo que tão cedo o Cristianismo não está em perigo de desaparecer. Aliás, em algumas regiões do globo o Cristianismo está experimentando crescimento explosivo.
Mas nos Estados Unidos, o quadro é diferente. As igrejas estão diminuindo, o ceticismo está aumentando e a apatia acerca de questões espirituais parece estar no apogeu de toda a história americana.
De acordo com Dave Olson, diretor de plantio de igrejas da Igreja Evangélica Covenant, somente 18,7% de todos os americanos frequentam regularmente uma igreja.
Mas o que está acontecendo com a fé dos jovens americanos é ainda mais alarmante.
Grande número de jovens americanos que iam a igreja enquanto estavam crescendo estão hoje abandonando as igrejas completamente. Um recente estudo do Grupo Barna descobriu que aproximadamente 60 por cento de todos os cristãos entre as idades de 15 e 29 anos não têm mais nenhum envolvimento com igrejas.
Esses jovens não só abandonaram a igreja, mas também abandonaram todas as formas de espiritualidade cristã.
Uma pesquisa do LifeWay Christian Resources entre jovens deu os seguintes resultados:
* 65% raramente ou nunca oram com outros e 38% quase nunca oram sozinhos.
* 65% raramente vão a reuniões de adoração.
* 67% não leem a Bíblia ou nenhum texto religioso regularmente.
Mas os jovens não estão rejeitando apenas a igreja.
A realidade é que eles estão também rejeitando os princípios fundamentais da fé cristã.
Uma pesquisa conduzida pelo Grupo Barna revelou que menos que 1 por cento de todos os americanos entre as idades de 18 e 23 têm uma cosmovisão cristã.
O Grupo Barna perguntou aos participantes da pesquisa se eles concordavam com as seguintes seis declarações:
1) Crer que existe uma verdade moral absoluta.
2) Crer que a Bíblia é completamente precisa em todos os princípios que ensina.
3) Crer que Satanás é considerado um ser ou força real, não meramente simbólica.
4) Crer que não dá para uma pessoa ir ao Céu tentando ser boa ou fazendo boas obras.
5) Crer que Jesus Cristo viveu uma vida sem pecado na terra.
6) Crer que Deus é o Criador onisciente e onipotente do mundo e que Ele governa o universo hoje.
Menos de 1 por cento dos participantes concordou com todas essas declarações.
Isso é simplesmente assombroso.
Mas não são apenas os jovens que estão rejeitando os princípios fundamentais da fé cristã.
Números ainda maiores de “evangélicos” estão rejeitando esses princípios.
Uma pesquisa revelou que 52 por cento de todos os evangélicos americanos acreditam que “pelo menos algumas religiões não-cristãs podem levar à vida eterna”.
Outra pesquisa revelou que 29 por cento de todos os evangélicos americanos afirmam que já tiveram contatos com os mortos, 23 por cento acreditam em astrologia e 22 por cento creem em reencarnação.
Sem dúvida, o panorama religioso dos Estados Unidos está mudando.
Nas recentes décadas, a frequência à igreja vem diminuindo sem parar, a percentagem de americanos que se consideram cristãos está caindo e o número de pessoas que têm convicções cristãs conservadoras está despencando.
O que tudo isso significará para o futuro dos Estados Unidos?
Tradução e adaptação: www.juliosevero.com
Revoltados com os rumos da PCUSA, presbiterianos representando 500 congregações, conforme relatou o Rev. Augustus Nicodemus em seu blog O Tempora! O Mores!, se reuniram para fundar uma denominação presbiteriana conservadora. 500 é um número grande, mas o total de congregações da PCUSA soma 11.000! Portanto, os dissidentes conservadores são menos de 5% desse total, deixando para a vasta maioria presbiteriana dos EUA os sinais inconfundíveis não de uma apostasia periférica, mas de uma apostasia de proporções colossais.
Com esse quadro apocalíptico diante dos nossos olhos, não é difícil entender no artigo abaixo quando o autor americano menciona evangélicos que falam com “mortos” e creem em reencarnação. Eis o artigo americano:
Nas décadas recentes, a percentagem de cristãos nos Estados Unidos está diminuindo sem parar, principalmente entre os jovens.
Os Estados Unidos foram fundados principalmente por cristãos que estavam buscando escapar de perseguição religiosa. Para esses primeiros colonizadores do que são hoje os Estados Unidos, a fé cristã era o próprio centro de suas vidas, e influenciou profundamente as leis que eles fizeram e as estruturas governamentais que eles estabeleceram.
No mundo inteiro, o Cristianismo é de longe a maior religião. De acordo com o Pew Forum on Religion & Public Life, há atualmente 2,2 bilhões de cristãos no mundo, de modo que tão cedo o Cristianismo não está em perigo de desaparecer. Aliás, em algumas regiões do globo o Cristianismo está experimentando crescimento explosivo.
Mas nos Estados Unidos, o quadro é diferente. As igrejas estão diminuindo, o ceticismo está aumentando e a apatia acerca de questões espirituais parece estar no apogeu de toda a história americana.
De acordo com Dave Olson, diretor de plantio de igrejas da Igreja Evangélica Covenant, somente 18,7% de todos os americanos frequentam regularmente uma igreja.
Mas o que está acontecendo com a fé dos jovens americanos é ainda mais alarmante.
Grande número de jovens americanos que iam a igreja enquanto estavam crescendo estão hoje abandonando as igrejas completamente. Um recente estudo do Grupo Barna descobriu que aproximadamente 60 por cento de todos os cristãos entre as idades de 15 e 29 anos não têm mais nenhum envolvimento com igrejas.
Esses jovens não só abandonaram a igreja, mas também abandonaram todas as formas de espiritualidade cristã.
Uma pesquisa do LifeWay Christian Resources entre jovens deu os seguintes resultados:
* 65% raramente ou nunca oram com outros e 38% quase nunca oram sozinhos.
* 65% raramente vão a reuniões de adoração.
* 67% não leem a Bíblia ou nenhum texto religioso regularmente.
Mas os jovens não estão rejeitando apenas a igreja.
A realidade é que eles estão também rejeitando os princípios fundamentais da fé cristã.
Uma pesquisa conduzida pelo Grupo Barna revelou que menos que 1 por cento de todos os americanos entre as idades de 18 e 23 têm uma cosmovisão cristã.
O Grupo Barna perguntou aos participantes da pesquisa se eles concordavam com as seguintes seis declarações:
1) Crer que existe uma verdade moral absoluta.
2) Crer que a Bíblia é completamente precisa em todos os princípios que ensina.
3) Crer que Satanás é considerado um ser ou força real, não meramente simbólica.
4) Crer que não dá para uma pessoa ir ao Céu tentando ser boa ou fazendo boas obras.
5) Crer que Jesus Cristo viveu uma vida sem pecado na terra.
6) Crer que Deus é o Criador onisciente e onipotente do mundo e que Ele governa o universo hoje.
Menos de 1 por cento dos participantes concordou com todas essas declarações.
Isso é simplesmente assombroso.
Mas não são apenas os jovens que estão rejeitando os princípios fundamentais da fé cristã.
Números ainda maiores de “evangélicos” estão rejeitando esses princípios.
Uma pesquisa revelou que 52 por cento de todos os evangélicos americanos acreditam que “pelo menos algumas religiões não-cristãs podem levar à vida eterna”.
Outra pesquisa revelou que 29 por cento de todos os evangélicos americanos afirmam que já tiveram contatos com os mortos, 23 por cento acreditam em astrologia e 22 por cento creem em reencarnação.
Sem dúvida, o panorama religioso dos Estados Unidos está mudando.
Nas recentes décadas, a frequência à igreja vem diminuindo sem parar, a percentagem de americanos que se consideram cristãos está caindo e o número de pessoas que têm convicções cristãs conservadoras está despencando.
O que tudo isso significará para o futuro dos Estados Unidos?
Tradução e adaptação: www.juliosevero.com
Cristão é ameaçado por policiais no Paquistão
Waseem Shakir, um ativista dos direitos humanos e cristão que vive na cidade de Punjab no Paquistão disse ter recebido ameaças por parte de membros da polícia paquistanesa. Tudo aconteceu por ele, anteriormente, apresentou queixas contra policiais por terem insultado a fé cristã com observações depreciativas.
Agora ele teme por sua vida e que, possivelmente, receba represálias vindas dos policiais, pois o caso foi arquivado recentemente.
De acordo com as fontes locais, o vice-inspetor entrou em contato com o irmão de Waseem, Faheem Masih, pedindo que ele convencesse seu irmão a retirar as queixas contra os policiais. Caso contrário, ele disse que Waseem teria que “enfrentar” a polícia.
Um grupo de oficiais entrou em contato com Waseem. Eles o ameaçaram, dizendo que ele teria o mesmo fim que outros ativistas tiveram.
Ele está enfrentando uma grande pressão vinda de vários lados para que retire a queixa que foi feita. Quando ele apresentou a denúncia, os policiais apresentaram uma acusação falsa contra ele, dizendo que ele havia atacado e atirado contra os policiais.
O juiz analisou as acusações contra Waseem e disse que estava surpreso com o que havia acontecido e contestou se a acusação contra o cristão era verdadeira, por nenhum dos oficiais da polícia estavam machucados.
A prática de intimidar os cristãos para que eles não deponham contra a polícia é muito comum no Paquistão, segundo líderes de igrejas. Ore pela vida de Waseem Shakir, para que Deus o proteja de todo mal e que ele tenha sabedoria para enfrentar essa situação da melhor maneira possível.
Fonte: Portas Abertas
Agora ele teme por sua vida e que, possivelmente, receba represálias vindas dos policiais, pois o caso foi arquivado recentemente.
De acordo com as fontes locais, o vice-inspetor entrou em contato com o irmão de Waseem, Faheem Masih, pedindo que ele convencesse seu irmão a retirar as queixas contra os policiais. Caso contrário, ele disse que Waseem teria que “enfrentar” a polícia.
Um grupo de oficiais entrou em contato com Waseem. Eles o ameaçaram, dizendo que ele teria o mesmo fim que outros ativistas tiveram.
Ele está enfrentando uma grande pressão vinda de vários lados para que retire a queixa que foi feita. Quando ele apresentou a denúncia, os policiais apresentaram uma acusação falsa contra ele, dizendo que ele havia atacado e atirado contra os policiais.
O juiz analisou as acusações contra Waseem e disse que estava surpreso com o que havia acontecido e contestou se a acusação contra o cristão era verdadeira, por nenhum dos oficiais da polícia estavam machucados.
A prática de intimidar os cristãos para que eles não deponham contra a polícia é muito comum no Paquistão, segundo líderes de igrejas. Ore pela vida de Waseem Shakir, para que Deus o proteja de todo mal e que ele tenha sabedoria para enfrentar essa situação da melhor maneira possível.
Fonte: Portas Abertas
Cursos bíblicos grátis pela Internet
Veja estudos bíblicos que você pode fazer neste site.
São cursos grátis, sem sair de casa, totalmente pela Internet.
http://www.absvida.com.br/cursos_biblicos_pela_internet_gratis.html
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Protesto contra exército no Cairo termina em confrontos
CAIRO (Reuters) - Centenas de manifestantes egípcios pedindo um fim imediato ao regime militar entraram em conflito com rivais em roupas de civis do lado de fora do prédio estatal da mídia de Cairo, mesmo local onde 25 pessoas morreram em uma manifestação em outubro.
"Abaixo o regime militar", gritaram os manifestantes em meio ao som de tiros. Não ficou claro quem estava atirando. "Diga conselho, quem escolheu você? Foi a gangue de Mubarak que nomeou você?", gritava a multidão, referindo-se ao conselho do exército, que tem governado o Egito desde que o presidente Hosni Mubarak foi deposto, em 11 de fevereiro.
Dezenas de manifestantes entraram em confronto com um grupo de pessoas descritas como "bandidos" trazidos para atacá-los. Pedras foram atiradas entre os grupos e não houve sinal de forças da polícia ou do exército intervindo ou fazendo a segurança do prédio da mídia estatal.
"Estávamos protestando aqui pacificamente e de uma hora para outra um grupo de cerca de 50 bandidos veio das ruas paralelas cercando o prédio e nos atacando com pedras e garrafas de vidro, e nós respondemos atacando pedras de volta. Eles derrubaram nossas barracas", disse Mohamed Abdo, de 45 anos, que trabalha em elevadores.
A rádio estatal disse que moradores em uma área pobre próxima de Maspero, local da manifestação, desafiaram os manifestantes pois eles estavam perturbando lojas e o comércio na área.
"Abaixo o regime militar", gritaram os manifestantes em meio ao som de tiros. Não ficou claro quem estava atirando. "Diga conselho, quem escolheu você? Foi a gangue de Mubarak que nomeou você?", gritava a multidão, referindo-se ao conselho do exército, que tem governado o Egito desde que o presidente Hosni Mubarak foi deposto, em 11 de fevereiro.
Dezenas de manifestantes entraram em confronto com um grupo de pessoas descritas como "bandidos" trazidos para atacá-los. Pedras foram atiradas entre os grupos e não houve sinal de forças da polícia ou do exército intervindo ou fazendo a segurança do prédio da mídia estatal.
"Estávamos protestando aqui pacificamente e de uma hora para outra um grupo de cerca de 50 bandidos veio das ruas paralelas cercando o prédio e nos atacando com pedras e garrafas de vidro, e nós respondemos atacando pedras de volta. Eles derrubaram nossas barracas", disse Mohamed Abdo, de 45 anos, que trabalha em elevadores.
A rádio estatal disse que moradores em uma área pobre próxima de Maspero, local da manifestação, desafiaram os manifestantes pois eles estavam perturbando lojas e o comércio na área.
A Gloriosa Relação entre a Predestinação e o Convite do Evangelho
http://www.projetospurgeon.com.br 1
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Nº1762
Sermão pregado no Exerter Hall, Londres
Por Charles Haddon Spurgeon
Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. (João 6:37)
Estas duas sentenças têm sido consideradas como representativas de dois aspectos da doutrina cristã. Permitem-nos vê-la de dois pontos de vista – em direção a Deus e em direção ao homem. A primeira sentença contém o que alguns chamam de alta doutrina. Se por ‘alta ” eles querem dizer ‘gloriosa para com Deus’ concordo plenamente com eles; pois é uma grande e divina verdade o que o Senhor Jesus declara nestas palavras: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim.’ Alguns têm identificado este lado da verdade como Calvinista; mas enquanto é verdade que Calvino a ensinou, também o fizeram Agostinho, Paulo e o próprio Senhor, de quem são estas palavras. No entanto, não discutirei com aqueles que vêm nesta sentença uma declaração da grande verdade da graça da predestinação. A segunda sentença estabelece uma abençoada e encorajadora doutrina evangélica, sendo na verdade uma promessa e um convite: ‘O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.’ Esta é uma declaração sem nenhuma forma de limites: tem sido entendida como deixando a livre graça de Deus aberta ao livre arbítrio do homem, de tal sorte que quem porventura se agradar dela pode vir e ter certeza de que não será recusado. Não temos permissão para reduzir o sentido de qualquer uma destas frases, nem existe nenhuma necessidade de fazê-lo. A primeira sentença parece-me dizer que Deus escolheu um povo, e entregou este povo a Cristo, e que este povo deve ir e irá a Cristo, e será assim salvo. A segunda verdade declara que todo homem que vem a Cristo será salvo, uma vez que não será lançado fora, o que implica dizer que ele será recebido e aceito. Estas são duas grandes verdades; vamos levá-las conosco, pois ambas se contrabalançam entre si.
Certa ocasião fui solicitado a reconciliar estas duas declarações, e respondi: ‘Não, eu nunca reconcilio amigos’. Estas duas passagens nunca se contradizem: estão em
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perfeita concordância. É tolice imaginar que existe diferença e tentar então remove-la. É como fazer um homem de palha e depois tentar lutar com ele.
A grande declaração do propósito de Deus que ele salva os seus é perfeitamente consistente com a declaração maior de que quem quer que venha a Cristo será salvo. É pena que se imagine ser difícil sustentar ambas estas verdades; ou que, supondo existir alguma dificuldade, pensemos em tentar remove-la. Creiam-me, amados, a tarefa de remover dificuldades religiosas é a de menor remuneração debaixo dos céus. O verdadeiro caminho é aceitar a dificuldade quando encontrada nas palavras de Deus e exercitar sua fé sobre elas. Não é razoável supor que a fé estará isenta das provações; todas as outras graças são exercitadas, e por que a fé não seria posta a prova? Às vezes meu espírito alegra-se por ter que crer naquilo que eu não entendo; e quando às vezes tenho de dizer a mim mesmo: ‘Como é que isto pode ser?’ alegro-me com a resposta de que assim está escrito, e portanto assim deve ser. Em lugar de todo e qualquer raciocínio predomina a declaração de Deus.
Nosso Pai fala, e as dúvidas são silenciadas; seu Espírito escreve, e nós cremos. Sinto alegria em percorrer o rio da revelação, numa viagem de descobrimento, e a cada hora obtendo conhecimentos novos da verdade divina; mas quando chego a um ponto em que não progrido, e vejo meu caminho bloqueado por uma enorme e sublime dificuldade, encontro igual prazer em lançar âncora a sotavento do obstáculo, e esperar até que o piloto me diga o que fazer a seguir. Quando não podemos enveredar pelo meio de uma verdade, podemos ser conduzidos por sobre ela ou ao seu redor; e o que importa? Nosso maior benefício vem não da resposta aos enigmas, mas da obediência aos comandos pela força do amor. Supondo que não podemos penetrar no assunto – e daí? Devemos nos preocupar com isto? Não é verdade que deva existir um limite em algum ponto para o conhecimento humano? Não devemos ficar satisfeito em que Deus determine os limites da compreensão? Não vamos bater nossas cabeças contra as dificuldades que nós mesmos criamos, e certamente não contra aquelas que Deus aprouve deixar para nós.
Tomemos, pois, estas duas verdades e saibamos que elas são partes igualmente preciosas de um todo harmônico. Não vamos tergiversar sobre elas, ou nos deixarmos envolver a respeito de um tolo favoritismo para com uma e preconceito para com outra; recebamos ambas com um grande amor à verdade, como deve ser próprio dos filhos de Deus. Não somos chamados para explicar, mas para aceitar. Vamos crer se não podermos reconciliar. Aqui estão duas belas jóias, vamos usar ambas. Tão certo como este Livro é verdadeiro, Deus tem um povo a quem ele
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escolheu, e a quem Cristo redimiu dentre os homens; e pela graça soberana eles serão levados no devido tempo ao arrependimento e a fé, pois nenhum deles jamais perecerá. Mas é igualmente verdade que quem quer dentre os filhos do homem que venham a Cristo e depositem nele sua confiança receberão a vida eterna. ‘E quem quiser receba de graça a água da vida’ (Apocalipse 22:17).
As duas verdades do meu texto não são inconsistentes entre si; estão em perfeita concordância. Feliz é o homem que pode acreditar em ambas, quer veja a concordância entre elas ou não.
Eu viajava certa ocasião pelo interior. Era um dia esplêndido, e um cenário glorioso tornara nossa viagem como uma excursão a um mundo encantado; mas chegou ao seu fim, pois a escuridão e a noite exerceram sua soberania. Logo à frente estava o promontório da ilha de Arran. Como ele se projetava contra o céu crepuscular! A formidável rocha perecia pendurada sobre o mar. Em sua base existia uma pequena baia, e para lá nos dirigimos e ancoramos para passar a noite, livres de qualquer ventania que podesse surgir à procura de uma presa. Naquele braço de mar parecíamos estar nos braços de uma montanha enquanto seus ombros poderosos nos protegiam do vento. E a primeira parte do meu texto ‘Todo aquele que o Pai me dá esse virá a mim’ eleva-se como um enorme promontório que alcança o céu. Quem irá escalar esta subida? Para alguns parece inacessível. Mas aqui no fundo encontra-se um lago plácido de infinito amor e misericórdia: ”E o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora’. Vamos navegar até lá e permanecermos seguros à sombra da grande rocha, gratos a Deus pelo texto que não nos repele, e nos oferece segurança.
Vejamos primeiro aquela montanha majestosa e velejemos depois para aquele remansoso regaço.
I. Consideremos com reverencia alegria O PROPÓSITO ETERNO. Nosso Senhor Jesus Cristo, ao descobrir que a massa do povo o rejeitava, virou-se para eles e disse: ‘Mas vós não credes, porque não sois minhas ovelhas’(João 10:26) Mas ele sabia em seu coração, no entanto, que se eles o recusassem, nem todos os fariam – muitos certamente iriam crer nele. E por isso declarou com segurança: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim”. Ele lançou esta verdade gloriosa ante a face dos que o repudiavam com energia. Era o seu consolo e a resposta à turba. Não pretendo, neste noite, lançar isto ante a face de quem quer que seja; pelo contrário,
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desejo usar esta declaração como um mão estendida a convidar qualquer coração sofrido que deseja chegar até Jesus e ser salvo.
