Ignorando o fato de que “adoração” e “veneração” são palavras sinônimas (qualquer dicionário comum aponta “adoração” como um dos significados da palavra “veneração”), a Igreja Católica faz distinção entre o tipo de adoração que pode ser dada a Deus, latria, a veneração à Maria, hiperdulia, e a veneração aos santos, doulia. Na prática, contudo, é impossível sustentar esta distinção, pois é evidente para quem tem mente e coração abertos que o tratamento que eles dão a Maria e aos santos é exagerado e idólatra. Ao fazer distinção entre essas palavras, os católicos estão apenas entrando em um joguinho infantil de palavras.
A Bíblia diz:
“Não façam ídolos, nem imagens, nem colunas sagradas para vocês, e não coloquem nenhuma pedra esculpida em sua terra para curvar-se diante dela. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês.” (Levítico 26:1)
No entanto, os católicos adoram imagens quando se curvam diante delas e dirigem orações a elas, como podemos ver claramente nas fotografias abaixo:
O apóstolo Pedro rejeitou a adoração de Cornélio:
“Quando Pedro ia entrando na casa, Cornélio dirigiu-se a ele e prostrou-se aos seus pés, adorando-o. Mas Pedro o fez levantar-se, dizendo: ‘Levante-se, eu sou homem como você.'” (Atos 10:25-26)
A Bíblia diz que Cornélio “e toda a sua família eram piedosos e tementes a Deus; dava muitas esmolas ao povo e orava continuamente a Deus” (Atos 10:2). Ainda assim, ele se prostrou aos pés de Pedro. Ele estava adorando o Apóstolo conscientemente? Não, ele pensou que estava apenas “venerando” um santo homem de Deus. Mas a Escritura chamou isso de idolatria.
O anjo rejeitou a adoração do apóstolo João:
“Então caí aos seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: ‘Não faça isso! Sou servo como você e como os seus irmãos que se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus. Adore a Deus! O testemunho de Jesus é o espírito de profecia.'” (Apocalipse 19:10)
João também era homem temente a Deus, um fiel apóstolo do Senhor. No entanto, caiu aos pés do anjo para “venerá-lo”. Ele sabia que só deveria adorar a Deus, mas a Escritura chamou o seu ato de idolatria, não de veneração.
Em ambos os casos, tanto Cornélio como João estavam bem-intencionados, pensando que realmente deveriam adorar Pedro e o anjo, respectivamente. Eles não viram nada de errado nisso. No entanto, foram repreendidos. Eles caíram na idolatria sem perceber. A boa notícia é que nunca mais repetiram esses erros. Isso nos serve de lição: A Bíblia mostra que não importa se a própria pessoa que está cometendo idolatria sabe que está cometendo idolatria ou não. Nem João nem Cornélio tiveram a intenção de adorar ninguém, mas acabaram adorando mesmo assim, porque o que importa é a prática em si – a qual, obviamente, é digna de repreensão sadia, para a salvação da alma do idólatra.
Infelizmente, os católicos não deram ouvidos à repreensão de Pedro e do anjo e conseguiram superar a idolatria de Cornélio e João, pois eles (os católicos) não apenas se prostram diante das imagens, como também rezam a elas, pedem intercessão, entoam louvores, tocam, beijam, levam em procissão, enchem os templos com elas, fazem promessas a elas, as cultuam, e fazem mais uma série de coisas que nem Cornélio nem João fizeram. E é válido lembrar que esses dois foram repreendidos por se curvarem e adorarem alguém além de Deus. Quão mais merecedores de repreensão são os católicos, que, além de se curvarem, fazem imagens, procissões, orações, etc. aos seus ídolos?
Como imagem valem mais que mil palavras, vejamos as provas da idolatria católica:
“Todos os que fazem ídolos serão envergonhados e constrangidos; juntos cairão em constrangimento… Ignorantes são aqueles que levam de um lado para outro imagens de madeira, que oram a deuses que não podem salvar.” (Isaías 45:16, 20)
A idolatria é um pecado gravíssimo e de estrema tolice. No Antigo Testamento, depois de Deus retirar os israelitas do Egito e antes de eles entrarem na Terra Prometida, Canaã, Deus disse que eles deveriam destruir todas as estátuas e ídolos dos pagãos que lá viviam, pois, se não o fizessem, aqueles ídolos iram ser para eles uma tentação e eles iriam querer se curvar diante deles e adorá-los, desviando, assim, o seu coração do Senhor Deus (Deuteronômio 12:2-3,29-31). Os ídolos, obras de mãos humanas, nada são (Isaías 41:7,29).