Vi outro dia protegendo o jardim de uma pessoa um grande e alto paredão, completada em seu aparato de exclusividade por um número superabundante de grampos fixados no seu topo e uma boa quantidade em sua metade superior. Comentei jocosamente com o meu acompanhante sobre a bondade do proprietário ao colocá-los para que os meninos podessem escalar o muro agarrado a eles. Meu companheiro protestou dizendo que aqueles grampos rasgariam dedos e roupas, que não seriam de nenhuma ajuda para quem fosse escalar o paredão. E eu respondi: ‘Não seriam de nenhuma ajuda como também não seriam os comentários que o seu pastor fizera sobre a soberania de Deus sendo considerada como uma ajuda para os que procuram o Senhor Jesus’. O bom homem explicara a verdade da pior e mais perniciosa maneira possível, nada existindo ali para ajudar a quem quisesse escalar o muro da salvação, mas apenas grampos para dificultar a escalada de intrusos indesejáveis. Eu jamais vi uma multidão desejosa de salvação para quem fosse necessário construir paredões e colocar grampos para impedir seu acesso. Mas vejo muitos que estão temerosos e necessitando de encorajamento, e tantos em dúvida que necessitam instrução, que me comprazo em tornar toda a palavra, toda a promessa e toda a doutrina do Senhor no mais cordial convite para que todos ao meu redor para que venham e sejam bem-vindos ao grande coração do Crucificado. Não tenho receio de que o número dos que venham seja excessivo; meus temores são na direção oposta. Oh, como eu desejaria que todos os que agora me ouvem se chegassem prontamente a Jesus!
Notemos, cuidadosamente, que se todos os que o Pai deu a Cristo se chegarem a ele, certamente alguns chegarão a Cristo; e por que não estaríeis vós entre eles? Isto me parece uma doce sugestão para ajudar o desespero em seu pior nível; alguns têm de vir a Cristo, por que não eu? Quando Satanás vos diz que não podeis ir a Cristo, e vós mesmos vos sentis como se não podesses faze-lo; quando o pecado vos domina, vos derruba, e não podeis fazer como desejaríeis – ainda assim está decretado e determinado que alguns têm de ir, e por que não vós? Por decreto divino eles irão; por que não estaríeis entre eles? Isto não vos ajuda? Se Deus vos abençoa, não mais vos encontrareis à beira do desespero. Suponha que uma praga assola a cidade, mas existem pessoas que estão predestinadas a serem curadas. Eu ficaria alegre ao saber disto. Certamente ficaria alegre mesmo sabendo que não estaria entre os favorecidos, pois me regozijo com o bem-estar dos outros; mas estaria ainda mais alegre ao correr para o médico com esta segurança em minha mente – Alguns serão curados: por que não eu? Se a fome assola a terra e ouço o
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profeta a revelar que um certo número jamais morrerá de inanição, por que não ultrapassaria eu aqueles dias terríveis para estar entre eles? Por que não? Ouço alguém dizer: ‘Eu suponho que eu não sou um dos eleitos de Deus’. E a este eu respondo: ‘Suponha que você seja um deles.’ Melhor ainda, suponha que deixe de imaginar coisas e vá ter com Jesus Cristo e veja. Ir até ele é uma providência que cabe a você adotar; é sua prerrogativa como dito na Palavra, portanto não demorai. Invés de ficar do lado de fora, como alguns fazem, porque está escrito ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’ eu fico do lado de dentro, e digo: ‘Eu estarei entre eles’. E por que não? Oh, Senhor, se ordenastes que alguns virão, eu vejo que para eles não existirá nenhuma dificuldade insuperável, e porisso eu mesmo irei, e em teu nome entrarei ali onde todo o que vem é bem-vindo.
Em seguida, vejo que aqueles que vêm a Cristo, conforme este texto, vêm por causa do Pai e do Filho. Vamos reler: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’ Isto é, eles vêm a Jesus. E por que eles vêm? Por que o Pai os deu a Cristo. E por que irão eles? Será porque existe alguma coisa boa neles? Não, nada foi dito sobre isto de uma ou de outra maneira. Será porque eles têm força de vontade e uma firme determinação, e porisso irão? A Escritura igualmente silencia a respeito deste ponto, a não ser para dizer em outra passagem que o Novo Nascimento não vem da vontade do homem. A razão que é dada para o fato de que eles virão a Jesus é porque alguma coisa foi feita para eles pelo Pai e pelo Filho. Por que, então, não devo eu ir? Supondo que eu sou fraco; supondo que eu sou pecador; supondo que eu seja sete vezes mais pecador do que qualquer outro; uma vez que ‘virão’ depende não do caráter daqueles a quem a promessa é feita, mas a alguma coisa feita para eles pelo Pai e pelo Filho, por que não estaria eu entre aqueles para quem o Pai e o Filho fizeram esta certa coisa, e por que não seria eu levado a Cristo? Nunca houve uma alma que realmente desejasse vir a Jesus que não pudesse fazê-lo. Nunca houve um pecador sofredor e desejoso de chegar-se que tenha sido afastado da presença de Cristo. Quando ele desejou Cristo, Cristo o desejava cem vezes mais. Se tendes um menor desejo ou a mais tênue aspiração a estar com o Senhor Jesus Cristo, então os laços do amor estão ao teu redor, e suas mãos poderosas estão puxando estes laços para levar-te até ele. Cedei à doce pressão e ireis, não por causa do que sois, ou pelo jamais fostes, mas por causa do que o Pai está fazendo, e por causa do que o Filho está fazendo. Está escrito ‘Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer’ (João 6:44); mas quando ele está puxando podeis vir. O Pai vos está puxando, pois estás desejando ir, e estais ansiosos para encontrar um Salvador. Não tentai inverter esta verdade para evitar de irdes a Cristo. A doutrina do propósito divino não é um espinho para vos afastar da árvore da vida; ao contrário, devereis considerá-la como uma porta
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aberta. Alguns irão Por que não eu? Os que assim o fizerem será por causa de alguma coisa feita para eles pelo Pai e pelo Filho; e por que isto não teria sido feito para mim? Por que não deveria eu aproximar-me de Deus?
Notemos, em terceiro lugar, que todas estas pessoas são salvas porque se chegam a Cristo. Observais as palavras: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’. Eles são salvos unicamente por virem a Cristo. Estas são pessoas diferentes das demais, pois o Pai as deu a Cristo. Mas, não importa quão diferente elas são das demais; elas têm de ser salvas da mesma maneira que as outras pessoas. Não existe um outro caminho de salvação preparado especialmente para essas pessoas peculiares; elas têm de seguir o caminho que leva ao Senhor. O caminho único para a salvação é chegar-se a Cristo, e todos os que o Pai deu a Cristo têm de passar por este portão. E esta é a porta que Deus abriu; não existe outra; nunca haverá outra. Vinde, meu amigo, tende ânimo, erguei a cabeça que está curva como o junco – o melhor santo no céu chegou até ali unicamente por confiar em Jesus Cristo. Por que não podeis chegar até lá da mesma forma? Muitos pecadores do mais escuro dos matizes foram salvos por intermédio de Jesus Cristo, e por que não serieis salvos da mesma maneira? Perguntai a Pedro, e Tiago, e João, e Paulo, e todos os outros apóstolos, se eles entraram no céu por uma ponte particular preparada só para eles; e eles irão te dizer que foram salvos pelo Redentor. Como nenhuma Escritura existe só para uma interpretação individual, podes estar certo de que não existe nenhum Salvador particular e secreto só para umas poucas pessoas favorecidas. ‘Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo’(1 Coríntios 3:11). Os eleitos de Deus só podem ser salvos vindo a Cristo. Jesus diz: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’; pois não podem ser salvos de outra maneira. Ir a Cristo é o essencial. Diz alguém ‘Ah se eu soubesse que era um dos eleitos de Deus’. Por que desejar saber algo fora do contexto, quando podeis conhecer toda a verdade de que necessitais estudando outras verdades que vos conduzirão até lá? Ide a Cristo, e sabereis que fostes dado a Cristo; pois ninguém vai até ele a não ser os que são dele, e chegar a ele é o melhor testemunho de sua eleição. Conheceis a história do irmão em Cornwall que disse a Malaquias, que era um devotado Calvinista: ‘Pois é, Malaquias, eu te devo 2 libras. Mas antes que eu quite o meu débito quero que me digas se estou predestinado a te pagar.’ Malaquias abriu sua grande mão e disse: ‘Põe aqui as 2 libras, e eu prontamente te direi.’ Como a maioria das pessoas sensatas ele preferia profetizar após o fato ocorrido – e existe muita vantagem em adotar este método. É evidentemente a ordem natural das coisas para os que não são inspirados. Se o Pai me deu a Cristo ou não, não poderei descobrir até que eu saiba que fui a Cristo. Quando eu souber que realmente eu cheguei a Cristo com todo o meu coração,
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então terei a certeza de que fui dado a Cristo, e não terei nenhuma dificuldade em crer; sim, meu coração regozija-se em pensar que eu estou salvo da mesma forma que outros são salvos.
Ainda uma vez, torna-se bem claro por meio deste texto que se eu for a Cristo, o Pai me deu a Cristo. Se eu, seja eu quem for, simplesmente confiar em Jesus – pois é isto o que ir a Cristo significa – então eu sou um dos que o Pai deu ao Filho. Se da maneira como eu estou lanço-me em seu sangue e sua justiça, e torno-me seu discípulo, jurando segui-lo, esperando que com sua ajuda eu possa seguir-lhe os passos; então eu saberei que antes da estrela dalva conhecer sua posição, ou que os planetas começassem a girar em suas órbitas, o Pai Eterno havia olhado para mim com olhos de amor eterno, e que ainda me aceita, e nunca me lançará fora. Não é isto na realidade? ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’; e se eu vim, então o Pai me deu a Cristo: a grande indagação está respondida, o mistério eterno está desvendado, e meu espírito pode regozijar-se em Deus meu Salvador, e em todas as preciosas coisas daquele pacto eterno que está determinado em tudo e com toda a certeza.
Isto quanto aquela enorme rocha sobre as nossas cabeças. Sobre ela não vou falar mais; sob seu abrigo ancorei há muito tempo, e neste ancoradouro pretendo permanecer. Desde que vim a Jesus sei que pertenço a ele por dádiva do Pai, e estou bem convencido de que o propósito de Deus se cumprirá em mim, e que ele sem dúvida me levará, junto com todos os Seus demais eleitos, para Seu reino e Sua glória, quando veremos sua face para todo o sempre. Esta pode ser chamada de doutrina antiquada; não me interessa o que seja chamada, é a minha vida, e nela ouso repousar o peso da minha alma para o tempo e para a eternidade.
II – Entramos agora em águas plácidas: o mistério está desvendado, vamos desfrutar de sua alegria. Temos, em segundo lugar, de vos falar um pouco sobre o EVANGELHO ETERNO – "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Você pode até esquecer o meu primeiro tópico se o desejar, especialmente se estiver perturbado por ele, mas devo insistir para que você lembre deste segundo tópico.
"E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Este é um dos mais generosos textos do Evangelho que eu lembro ter encontrado entre as capas deste livro. Generoso, em primeiro lugar, quanto à caraterística a quem a promessa é feita. ‘O que vem a mim’ é a característica. O homem pode ter sido culpado por um
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pecado atroz, negro demais para ser enunciado; mas se for a Cristo não será lançado fora. Àquele pecado atroz ele pode ter acrescentado muitos outros, preenchendo uma longa e extensa lista de condenação; mas se ele for a Cristo não será lançado fora. Ele pode ter ficado empedernido a todas as demonstrações de prudência e quaisquer apelos de misericórdia; pode ter pecado muito por seu próprio desejo; mas se ele for a Cristo não será lançado fora. Pode ter-se tornado mais negro que a noite – tão negro quanto o inferno – e, no entanto, se vier a Cristo o Senhor não o lançará fora. Não sei dizer quais os tipos de pessoas que estão aqui esta noite; mas sejam ladrões, assassinos ainda assim eu os convido a vir a Cristo, pois ele não os lançará fora.
Suponho que a maioria dentre vós seja toleravelmente decente quanto à moral e ao caráter; e a vós eu direi: se vierdes a Cristo ele não vos lançará fora. Filhos de pais cristãos, ouvintes da Palavra, ele não vos lançará fora. Vós a quem falta apenas uma coisa, mas coisa significante, ele não vos lançará fora. Apóstatas! Estarão aqui alguns que praticamente esqueceram o caminho até o santuário de Deus, para quem o sino da Igreja não representa um convite? Vinde a Jesus, e ele não vos lançará fora. Vós que cansastes da casa do Senhor, e do dia de Deus – milhões de vós; mas com toda a vossa falta de religião estais aqui esta noite, e a verdade vos pertence também – se confiares em Jesus, ele não vos lançará fora.
Se aqui em nosso meio existe alguém cujo caráter melhor seria não descrever, e se encolhem ao simples pensamento de serem escolhidos e mencionados pelo nome; se no entanto tais pessoas vieram a Jesus ele alegremente vos receberá. Seja qual for o vosso caráter, vós que estais envoltos em mistério, não sereis lançados fora. Gostaria de poder falar àqueles que estão perturbados por uma vida de pecado; pois para aquele que passou a sua vida transgredindo as leis o texto ainda é verdadeiro. O meu Senhor proclama um ato de perdão cobrindo todo o passado. Será como se nunca tivesse acontecido. Por intermédio de Jesus Cristo, se apenas creres nele, teu passado será guardado e jogado fora, como se nunca tivesse existido, e tu nascerás novamente. Quando Naamã voltou depois de lavar-se no Jordão lemos que ‘sua carne se tornou como a carne duma criança, e ficou limpo’(II Reis 5:14); e assim será convosco. O homem velho tomará a criança de lindos cabelos em seu colo, e passando o dedo entre os cachos de sua cabeça dirá: ‘Meu jovem que Deus vos guarde do pecado em que tenho chafurdado. Minha vida foi toda cheia de pecado. Agora está próxima do fim, e eu não tenho mais esperanças. Quisera Deus que eu fosse de novo uma criança’ O homem com 100 anos de idade pode ainda tornar-se uma criança; e aquele que tem suas barbas esbranquiçadas de
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infâmia pode ainda tornou-se um recém-nascido inocente por intermédio do poder de limpeza da água e do sangue que fluíram do flanco ferido de Jesus. Ide e escrevei de ponta a ponta no véu da noite; escrevei nas novas estrelas se puderes: "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora".
Pendurai esta declaração no céu do meio-dia, e deixai que os raios do sol resplendam sobre ela, até que pareça ter sido escrita pelo esplendor de Deus – "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". O caráter de quem vai ser recebido não é mencionado, para que mencionando um pecador outro não pareça ter sido excluído. Nenhum limite é estipulado quanto ao tamanho do pecado; qualquer um em todo o mundo – quando blasfemo, demoníaco ser que venha a Cristo será bem vindo. Uso palavras fortes para que possa abrir bem o portão da misericórdia. Quem quer que vá a Cristo – venha ele das favelas ou dos bares, do antro de jogatina, da prisão ou do prostíbulo – Jesus de modo nenhum o lançará fora.
Além disto, o texto é muito generoso pois não estabelece limite para a ida. O único limite para a maneira de ir é que vão a Cristo. Conheço alguns que vieram a Cristo correndo – passos rápidos, seguros. Você lê sobre isto nos Evangelhos. Ficaram tão alegres ao ouvir falar do Salvador que correram imediatamente para o seu lado. Muitas crianças e muitos jovens fazem isso, e eles são tão abençoados. Vinde espíritos alegres e temerosos; eles não vos lançará fora se pulardes correndo em sua direção. Se correres subitamente para ele nesta noite ele não vos lançará fora.
Outros, um grande número, quando vão a Cristo, caminham aos poucos, lentos e claudicantes. Estão sobrecarregados com um fardo enorme de pecado e cheios de dúvidas e temores, por isso progridem lentamente. Não olham para Jesus e vivem, tudo ao mesmo tempo. Ficam olhando aqui e acolá, invés de olhar para Ele. Demoram a vir, pois estão receosos, ignorantes e embrutecidos. Não vos perturbeis, irmãos. O caracol alcançou a arca; e se vierdes a Cristo ele não vos lançará fora, ainda que vosso passo seja tristemente lento. Alguns olham para Cristo logo que ouvem falar a seu respeito, com olhos límpidos e claros como os de Raquel Oh que olhar! Eles parecem abeberar-se em Cristo e sua salvação tudo ao mesmo tempo, com aquele olhar. Mas tenho encontrado muitos cujo olhar é como o de Lia: ‘Lia tinha os olhos baços, porém Raquel era formosa de porte e de semblante’ (Gênesis 29:17). Olham no meio da fumaça de suas dúvidas, e da chuva de suas lágrimas e não enxergam a metade do Cristo que deveriam poder
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contemplar. Mas ainda assim aquele olhar semi-encoberto os salvará. Qualquer que seja o olhar, se for em direção a Cristo, vos salvará. Comparecer aos sacramentos poderá vos condenar; ir aos padres poderá arruinar-vos; mas ir a Cristo vos salvará. Se a vossa fé bastante simples alcançar a salvação de Cristo existe vida naquele toque. Se vossos pensamentos lembram o Salvador, se vosso coração o abraça, se vossa alma confia nele, por mais fracos e imperfeitos que sejais em vossa ida a Cristo, ele não vos lançará fora. Esta é uma verdade gloriosa para mim; não é também para vós? Contanto que cheguemos a ele, nosso Salvador não nos lançará fora. Alegro-me por pregar este Evangelho neste templo; não estais alegres por ouvi-lo? Se não estiverdes, triste será a vossa sorte.
Em terceiro lugar, não há limite aqui quanto ao tempo. "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" é uma declaração gloriosa, expressa livremente, abrangendo todas as idades. Existem aqui algumas crianças, e me alegro em vê-las no meio de nossa congregação. Escutai-me, crianças! Estou contente em vê-los, e nós pregadores cometemos um grande erro se não pregarmos para vocês. Meu prezado João e Jane, Maria e Tomé, desejaria que viesses a Cristo enquanto sois jovens, colocando nele a vossa confiança, e tornando-se jovens cristãos. Não existe razão que vos impeça. Tendes idade bastante para morrer, e idade bastante para pecar, e tendes idade bastante para crer no Senhor Jesus Cristo. Por que não o fazerdes logo? Quando eu tinha apenas 15 anos fui ajudado pelo Espírito de Deus a lançar-me com Cristo; e jamais me arrependi de ter ido a Jesus tão cedo. Quem me dera ter chegado ainda mais cedo como quando eu conheci minha mãe. Alguns de vós ouviram falar de Jesus em vossa infância; seu nome fazia parte da música com que vossa mãe vos embalava. Oh que possais conhecer a Jesus tanto pela fé como pelo ouvir! Não penseis que tereis de esperar até estares crescidos antes de ir a Jesus. Temos batizado um bom número de meninos e meninas de 10, 11 e 12 anos. Falei outro dia com um menino de 9 anos; e posso dizer que ele conhecia mais sobre Cristo do que muitos homens grisalhos conhecem.; e ele amava Jesus com entusiasmo. Quando aquela doce criança me contava o que Cristo fez por ele, lágrimas vieram-me aos olhos, ao ver com que felicidade e brilho ele sabia falar do que sentia em sua alma sobre o poder do Salvador para abençoar. Vós, crianças, sois como botões de flores; e todo mundo gosta mais de um botão de flor do que uma rosa já crescida. Meu Senhor Jesus vos receberá alegremente como botão de flor. Oferecei-vos a ele, pois ele não vos lanará fora. Tenho certeza disso.
Se alguém aqui está no extremo oposto da vida, desejo lembrá-lo de que o texto "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" aplica-se tanto aos idos como aos jovens. Ouvi certa vez um dedicado pastor dizer que se as pessoas não se
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convertessem entre os cinco e os quarenta anos de idade, ele não acreditava que jamais poderiam ser convertidas depois disso; e reforçava sua declaração com o testemunho de que nunca vira ninguém convertido depois dos cinco e dos quarenta. Eu gostaria de ter estado em seu púlpito. Não iria questionar suas declarações, mas iria compará-las com outras de outro tipo. Sem dúvida este irmão devia viver em um local muito pequeno; ou então ele nunca havia pregado o evangelho em toda a sua extensão a toda criatura. Talvez ele não acreditasse na conversão dos idosos, e por conseqüência nenhum idoso fora convertido por seu intermédio. Tenho visto tantas pessoas convertidas de uma idade como de outra; isto em proporção ao seu número, pois não existem no mundo de hoje tantas pessoas acima dos cinqüenta como as de menos de cinqüenta; e por causa disto uma grande proporção dos que compõem a nossa congregação são jovens. Temos em nossos cultos um bom número de ambas as idades, e quanto aos novos membros, tenho notado a mesma proporção de jovens e de mulheres e homens de idade. Temos batizado, após a profissão de fé, homens e mulheres de mais de oitenta anos, sobre cuja conversão tínhamos tanta convicção como sobre as dos pequeninos; nem mais nem menos. Quem ousa dizer que existe uma idade depois da qual a graça de Deus não é exercida? Desafio quem quer que seja a apresentar um texto que indique isto; e além disso desafio a veracidade de quaisquer observações que cheguem a tal conclusão. Minha pregação tem sido tal que jovens e idosos em proporção igual a têm assistido, e em igual proporção têm sido salvos. Por mais idosos que sejais, meu Mestre manda que eu vos diga "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Vinde, amigo velho, ainda que não possais vir sem vossa bengala. Vinde, ainda que vossa vista já esteja fraca; vinde com vossos óculos. Embora não possais fazer muito pelo Mestre, ele pode fazer tudo por vós. Embora vos reste pouco tempo sobre a terra, tereis toda a eternidade para louvá-lo. E estou certo de que sereis um dos mais diligentes. Acredito que serais como uma idosa senhora que conheço. Quando lhe falei a respeito da conversão em idade avançada, ela disse: ‘Se o Senhor Jesus Cristo salvar uma velha pecadora como eu, ele nunca vai deixar de ouvir falar a respeito disso." É por isso que eu quero que ele o salve; pois ele nunca deixará de ouvir falar sobre isso. Irás abençoa-lo para todo o sempre pelo que ele terá feito por vós. Sem dúvida.
Queridos ouvintes, vinde a Jesus! Vinda pela manhã quando o orvalho ainda está sobre os vossos membros, pois ele não vos lançará fora. Vinde no calor do meio-dia, quando a seca dos cuidados vos assola, e ele não vos lançará fora. Vinde quando as sombras já se alongaram, e a escuridão da noite chega até vós, pois ele não vos lançará fora. A porta não está fechada; pois a porta da misericórdia não se
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fecha enquanto a porta da vida está aberta. Correi para Cristo e encontrai misericórdia nele!
Mais uma vez, amigos, notai em meu texto a abençoada certeza da salvação. Diz "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Duas ou três negativas na língua grega reforçam uma negativa, o que não acontece com a língua inglesa. A negativa aqui é bastante forte. Diz "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" ou ‘eu nunca nunca o lançarei fora". O que equivale a dizer – De maneira nenhuma, por nenhuma razão, por qualquer pretexto, por qualquer motivo, jamais durante a vida ou na eternidade eu lançarei fora a alma que vem a mim. Esta é a declaração – a declaração de uma certeza absoluta da qual não há como fugir. Que benção é repousarmos nas certezas! Certos pregadores, muito conhecidos hoje em dia, são pregadores inseguros, pois eles mesmos não sabem o que estarão propondo para o amanhã. Eles elaboram seu credo à medida que vão avançando, e muito pobre em sua essência. Eu acredito em algo certo e seguro; a saber, na infalibilidade da Escritura, e que aquilo que o Senhor ali escreveu nunca será alterado enquanto o mundo existir. Meu texto é tão certo quanto a verdade de Jesus Cristo; e podessemos ter visto seu belo rosto não poderíamos desconfiar dele. Pode sua imaginação tentar vislumbrar por um minuto a sempre abençoada face do Filho de Deus? Poderieis olhar aquele rosto e suspeitar que houvesse ali mentira? E quando ele diz "Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida"(João 5:24) sua declaração deve ser verdadeira. Ele nunca, nunca vos lançará fora, sejais vós quem quer que seja, qualquer que seja o tempo de vossa vida, ou aconteça o que acontecer, desde que chegues a ele. Existem muitas razões, aparentemente, para que ele devesse lançar-vos fora, mas ele as eliminou todas dizendo diga "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" isto é ‘De modo algum, e sob nenhum pretexto, jamais lançarei fora uma alma que venha até a mim.’ E se Cristo não nos lança fora, é porque nos recebe; e se nos recebe, somos recebidos pelo coração de Deus; somos recebidos para a vida eterna; e eventualmente seremos recebidos pela benção eterna. Oh, a alegria do meu texto e sua absoluta certeza!
Vou concluir aqui, amigos, com uma ou duas palavras mais de encorajamento ao assinalar a personalidade do meu texto; pois aqui reside uma da liberalidade. Observemos que a primeira parte do texto começou dizendo ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’. Mas ao começar a lidar com pecadores de corações quebrantados, ele deixou de lado o ‘Todo’ e qualquer forma de declaração genérica
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e usou o pronômio pessoal no singular: "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". E aqui ele quer dizer para cada um que aqui está esta noite ‘Se tu vieres a mim, eu não te lançarei fora’. Não é no plural, é no singular. Se vós individualmente; vosso servo individualmente; vosso filho individualmente; e especialmente vós mesmos individualmente; se vieres ao Senhor Jesus ele não vos lançará fora. Não podeis duvidar disto. Vinde, pois, queridos ouvintes, crede no Salvador. Não estou falando esta noite a pessoas que duvidam da veracidade do Filho de Deus, não estou falando a pessoas que pensam que Cristo é mentiroso. Vós sabeis que ele vos receberá se fordes até ele. Por que não ides, então? Pensai em ir, eventualmente, um desses dias? E por que não agora? O que é que vos detém? Como ousais demorar? Estarás vivo na próxima semana? Como podeis certeza de um dia, de uma hora? Quando algum pagamento vai ser feito, não vejo as pessoas demorando para recebe-lo, dizendo ‘Deixa para o ano que vem’. Não, elas dizem ‘Melhor é um pássaro na mão do que dois voando’. Oh, ter Cristo na mão, e te-lo agora. E por que não agora? Será porque não entendeis realmente o que é recebê-lo, ou crer nele? É a coisa mais simples do mundo, e esta é a única razão porque é tão difícil; é tão exageradamente simples que os homens não acreditam que seja como a declaramos. Fé é simplesmente confiar em Cristo; e confiar em Cristo traz por si mesmo uma nova vida, e a salvação do pecado. ‘`As vezes cito um verso de Watts –
‘Um verme culpado, fraco e indefeso,
nas mãos de Cristo eu caio’.
Certa vez, após uma pregação, um jovem disse-me: ‘Senhor, eu não sei cair’. E eu lhe disse: Então eu não sei me expressar; pois eu não me referia a alguma coisa que você possa fazer, mas à cessação de todos os seus esforços, simplesmente lançando-se – ou se quiser, tropeçando – porque não podeis permanecer de pé – só isso. ‘ Porque eu mesmo não posso salvar-me, lanço-me nos braços de Cristo. Deixando de apegar-me a qualquer coisa que seja minha, eu lanço-me sobre ele. Mas direis ‘Deve existir alguma coisa além disso’. Nada mais existe além disso. Se crerdes que Jesus é o Cristo, então nascestes para Deus. "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado". (Marcos 16:16) . “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo". (Romanos 10:9). ‘Mas eu preciso, eu devo fazer alguma coisa misteriosa, ou sentir algo que atualmente está muito longe de mim’ Se assim for estarás mentindo para Deus, e afastando de vós a vida eterna.
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Já ouvistes a história do navio que estava no mar há muito tempo, tendo o capitão perdido o seu rumo; e descarregou-se até a foz do grande rio Amazonas e depois de estar viajando muito tempo rio acima sem jamais imaginar que estava em um rio, acabou-se a provisão de água. Ao verem outro navio, fizeram sinais desesperados e ao se aproximarem gritaram ‘Água! Estamos morrendo de sede!’ E ficaram muito surpresos com a resposta: ‘Lança o balde e apanhe água. Vocês estão num rio. Estão cercados de água doce’ Eles nada mais tinham a fazer do que lançar um balde a água, e apanhar toda a água de que necessitassem. E aqui estão pobres almas gritando: ‘Senhor, que devo fazer para ser salvo?’ quando o grande trabalho já está feito, e tudo o que resta é receber o dom gratuito da vida eterna. Que deveis fazer? Já fizestes o suficiente para uma vida, pois vos desfizestes tentando fazer por vós mesmos. Esta não é a questão. A questão é: ‘Senhor, o que fizeste? ‘ E a resposta é: ‘Está consumado. Já fiz tudo. Basta vir a mim e confiar em mim’ Pecador, estais navegando num rio de graça e de misericórdia. Jogai o balde, homem, e bebei até saciar a vossa sede; pois jamais conseguirás esvaziar o rio da graça.
Um rio está livre para qualquer cachorro que corre por suas margens; toda vaca que se achega ao rio pode beber até matar a sua sede. Assim é a misericórdia de Deus para todo pecador, seja ele quem for, bastando que venha a Jesus. Este rio corre esta noite ao vosso lado. Abaixai-vos, sedentos, bebei e terás vida. Mas dizeis: ‘Devo sentir-me diferente do que estou agora’. Não é necessário; vinde mesmo com o vosso mau temperamento de agora. ‘Mas o meu coração ainda não está enternecido" dirá alguém. Vinde a Cristo, e ele mudará vosso coração. ‘Mas ainda não estou realmente sentindo a necessidade’. Vinde a Cristo e ele vos ajudará a sentir a vossa necessidade. ‘Oh, mas eu não sou ninguém’ Vós sois a pessoa em quem Cristo se deleita, pois ele tudo será para vós.
Vede aquela bela árvore no pomar carregada de fruto? É um pessegueiro. Está coberto de alto a baixo por frutas. Nunca vi tantas juntas – cada galho está carregado. Alguns estão quase se quebrando com tanto peso. Enquanto ouço o ruído daqueles galhos carregados, posso ouvir a árvore dizendo: ‘Cestos, cestos, cestos. Trazei cestos’. Quem terá um cesto? ‘Eu tenho um’ dirá alguém, ‘mas de nada serve porque está vazio’ Trazei-o até aqui, homem: é exatamente isto este tipo de cesto que a árvore precisa. Outra pessoa diz: ‘Oh, eu tenho um ótimo cesto. Está cheio de alto a baixo". Guarda teu cesto para teu próprio uso. Não vai servir para a minha árvore carregada. Aonde existe um cesto vazio? Quem tem um cesto
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vazio? Vinde, trazei-o, e colhei da árvore tanto quanto quiserdes. Trazei todos os vossos cestos. Trazei milhares de cestos, todos vazios, e enchei-os. Notai que à medida que enchemos os cestos os frutos começam a se multiplicar? Existem mais depois que enchemos os cestos do que havia no começo, pois esta árvore inexaurível produz mais e mais frutos, tão rápido quanto os colhemos. O que o Senhor deseja é uma alma vazia para receber a plenitude do que Deus tem guardado para ela.
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FONTE:
Traduzido de http://www.spurgeongems.org/vols28-30/chs1762.pdf
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público e com permissão
Sermão nº 1762—Volume 30 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit, Original em inglês: High Doctrine and Broad Doctrine
Tradução: Clarindo Gueiros
Prova: Armando Marcos Pinto
Capa: Beatriz Rustiguel
Projeto Spurgeon – Proclamando a CRISTO crucificado. Projeto de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batista reformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de incrédulos de seus pecados.
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@ProjetoSpurgeon
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Nº1762
Sermão pregado no Exerter Hall, Londres
Por Charles Haddon Spurgeon
Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. (João 6:37)
Estas duas sentenças têm sido consideradas como representativas de dois aspectos da doutrina cristã. Permitem-nos vê-la de dois pontos de vista – em direção a Deus e em direção ao homem. A primeira sentença contém o que alguns chamam de alta doutrina. Se por ‘alta ” eles querem dizer ‘gloriosa para com Deus’ concordo plenamente com eles; pois é uma grande e divina verdade o que o Senhor Jesus declara nestas palavras: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim.’ Alguns têm identificado este lado da verdade como Calvinista; mas enquanto é verdade que Calvino a ensinou, também o fizeram Agostinho, Paulo e o próprio Senhor, de quem são estas palavras. No entanto, não discutirei com aqueles que vêm nesta sentença uma declaração da grande verdade da graça da predestinação. A segunda sentença estabelece uma abençoada e encorajadora doutrina evangélica, sendo na verdade uma promessa e um convite: ‘O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.’ Esta é uma declaração sem nenhuma forma de limites: tem sido entendida como deixando a livre graça de Deus aberta ao livre arbítrio do homem, de tal sorte que quem porventura se agradar dela pode vir e ter certeza de que não será recusado. Não temos permissão para reduzir o sentido de qualquer uma destas frases, nem existe nenhuma necessidade de fazê-lo. A primeira sentença parece-me dizer que Deus escolheu um povo, e entregou este povo a Cristo, e que este povo deve ir e irá a Cristo, e será assim salvo. A segunda verdade declara que todo homem que vem a Cristo será salvo, uma vez que não será lançado fora, o que implica dizer que ele será recebido e aceito. Estas são duas grandes verdades; vamos levá-las conosco, pois ambas se contrabalançam entre si.
Certa ocasião fui solicitado a reconciliar estas duas declarações, e respondi: ‘Não, eu nunca reconcilio amigos’. Estas duas passagens nunca se contradizem: estão em
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perfeita concordância. É tolice imaginar que existe diferença e tentar então remove-la. É como fazer um homem de palha e depois tentar lutar com ele.
A grande declaração do propósito de Deus que ele salva os seus é perfeitamente consistente com a declaração maior de que quem quer que venha a Cristo será salvo. É pena que se imagine ser difícil sustentar ambas estas verdades; ou que, supondo existir alguma dificuldade, pensemos em tentar remove-la. Creiam-me, amados, a tarefa de remover dificuldades religiosas é a de menor remuneração debaixo dos céus. O verdadeiro caminho é aceitar a dificuldade quando encontrada nas palavras de Deus e exercitar sua fé sobre elas. Não é razoável supor que a fé estará isenta das provações; todas as outras graças são exercitadas, e por que a fé não seria posta a prova? Às vezes meu espírito alegra-se por ter que crer naquilo que eu não entendo; e quando às vezes tenho de dizer a mim mesmo: ‘Como é que isto pode ser?’ alegro-me com a resposta de que assim está escrito, e portanto assim deve ser. Em lugar de todo e qualquer raciocínio predomina a declaração de Deus.
Nosso Pai fala, e as dúvidas são silenciadas; seu Espírito escreve, e nós cremos. Sinto alegria em percorrer o rio da revelação, numa viagem de descobrimento, e a cada hora obtendo conhecimentos novos da verdade divina; mas quando chego a um ponto em que não progrido, e vejo meu caminho bloqueado por uma enorme e sublime dificuldade, encontro igual prazer em lançar âncora a sotavento do obstáculo, e esperar até que o piloto me diga o que fazer a seguir. Quando não podemos enveredar pelo meio de uma verdade, podemos ser conduzidos por sobre ela ou ao seu redor; e o que importa? Nosso maior benefício vem não da resposta aos enigmas, mas da obediência aos comandos pela força do amor. Supondo que não podemos penetrar no assunto – e daí? Devemos nos preocupar com isto? Não é verdade que deva existir um limite em algum ponto para o conhecimento humano? Não devemos ficar satisfeito em que Deus determine os limites da compreensão? Não vamos bater nossas cabeças contra as dificuldades que nós mesmos criamos, e certamente não contra aquelas que Deus aprouve deixar para nós.
Tomemos, pois, estas duas verdades e saibamos que elas são partes igualmente preciosas de um todo harmônico. Não vamos tergiversar sobre elas, ou nos deixarmos envolver a respeito de um tolo favoritismo para com uma e preconceito para com outra; recebamos ambas com um grande amor à verdade, como deve ser próprio dos filhos de Deus. Não somos chamados para explicar, mas para aceitar. Vamos crer se não podermos reconciliar. Aqui estão duas belas jóias, vamos usar ambas. Tão certo como este Livro é verdadeiro, Deus tem um povo a quem ele
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escolheu, e a quem Cristo redimiu dentre os homens; e pela graça soberana eles serão levados no devido tempo ao arrependimento e a fé, pois nenhum deles jamais perecerá. Mas é igualmente verdade que quem quer dentre os filhos do homem que venham a Cristo e depositem nele sua confiança receberão a vida eterna. ‘E quem quiser receba de graça a água da vida’ (Apocalipse 22:17).
As duas verdades do meu texto não são inconsistentes entre si; estão em perfeita concordância. Feliz é o homem que pode acreditar em ambas, quer veja a concordância entre elas ou não.
Eu viajava certa ocasião pelo interior. Era um dia esplêndido, e um cenário glorioso tornara nossa viagem como uma excursão a um mundo encantado; mas chegou ao seu fim, pois a escuridão e a noite exerceram sua soberania. Logo à frente estava o promontório da ilha de Arran. Como ele se projetava contra o céu crepuscular! A formidável rocha perecia pendurada sobre o mar. Em sua base existia uma pequena baia, e para lá nos dirigimos e ancoramos para passar a noite, livres de qualquer ventania que podesse surgir à procura de uma presa. Naquele braço de mar parecíamos estar nos braços de uma montanha enquanto seus ombros poderosos nos protegiam do vento. E a primeira parte do meu texto ‘Todo aquele que o Pai me dá esse virá a mim’ eleva-se como um enorme promontório que alcança o céu. Quem irá escalar esta subida? Para alguns parece inacessível. Mas aqui no fundo encontra-se um lago plácido de infinito amor e misericórdia: ”E o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora’. Vamos navegar até lá e permanecermos seguros à sombra da grande rocha, gratos a Deus pelo texto que não nos repele, e nos oferece segurança.
Vejamos primeiro aquela montanha majestosa e velejemos depois para aquele remansoso regaço.
I. Consideremos com reverencia alegria O PROPÓSITO ETERNO. Nosso Senhor Jesus Cristo, ao descobrir que a massa do povo o rejeitava, virou-se para eles e disse: ‘Mas vós não credes, porque não sois minhas ovelhas’(João 10:26) Mas ele sabia em seu coração, no entanto, que se eles o recusassem, nem todos os fariam – muitos certamente iriam crer nele. E por isso declarou com segurança: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim”. Ele lançou esta verdade gloriosa ante a face dos que o repudiavam com energia. Era o seu consolo e a resposta à turba. Não pretendo, neste noite, lançar isto ante a face de quem quer que seja; pelo contrário,
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desejo usar esta declaração como um mão estendida a convidar qualquer coração sofrido que deseja chegar até Jesus e ser salvo.
Vi outro dia protegendo o jardim de uma pessoa um grande e alto paredão, completada em seu aparato de exclusividade por um número superabundante de grampos fixados no seu topo e uma boa quantidade em sua metade superior. Comentei jocosamente com o meu acompanhante sobre a bondade do proprietário ao colocá-los para que os meninos podessem escalar o muro agarrado a eles. Meu companheiro protestou dizendo que aqueles grampos rasgariam dedos e roupas, que não seriam de nenhuma ajuda para quem fosse escalar o paredão. E eu respondi: ‘Não seriam de nenhuma ajuda como também não seriam os comentários que o seu pastor fizera sobre a soberania de Deus sendo considerada como uma ajuda para os que procuram o Senhor Jesus’. O bom homem explicara a verdade da pior e mais perniciosa maneira possível, nada existindo ali para ajudar a quem quisesse escalar o muro da salvação, mas apenas grampos para dificultar a escalada de intrusos indesejáveis. Eu jamais vi uma multidão desejosa de salvação para quem fosse necessário construir paredões e colocar grampos para impedir seu acesso. Mas vejo muitos que estão temerosos e necessitando de encorajamento, e tantos em dúvida que necessitam instrução, que me comprazo em tornar toda a palavra, toda a promessa e toda a doutrina do Senhor no mais cordial convite para que todos ao meu redor para que venham e sejam bem-vindos ao grande coração do Crucificado. Não tenho receio de que o número dos que venham seja excessivo; meus temores são na direção oposta. Oh, como eu desejaria que todos os que agora me ouvem se chegassem prontamente a Jesus!
Notemos, cuidadosamente, que se todos os que o Pai deu a Cristo se chegarem a ele, certamente alguns chegarão a Cristo; e por que não estaríeis vós entre eles? Isto me parece uma doce sugestão para ajudar o desespero em seu pior nível; alguns têm de vir a Cristo, por que não eu? Quando Satanás vos diz que não podeis ir a Cristo, e vós mesmos vos sentis como se não podesses faze-lo; quando o pecado vos domina, vos derruba, e não podeis fazer como desejaríeis – ainda assim está decretado e determinado que alguns têm de ir, e por que não vós? Por decreto divino eles irão; por que não estaríeis entre eles? Isto não vos ajuda? Se Deus vos abençoa, não mais vos encontrareis à beira do desespero. Suponha que uma praga assola a cidade, mas existem pessoas que estão predestinadas a serem curadas. Eu ficaria alegre ao saber disto. Certamente ficaria alegre mesmo sabendo que não estaria entre os favorecidos, pois me regozijo com o bem-estar dos outros; mas estaria ainda mais alegre ao correr para o médico com esta segurança em minha mente – Alguns serão curados: por que não eu? Se a fome assola a terra e ouço o
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profeta a revelar que um certo número jamais morrerá de inanição, por que não ultrapassaria eu aqueles dias terríveis para estar entre eles? Por que não? Ouço alguém dizer: ‘Eu suponho que eu não sou um dos eleitos de Deus’. E a este eu respondo: ‘Suponha que você seja um deles.’ Melhor ainda, suponha que deixe de imaginar coisas e vá ter com Jesus Cristo e veja. Ir até ele é uma providência que cabe a você adotar; é sua prerrogativa como dito na Palavra, portanto não demorai. Invés de ficar do lado de fora, como alguns fazem, porque está escrito ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’ eu fico do lado de dentro, e digo: ‘Eu estarei entre eles’. E por que não? Oh, Senhor, se ordenastes que alguns virão, eu vejo que para eles não existirá nenhuma dificuldade insuperável, e porisso eu mesmo irei, e em teu nome entrarei ali onde todo o que vem é bem-vindo.