É tolice adorar ídolos feitos por homens. Eles nem sequer são capazes de salvar aqueles que os fazem:
“Todos os que fazem imagens nada são, e as coisas que estimam são sem valor. As suas testemunhas nada vêem e nada sabem, para que sejam envergonhados. Quem é que modela um deus e funde uma imagem, que de nada lhe serve? Todos seus companheiros serão envergonhados; pois os artesãos não passam de homens. Que todos eles se ajuntem e declarem sua posição; eles serão lançados ao pavor e à vergonha. O ferreiro apanha uma ferramenta e trabalha com ela nas brasas; modela um ídolo com martelos, forja-o com a força do braço. Ele sente fome e perde a força; passa sede e desfalece. O carpinteiro mede a madeira com uma linha e faz um esboço com um traçador; ele o modela toscamente com formões e o marca com compassos. Ele o faz na forma de homem, de homem em toda a sua beleza, para que habite num santuário. Ele derruba cedros, ou talvez apanhe um cipreste, ou ainda um carvalho. Ele o deixou crescer entre as árvores da floresta, ou plantou um pinheiro, e a chuva o fez crescer. É combustível usado para queimar; um pouco disso ele apanha e se aquece, acende um fogo e assa um pão. Mas também modela um deus e o adora; faz uma imagem e se encurva diante dela. Metade da madeira, ele a queima no fogo; sobre ela ele prepara sua refeição, assa a carne e come sua porção. Ele também se aquece e diz: ‘Ah! Estou aquecido; estou vendo o fogo’. Do restante ele faz um deus, seu ídolo; inclina-se diante dele e o adora. Ora a ele e diz: ‘Salva-me; tu és meu deus’. Eles nada sabem, nada entendem; seus olhos estão tapados, não conseguem ver, e suas mentes estão fechadas, não conseguem entender. Ninguém para para pensar, ninguém tem o conhecimento ou o entendimento para dizer: ‘Metade dela usei como combustível; até mesmo assei pão sobre suas brasas, assei carne e comi. Faria eu algo repugnante com o que sobrou? Iria eu ajoelhar-me diante de um pedaço de madeira?’ Ele se alimenta de cinzas, um coração iludido o desvia; ele é incapaz de salvar a si mesmo ou de dizer: ‘Esta coisa na minha mão direita não é uma mentira?'” (Isaías 44:9-20)
Orígenes, Pai da Igreja, corretamente disse:
“São os mais ignorantes que não se envergonham de dirigir-se a objetos sem vida… e ainda que alguns possam dizer que estes objetos não são deuses mas tão somente imitações deles e símbolos, contudo se necessita ser ignorante e escravo para supor que as mãos vis de uns artesãos possam modelar a semelhança da Divindade; vos asseguramos que o mais humilde dos nossos se vê livre de tamanha ignorância e falta de discernimento.” (Contra Celso, 6:14)
O apóstolo Paulo disse:
“O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura. O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo” (2 Coríntios 11:2-3)
Nós, cristãos (Igreja), estamos prometidos a um único marido, que é Cristo, e nossa devoção deve ser dada puramente a Ele, e não aos santos mortos ou aos ídolos. Biblicamente falando, não existe uma “Nossa Senhora” ou outros “senhores” além de Cristo:
“Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Coríntios 8:6)
Portanto, o culto e devoção a “Nossa Senhora” (Maria) ou a outros “senhores” (santos) é tão sem base bíblica quanto o culto a ídolos (deuses).
“Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor” (Isaías 42:8)
Os católicos, porém, assim como os pagãos, entoam louvores a Maria (por exemplo, as músicas “Coração de Mãe” e “Nossa Senhora”) e aos santos, tal como os pagãos faziam a seus ídolos. Embora os católicos afirmem que não oram ao santo, mas oram a Deus, e apenas pedem intercessão do santo, isso claramente é refutado pelo próprio Catecismo Católico, que diz:
2679 “Maria é a Orante perfeita, figura da Igreja. Quando rezamos a ela, aderimos com ela ao plano do Pai, que envia seu Filho para salvar todos os homens. Como o discípulo bem-amado, acolhemos em nossa casa a Mãe de Jesus, que se tornou a mãe de todos os vivos. Podemos rezar com ela e a ela. A oração da Igreja é acompanhada pela oração de Maria, que lhe está unida na esperança.”
Como vemos, o Catecismo ensina a rezarmos a Maria, com santos e aos santos, e não apenas “pedir intercessão” deles orando somente a Deus.
Algumas dessas orações claramente dirigidos a Maria e não a Deus estão contidas no próprio apêndice do Catecismo Católico, que diz:
Lembrai-vosLembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria,
que nunca se ouviu dizer que algum
daqueles que tenha recorrido à Vossa proteção,
implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro,
fosse por Vós desamparado.Animado eu, pois, de igual confiança,
a Vós, Virgem entre todas singular,
como a Mãe recorro, de Vós me valho,
e, gemendo sob o peso dos meus pecados,
me prostro aos Vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas,
ó Mãe do Filho de Deus humanado,
mas dignai- Vos de as ouvir propícia
e de me alcançar o que Vos rogo. Amém.Salve RainhaSalve, Rainha,
mãe de misericórdia,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
A Vós bradamos,
os degredados filhos de Eva.
A Vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Os católicos também fazem muitas rezas decoradas dirigidas a “santos” e não a Deus. Uma das mais conhecidas é a Oração de Santo Expedito, o “Santo das causas justas e urgentes”, que diz:
“Meu Santo Expedito das Causas Justas e Urgentes, Socorrei- me nesta Hora de Aflição e Desespero, intercedei por mim junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Vós que sois um Santo Guerreiro. Vós que sois o Santo dos Aflitos. Vós que sois o Santo dos Desesperados, Vós que sois o Santo das Causas Urgentes, Protegei-me, Ajudai-me, Dai-me Força, Coragem e Serenidade. Atendei ao meu pedido (faça aqui o seu pedido). Ajudai-me a superar estas Horas Difíceis, protegei-me de todos que possam me prejudicar, Protegei a Minha Família, atendei ao meu pedido com urgência. Devolvei-me a Paz e a Tranquilidade. Serei grato pelo resto de minha vida e levarei seu nome a todos que tem fé. Santo Expedito, rogai por nós. Amém.”
O problema de orar a Maria e aos santos é que isso é idolatria. Nada na Bíblia diz que devemos orar a alguém além de a Deus. Ademais, a oração deve ser espontânea, não uma mera reza decorada: “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mateus 6:7). Nesse versículo, Jesus chamou as rezas decoradas de vãs repetições, coisas típicas de pagãos idólatras. Em seguida, Jesus ensinou um modelo de oração, a “oração do Pai Nosso” (Mateus 6:9-13). A intenção de Jesus nunca foi que decorássemos essa oração e ficássemos apenas repetindo-a, senão Ele estaria se contradizendo em relação ao que disse no versículo 7! Ele não estava ensinando os seus discípulos a imitar os pagãos; em vez disso, estava ensinando-lhes alguns princípios da oração, dando-lhes um modelo de oração, como você pode ver aqui.
Além do mais, Maria e os santos estão mortos e ainda não ressuscitaram. Por isso, além de adorar a pessoas, os católicos adoram pessoas mortas, dirigindo suas orações e elas! Ora, eles não foram capazes de ajudar a si mesmos, como vão ajudar os outros? Os católicos consideram Maria como corredentora (isso é o cúmulo da blasfêmia!), mas ela também precisou de um Salvador (Lucas 1:46-47). Por que pensar que ela é capaz de salvar alguém?