Em seguida, vejo que aqueles que vêm a Cristo, conforme este texto, vêm por causa do Pai e do Filho. Vamos reler: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’ Isto é, eles vêm a Jesus. E por que eles vêm? Por que o Pai os deu a Cristo. E por que irão eles? Será porque existe alguma coisa boa neles? Não, nada foi dito sobre isto de uma ou de outra maneira. Será porque eles têm força de vontade e uma firme determinação, e porisso irão? A Escritura igualmente silencia a respeito deste ponto, a não ser para dizer em outra passagem que o Novo Nascimento não vem da vontade do homem. A razão que é dada para o fato de que eles virão a Jesus é porque alguma coisa foi feita para eles pelo Pai e pelo Filho. Por que, então, não devo eu ir? Supondo que eu sou fraco; supondo que eu sou pecador; supondo que eu seja sete vezes mais pecador do que qualquer outro; uma vez que ‘virão’ depende não do caráter daqueles a quem a promessa é feita, mas a alguma coisa feita para eles pelo Pai e pelo Filho, por que não estaria eu entre aqueles para quem o Pai e o Filho fizeram esta certa coisa, e por que não seria eu levado a Cristo? Nunca houve uma alma que realmente desejasse vir a Jesus que não pudesse fazê-lo. Nunca houve um pecador sofredor e desejoso de chegar-se que tenha sido afastado da presença de Cristo. Quando ele desejou Cristo, Cristo o desejava cem vezes mais. Se tendes um menor desejo ou a mais tênue aspiração a estar com o Senhor Jesus Cristo, então os laços do amor estão ao teu redor, e suas mãos poderosas estão puxando estes laços para levar-te até ele. Cedei à doce pressão e ireis, não por causa do que sois, ou pelo jamais fostes, mas por causa do que o Pai está fazendo, e por causa do que o Filho está fazendo. Está escrito ‘Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer’ (João 6:44); mas quando ele está puxando podeis vir. O Pai vos está puxando, pois estás desejando ir, e estais ansiosos para encontrar um Salvador. Não tentai inverter esta verdade para evitar de irdes a Cristo. A doutrina do propósito divino não é um espinho para vos afastar da árvore da vida; ao contrário, devereis considerá-la como uma porta
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aberta. Alguns irão Por que não eu? Os que assim o fizerem será por causa de alguma coisa feita para eles pelo Pai e pelo Filho; e por que isto não teria sido feito para mim? Por que não deveria eu aproximar-me de Deus?
Notemos, em terceiro lugar, que todas estas pessoas são salvas porque se chegam a Cristo. Observais as palavras: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’. Eles são salvos unicamente por virem a Cristo. Estas são pessoas diferentes das demais, pois o Pai as deu a Cristo. Mas, não importa quão diferente elas são das demais; elas têm de ser salvas da mesma maneira que as outras pessoas. Não existe um outro caminho de salvação preparado especialmente para essas pessoas peculiares; elas têm de seguir o caminho que leva ao Senhor. O caminho único para a salvação é chegar-se a Cristo, e todos os que o Pai deu a Cristo têm de passar por este portão. E esta é a porta que Deus abriu; não existe outra; nunca haverá outra. Vinde, meu amigo, tende ânimo, erguei a cabeça que está curva como o junco – o melhor santo no céu chegou até ali unicamente por confiar em Jesus Cristo. Por que não podeis chegar até lá da mesma forma? Muitos pecadores do mais escuro dos matizes foram salvos por intermédio de Jesus Cristo, e por que não serieis salvos da mesma maneira? Perguntai a Pedro, e Tiago, e João, e Paulo, e todos os outros apóstolos, se eles entraram no céu por uma ponte particular preparada só para eles; e eles irão te dizer que foram salvos pelo Redentor. Como nenhuma Escritura existe só para uma interpretação individual, podes estar certo de que não existe nenhum Salvador particular e secreto só para umas poucas pessoas favorecidas. ‘Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo’(1 Coríntios 3:11). Os eleitos de Deus só podem ser salvos vindo a Cristo. Jesus diz: ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’; pois não podem ser salvos de outra maneira. Ir a Cristo é o essencial. Diz alguém ‘Ah se eu soubesse que era um dos eleitos de Deus’. Por que desejar saber algo fora do contexto, quando podeis conhecer toda a verdade de que necessitais estudando outras verdades que vos conduzirão até lá? Ide a Cristo, e sabereis que fostes dado a Cristo; pois ninguém vai até ele a não ser os que são dele, e chegar a ele é o melhor testemunho de sua eleição. Conheceis a história do irmão em Cornwall que disse a Malaquias, que era um devotado Calvinista: ‘Pois é, Malaquias, eu te devo 2 libras. Mas antes que eu quite o meu débito quero que me digas se estou predestinado a te pagar.’ Malaquias abriu sua grande mão e disse: ‘Põe aqui as 2 libras, e eu prontamente te direi.’ Como a maioria das pessoas sensatas ele preferia profetizar após o fato ocorrido – e existe muita vantagem em adotar este método. É evidentemente a ordem natural das coisas para os que não são inspirados. Se o Pai me deu a Cristo ou não, não poderei descobrir até que eu saiba que fui a Cristo. Quando eu souber que realmente eu cheguei a Cristo com todo o meu coração,
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então terei a certeza de que fui dado a Cristo, e não terei nenhuma dificuldade em crer; sim, meu coração regozija-se em pensar que eu estou salvo da mesma forma que outros são salvos.
Ainda uma vez, torna-se bem claro por meio deste texto que se eu for a Cristo, o Pai me deu a Cristo. Se eu, seja eu quem for, simplesmente confiar em Jesus – pois é isto o que ir a Cristo significa – então eu sou um dos que o Pai deu ao Filho. Se da maneira como eu estou lanço-me em seu sangue e sua justiça, e torno-me seu discípulo, jurando segui-lo, esperando que com sua ajuda eu possa seguir-lhe os passos; então eu saberei que antes da estrela dalva conhecer sua posição, ou que os planetas começassem a girar em suas órbitas, o Pai Eterno havia olhado para mim com olhos de amor eterno, e que ainda me aceita, e nunca me lançará fora. Não é isto na realidade? ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’; e se eu vim, então o Pai me deu a Cristo: a grande indagação está respondida, o mistério eterno está desvendado, e meu espírito pode regozijar-se em Deus meu Salvador, e em todas as preciosas coisas daquele pacto eterno que está determinado em tudo e com toda a certeza.
Isto quanto aquela enorme rocha sobre as nossas cabeças. Sobre ela não vou falar mais; sob seu abrigo ancorei há muito tempo, e neste ancoradouro pretendo permanecer. Desde que vim a Jesus sei que pertenço a ele por dádiva do Pai, e estou bem convencido de que o propósito de Deus se cumprirá em mim, e que ele sem dúvida me levará, junto com todos os Seus demais eleitos, para Seu reino e Sua glória, quando veremos sua face para todo o sempre. Esta pode ser chamada de doutrina antiquada; não me interessa o que seja chamada, é a minha vida, e nela ouso repousar o peso da minha alma para o tempo e para a eternidade.
II – Entramos agora em águas plácidas: o mistério está desvendado, vamos desfrutar de sua alegria. Temos, em segundo lugar, de vos falar um pouco sobre o EVANGELHO ETERNO – "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Você pode até esquecer o meu primeiro tópico se o desejar, especialmente se estiver perturbado por ele, mas devo insistir para que você lembre deste segundo tópico.
"E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Este é um dos mais generosos textos do Evangelho que eu lembro ter encontrado entre as capas deste livro. Generoso, em primeiro lugar, quanto à caraterística a quem a promessa é feita. ‘O que vem a mim’ é a característica. O homem pode ter sido culpado por um
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pecado atroz, negro demais para ser enunciado; mas se for a Cristo não será lançado fora. Àquele pecado atroz ele pode ter acrescentado muitos outros, preenchendo uma longa e extensa lista de condenação; mas se ele for a Cristo não será lançado fora. Ele pode ter ficado empedernido a todas as demonstrações de prudência e quaisquer apelos de misericórdia; pode ter pecado muito por seu próprio desejo; mas se ele for a Cristo não será lançado fora. Pode ter-se tornado mais negro que a noite – tão negro quanto o inferno – e, no entanto, se vier a Cristo o Senhor não o lançará fora. Não sei dizer quais os tipos de pessoas que estão aqui esta noite; mas sejam ladrões, assassinos ainda assim eu os convido a vir a Cristo, pois ele não os lançará fora.
Suponho que a maioria dentre vós seja toleravelmente decente quanto à moral e ao caráter; e a vós eu direi: se vierdes a Cristo ele não vos lançará fora. Filhos de pais cristãos, ouvintes da Palavra, ele não vos lançará fora. Vós a quem falta apenas uma coisa, mas coisa significante, ele não vos lançará fora. Apóstatas! Estarão aqui alguns que praticamente esqueceram o caminho até o santuário de Deus, para quem o sino da Igreja não representa um convite? Vinde a Jesus, e ele não vos lançará fora. Vós que cansastes da casa do Senhor, e do dia de Deus – milhões de vós; mas com toda a vossa falta de religião estais aqui esta noite, e a verdade vos pertence também – se confiares em Jesus, ele não vos lançará fora.
Se aqui em nosso meio existe alguém cujo caráter melhor seria não descrever, e se encolhem ao simples pensamento de serem escolhidos e mencionados pelo nome; se no entanto tais pessoas vieram a Jesus ele alegremente vos receberá. Seja qual for o vosso caráter, vós que estais envoltos em mistério, não sereis lançados fora. Gostaria de poder falar àqueles que estão perturbados por uma vida de pecado; pois para aquele que passou a sua vida transgredindo as leis o texto ainda é verdadeiro. O meu Senhor proclama um ato de perdão cobrindo todo o passado. Será como se nunca tivesse acontecido. Por intermédio de Jesus Cristo, se apenas creres nele, teu passado será guardado e jogado fora, como se nunca tivesse existido, e tu nascerás novamente. Quando Naamã voltou depois de lavar-se no Jordão lemos que ‘sua carne se tornou como a carne duma criança, e ficou limpo’(II Reis 5:14); e assim será convosco. O homem velho tomará a criança de lindos cabelos em seu colo, e passando o dedo entre os cachos de sua cabeça dirá: ‘Meu jovem que Deus vos guarde do pecado em que tenho chafurdado. Minha vida foi toda cheia de pecado. Agora está próxima do fim, e eu não tenho mais esperanças. Quisera Deus que eu fosse de novo uma criança’ O homem com 100 anos de idade pode ainda tornar-se uma criança; e aquele que tem suas barbas esbranquiçadas de
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infâmia pode ainda tornou-se um recém-nascido inocente por intermédio do poder de limpeza da água e do sangue que fluíram do flanco ferido de Jesus. Ide e escrevei de ponta a ponta no véu da noite; escrevei nas novas estrelas se puderes: "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora".
Pendurai esta declaração no céu do meio-dia, e deixai que os raios do sol resplendam sobre ela, até que pareça ter sido escrita pelo esplendor de Deus – "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". O caráter de quem vai ser recebido não é mencionado, para que mencionando um pecador outro não pareça ter sido excluído. Nenhum limite é estipulado quanto ao tamanho do pecado; qualquer um em todo o mundo – quando blasfemo, demoníaco ser que venha a Cristo será bem vindo. Uso palavras fortes para que possa abrir bem o portão da misericórdia. Quem quer que vá a Cristo – venha ele das favelas ou dos bares, do antro de jogatina, da prisão ou do prostíbulo – Jesus de modo nenhum o lançará fora.
Além disto, o texto é muito generoso pois não estabelece limite para a ida. O único limite para a maneira de ir é que vão a Cristo. Conheço alguns que vieram a Cristo correndo – passos rápidos, seguros. Você lê sobre isto nos Evangelhos. Ficaram tão alegres ao ouvir falar do Salvador que correram imediatamente para o seu lado. Muitas crianças e muitos jovens fazem isso, e eles são tão abençoados. Vinde espíritos alegres e temerosos; eles não vos lançará fora se pulardes correndo em sua direção. Se correres subitamente para ele nesta noite ele não vos lançará fora.
Outros, um grande número, quando vão a Cristo, caminham aos poucos, lentos e claudicantes. Estão sobrecarregados com um fardo enorme de pecado e cheios de dúvidas e temores, por isso progridem lentamente. Não olham para Jesus e vivem, tudo ao mesmo tempo. Ficam olhando aqui e acolá, invés de olhar para Ele. Demoram a vir, pois estão receosos, ignorantes e embrutecidos. Não vos perturbeis, irmãos. O caracol alcançou a arca; e se vierdes a Cristo ele não vos lançará fora, ainda que vosso passo seja tristemente lento. Alguns olham para Cristo logo que ouvem falar a seu respeito, com olhos límpidos e claros como os de Raquel Oh que olhar! Eles parecem abeberar-se em Cristo e sua salvação tudo ao mesmo tempo, com aquele olhar. Mas tenho encontrado muitos cujo olhar é como o de Lia: ‘Lia tinha os olhos baços, porém Raquel era formosa de porte e de semblante’ (Gênesis 29:17). Olham no meio da fumaça de suas dúvidas, e da chuva de suas lágrimas e não enxergam a metade do Cristo que deveriam poder
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contemplar. Mas ainda assim aquele olhar semi-encoberto os salvará. Qualquer que seja o olhar, se for em direção a Cristo, vos salvará. Comparecer aos sacramentos poderá vos condenar; ir aos padres poderá arruinar-vos; mas ir a Cristo vos salvará. Se a vossa fé bastante simples alcançar a salvação de Cristo existe vida naquele toque. Se vossos pensamentos lembram o Salvador, se vosso coração o abraça, se vossa alma confia nele, por mais fracos e imperfeitos que sejais em vossa ida a Cristo, ele não vos lançará fora. Esta é uma verdade gloriosa para mim; não é também para vós? Contanto que cheguemos a ele, nosso Salvador não nos lançará fora. Alegro-me por pregar este Evangelho neste templo; não estais alegres por ouvi-lo? Se não estiverdes, triste será a vossa sorte.
Em terceiro lugar, não há limite aqui quanto ao tempo. "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" é uma declaração gloriosa, expressa livremente, abrangendo todas as idades. Existem aqui algumas crianças, e me alegro em vê-las no meio de nossa congregação. Escutai-me, crianças! Estou contente em vê-los, e nós pregadores cometemos um grande erro se não pregarmos para vocês. Meu prezado João e Jane, Maria e Tomé, desejaria que viesses a Cristo enquanto sois jovens, colocando nele a vossa confiança, e tornando-se jovens cristãos. Não existe razão que vos impeça. Tendes idade bastante para morrer, e idade bastante para pecar, e tendes idade bastante para crer no Senhor Jesus Cristo. Por que não o fazerdes logo? Quando eu tinha apenas 15 anos fui ajudado pelo Espírito de Deus a lançar-me com Cristo; e jamais me arrependi de ter ido a Jesus tão cedo. Quem me dera ter chegado ainda mais cedo como quando eu conheci minha mãe. Alguns de vós ouviram falar de Jesus em vossa infância; seu nome fazia parte da música com que vossa mãe vos embalava. Oh que possais conhecer a Jesus tanto pela fé como pelo ouvir! Não penseis que tereis de esperar até estares crescidos antes de ir a Jesus. Temos batizado um bom número de meninos e meninas de 10, 11 e 12 anos. Falei outro dia com um menino de 9 anos; e posso dizer que ele conhecia mais sobre Cristo do que muitos homens grisalhos conhecem.; e ele amava Jesus com entusiasmo. Quando aquela doce criança me contava o que Cristo fez por ele, lágrimas vieram-me aos olhos, ao ver com que felicidade e brilho ele sabia falar do que sentia em sua alma sobre o poder do Salvador para abençoar. Vós, crianças, sois como botões de flores; e todo mundo gosta mais de um botão de flor do que uma rosa já crescida. Meu Senhor Jesus vos receberá alegremente como botão de flor. Oferecei-vos a ele, pois ele não vos lanará fora. Tenho certeza disso.
Se alguém aqui está no extremo oposto da vida, desejo lembrá-lo de que o texto "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" aplica-se tanto aos idos como aos jovens. Ouvi certa vez um dedicado pastor dizer que se as pessoas não se
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convertessem entre os cinco e os quarenta anos de idade, ele não acreditava que jamais poderiam ser convertidas depois disso; e reforçava sua declaração com o testemunho de que nunca vira ninguém convertido depois dos cinco e dos quarenta. Eu gostaria de ter estado em seu púlpito. Não iria questionar suas declarações, mas iria compará-las com outras de outro tipo. Sem dúvida este irmão devia viver em um local muito pequeno; ou então ele nunca havia pregado o evangelho em toda a sua extensão a toda criatura. Talvez ele não acreditasse na conversão dos idosos, e por conseqüência nenhum idoso fora convertido por seu intermédio. Tenho visto tantas pessoas convertidas de uma idade como de outra; isto em proporção ao seu número, pois não existem no mundo de hoje tantas pessoas acima dos cinqüenta como as de menos de cinqüenta; e por causa disto uma grande proporção dos que compõem a nossa congregação são jovens. Temos em nossos cultos um bom número de ambas as idades, e quanto aos novos membros, tenho notado a mesma proporção de jovens e de mulheres e homens de idade. Temos batizado, após a profissão de fé, homens e mulheres de mais de oitenta anos, sobre cuja conversão tínhamos tanta convicção como sobre as dos pequeninos; nem mais nem menos. Quem ousa dizer que existe uma idade depois da qual a graça de Deus não é exercida? Desafio quem quer que seja a apresentar um texto que indique isto; e além disso desafio a veracidade de quaisquer observações que cheguem a tal conclusão. Minha pregação tem sido tal que jovens e idosos em proporção igual a têm assistido, e em igual proporção têm sido salvos. Por mais idosos que sejais, meu Mestre manda que eu vos diga "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Vinde, amigo velho, ainda que não possais vir sem vossa bengala. Vinde, ainda que vossa vista já esteja fraca; vinde com vossos óculos. Embora não possais fazer muito pelo Mestre, ele pode fazer tudo por vós. Embora vos reste pouco tempo sobre a terra, tereis toda a eternidade para louvá-lo. E estou certo de que sereis um dos mais diligentes. Acredito que serais como uma idosa senhora que conheço. Quando lhe falei a respeito da conversão em idade avançada, ela disse: ‘Se o Senhor Jesus Cristo salvar uma velha pecadora como eu, ele nunca vai deixar de ouvir falar a respeito disso." É por isso que eu quero que ele o salve; pois ele nunca deixará de ouvir falar sobre isso. Irás abençoa-lo para todo o sempre pelo que ele terá feito por vós. Sem dúvida.
Queridos ouvintes, vinde a Jesus! Vinda pela manhã quando o orvalho ainda está sobre os vossos membros, pois ele não vos lançará fora. Vinde no calor do meio-dia, quando a seca dos cuidados vos assola, e ele não vos lançará fora. Vinde quando as sombras já se alongaram, e a escuridão da noite chega até vós, pois ele não vos lançará fora. A porta não está fechada; pois a porta da misericórdia não se
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fecha enquanto a porta da vida está aberta. Correi para Cristo e encontrai misericórdia nele!
Mais uma vez, amigos, notai em meu texto a abençoada certeza da salvação. Diz "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Duas ou três negativas na língua grega reforçam uma negativa, o que não acontece com a língua inglesa. A negativa aqui é bastante forte. Diz "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" ou ‘eu nunca nunca o lançarei fora". O que equivale a dizer – De maneira nenhuma, por nenhuma razão, por qualquer pretexto, por qualquer motivo, jamais durante a vida ou na eternidade eu lançarei fora a alma que vem a mim. Esta é a declaração – a declaração de uma certeza absoluta da qual não há como fugir. Que benção é repousarmos nas certezas! Certos pregadores, muito conhecidos hoje em dia, são pregadores inseguros, pois eles mesmos não sabem o que estarão propondo para o amanhã. Eles elaboram seu credo à medida que vão avançando, e muito pobre em sua essência. Eu acredito em algo certo e seguro; a saber, na infalibilidade da Escritura, e que aquilo que o Senhor ali escreveu nunca será alterado enquanto o mundo existir. Meu texto é tão certo quanto a verdade de Jesus Cristo; e podessemos ter visto seu belo rosto não poderíamos desconfiar dele. Pode sua imaginação tentar vislumbrar por um minuto a sempre abençoada face do Filho de Deus? Poderieis olhar aquele rosto e suspeitar que houvesse ali mentira? E quando ele diz "Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida"(João 5:24) sua declaração deve ser verdadeira. Ele nunca, nunca vos lançará fora, sejais vós quem quer que seja, qualquer que seja o tempo de vossa vida, ou aconteça o que acontecer, desde que chegues a ele. Existem muitas razões, aparentemente, para que ele devesse lançar-vos fora, mas ele as eliminou todas dizendo diga "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" isto é ‘De modo algum, e sob nenhum pretexto, jamais lançarei fora uma alma que venha até a mim.’ E se Cristo não nos lança fora, é porque nos recebe; e se nos recebe, somos recebidos pelo coração de Deus; somos recebidos para a vida eterna; e eventualmente seremos recebidos pela benção eterna. Oh, a alegria do meu texto e sua absoluta certeza!
Vou concluir aqui, amigos, com uma ou duas palavras mais de encorajamento ao assinalar a personalidade do meu texto; pois aqui reside uma da liberalidade. Observemos que a primeira parte do texto começou dizendo ‘Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim’. Mas ao começar a lidar com pecadores de corações quebrantados, ele deixou de lado o ‘Todo’ e qualquer forma de declaração genérica
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e usou o pronômio pessoal no singular: "E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". E aqui ele quer dizer para cada um que aqui está esta noite ‘Se tu vieres a mim, eu não te lançarei fora’. Não é no plural, é no singular. Se vós individualmente; vosso servo individualmente; vosso filho individualmente; e especialmente vós mesmos individualmente; se vieres ao Senhor Jesus ele não vos lançará fora. Não podeis duvidar disto. Vinde, pois, queridos ouvintes, crede no Salvador. Não estou falando esta noite a pessoas que duvidam da veracidade do Filho de Deus, não estou falando a pessoas que pensam que Cristo é mentiroso. Vós sabeis que ele vos receberá se fordes até ele. Por que não ides, então? Pensai em ir, eventualmente, um desses dias? E por que não agora? O que é que vos detém? Como ousais demorar? Estarás vivo na próxima semana? Como podeis certeza de um dia, de uma hora? Quando algum pagamento vai ser feito, não vejo as pessoas demorando para recebe-lo, dizendo ‘Deixa para o ano que vem’. Não, elas dizem ‘Melhor é um pássaro na mão do que dois voando’. Oh, ter Cristo na mão, e te-lo agora. E por que não agora? Será porque não entendeis realmente o que é recebê-lo, ou crer nele? É a coisa mais simples do mundo, e esta é a única razão porque é tão difícil; é tão exageradamente simples que os homens não acreditam que seja como a declaramos. Fé é simplesmente confiar em Cristo; e confiar em Cristo traz por si mesmo uma nova vida, e a salvação do pecado. ‘`As vezes cito um verso de Watts –
‘Um verme culpado, fraco e indefeso,
nas mãos de Cristo eu caio’.
Certa vez, após uma pregação, um jovem disse-me: ‘Senhor, eu não sei cair’. E eu lhe disse: Então eu não sei me expressar; pois eu não me referia a alguma coisa que você possa fazer, mas à cessação de todos os seus esforços, simplesmente lançando-se – ou se quiser, tropeçando – porque não podeis permanecer de pé – só isso. ‘ Porque eu mesmo não posso salvar-me, lanço-me nos braços de Cristo. Deixando de apegar-me a qualquer coisa que seja minha, eu lanço-me sobre ele. Mas direis ‘Deve existir alguma coisa além disso’. Nada mais existe além disso. Se crerdes que Jesus é o Cristo, então nascestes para Deus. "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado". (Marcos 16:16) . “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo". (Romanos 10:9). ‘Mas eu preciso, eu devo fazer alguma coisa misteriosa, ou sentir algo que atualmente está muito longe de mim’ Se assim for estarás mentindo para Deus, e afastando de vós a vida eterna.
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Já ouvistes a história do navio que estava no mar há muito tempo, tendo o capitão perdido o seu rumo; e descarregou-se até a foz do grande rio Amazonas e depois de estar viajando muito tempo rio acima sem jamais imaginar que estava em um rio, acabou-se a provisão de água. Ao verem outro navio, fizeram sinais desesperados e ao se aproximarem gritaram ‘Água! Estamos morrendo de sede!’ E ficaram muito surpresos com a resposta: ‘Lança o balde e apanhe água. Vocês estão num rio. Estão cercados de água doce’ Eles nada mais tinham a fazer do que lançar um balde a água, e apanhar toda a água de que necessitassem. E aqui estão pobres almas gritando: ‘Senhor, que devo fazer para ser salvo?’ quando o grande trabalho já está feito, e tudo o que resta é receber o dom gratuito da vida eterna. Que deveis fazer? Já fizestes o suficiente para uma vida, pois vos desfizestes tentando fazer por vós mesmos. Esta não é a questão. A questão é: ‘Senhor, o que fizeste? ‘ E a resposta é: ‘Está consumado. Já fiz tudo. Basta vir a mim e confiar em mim’ Pecador, estais navegando num rio de graça e de misericórdia. Jogai o balde, homem, e bebei até saciar a vossa sede; pois jamais conseguirás esvaziar o rio da graça.
Um rio está livre para qualquer cachorro que corre por suas margens; toda vaca que se achega ao rio pode beber até matar a sua sede. Assim é a misericórdia de Deus para todo pecador, seja ele quem for, bastando que venha a Jesus. Este rio corre esta noite ao vosso lado. Abaixai-vos, sedentos, bebei e terás vida. Mas dizeis: ‘Devo sentir-me diferente do que estou agora’. Não é necessário; vinde mesmo com o vosso mau temperamento de agora. ‘Mas o meu coração ainda não está enternecido" dirá alguém. Vinde a Cristo, e ele mudará vosso coração. ‘Mas ainda não estou realmente sentindo a necessidade’. Vinde a Cristo e ele vos ajudará a sentir a vossa necessidade. ‘Oh, mas eu não sou ninguém’ Vós sois a pessoa em quem Cristo se deleita, pois ele tudo será para vós.
Vede aquela bela árvore no pomar carregada de fruto? É um pessegueiro. Está coberto de alto a baixo por frutas. Nunca vi tantas juntas – cada galho está carregado. Alguns estão quase se quebrando com tanto peso. Enquanto ouço o ruído daqueles galhos carregados, posso ouvir a árvore dizendo: ‘Cestos, cestos, cestos. Trazei cestos’. Quem terá um cesto? ‘Eu tenho um’ dirá alguém, ‘mas de nada serve porque está vazio’ Trazei-o até aqui, homem: é exatamente isto este tipo de cesto que a árvore precisa. Outra pessoa diz: ‘Oh, eu tenho um ótimo cesto. Está cheio de alto a baixo". Guarda teu cesto para teu próprio uso. Não vai servir para a minha árvore carregada. Aonde existe um cesto vazio? Quem tem um cesto
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vazio? Vinde, trazei-o, e colhei da árvore tanto quanto quiserdes. Trazei todos os vossos cestos. Trazei milhares de cestos, todos vazios, e enchei-os. Notai que à medida que enchemos os cestos os frutos começam a se multiplicar? Existem mais depois que enchemos os cestos do que havia no começo, pois esta árvore inexaurível produz mais e mais frutos, tão rápido quanto os colhemos. O que o Senhor deseja é uma alma vazia para receber a plenitude do que Deus tem guardado para ela.
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FONTE:
Traduzido de http://www.spurgeongems.org/vols28-30/chs1762.pdf
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público e com permissão
Sermão nº 1762—Volume 30 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit, Original em inglês: High Doctrine and Broad Doctrine
Tradução: Clarindo Gueiros
Prova: Armando Marcos Pinto
Capa: Beatriz Rustiguel
Projeto Spurgeon – Proclamando a CRISTO crucificado. Projeto de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batista reformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de incrédulos de seus pecados.
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AS VESTES SACERDOTAIS
Os sacerdotes eram homens escolhidos por Deus para realizarem os sacrifícios em Israel. Pertenciam à tribo de Levi e à família de Aarão. O ofício sacerdotal não poderia ser exercido por qualquer pessoa. Além de ser escolhido, o sacerdote deveria viver em santificação, obedecendo leis mais rígidas do que as que regulavam a vida do israelita comum (Lv.21). Ele deveria também ser purificado, consagrado e ungido, recebendo sobre si água, sangue e azeite (Ex.29).
Outra questão importante era a vestimenta sacerdotal (Ex.28). Ele não poderia entrar no santuário vestindo sua roupa comum cotidiana. Deus mandou confeccionar vestes sagradas para os sacerdotes formadas pelas seguintes peças: túnica bordada, manto, éfode (um tipo de avental), peitoral (um tipo de colete), ombreiras, cinto, mitra (um tipo de chapéu), e calção usado sob a túnica.
É bom lembrar que estas roupas foram utilizadas primeiramente sob o calor do deserto. Será que algum de nós estaria apto a exercer tal ofício?
A quantidade de peças chama nossa atenção, mas a especificação divina não parou por aqui. Ele determinou também as cores, o material e os detalhes da confecção. Foram usados tecidos de cor azul, púrpura, carmesim e branco. O azul lembraria o céu. A púrpura, um vermelho escuro, lembraria a realeza. O carmesim, um vermelho vivo, lembraria o sangue. O linho branco representaria a pureza. Seriam usados também muitos fios de ouro trançados. Um cordão azul, passando por argolas de ouro, prenderia as peças da roupa.
Dentro de cada ombreira haveria uma pedra de berilo. Em cada uma estavam gravados os nomes de seis tribos de Israel. Dentro do peitoral haveria outras 12 pedras. Em cada uma seria escrito o nome de uma tribo. O sacerdote teria um papel de intercessor a favor das tribos, e não poderia esquecer-se de nenhuma delas. As 12 pedras eram: cornalina, topázio, esmeralda, granada, safira, ônix, jacinto, ágata, ametista, crisólita, berilo e jaspe. Talvez teríamos uma iniciativa de simplificar tudo, colocando todos os nomes numa pedra só. Entretanto, Deus queria mostrar que cada tribo tinha um valor especial para ele. As pedras estariam escondidas, como algo precioso que só Deus vê.
Sobre a mitra haveria uma lâmina de ouro, ou seja, uma placa sobre a testa do sacerdote, onde estaria escrito: "Santidade ao Senhor". Certamente, aquele ministro seria cuidadoso até mesmo com seus pensamentos diante de Deus. Sendo uma placa em local visível, representaria um testemunho público.
Portanto, o sacerdote deveria usar roupas especiais, conforme o modelo que Deus criou, roupas limpas, decentes, trabalhadas, pesadas, bonitas e preciosas. Quando entrava no santuário, o sacerdote levava sobre si um grande valor, ilustrando sua grande responsabilidade e a importância do seu ofício.
Creio que tais paramentos foram o modo de Deus para ensinar a respeito da seriedade do sacerdócio, pois o ser humano se impressiona e aprende com aquilo que vê. Ainda hoje, os juízes e advogados utilizam togas nos julgamentos. Qual seria o valor da roupa para o processo jurídico? Nenhuma, mas trata-se de um símbolo que evoca o poder judiciário e a seriedade do que ali se realiza.
A igreja é um reino sacerdotal (IPd.2.5,9). Todo cristão é um sacerdote perante o Senhor. Embora não sejam utilizadas aquelas vestimentas na igreja, tudo isso nos ensina sobre a nossa condição espiritual diante de Deus. Quando estamos contaminados pelo pecado, é como se estivéssemos nus em sua presença (2Co.5.3).
Por isso, foi dito à igreja de Laodicéia: "Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez" (Ap.3.18).
Quando recebemos o perdão, nossa vergonha é coberta. Nossa vestimenta espiritual é o caráter de Cristo desenvolvido em nós (Gal.3.27). A justiça humana é como trapo de imundícia (Is.64.6), mas a justiça de Cristo é o nosso manto de glória.
Assim como as vestes sacerdotais eram compostas de várias peças, umas sobre as outras, o Senhor nos concede ainda a armadura de Deus (Ef.6) e o revestimento do Espírito Santo (Lc.24.49). Assim, estamos protegidos contra todo mal.
"Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça" (Ec.9.2).
Precisamos manter limpas nossas vestes espirituais, pois, quando Cristo voltar, deveremos estar prontos, vestidos. Quem não for encontrado nessas condições não será aceito nas bodas do Cordeiro (Mt.22.11-13), mas a noiva será constituída por aqueles que se prepararam através da santificação. Serão como sacerdotes: vestidos, ungidos e consagrados, prontos para ministrarem diante do Pai, no santuário celestial, por toda a eternidade.
Pr.Anísio Renato de Andrade.
www.anisiorenato.com
Twitter @anisiorenato
Outra questão importante era a vestimenta sacerdotal (Ex.28). Ele não poderia entrar no santuário vestindo sua roupa comum cotidiana. Deus mandou confeccionar vestes sagradas para os sacerdotes formadas pelas seguintes peças: túnica bordada, manto, éfode (um tipo de avental), peitoral (um tipo de colete), ombreiras, cinto, mitra (um tipo de chapéu), e calção usado sob a túnica.
É bom lembrar que estas roupas foram utilizadas primeiramente sob o calor do deserto. Será que algum de nós estaria apto a exercer tal ofício?
A quantidade de peças chama nossa atenção, mas a especificação divina não parou por aqui. Ele determinou também as cores, o material e os detalhes da confecção. Foram usados tecidos de cor azul, púrpura, carmesim e branco. O azul lembraria o céu. A púrpura, um vermelho escuro, lembraria a realeza. O carmesim, um vermelho vivo, lembraria o sangue. O linho branco representaria a pureza. Seriam usados também muitos fios de ouro trançados. Um cordão azul, passando por argolas de ouro, prenderia as peças da roupa.
Dentro de cada ombreira haveria uma pedra de berilo. Em cada uma estavam gravados os nomes de seis tribos de Israel. Dentro do peitoral haveria outras 12 pedras. Em cada uma seria escrito o nome de uma tribo. O sacerdote teria um papel de intercessor a favor das tribos, e não poderia esquecer-se de nenhuma delas. As 12 pedras eram: cornalina, topázio, esmeralda, granada, safira, ônix, jacinto, ágata, ametista, crisólita, berilo e jaspe. Talvez teríamos uma iniciativa de simplificar tudo, colocando todos os nomes numa pedra só. Entretanto, Deus queria mostrar que cada tribo tinha um valor especial para ele. As pedras estariam escondidas, como algo precioso que só Deus vê.
Sobre a mitra haveria uma lâmina de ouro, ou seja, uma placa sobre a testa do sacerdote, onde estaria escrito: "Santidade ao Senhor". Certamente, aquele ministro seria cuidadoso até mesmo com seus pensamentos diante de Deus. Sendo uma placa em local visível, representaria um testemunho público.
Portanto, o sacerdote deveria usar roupas especiais, conforme o modelo que Deus criou, roupas limpas, decentes, trabalhadas, pesadas, bonitas e preciosas. Quando entrava no santuário, o sacerdote levava sobre si um grande valor, ilustrando sua grande responsabilidade e a importância do seu ofício.
Creio que tais paramentos foram o modo de Deus para ensinar a respeito da seriedade do sacerdócio, pois o ser humano se impressiona e aprende com aquilo que vê. Ainda hoje, os juízes e advogados utilizam togas nos julgamentos. Qual seria o valor da roupa para o processo jurídico? Nenhuma, mas trata-se de um símbolo que evoca o poder judiciário e a seriedade do que ali se realiza.
A igreja é um reino sacerdotal (IPd.2.5,9). Todo cristão é um sacerdote perante o Senhor. Embora não sejam utilizadas aquelas vestimentas na igreja, tudo isso nos ensina sobre a nossa condição espiritual diante de Deus. Quando estamos contaminados pelo pecado, é como se estivéssemos nus em sua presença (2Co.5.3).
Por isso, foi dito à igreja de Laodicéia: "Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez" (Ap.3.18).
Quando recebemos o perdão, nossa vergonha é coberta. Nossa vestimenta espiritual é o caráter de Cristo desenvolvido em nós (Gal.3.27). A justiça humana é como trapo de imundícia (Is.64.6), mas a justiça de Cristo é o nosso manto de glória.
Assim como as vestes sacerdotais eram compostas de várias peças, umas sobre as outras, o Senhor nos concede ainda a armadura de Deus (Ef.6) e o revestimento do Espírito Santo (Lc.24.49). Assim, estamos protegidos contra todo mal.
"Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça" (Ec.9.2).
Precisamos manter limpas nossas vestes espirituais, pois, quando Cristo voltar, deveremos estar prontos, vestidos. Quem não for encontrado nessas condições não será aceito nas bodas do Cordeiro (Mt.22.11-13), mas a noiva será constituída por aqueles que se prepararam através da santificação. Serão como sacerdotes: vestidos, ungidos e consagrados, prontos para ministrarem diante do Pai, no santuário celestial, por toda a eternidade.
Pr.Anísio Renato de Andrade.
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Fé como um grão de mostarda
“Respondeu-lhe o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá” (Lc 17.6).
“Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível” (Mt 17.20).
Que pensamentos e emoções invadem o nosso coração quando lemos essas afirmações do Senhor Jesus? Estamos de fato firmemente convictos de que isso se cumprirá literalmente com uma ordem nossa, fazendo uma amoreira ou um monte se transplantarem de um lugar a outro? Ou reagimos justamente ao contrário, simplesmente rejeitando essas afirmações e dizendo que isso não é possível?
Infelizmente, são justamente essas afirmações de Jesus que criam em muitos crentes uma sensação de fraqueza interior, pois quase automaticamente vem o pensamento: “isso não é possível!” Pelas leis da natureza, infelizmente, é o que acontece com essas passagens das Escrituras; em princípio, sempre despertam dúvida e incredulidade, levando-nos à humilhante constatação de que não entendemos direito o que a Palavra quer nos dizer.
Por isso empenhemo-nos para entender qual é, afinal, o sentido espiritual mais profundo das palavras de Jesus especialmente em Mateus 17.20.
Em primeiro lugar, quero dizer que em nosso texto: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”, não se trata de uma grande fé, mas de uma grande façanha, de um ato grandioso! Essa afirmação é totalmente contrária à interpretação tradicional que sempre fala de uma fé tão grande que muda um monte de lugar. Mas repito: aqui prioritariamente não se trata de uma grande fé, mas de uma grande ação pela fé!
Afinal, que fé é esta, que pode ter um efeito tão impressionante como o deslocamento de um monte? Será que é uma fé imensa, sistemática, objetiva, planejada, convincente, que não vê empecilhos, e que de maneira soberana supera tudo o que atravessa o seu caminho? Uma fé que move montanhas evidentemente poderia ter tais características. Mas o Senhor Jesus não fala de uma fé desse tipo. Então, que fé é esta, que tem – como Jesus expressa figuradamente – a condição de transferir montes? A esta fé capaz de fazer grandes façanhas, o Senhor Jesus chama de:
Fé como um grão de mostarda
“Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”. O que é um grão de mostarda? Em Marcos 4.31, ele é chamado de “…a menor de todas as sementes sobre a terra”. De fato ele tem um diâmetro de apenas 0,95 -1,1 mm. Esse pequeno grão de semente, que tem de ser observado com uma lente se quisermos vê-lo nitidamente, é considerado pelo Senhor como exemplo para uma fé que é capaz de mover montanhas.
Por que Jesus considera justamente esse pequeno grão de mostarda como exemplo para uma fé pela qual podem acontecer grandes coisas? Pelo fato desse pequeno grão de semente ser capaz de ilustrar o que significa transportar montes. Esse grão de semente extremamente pequeno, que quase não pode ser visto a olho nu, no espaço de um ano se transforma num grande arbusto, numa pequena árvore com galhos de cerca de 2,5 a 3 metros. Portanto, como são diminutos os pré-requisitos para um resultado tão grande num minúsculo grão de semente, onde aparentemente nada existia. No entanto, justamente estas condições mínimas são um exemplo que o Senhor usa para ilustrar uma fé que é suficiente para remover montanhas! Essa “fé como um grão de mostarda” não aponta de maneira clara para a nossa fé, que muitas vezes é tão fraca e pequena? Com isso, de maneira alguma quero desculpar nossa repetida incredulidade dizendo simplesmente: afinal, só tenho uma fé bem pequena, como um grão de mostarda! Quero lembrar que muitos de nós, repetidas vezes, já tivemos a impressão de que nossa fé era assim tão pequena e insignificante, e isso pode provocar dificuldades consideráveis. Assim mesmo, essa é justamente a pequena fé, quase imperceptível, que, segundo as palavras de Jesus, tem o poder de transpor montes.
É necessário mudar o raciocínio!
Será que, às vezes, não imaginamos algo errado quando pensamos na fé que precisamos ter para viver como cristãos verdadeiros? Todos nós nos defrontamos diariamente com situações, perguntas e problemas que se avolumam como montes. Não é justamente nesses momentos que aspiramos de todo o coração ter mais fé, ter uma fé maior, a fim de vencermos tudo isso? É justamente aí que muitos precisam aprender a mudar o raciocínio, pois Jesus diz: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá!” Em outras palavras: nossa fé não necessita ser particularmente grande para transferir montes – simplesmente é suficiente “termos fé”.
Se o grão de mostarda tivesse a possibilidade de olhar para si mesmo e conseguisse se enxergar, teria tudo para desanimar, pois em si mesmo não teria nada a apresentar. E assim é também, muitas vezes, em nossa vida: olhamos para nós e vemos uma fé relativamente pequena, limitada, e então ficamos desanimados. Mas o grão de mostarda não faz isso. Ele não olha para si mesmo para então desanimar. Não, ele simplesmente se deixa plantar na terra, ali começa a crescer, e finalmente se torna aquilo que deve ser, ou seja, uma árvore em cujos ramos “aninharam-se as aves do céu” (Lc 13.19).