Cristãos vivos podem interceder por vivos através de orações dirigidas a Deus (1 Timóteo 2:1). Os cristãos vivos oraram a Deus intercedendo por Pedro, quando ele estava na prisão por causa do Evangelho (Atos 12:5). O apóstolo Paulo pediu intercessão de cristãos vivos (1 Tessalonicenses 5:25; 2 Tessalonicenses 3:1). Mas nada na Bíblia afirma que cristãos mortos podem interceder pelos vivos. Na verdade, o que a Bíblia diz sobre os mortos é que eles “nada sabem” (Eclesiastes 9:5) a respeito do mundo dos vivos. Logo, não podem ouvir orações (não são onisciente nem onipresentes), muito menos respondê-las (não são onipotentes). Nossas orações devem ser dirigidas somente a Deus (cf. Mateus 6:6; 1 Timóteo 2:5).
Será que os católicos estão sendo devotos unicamente de Cristo? Estão tendo um único Senhor? Estão louvando somente a Deus? Não. Estão apenas cumprindo a palavra de Paulo, que disse:
“E trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis… Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.” (Romanos 1:23,25)
Portanto, o que os católicos devem entender é que, ao tratarem Maria e os santos do mesmo modo que os pagãos tratam seus ídolos, eles estão apenas cometendo idolatria também.
Infelizmente, em vez de admitir seu grave erro, os católicos tentam justificá-lo! Eles afirmam que a fabricação de “santos” (ídolos) é bíblica, pois, no Antigo Testamento, Deus mandou o povo de Israel fazer a Arca da Aliança, com os querubins de ouro etc. (Êxodo 25). Mas isso não prova que os cristãos devem fazer estátuas hoje, pois:
1) No Antigo Testamento, Deus ordenou simplesmente a fabricação de objetos sagrados, mas não a sua veneração/adoração. Ele nunca autorizou que os judeus orassem a esses objetos, que os beijassem etc. Em Números 21:8, por exemplo, Deus mandou Moisés fabricar uma serpente e colocá-la no alto de um poste para que quem olhasse para ela ficasse curado. Essa serpente prefigurava Cristo: “Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna” (João 3:14-15). Vemos, todavia, que os judeus passaram a adorar a imagem depois que Moisés morreu, queimando-lhe incenso e dando-lhe um nome (Neustã). Então, Deus permitiu que Ezequias, o justo rei de Judá, a destruísse (2 Reis 18:3-4). Podemos concluir corretamente, então, que as estátuas católicas, além de serem fabricadas sem a ordem de Deus no Novo Testamento, são abomináveis objetos de adoração, haja vista que os católicos se curvam diante delas, lhes dirigem orações, queimam-lhe incenso, fazem-lhes procissões e promessas, enchem seus templos como elas etc.
2) As ordens do Antigo Testamento foram dadas ao povo judeu, e não aos cristãos. Portanto, querer justificar uma heresia baseando-se em deturpações do Antigo Testamento é absurdo. Não tem nada na Bíblia que ordene que os cristãos fabriquem estátuas de Maria ou de santos, e muito menos que se curvem diante delas para adorá-las, beijá-las, fazer-lhes procissão etc.
3) Os objetos sagrados no Antigo Testamento eram simplesmente imitação e sombra das realidades celestes que apontavam para Cristo, a plenitude total. É a Cristo que se deve adorar (Mateus 14:33). O autor de Hebreus já explicou bem isso em sua carta.
Os católicos até mesmo comparam a sua idolatria com a apreciação de uma fotografia. Mas a diferença é gritante. Ninguém se curva diante de uma fotografia e ora àquela pessoa fotografada, ou faz procissões para ela, ou entoa louvores a ela, etc.
“Os ídolos deles, de prata e ouro, são feitos por mãos humanas. Têm boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; têm ouvidos, mas não podem ouvir, nariz, mas não podem sentir cheiro; têm mãos, mas nada podem apalpar, pés, mas não podem andar; nem emitem som algum com a garganta. Tornem-se como eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam.” (Salmos 115:4-8)
Conclusão
A veneração católica a Maria e aos santos não tem base bíblica e em nada difere das práticas idolátricas condenadas na própria Escritura Sagrada. É apenas idolatria. Quando Jesus estava sendo tentado pelo diabo, Satanás disse a Jesus que se prostrasse e o adorasse. Jesus replicou citando a Escritura do Antigo Testamento que dizia para adorar e servir somente a Deus (Mateus 4:8-10; Lucas 4:6-8; cf. Deuteronômio 6:13; 10:20). “Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria” (1 Coríntios 10:14; veja também 1 João 5:21).
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