Ao mesmo tempo é de se considerar que o grão de mostarda não se torna uma árvore porque empreendeu grandes esforços, mas simplesmente porque torna ativo e aplica o que possui! Oh!, como seria bom se compreendêssemos hoje que, com todas as nossas fraquezas, dificuldades e tentações diárias, simplesmente podemos nos aquietar com fé infantil na mão de nosso Salvador! Que modificação isso provocaria em nossa vida espiritual!
Simplesmente creio que, muitas vezes, caímos no erro de ter conceitos errados acerca da fé. Na verdade, é a fé singela na obra consumada de Jesus Cristo que consegue nos levar adiante e que, a cada dia, nos conduz para uma comunhão mais profunda com o Cordeiro de Deus, e não o esforço da nossa alma em crer bastante.
Em nossa vida como cristãos não precisamos nos estender buscando novas formas e grandezas de fé, mas simplesmente ter e usar a fé pela qual fomos salvos, ou seja, a fé simples no Senhor Jesus Cristo. Nesse contexto, leia novamente o que Davi diz no Salmo 18.29: “Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas”. Ou veja também o que ele diz nos Salmos 60.12 e 108.13: “Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo calca aos pés os nossos adversários”. Essas afirmações testificam de uma fé poderosa e vencedora que Davi tinha? Eu penso que não, pois Davi era um homem com fraquezas e erros como nós. Ainda assim, esses versículos testemunham que Davi se agarrava com toda a simplicidade ao seu Deus e por meio dEle podia fazer grandes proezas.
Ou lembremos de 1 João 5.4: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”. Que fé é essa que vence o mundo? É uma fé poderosa, forte, que supera tudo? De modo algum! A fé que vence o mundo é a fé singela, que muitas vezes não se sente; é a fé sacudida e posta à prova, mas assim mesmo firmada no sangue reconciliador e salvador de Jesus Cristo! Isso é tudo! Essa fé não se apóia no que sentimos ou percebemos, mas naquilo que sabemos, ou seja, que Jesus venceu o mundo (Jo 16.33b), e que de fato somos filhos de Deus. Essa é a fé que remove montanhas!
Como seria bom se compreendêssemos hoje o que significa de maneira bem prática nos contentarmos com a fé simples como um grão de mostarda. Então muitos de nós mudariam totalmente sua vida espiritual teimosa e pouco inteligente! Que de uma vez por todas reconhecêssemos que o caminho da fé é simples; que não se trata de fazer grandes esforços espirituais, mas simplesmente de confiar naquilo que nos é oferecido em Cristo!
Grandes resultados da fé como um grão de mostarda
Em Isaías 42.3 está escrito: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega”. Essa é uma profecia messiânica que é confirmada no Novo Testamento (Mt.12.20) de maneira direta em relação a Jesus Cristo, e por isso já se tornou grande fortalecimento para muitos filhos de Deus. Essas palavras também são uma figura de uma pessoa que possui fé como um grão de mostarda. Pois a cana quebrada ainda não foi esmagada, está apenas quase partida, e uma torcida que fumega ainda não está totalmente apagada. Nesse sentido essas palavras apontam para a fé mais pequena possível que uma pessoa pode possuir, fé como a de um grão de mostarda.
O que vimos no caso do grão de mostarda? Que ele não tem quase nada a oferecer, mas oferece tudo o que tem, e por meio disso experimenta grandes resultados!
Meu irmão, minha irmã, você compreende o que o Senhor quer lhe dizer com isso? Talvez você leia esta mensagem com o estado interior de uma “cana quebrada” ou de uma “torcida que fumega”. Você se sente interiormente fraco e miserável, e em seu interior só resta uma fé ínfima, do tamanho de um grão de mostarda? Você se sente assim porque diante de sua alma se amontoam grandes montanhas de angústias, preocupações e problemas. Mas agora escute bem: o fato de você se sentir como uma “cana quebrada” ou uma “torcida que fumega” prova que em você ainda existe algo. Pois uma cana quebrada ainda não está amassada, e uma torcida que fumega ainda não está apagada. Apesar de todos os montes de dificuldades que talvez neste momento existam à sua frente, você ainda tem uma centelha de fé. E é justamente isso que você tem que ativar agora, pois Jesus diz: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”. Todos estes montes, problemas e dificuldades podem ser “lançados no mar” se você ativar e aplicar sua pequena fé, embora ela seja como um grão de mostarda. Em outras palavras, isso acontece se você simplesmente vier agora a Jesus como você é. Ele não “esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega”. Pelo contrário, no Salmo 34.18 está escrito: “Perto está o Senhor dos que têm coração quebrantado e salva os de espírito oprimido”. Uma coisa, porém, você precisa fazer: você – “a cana quebrada” e “a torcida que fumega ” – tem que buscar a Jesus como você é. Assim você torna ativa a sua fé como um grão de mostarda. E por meio disso você terá condições de “lançar no mar” todos os montes, preocupações e problemas. Incentivo você a vir ainda hoje, agora, a Jesus com o pouco que você tem – com sua fé como um grão de mostarda. Assim o Senhor poderá lhe encontrar de maneira totalmente nova, e fazer transbordar sua vida como talvez nunca aconteceu antes!
Nesse contexto, façamo-nos a pergunta:
Como aconteceu a alimentação dos cinco mil?
Para poder alimentar os milhares de ouvintes, os discípulos já haviam projetado um plano “muito bom”: “Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: O lugar é deserto, e já vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer” (Mt 14.15). O Senhor, porém, não havia esperado por uma proposta dessas, mas por outra bem diferente. Ele não necessitava dos estoques de gêneros alimentícios dos arredores para poder alimentar as milhares de pessoas. Ele procurou por alguém que tivesse fé como um grão de mostarda. Ele necessitava de uma pessoa que possuísse pouco, mas que estivesse disposta a dar ao Senhor o pouco que possuía. Por meio disso, Ele seria capaz de realizar uma grande obra.
E de fato estava presente “um rapaz” que, como está escrito em João 6.9, tinha “cinco pães de cevada e dois peixinhos”, e que estava disposto a Lhe entregar esse pouco! E o que fez o Senhor com isso? “Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quanto queriam” (v. 11). Dessa maneira o Senhor Jesus Cristo alimentou cinco mil homens além das suas mulheres e crianças com cinco pães de cevada e dois peixinhos. Entendamos corretamente: Ele somente realizou esse milagre porque estava presente alguém – justamente esse rapaz – que demonstrou a fé como um grão de mostarda, entregando ao Senhor o pouco que possuía. Que montanhas de problemas e receios foram afastados dos discípulos e ao mesmo tempo lançados no mar! Eles viam montes enormes diante de si, pois como seria possível alimentar um número tão grande de pessoas? Eles também já haviam se preocupado em como poderiam afastar estes “montes”. Mas Jesus não necessitava de nada disso. Ele apenas procurou a fé como um grão de mostarda que acabou encontrando nesse rapaz. Dessa maneira todos os montes de dificuldades e impossibilidades “foram lançados no mar”.
Meu irmão e minha irmã, seja, ainda hoje, como esse rapaz: consagre ao Senhor o pouco que tem. Traga ao Senhor a sua fé como um grão de mostarda, e Ele virá ao seu encontro de maneira totalmente nova. Entregando o pouco de fé que você possui, Ele terá condições de “lançar no mar” as montanhas de sua vida, suas dificuldades e preocupações! Portanto, não é o tamanho de nossa fé que faz a diferença, mas a fé como um grão de mostarda num grande Deus!
Por Marcel Malgo
Fonte: http://www.chamada.com.br / Encontre a Paz
“Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível” (Mt 17.20).
Que pensamentos e emoções invadem o nosso coração quando lemos essas afirmações do Senhor Jesus? Estamos de fato firmemente convictos de que isso se cumprirá literalmente com uma ordem nossa, fazendo uma amoreira ou um monte se transplantarem de um lugar a outro? Ou reagimos justamente ao contrário, simplesmente rejeitando essas afirmações e dizendo que isso não é possível?
Infelizmente, são justamente essas afirmações de Jesus que criam em muitos crentes uma sensação de fraqueza interior, pois quase automaticamente vem o pensamento: “isso não é possível!” Pelas leis da natureza, infelizmente, é o que acontece com essas passagens das Escrituras; em princípio, sempre despertam dúvida e incredulidade, levando-nos à humilhante constatação de que não entendemos direito o que a Palavra quer nos dizer.
Por isso empenhemo-nos para entender qual é, afinal, o sentido espiritual mais profundo das palavras de Jesus especialmente em Mateus 17.20.
Em primeiro lugar, quero dizer que em nosso texto: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”, não se trata de uma grande fé, mas de uma grande façanha, de um ato grandioso! Essa afirmação é totalmente contrária à interpretação tradicional que sempre fala de uma fé tão grande que muda um monte de lugar. Mas repito: aqui prioritariamente não se trata de uma grande fé, mas de uma grande ação pela fé!
Afinal, que fé é esta, que pode ter um efeito tão impressionante como o deslocamento de um monte? Será que é uma fé imensa, sistemática, objetiva, planejada, convincente, que não vê empecilhos, e que de maneira soberana supera tudo o que atravessa o seu caminho? Uma fé que move montanhas evidentemente poderia ter tais características. Mas o Senhor Jesus não fala de uma fé desse tipo. Então, que fé é esta, que tem – como Jesus expressa figuradamente – a condição de transferir montes? A esta fé capaz de fazer grandes façanhas, o Senhor Jesus chama de:
Fé como um grão de mostarda
“Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”. O que é um grão de mostarda? Em Marcos 4.31, ele é chamado de “…a menor de todas as sementes sobre a terra”. De fato ele tem um diâmetro de apenas 0,95 -1,1 mm. Esse pequeno grão de semente, que tem de ser observado com uma lente se quisermos vê-lo nitidamente, é considerado pelo Senhor como exemplo para uma fé que é capaz de mover montanhas.
Por que Jesus considera justamente esse pequeno grão de mostarda como exemplo para uma fé pela qual podem acontecer grandes coisas? Pelo fato desse pequeno grão de semente ser capaz de ilustrar o que significa transportar montes. Esse grão de semente extremamente pequeno, que quase não pode ser visto a olho nu, no espaço de um ano se transforma num grande arbusto, numa pequena árvore com galhos de cerca de 2,5 a 3 metros. Portanto, como são diminutos os pré-requisitos para um resultado tão grande num minúsculo grão de semente, onde aparentemente nada existia. No entanto, justamente estas condições mínimas são um exemplo que o Senhor usa para ilustrar uma fé que é suficiente para remover montanhas! Essa “fé como um grão de mostarda” não aponta de maneira clara para a nossa fé, que muitas vezes é tão fraca e pequena? Com isso, de maneira alguma quero desculpar nossa repetida incredulidade dizendo simplesmente: afinal, só tenho uma fé bem pequena, como um grão de mostarda! Quero lembrar que muitos de nós, repetidas vezes, já tivemos a impressão de que nossa fé era assim tão pequena e insignificante, e isso pode provocar dificuldades consideráveis. Assim mesmo, essa é justamente a pequena fé, quase imperceptível, que, segundo as palavras de Jesus, tem o poder de transpor montes.
É necessário mudar o raciocínio!
Será que, às vezes, não imaginamos algo errado quando pensamos na fé que precisamos ter para viver como cristãos verdadeiros? Todos nós nos defrontamos diariamente com situações, perguntas e problemas que se avolumam como montes. Não é justamente nesses momentos que aspiramos de todo o coração ter mais fé, ter uma fé maior, a fim de vencermos tudo isso? É justamente aí que muitos precisam aprender a mudar o raciocínio, pois Jesus diz: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá!” Em outras palavras: nossa fé não necessita ser particularmente grande para transferir montes – simplesmente é suficiente “termos fé”.
Se o grão de mostarda tivesse a possibilidade de olhar para si mesmo e conseguisse se enxergar, teria tudo para desanimar, pois em si mesmo não teria nada a apresentar. E assim é também, muitas vezes, em nossa vida: olhamos para nós e vemos uma fé relativamente pequena, limitada, e então ficamos desanimados. Mas o grão de mostarda não faz isso. Ele não olha para si mesmo para então desanimar. Não, ele simplesmente se deixa plantar na terra, ali começa a crescer, e finalmente se torna aquilo que deve ser, ou seja, uma árvore em cujos ramos “aninharam-se as aves do céu” (Lc 13.19).
Ao mesmo tempo é de se considerar que o grão de mostarda não se torna uma árvore porque empreendeu grandes esforços, mas simplesmente porque torna ativo e aplica o que possui! Oh!, como seria bom se compreendêssemos hoje que, com todas as nossas fraquezas, dificuldades e tentações diárias, simplesmente podemos nos aquietar com fé infantil na mão de nosso Salvador! Que modificação isso provocaria em nossa vida espiritual!
Simplesmente creio que, muitas vezes, caímos no erro de ter conceitos errados acerca da fé. Na verdade, é a fé singela na obra consumada de Jesus Cristo que consegue nos levar adiante e que, a cada dia, nos conduz para uma comunhão mais profunda com o Cordeiro de Deus, e não o esforço da nossa alma em crer bastante.
Em nossa vida como cristãos não precisamos nos estender buscando novas formas e grandezas de fé, mas simplesmente ter e usar a fé pela qual fomos salvos, ou seja, a fé simples no Senhor Jesus Cristo. Nesse contexto, leia novamente o que Davi diz no Salmo 18.29: “Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas”. Ou veja também o que ele diz nos Salmos 60.12 e 108.13: “Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo calca aos pés os nossos adversários”. Essas afirmações testificam de uma fé poderosa e vencedora que Davi tinha? Eu penso que não, pois Davi era um homem com fraquezas e erros como nós. Ainda assim, esses versículos testemunham que Davi se agarrava com toda a simplicidade ao seu Deus e por meio dEle podia fazer grandes proezas.
Ou lembremos de 1 João 5.4: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”. Que fé é essa que vence o mundo? É uma fé poderosa, forte, que supera tudo? De modo algum! A fé que vence o mundo é a fé singela, que muitas vezes não se sente; é a fé sacudida e posta à prova, mas assim mesmo firmada no sangue reconciliador e salvador de Jesus Cristo! Isso é tudo! Essa fé não se apóia no que sentimos ou percebemos, mas naquilo que sabemos, ou seja, que Jesus venceu o mundo (Jo 16.33b), e que de fato somos filhos de Deus. Essa é a fé que remove montanhas!
Como seria bom se compreendêssemos hoje o que significa de maneira bem prática nos contentarmos com a fé simples como um grão de mostarda. Então muitos de nós mudariam totalmente sua vida espiritual teimosa e pouco inteligente! Que de uma vez por todas reconhecêssemos que o caminho da fé é simples; que não se trata de fazer grandes esforços espirituais, mas simplesmente de confiar naquilo que nos é oferecido em Cristo!
Grandes resultados da fé como um grão de mostarda
Em Isaías 42.3 está escrito: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega”. Essa é uma profecia messiânica que é confirmada no Novo Testamento (Mt.12.20) de maneira direta em relação a Jesus Cristo, e por isso já se tornou grande fortalecimento para muitos filhos de Deus. Essas palavras também são uma figura de uma pessoa que possui fé como um grão de mostarda. Pois a cana quebrada ainda não foi esmagada, está apenas quase partida, e uma torcida que fumega ainda não está totalmente apagada. Nesse sentido essas palavras apontam para a fé mais pequena possível que uma pessoa pode possuir, fé como a de um grão de mostarda.
O que vimos no caso do grão de mostarda? Que ele não tem quase nada a oferecer, mas oferece tudo o que tem, e por meio disso experimenta grandes resultados!
Meu irmão, minha irmã, você compreende o que o Senhor quer lhe dizer com isso? Talvez você leia esta mensagem com o estado interior de uma “cana quebrada” ou de uma “torcida que fumega”. Você se sente interiormente fraco e miserável, e em seu interior só resta uma fé ínfima, do tamanho de um grão de mostarda? Você se sente assim porque diante de sua alma se amontoam grandes montanhas de angústias, preocupações e problemas. Mas agora escute bem: o fato de você se sentir como uma “cana quebrada” ou uma “torcida que fumega” prova que em você ainda existe algo. Pois uma cana quebrada ainda não está amassada, e uma torcida que fumega ainda não está apagada. Apesar de todos os montes de dificuldades que talvez neste momento existam à sua frente, você ainda tem uma centelha de fé. E é justamente isso que você tem que ativar agora, pois Jesus diz: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”. Todos estes montes, problemas e dificuldades podem ser “lançados no mar” se você ativar e aplicar sua pequena fé, embora ela seja como um grão de mostarda. Em outras palavras, isso acontece se você simplesmente vier agora a Jesus como você é. Ele não “esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega”. Pelo contrário, no Salmo 34.18 está escrito: “Perto está o Senhor dos que têm coração quebrantado e salva os de espírito oprimido”. Uma coisa, porém, você precisa fazer: você – “a cana quebrada” e “a torcida que fumega ” – tem que buscar a Jesus como você é. Assim você torna ativa a sua fé como um grão de mostarda. E por meio disso você terá condições de “lançar no mar” todos os montes, preocupações e problemas. Incentivo você a vir ainda hoje, agora, a Jesus com o pouco que você tem – com sua fé como um grão de mostarda. Assim o Senhor poderá lhe encontrar de maneira totalmente nova, e fazer transbordar sua vida como talvez nunca aconteceu antes!
Nesse contexto, façamo-nos a pergunta:
Como aconteceu a alimentação dos cinco mil?
Para poder alimentar os milhares de ouvintes, os discípulos já haviam projetado um plano “muito bom”: “Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: O lugar é deserto, e já vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer” (Mt 14.15). O Senhor, porém, não havia esperado por uma proposta dessas, mas por outra bem diferente. Ele não necessitava dos estoques de gêneros alimentícios dos arredores para poder alimentar as milhares de pessoas. Ele procurou por alguém que tivesse fé como um grão de mostarda. Ele necessitava de uma pessoa que possuísse pouco, mas que estivesse disposta a dar ao Senhor o pouco que possuía. Por meio disso, Ele seria capaz de realizar uma grande obra.
E de fato estava presente “um rapaz” que, como está escrito em João 6.9, tinha “cinco pães de cevada e dois peixinhos”, e que estava disposto a Lhe entregar esse pouco! E o que fez o Senhor com isso? “Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quanto queriam” (v. 11). Dessa maneira o Senhor Jesus Cristo alimentou cinco mil homens além das suas mulheres e crianças com cinco pães de cevada e dois peixinhos. Entendamos corretamente: Ele somente realizou esse milagre porque estava presente alguém – justamente esse rapaz – que demonstrou a fé como um grão de mostarda, entregando ao Senhor o pouco que possuía. Que montanhas de problemas e receios foram afastados dos discípulos e ao mesmo tempo lançados no mar! Eles viam montes enormes diante de si, pois como seria possível alimentar um número tão grande de pessoas? Eles também já haviam se preocupado em como poderiam afastar estes “montes”. Mas Jesus não necessitava de nada disso. Ele apenas procurou a fé como um grão de mostarda que acabou encontrando nesse rapaz. Dessa maneira todos os montes de dificuldades e impossibilidades “foram lançados no mar”.
Meu irmão e minha irmã, seja, ainda hoje, como esse rapaz: consagre ao Senhor o pouco que tem. Traga ao Senhor a sua fé como um grão de mostarda, e Ele virá ao seu encontro de maneira totalmente nova. Entregando o pouco de fé que você possui, Ele terá condições de “lançar no mar” as montanhas de sua vida, suas dificuldades e preocupações! Portanto, não é o tamanho de nossa fé que faz a diferença, mas a fé como um grão de mostarda num grande Deus!
Por Marcel Malgo
Fonte: http://www.chamada.com.br / Encontre a Paz
Leia a Bíblia da forma certa!
Por Daniel Simoncelos
“Ou este livro me afasta do pecado ou o pecado me afastará deste livro.” (D.L. Moody)
Lembro-me de mais de uma década atrás quando entreguei toda minha vida ao Senhor e fui cheio do Espírito Santo, um momento em que não sei quantas horas passei na presença do Senhor em lágrimas e arrependimento, a partir daquele momento me apaixonei pelas escrituras passando horas lendo-a. Em um ano a li toda por duas vezes.
Porém à medida que os anos se passaram a leitura bíblica continua, mas não como era antes. Percebi a algum tempo que eu precisava me apaixonar novamente pelas escrituras. Não via nada de novo e tentava explicar todas as coisas.
Porém a bíblia não é para ser explicada. É para ser crida e obedecida (devemos crer e obedecer).
Decidi este ano, ler pelo menos 10 capítulos da bíblia por dia e isto tem me feito muito bem. Desta vez, tenho lido de joelhos e em oração como antigamente. E novamente tenho me encontrado com as riquezas de Deus.
Quando você lê a bíblia de joelhos clamando ao Espírito Santo por iluminação, você marca encontros com Deus e pode ver a eternidade. Deus fala com você e te explica coisas do alto.
Se você tem lido a bíblia com os olhos físicos, provavelmente não tem entendido nada. E começará a tentar explicar coisas que somente os olhos da fé podem compreender.
Que você leia a bíblia e peça a Deus para que aumente a sua fé!
“Ou este livro me afasta do pecado ou o pecado me afastará deste livro.” (D.L. Moody)
Lembro-me de mais de uma década atrás quando entreguei toda minha vida ao Senhor e fui cheio do Espírito Santo, um momento em que não sei quantas horas passei na presença do Senhor em lágrimas e arrependimento, a partir daquele momento me apaixonei pelas escrituras passando horas lendo-a. Em um ano a li toda por duas vezes.
Porém à medida que os anos se passaram a leitura bíblica continua, mas não como era antes. Percebi a algum tempo que eu precisava me apaixonar novamente pelas escrituras. Não via nada de novo e tentava explicar todas as coisas.
Porém a bíblia não é para ser explicada. É para ser crida e obedecida (devemos crer e obedecer).
Decidi este ano, ler pelo menos 10 capítulos da bíblia por dia e isto tem me feito muito bem. Desta vez, tenho lido de joelhos e em oração como antigamente. E novamente tenho me encontrado com as riquezas de Deus.
Quando você lê a bíblia de joelhos clamando ao Espírito Santo por iluminação, você marca encontros com Deus e pode ver a eternidade. Deus fala com você e te explica coisas do alto.
Se você tem lido a bíblia com os olhos físicos, provavelmente não tem entendido nada. E começará a tentar explicar coisas que somente os olhos da fé podem compreender.
Que você leia a bíblia e peça a Deus para que aumente a sua fé!
Grande alegria para todos os homens
O anjo falou aos pastores: “Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2.10). Nesta curta frase Deus nos apresenta uma abundância de verdades a respeito da salvação, que nos são dadas por meio de Jesus Cristo:
1. “Eis aqui…” Com essa expressão Deus chama a nossa atenção, para que prestemos atenção ao que Ele vai dizer a seguir. Num mundo em que a humanidade desde sempre esteve à procura de libertação, salvação e perdão, num mundo em que os homens procuram algo em que se apoiar e no que possam confiar plenamente, Deus nos apresenta, em Seu Filho, algo que ilumina toda a eternidade para nós.
O imperador romano Augusto apresentava-se aos súditos do seu reino como sendo Deus. Ele tinha que ser adorado. Mas as pessoas continuavam sofrendo em sua desesperança e permaneciam amargamente decepcionadas. Talvez você também esteja decepcionado com pessoas que considerava exemplos e esteja procurando por alguém em quem possa confiar: olhe para Jesus, o Autor e Consumador da fé! Jesus se apresenta e diz: “Olhe para mim, e você não será decepcionado”. Se você olhar constantemente para Jesus pela fé jamais será decepcionado!
2. “Eis aqui vos trago…” Deus nos traz a mensagem mais grandiosa e poderosa de todos os tempos, que supera todas as outras mensagens anteriores. Quantas mensagens humanas já ressoaram sobre esta terra e se perderam para sempre! Mas a mensagem de Deus em Seu Filho Jesus é: Existe perdão dos pecados. Uma vida arruinada pode ser renovada. O Senhor dá vida eterna a todos os que crêem nEle. Qualquer pessoa que vem a Jesus não será rejeitada. Há uma morada maravilhosa junto a Deus para todos aqueles que entregam sua vida a Jesus.
3. “Eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria…” A alegria que nos é dada em Jesus não é uma alegria passageira. Ela é colocada em nosso coração e nos enche de profunda paz. Sua alegria sustenta de maneira maravilhosa a nossa vida nos dias de felicidade e de sofrimento. Sua alegria é a certeza da vida eterna, a maravilhosa certeza de estar ligado a Deus.
Essa alegria falta ao homem natural, porque lhe falta a comunhão com Deus. Ele procura preencher esse vazio com alegrias passageiras da vida. Sua alegria se apóia em aventuras e divertimentos – mas o seu coração não se satisfaz com tais coisas. Ao invés de encontrar a alegria que tanto busca, ele se afunda cada vez mais em desesperança e aflição. Jesus entra nessa situação e quer dar-Se a Si mesmo a você. Aceite o dom inefável de Deus. Então seu coração ficará em paz e você receberá plena alegria. A partir desse momento sua vida passará a ter um fundamento firme e permanente.
4. “Eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo.” A mensagem de Deus é para todos, para grandes e pequenos, para jovens e velhos, para pessoas de moral elevada, para vagabundos e criminosos. O Senhor não faz diferença: qualquer um pode vir a Ele, e todo aquele que Lhe pede, recebe.
Por isso, receba-O em seu coração, lançando sobre Jesus os seus pecados, assim como todas as suas preocupações e angústias, e entregando-Lhe sua vida! Então valerá também para você: “É que hoje vos nasceu… o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
A você que já é salvo, que já é filho de Deus, pedimos de todo o coração: continue nos ajudando a propagar esta mensagem! Ajude-nos também a dizer aos homens que Jesus voltará.
Israel ainda tem uma esperança na vinda do seu Messias. Lemos em Lucas 2.32: “Luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.” Na primeira vinda, Jesus foi luz para salvação aos gentios. Na Sua vinda em grande poder e glória, Ele, o Messias de Israel, salvará o Seu povo e estabelecerá Seu glorioso reino milenar de paz. Vem, Senhor Jesus!
Por Norbert Lieth
Fonte: Encontre a Paz
1. “Eis aqui…” Com essa expressão Deus chama a nossa atenção, para que prestemos atenção ao que Ele vai dizer a seguir. Num mundo em que a humanidade desde sempre esteve à procura de libertação, salvação e perdão, num mundo em que os homens procuram algo em que se apoiar e no que possam confiar plenamente, Deus nos apresenta, em Seu Filho, algo que ilumina toda a eternidade para nós.
O imperador romano Augusto apresentava-se aos súditos do seu reino como sendo Deus. Ele tinha que ser adorado. Mas as pessoas continuavam sofrendo em sua desesperança e permaneciam amargamente decepcionadas. Talvez você também esteja decepcionado com pessoas que considerava exemplos e esteja procurando por alguém em quem possa confiar: olhe para Jesus, o Autor e Consumador da fé! Jesus se apresenta e diz: “Olhe para mim, e você não será decepcionado”. Se você olhar constantemente para Jesus pela fé jamais será decepcionado!
2. “Eis aqui vos trago…” Deus nos traz a mensagem mais grandiosa e poderosa de todos os tempos, que supera todas as outras mensagens anteriores. Quantas mensagens humanas já ressoaram sobre esta terra e se perderam para sempre! Mas a mensagem de Deus em Seu Filho Jesus é: Existe perdão dos pecados. Uma vida arruinada pode ser renovada. O Senhor dá vida eterna a todos os que crêem nEle. Qualquer pessoa que vem a Jesus não será rejeitada. Há uma morada maravilhosa junto a Deus para todos aqueles que entregam sua vida a Jesus.
3. “Eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria…” A alegria que nos é dada em Jesus não é uma alegria passageira. Ela é colocada em nosso coração e nos enche de profunda paz. Sua alegria sustenta de maneira maravilhosa a nossa vida nos dias de felicidade e de sofrimento. Sua alegria é a certeza da vida eterna, a maravilhosa certeza de estar ligado a Deus.
Essa alegria falta ao homem natural, porque lhe falta a comunhão com Deus. Ele procura preencher esse vazio com alegrias passageiras da vida. Sua alegria se apóia em aventuras e divertimentos – mas o seu coração não se satisfaz com tais coisas. Ao invés de encontrar a alegria que tanto busca, ele se afunda cada vez mais em desesperança e aflição. Jesus entra nessa situação e quer dar-Se a Si mesmo a você. Aceite o dom inefável de Deus. Então seu coração ficará em paz e você receberá plena alegria. A partir desse momento sua vida passará a ter um fundamento firme e permanente.
4. “Eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo.” A mensagem de Deus é para todos, para grandes e pequenos, para jovens e velhos, para pessoas de moral elevada, para vagabundos e criminosos. O Senhor não faz diferença: qualquer um pode vir a Ele, e todo aquele que Lhe pede, recebe.
Por isso, receba-O em seu coração, lançando sobre Jesus os seus pecados, assim como todas as suas preocupações e angústias, e entregando-Lhe sua vida! Então valerá também para você: “É que hoje vos nasceu… o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
A você que já é salvo, que já é filho de Deus, pedimos de todo o coração: continue nos ajudando a propagar esta mensagem! Ajude-nos também a dizer aos homens que Jesus voltará.
Israel ainda tem uma esperança na vinda do seu Messias. Lemos em Lucas 2.32: “Luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.” Na primeira vinda, Jesus foi luz para salvação aos gentios. Na Sua vinda em grande poder e glória, Ele, o Messias de Israel, salvará o Seu povo e estabelecerá Seu glorioso reino milenar de paz. Vem, Senhor Jesus!
Por Norbert Lieth
Fonte: Encontre a Paz
O escândalo do Sermão da Montanha
Por Tiago Lino Henriques
Poucas palavras de Jesus foram tão impactantes quanto as que ele proferiu em seu maior sermão, o sermão da montanha. Levando-se em consideração o contexto político, histórico e religioso, elas, no mínimo, soaram surpreendentes. Isso porque qualquer pessoa ali presente esperava ouvir exatamente o contrário do que foi dito por Jesus, desde as bem-aventuranças até a parábola dos dois fundamentos, no final do capitulo 7 de Mateus. Jesus desestabilizou os fundamentos religiosos que seus ouvintes tinham recebido até então.
Como tornar-se simpático a uma mensagem que se inicia declarando felizes – felizardos, bem aventurados – justamente aqueles que são identificados, tanto por nossa geração quanto pelas passadas, como pessoas fracas e dignas de pena? Como imaginar, no tempo em que os mais perspicazes são os admirados e os que não “engolem sapos” alcançam seus objetivos, que os mansos, os limpos de coração e os misericordiosos herdarão a terra, alcançarão misericórdia e verão a Deus?
Como imaginar alguém feliz por chorar, por buscar a justiça como se busca o alimento diário numa sociedade cada vez mais injusta e desigual? E mais: ser considerado feliz por ser perseguido e zombado por causa dessa mesma justiça? Que conceito de vida e felicidade é essa que Jesus quis transmitir? E mais: que conceitos são esses transmitidos em nosso tempo? Essas são perguntas cruéis. De uma coisa não podemos negar: de maneira magnífica o Reino dos Céus e sua justiça foram expostos por Jesus e Ele deixou bem claro que, na sua essência, eles se opõem ao sistema estabelecido, que chamamos mundo.
Diariamente somos confrontados com os valores que recebemos do mundo e com os que a Bíblia nos ensina sobre a felicidade. Os do mundo, passageiros e superficiais; os da Bíblia, verdadeiros e que apontam para eternidade. Os do mundo materializam-na através de posses, status, dinheiro, aqui e agora. Os da Bíblia a colocam em campos que quase nunca redundam em reconhecimento, glória e poder e por isso são tão infames.
Nessa disputa sem fim, a inevitável pergunta que surge é: por quais valores somos guiados? O que nos move: o sermão do monte ou o estilo de vida dos grandes multimilionários, que tem seus nomes divulgados periodicamente em revistas especializadas nesse tipo de gente? Certamente não é possível abraçar as duas visões. Se agarramos uma, fatalmente abandonamos a outra.
No entanto, apesar de serem perguntas duras, suas respostas podem ser percebidas não por palavras apenas, mas por condutas, posturas. Podemos até responder positiva e biblicamente, mas serão nossas atitudes que confirmarão ou denunciarão nossas intenções.
Existem várias maneiras de avaliar a coerência da resposta da igreja – comunidade de fé, cujo cabeça é Cristo e não templos ou denominações – e uma delas está nas músicas que cantamos. Em um pequeno exercício de leitura há um tempo, li cada cântico da Harpa Cristã, hinário seguido por várias denominações, como as Assembléias de Deus. São composições antigas que expressam bem os anseios dos irmãos de um período especifico do evangelicalismo brasileiro.
A esperança da Glória, a justificação, a alegria do perdão proveniente do sacrifício de Cristo, a alegria de uma nova vida que somente Cristo pode dar, a comunhão com Deus e os irmãos, a Graça, o escândalo da Cruz e sua mensagem, a renúncia e tantos outros temas tão comuns à vida Cristã foram – e ainda são por uma parte – intensamente cantados por nossos irmãos. E hoje, quais assuntos compõem uma canção?
Triunfalismo, determinismo, egocentrismo, profecias pessoais, milagres pessoais, conquistas pessoais, vitórias pessoais. Bênçãos materiais, físicas e emocionais. Em comum a todos esses tipos de canções, há uma profunda ausência de doutrinas bíblicas que possibilitariam ao ouvinte mais uma forma de aprendizado da Escritura e o levariam à compreensão do Plano de Deus em Jesus e, consequentemente, a uma vida de gratidão e adoração. Além disso, essas canções apresentam uma enorme ignorância quanto à concretização de todas as coisas, quando seremos transformados e a eternidade se descortinará à nossa frente para, preenchidos pela glória do pai, vivermos para Ele.
Isso significa muito. Significa onde está nosso coração. Significa por quais desejos somos guiados e por quais valores somos movidos. Significa como vemos a felicidade e por quais meios a alcançamos. É terrível dizer isso, mas é preocupante o nível em que se encontra boa parte daquela que se diz igreja de Deus. Mas isso é uma outra história…
O Sermão do Monte é um grande enigma e eu – e, acredito, ninguém – não tenho respostas prontas e conclusivas sobre tudo o que Jesus quis com ele. No entanto, uma coisa fica bem clara diante de cada afirmação de Jesus: a identidade daqueles que desfrutarão de seu Reino de Paz, Justiça e Amor. Sem nenhuma dúvida, essas pessoas são as que viveram em contínua oposição ao mundo ao ponto de serem odiadas por ele, como nosso Senhor. Para elas, a fonte de toda a felicidade era a esperança daquele Dia, mais forte do que qualquer dor ou adversidade, onde todas as promessas tão enfaticamente dirigidas àqueles que se renderam ao Senhorio de Cristo e entenderam que fora dele não há possibilidade de salvação, serão fielmente cumpridas.
Que essa seja a nossa, Senhor Jesus!
PS.: Eu tomei como exemplo a música pela evidência que ela atingiu nesses últimos meses e, principalmente, pelo fato dela ser uma referência fiel em expor o que ansiamos. Além dela, teríamos o culto e a pregação como fontes de pesquisa. Eles também dizem muito sobre o que a igreja pensa e acredita.
Poucas palavras de Jesus foram tão impactantes quanto as que ele proferiu em seu maior sermão, o sermão da montanha. Levando-se em consideração o contexto político, histórico e religioso, elas, no mínimo, soaram surpreendentes. Isso porque qualquer pessoa ali presente esperava ouvir exatamente o contrário do que foi dito por Jesus, desde as bem-aventuranças até a parábola dos dois fundamentos, no final do capitulo 7 de Mateus. Jesus desestabilizou os fundamentos religiosos que seus ouvintes tinham recebido até então.
Como tornar-se simpático a uma mensagem que se inicia declarando felizes – felizardos, bem aventurados – justamente aqueles que são identificados, tanto por nossa geração quanto pelas passadas, como pessoas fracas e dignas de pena? Como imaginar, no tempo em que os mais perspicazes são os admirados e os que não “engolem sapos” alcançam seus objetivos, que os mansos, os limpos de coração e os misericordiosos herdarão a terra, alcançarão misericórdia e verão a Deus?
Como imaginar alguém feliz por chorar, por buscar a justiça como se busca o alimento diário numa sociedade cada vez mais injusta e desigual? E mais: ser considerado feliz por ser perseguido e zombado por causa dessa mesma justiça? Que conceito de vida e felicidade é essa que Jesus quis transmitir? E mais: que conceitos são esses transmitidos em nosso tempo? Essas são perguntas cruéis. De uma coisa não podemos negar: de maneira magnífica o Reino dos Céus e sua justiça foram expostos por Jesus e Ele deixou bem claro que, na sua essência, eles se opõem ao sistema estabelecido, que chamamos mundo.
Diariamente somos confrontados com os valores que recebemos do mundo e com os que a Bíblia nos ensina sobre a felicidade. Os do mundo, passageiros e superficiais; os da Bíblia, verdadeiros e que apontam para eternidade. Os do mundo materializam-na através de posses, status, dinheiro, aqui e agora. Os da Bíblia a colocam em campos que quase nunca redundam em reconhecimento, glória e poder e por isso são tão infames.
Nessa disputa sem fim, a inevitável pergunta que surge é: por quais valores somos guiados? O que nos move: o sermão do monte ou o estilo de vida dos grandes multimilionários, que tem seus nomes divulgados periodicamente em revistas especializadas nesse tipo de gente? Certamente não é possível abraçar as duas visões. Se agarramos uma, fatalmente abandonamos a outra.
No entanto, apesar de serem perguntas duras, suas respostas podem ser percebidas não por palavras apenas, mas por condutas, posturas. Podemos até responder positiva e biblicamente, mas serão nossas atitudes que confirmarão ou denunciarão nossas intenções.
Existem várias maneiras de avaliar a coerência da resposta da igreja – comunidade de fé, cujo cabeça é Cristo e não templos ou denominações – e uma delas está nas músicas que cantamos. Em um pequeno exercício de leitura há um tempo, li cada cântico da Harpa Cristã, hinário seguido por várias denominações, como as Assembléias de Deus. São composições antigas que expressam bem os anseios dos irmãos de um período especifico do evangelicalismo brasileiro.
A esperança da Glória, a justificação, a alegria do perdão proveniente do sacrifício de Cristo, a alegria de uma nova vida que somente Cristo pode dar, a comunhão com Deus e os irmãos, a Graça, o escândalo da Cruz e sua mensagem, a renúncia e tantos outros temas tão comuns à vida Cristã foram – e ainda são por uma parte – intensamente cantados por nossos irmãos. E hoje, quais assuntos compõem uma canção?
Triunfalismo, determinismo, egocentrismo, profecias pessoais, milagres pessoais, conquistas pessoais, vitórias pessoais. Bênçãos materiais, físicas e emocionais. Em comum a todos esses tipos de canções, há uma profunda ausência de doutrinas bíblicas que possibilitariam ao ouvinte mais uma forma de aprendizado da Escritura e o levariam à compreensão do Plano de Deus em Jesus e, consequentemente, a uma vida de gratidão e adoração. Além disso, essas canções apresentam uma enorme ignorância quanto à concretização de todas as coisas, quando seremos transformados e a eternidade se descortinará à nossa frente para, preenchidos pela glória do pai, vivermos para Ele.
Isso significa muito. Significa onde está nosso coração. Significa por quais desejos somos guiados e por quais valores somos movidos. Significa como vemos a felicidade e por quais meios a alcançamos. É terrível dizer isso, mas é preocupante o nível em que se encontra boa parte daquela que se diz igreja de Deus. Mas isso é uma outra história…
O Sermão do Monte é um grande enigma e eu – e, acredito, ninguém – não tenho respostas prontas e conclusivas sobre tudo o que Jesus quis com ele. No entanto, uma coisa fica bem clara diante de cada afirmação de Jesus: a identidade daqueles que desfrutarão de seu Reino de Paz, Justiça e Amor. Sem nenhuma dúvida, essas pessoas são as que viveram em contínua oposição ao mundo ao ponto de serem odiadas por ele, como nosso Senhor. Para elas, a fonte de toda a felicidade era a esperança daquele Dia, mais forte do que qualquer dor ou adversidade, onde todas as promessas tão enfaticamente dirigidas àqueles que se renderam ao Senhorio de Cristo e entenderam que fora dele não há possibilidade de salvação, serão fielmente cumpridas.
Que essa seja a nossa, Senhor Jesus!
PS.: Eu tomei como exemplo a música pela evidência que ela atingiu nesses últimos meses e, principalmente, pelo fato dela ser uma referência fiel em expor o que ansiamos. Além dela, teríamos o culto e a pregação como fontes de pesquisa. Eles também dizem muito sobre o que a igreja pensa e acredita.
Das águas amargas para a água da vida
É muito impressionante passear pelo deserto de ônibus com ar condicionado, ou mesmo fazer uma caminhada de algumas horas no deserto. Mas foi algo bem diferente quando um povo de vários milhões de pessoas, com suas crianças, seus animais e seus utensílios domésticos, andou pelo deserto durante três dias, padecendo com o calor, os perigos, a fome, a sede, o cansaço e a exaustão. É verdade que eles conseguiram escapar dos patrões egípcios que os mantinham como escravos e o exército egípcio foi “tragado de todo” pelo mar, como diz Hebreus 11.29. Em Êxodo 15.1 está escrito: “Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e disseram: Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.” Que grande livramento foi esse milagre de Deus! Por detrás de Israel estava a poderosa e protetora mão de Deus, que afugentava os inimigos; sobre o povo de Israel estava a nuvem da glória que dirigia, conduzia e indicava a presença de Deus; diante dele estava a Terra Prometida que oferecia leite e mel – mas debaixo de seus pés só havia areia quente e pedras! Assim eles vaguearam pelo deserto de Sur e não encontraram água. As gargantas estavam secas, as crianças choravam, os animais berravam. Então, depois de três dias – e não foi uma miragem! – eles viram muita água. Com alegria e expectativa eles correram depressa para lá. Água! Água! Mas, que horror! Ela era muito amarga, um líquido intragável e venenoso. Todos gritaram: “Mara! Mara!” (= amargor!). Que dolorosa e amarga decepção! “Moisés, o que é isso? Tu nos guiaste até aqui para que morramos de sede?”, gritaram as pessoas indignadas. “E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?” (Êx 15.24). Agora reinava a indignação e a raiva no meio daquela grande multidão sedenta. Até mesmo uma multidão disciplinada pode fugir ao controle quando é exigida além de suas capacidades. Mas nem ao povo escolhido de Deus, nem a nós é permitido fazer-Lhe a pergunta repreensiva: “Por que permites que teus filhos experimentem tanta frustração e amargura?!”
Nós cristãos também passamos por decepções de vez em quando, decepções por parte de pessoas ou de circunstâncias adversas. Como conseguimos nos arranjar com essas amargas frustrações? Como reagimos quando somos sacudidos e perdemos o rumo por falta de vigilância interior? Reagimos segundo a natureza do Cordeiro, de Jesus, que deveria ser também a nossa natureza, ou ficamos indignados? A amargura é uma erva daninha que procura nos sufocar, uma raiz que sempre procura se alastrar em nossas vidas. Mas em nós não deve acumular-se muita “água de amargura”, pois quando ela fica represada em nosso íntimo, Satanás prontamente estará a postos transformando essa amargura em rebelião e ira. Ele, porém, não deve alcançar esse objetivo! “Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”, adverte-nos o Senhor em Hebreus 12.15. Quando falamos com amargura sobre outras pessoas, contaminamos os que estão ao nosso redor e nos tornamos culpados, pois pecamos. Jesus quer libertar-nos desse pecado! Quem não quer vencer ou abandonar a amargura em nome de Jesus, não precisa admirar-se quando fica melancólico e triste. Conheci pessoas que se afogaram no “lago da amargura”. Mas na cruz de Jesus há poder para a vitória! Quem afirma que ao seguirmos a Jesus estamos livres de temores e decepções, está mentindo. Jesus disse: “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Devemos reivindicar para nós essa vitória sobre a amargura em nome de Jesus, devemos tomar posse dela pela fé. O apóstolo Paulo, aprovado no discipulado de Jesus, testemunha: “…que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22). Andar no caminho estreito e penoso tem valor eterno, pois ele conduz ao alvo celestial: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18), garante-nos Paulo. Um poeta lírico escreveu uma oração muito bonita, que também deve ser a nossa: “Faze com que eu me aquiete, meu Senhor e Deus. Que eu ouça somente a Tua voz na felicidade e na aflição. Estende Tuas mãos caridosas sobre meu caminhar, faze com que minha vista e meus pensamentos estejam direcionados somente para Ti”.
Os caminhos de Deus não são os nossos caminhos
Por que Deus levou Seu povo pelo deserto, ao invés de conduzi-lo pelo caminho direto, plano e cômodo junto ao litoral, em direção à Terra Prometida? Encontramos uma primeira explicação em Êxodo 13.17: “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito.” Naturalmente Deus, que sonda os corações, conhecia Seu povo e sabia das suas limitações. Oxalá nós mesmos conheçamos nossas limitações! No deserto eles não tinham outra alternativa do que seguir a nuvem que ia adiante deles. Mas existem ainda duas explicações mais profundas porque o povo de Israel foi conduzido exatamente nesse caminho em sua jornada para a Terra Prometida. Encontramos uma delas em Isaías 60.16: “…saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, o teu Redentor, o Poderoso de Jacó.” Agora, nessa situação, o alvo de Deus era levá-los a conhecer esse Salvador e Redentor. Eles deveriam aprender a confiar nEle! Será que nós também conseguimos ver e reconhecer a ação de Deus em nossas vidas, ensinando-nos e levando-nos a reconhecer Sua intenção mais elevada para conosco? Até o dia de hoje é assim, pois Deus não deixa Seus filhos seguirem sempre por caminho cômodos e sem obstáculos. Cantamos em um hino: “Ele apenas quer que sejamos aprovados em meio ao temor e à aflição”. Jesus nos diz: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.13-14). São os caminhos de morte, os caminhos estreitos, que conduzem para a vida!
O próprio Deus dá também a segunda explicação: “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt 8.2). “Para saber o que há no seu coração!”, esse é o alvo mais profundo quando Ele conduz você por provações! Para ilustrar, encha um copo de água, coloque um pouco de terra nele, e deixe-o assim por algum tempo. Ao agitar o copo, o sedimento sobe. Às vezes, Deus sacode Seus filhos e os submete à prova de fé. Então, quando sobe o sedimento escuro em nosso coração, podemos reconhecer o que há em nós. A fé precisa ser provada pela obediência. Está escrito claramente em Êxodo 15.25, que o Senhor provou Seu povo. Quando o Senhor nos prova, não precisamos ficar com medo, pois então Ele também assume plena responsabilidade por nós. Ele não abandona nenhum de Seus filhos. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Co 10.13). E o desfecho da provação foi maravilhoso para Israel! O importante é aprendermos as lições através de algum problema pelo qual estejamos passando no momento, o essencial é que cresçamos e amadureçamos: “…para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1.7). Esse também é o tema central do apóstolo Paulo, que nos adverte insistentemente: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.15). Se não quisermos passar por provações, tornar-nos-emos superficiais e indiferentes e perderemos as maiores bênçãos.
Uma lição divina
Deus apresenta Israel diante dos nossos olhos como um espelho! Aliás, enxergamos muito melhor as fraquezas e os defeitos na vida dos outros do que em nossa própria vida. Israel ainda conhecia muito pouco a seu Deus quando passou por essa situação de angústia. Mas a ajuda do Senhor não estava longe. Temos um Deus clemente e misericordioso, que gosta de ajudar no tempo oportuno. Ele também nos anima a vir a Ele: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16). Em relação a Israel está escrito: “Na verdade, amas os povos; todos os teus santos estão na tua mão; eles se colocam a teus pés e aprendem das tuas palavras!” (Dt 33.3). Também Jeremias conhecia e sabia da benevolência de Deus. Ele pôde anunciar em nome do Senhor: “Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem” (Jr 32.41).
O socorro no deserto estava preparado: “Então, Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces” (Êx 15.25). Será que conseguimos entender isso? Não era truque, não era mágica! Deus queria mostrar de onde vem o socorro. Um exemplo: quando acontece alguma coisa grave a uma criança e ela fica caída imóvel no chão, a amorosa mão do pai levanta sua cabecinha e diz: “Olhe para mim, não se preocupe, eu ajudo você”. Deus, nesse caso, realizou um trabalho didático, educando Seu povo, dizendo-lhe: “Não o esqueçam: voltem-se para Mim, eu ajudo vocês. Não murmurem! Não reclamem!”
O que significa essa árvore que transformou a água amarga em água doce? A ação realizada por Moisés tem por base um significado profético muito profundo. Já naquele tempo muito remoto da história de Deus com a humanidade, a árvore foi uma forte referência àquele madeiro do Calvário, onde nosso Salvador nos tirou da miséria do pecado e da perdição. Mais tarde o cajado de Moisés teve o mesmo significado. Vamos continuar lembrando desse fato, pois ele levou a Israel e a nós ao acontecimento central da salvação, ele nos conduz à cruz. Para Israel, a árvore que Moisés lançou nas águas foi a salvação! Qualquer um que, em sua angústia e aflição, vier até a cruz, experimentará ajuda abundante. No madeiro maldito aconteceu nossa salvação, a libertação dos laços do pecado e da morte. Nosso louvado Senhor e Salvador, que na cruz consumou o ato mais difícil e grandioso, também é capaz de solucionar a nossa miséria e as perturbações pelas quais estivermos passando no momento. Nossas dificuldades são Suas oportunidades. Acheguemo-nos à cruz com elas! A água amarga tornou-se doce em um instante, no momento em que entrou em contato com a árvore. Esse é um convite insistente para que nos abriguemos debaixo da cruz! Jesus transforma aquilo que é amargo em doce.
Jesus também ofereceu essa água doce à mulher samaritana no poço de Jacó. Creia-me, essa água viva também jorra para você. Beba abundantemente dela!
O médico celestial
Nesse primeiro estágio da peregrinação de Israel encontramos também a conhecida e incompreendida, e muitas vezes citada declaração: “…eu sou o Senhor que te sara” (Êx 15.26). Gostamos de reivindicar essa maravilhosa promessa para nós ou consolamos a outros com ela, sem avaliar toda a sua profundidade. Evidentemente é maravilhoso conhecer o médico celestial. Mas, de modo superficial, freqüentemente a interpretamos assim: “Esse médico está disponível para consultas a qualquer hora, ele sempre apresenta o diagnóstico correto, cura qualquer enfermidade com certeza absoluta, não onera a previdência social nem o nosso bolso, pois não cobra honorários”. De fato, temos um glorioso médico celestial. Mas quão pouco atentamos para as condições ao marcarmos a nossa consulta! Devemos ler todo o versículo e tomá-lo em consideração! Deus disse: “Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.26). Esse é o nosso maior problema. Obedecer, ou não obedecer. Desejamos a cura, mas será que obedecemos ao Senhor? Entretanto, não queremos sustentar nenhuma teoria antibíblica barata, que diz: aquele que teme a Deus vai bem, e só o pecador fica doente. A questão não é tão simples assim! Pois nós não conhecemos os desígnios e planos de Deus com cada pessoa individualmente. “Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso. Porque ele faz a ferida e ele mesmo a ata; ele fere, e as suas mãos curam. De seis angústias te livrará, e na sétima o mal te não tocará” (Jó 5.17-19). “Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33). Elias não adoeceu – ele subiu ao céu num redemoinho. Mas Eliseu morreu de uma enfermidade. Na verdade, Deus quer um povo sadio, mas Ele também quer obediência. Caso Ele nos conduza por um caminho de sofrimentos, bem-aventurados somos se pudermos dizer: “Senhor, seja feita a Tua vontade!” E bem-aventurados somos se soubermos que temos uma igreja que intercede por nós. Quando Jesus ouviu que Seu querido amigo Lázaro estava enfermo, Ele fez uma declaração muito importante, que também é muito significativa para nós: “Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado” (Jo 11.4). Isso também vale para nós! Em caso de enfermidade podemos pedir sinceramente a cura, mas devemos deixar por conta do Senhor o Seu proceder, seja curando-nos pela fé, seja ajudando-nos por meio de tratamento médico, ou seja até tomando-nos para Si. De qualquer maneira, tudo deve ser para a honra de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado em nossas vidas! Infelizmente, muitos filhos de Deus estão fixados apenas na cura física e não pensam que na enfermidade Deus também pretende dizer e ensinar-nos muitas coisas que servem para o nosso bem. Assim como Deus conduziu Seu povo com mão segura através do deserto para a Terra Prometida, Ele também quer preparar-nos para o lar celestial, tanto em dias de saúde como em dias de enfermidade. Confiemos nEle em obediência à Sua Palavra!
Por Burkhard Vetsch –
Fonte: Encontre a Paz
Nós cristãos também passamos por decepções de vez em quando, decepções por parte de pessoas ou de circunstâncias adversas. Como conseguimos nos arranjar com essas amargas frustrações? Como reagimos quando somos sacudidos e perdemos o rumo por falta de vigilância interior? Reagimos segundo a natureza do Cordeiro, de Jesus, que deveria ser também a nossa natureza, ou ficamos indignados? A amargura é uma erva daninha que procura nos sufocar, uma raiz que sempre procura se alastrar em nossas vidas. Mas em nós não deve acumular-se muita “água de amargura”, pois quando ela fica represada em nosso íntimo, Satanás prontamente estará a postos transformando essa amargura em rebelião e ira. Ele, porém, não deve alcançar esse objetivo! “Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”, adverte-nos o Senhor em Hebreus 12.15. Quando falamos com amargura sobre outras pessoas, contaminamos os que estão ao nosso redor e nos tornamos culpados, pois pecamos. Jesus quer libertar-nos desse pecado! Quem não quer vencer ou abandonar a amargura em nome de Jesus, não precisa admirar-se quando fica melancólico e triste. Conheci pessoas que se afogaram no “lago da amargura”. Mas na cruz de Jesus há poder para a vitória! Quem afirma que ao seguirmos a Jesus estamos livres de temores e decepções, está mentindo. Jesus disse: “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Devemos reivindicar para nós essa vitória sobre a amargura em nome de Jesus, devemos tomar posse dela pela fé. O apóstolo Paulo, aprovado no discipulado de Jesus, testemunha: “…que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22). Andar no caminho estreito e penoso tem valor eterno, pois ele conduz ao alvo celestial: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18), garante-nos Paulo. Um poeta lírico escreveu uma oração muito bonita, que também deve ser a nossa: “Faze com que eu me aquiete, meu Senhor e Deus. Que eu ouça somente a Tua voz na felicidade e na aflição. Estende Tuas mãos caridosas sobre meu caminhar, faze com que minha vista e meus pensamentos estejam direcionados somente para Ti”.
Os caminhos de Deus não são os nossos caminhos
Por que Deus levou Seu povo pelo deserto, ao invés de conduzi-lo pelo caminho direto, plano e cômodo junto ao litoral, em direção à Terra Prometida? Encontramos uma primeira explicação em Êxodo 13.17: “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito.” Naturalmente Deus, que sonda os corações, conhecia Seu povo e sabia das suas limitações. Oxalá nós mesmos conheçamos nossas limitações! No deserto eles não tinham outra alternativa do que seguir a nuvem que ia adiante deles. Mas existem ainda duas explicações mais profundas porque o povo de Israel foi conduzido exatamente nesse caminho em sua jornada para a Terra Prometida. Encontramos uma delas em Isaías 60.16: “…saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, o teu Redentor, o Poderoso de Jacó.” Agora, nessa situação, o alvo de Deus era levá-los a conhecer esse Salvador e Redentor. Eles deveriam aprender a confiar nEle! Será que nós também conseguimos ver e reconhecer a ação de Deus em nossas vidas, ensinando-nos e levando-nos a reconhecer Sua intenção mais elevada para conosco? Até o dia de hoje é assim, pois Deus não deixa Seus filhos seguirem sempre por caminho cômodos e sem obstáculos. Cantamos em um hino: “Ele apenas quer que sejamos aprovados em meio ao temor e à aflição”. Jesus nos diz: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.13-14). São os caminhos de morte, os caminhos estreitos, que conduzem para a vida!
O próprio Deus dá também a segunda explicação: “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt 8.2). “Para saber o que há no seu coração!”, esse é o alvo mais profundo quando Ele conduz você por provações! Para ilustrar, encha um copo de água, coloque um pouco de terra nele, e deixe-o assim por algum tempo. Ao agitar o copo, o sedimento sobe. Às vezes, Deus sacode Seus filhos e os submete à prova de fé. Então, quando sobe o sedimento escuro em nosso coração, podemos reconhecer o que há em nós. A fé precisa ser provada pela obediência. Está escrito claramente em Êxodo 15.25, que o Senhor provou Seu povo. Quando o Senhor nos prova, não precisamos ficar com medo, pois então Ele também assume plena responsabilidade por nós. Ele não abandona nenhum de Seus filhos. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Co 10.13). E o desfecho da provação foi maravilhoso para Israel! O importante é aprendermos as lições através de algum problema pelo qual estejamos passando no momento, o essencial é que cresçamos e amadureçamos: “…para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1.7). Esse também é o tema central do apóstolo Paulo, que nos adverte insistentemente: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.15). Se não quisermos passar por provações, tornar-nos-emos superficiais e indiferentes e perderemos as maiores bênçãos.
Uma lição divina
Deus apresenta Israel diante dos nossos olhos como um espelho! Aliás, enxergamos muito melhor as fraquezas e os defeitos na vida dos outros do que em nossa própria vida. Israel ainda conhecia muito pouco a seu Deus quando passou por essa situação de angústia. Mas a ajuda do Senhor não estava longe. Temos um Deus clemente e misericordioso, que gosta de ajudar no tempo oportuno. Ele também nos anima a vir a Ele: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16). Em relação a Israel está escrito: “Na verdade, amas os povos; todos os teus santos estão na tua mão; eles se colocam a teus pés e aprendem das tuas palavras!” (Dt 33.3). Também Jeremias conhecia e sabia da benevolência de Deus. Ele pôde anunciar em nome do Senhor: “Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem” (Jr 32.41).
O socorro no deserto estava preparado: “Então, Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces” (Êx 15.25). Será que conseguimos entender isso? Não era truque, não era mágica! Deus queria mostrar de onde vem o socorro. Um exemplo: quando acontece alguma coisa grave a uma criança e ela fica caída imóvel no chão, a amorosa mão do pai levanta sua cabecinha e diz: “Olhe para mim, não se preocupe, eu ajudo você”. Deus, nesse caso, realizou um trabalho didático, educando Seu povo, dizendo-lhe: “Não o esqueçam: voltem-se para Mim, eu ajudo vocês. Não murmurem! Não reclamem!”
O que significa essa árvore que transformou a água amarga em água doce? A ação realizada por Moisés tem por base um significado profético muito profundo. Já naquele tempo muito remoto da história de Deus com a humanidade, a árvore foi uma forte referência àquele madeiro do Calvário, onde nosso Salvador nos tirou da miséria do pecado e da perdição. Mais tarde o cajado de Moisés teve o mesmo significado. Vamos continuar lembrando desse fato, pois ele levou a Israel e a nós ao acontecimento central da salvação, ele nos conduz à cruz. Para Israel, a árvore que Moisés lançou nas águas foi a salvação! Qualquer um que, em sua angústia e aflição, vier até a cruz, experimentará ajuda abundante. No madeiro maldito aconteceu nossa salvação, a libertação dos laços do pecado e da morte. Nosso louvado Senhor e Salvador, que na cruz consumou o ato mais difícil e grandioso, também é capaz de solucionar a nossa miséria e as perturbações pelas quais estivermos passando no momento. Nossas dificuldades são Suas oportunidades. Acheguemo-nos à cruz com elas! A água amarga tornou-se doce em um instante, no momento em que entrou em contato com a árvore. Esse é um convite insistente para que nos abriguemos debaixo da cruz! Jesus transforma aquilo que é amargo em doce.
Jesus também ofereceu essa água doce à mulher samaritana no poço de Jacó. Creia-me, essa água viva também jorra para você. Beba abundantemente dela!
O médico celestial
Nesse primeiro estágio da peregrinação de Israel encontramos também a conhecida e incompreendida, e muitas vezes citada declaração: “…eu sou o Senhor que te sara” (Êx 15.26). Gostamos de reivindicar essa maravilhosa promessa para nós ou consolamos a outros com ela, sem avaliar toda a sua profundidade. Evidentemente é maravilhoso conhecer o médico celestial. Mas, de modo superficial, freqüentemente a interpretamos assim: “Esse médico está disponível para consultas a qualquer hora, ele sempre apresenta o diagnóstico correto, cura qualquer enfermidade com certeza absoluta, não onera a previdência social nem o nosso bolso, pois não cobra honorários”. De fato, temos um glorioso médico celestial. Mas quão pouco atentamos para as condições ao marcarmos a nossa consulta! Devemos ler todo o versículo e tomá-lo em consideração! Deus disse: “Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.26). Esse é o nosso maior problema. Obedecer, ou não obedecer. Desejamos a cura, mas será que obedecemos ao Senhor? Entretanto, não queremos sustentar nenhuma teoria antibíblica barata, que diz: aquele que teme a Deus vai bem, e só o pecador fica doente. A questão não é tão simples assim! Pois nós não conhecemos os desígnios e planos de Deus com cada pessoa individualmente. “Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso. Porque ele faz a ferida e ele mesmo a ata; ele fere, e as suas mãos curam. De seis angústias te livrará, e na sétima o mal te não tocará” (Jó 5.17-19). “Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33). Elias não adoeceu – ele subiu ao céu num redemoinho. Mas Eliseu morreu de uma enfermidade. Na verdade, Deus quer um povo sadio, mas Ele também quer obediência. Caso Ele nos conduza por um caminho de sofrimentos, bem-aventurados somos se pudermos dizer: “Senhor, seja feita a Tua vontade!” E bem-aventurados somos se soubermos que temos uma igreja que intercede por nós. Quando Jesus ouviu que Seu querido amigo Lázaro estava enfermo, Ele fez uma declaração muito importante, que também é muito significativa para nós: “Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado” (Jo 11.4). Isso também vale para nós! Em caso de enfermidade podemos pedir sinceramente a cura, mas devemos deixar por conta do Senhor o Seu proceder, seja curando-nos pela fé, seja ajudando-nos por meio de tratamento médico, ou seja até tomando-nos para Si. De qualquer maneira, tudo deve ser para a honra de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado em nossas vidas! Infelizmente, muitos filhos de Deus estão fixados apenas na cura física e não pensam que na enfermidade Deus também pretende dizer e ensinar-nos muitas coisas que servem para o nosso bem. Assim como Deus conduziu Seu povo com mão segura através do deserto para a Terra Prometida, Ele também quer preparar-nos para o lar celestial, tanto em dias de saúde como em dias de enfermidade. Confiemos nEle em obediência à Sua Palavra!
Por Burkhard Vetsch –
Fonte: Encontre a Paz
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