“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu;...” Cantares 6.3a . Este texto bíblico é realmente lindo e deveria ser vivido na intensidade que parece propor.
Infelizmente vivemos dias em que, para muitos, o casamento é um fardo extremamente pesado. Não raras vezes a mídia trabalha contra a instituição do casamento. São muitos os programas que tratam do divórcio como uma coisa banal, corriqueira e que, em um número espantoso de casos, é necessário, quase que inevitável.
A grande preocupação é a da aceitação por parte de um grande número de evangélicos de conceitos errados com relação ao casamento. Da efemeridade que muitos atribuem a esta instituição que foi deliberada por Deus.
Os mesmos discursos que ouvimos entre pessoas que não vivem segundo os princípios bíblicos, onde o casamento é uma experiência falida, fadada ao fracasso, um ajuntamento sem compromisso e que pode alienar a personalidade dos envolvidos e que, portanto, deve ser combatido; discursos que levam em conta simplesmente o apelo sexual, a necessidade biológica ou ainda a atração movida por um sentimento indiscernível que pode e vai esvair-se no desenrolar deste relacionamento monogâmico antinatural (uma vez que existem médicos alardeando nos meios de comunicação que o ser humano deve ter o maior número de parceiros sexuais, pois entendem que este seja o padrão biológico correto, graças a Deus que vivemos, não pelas divagações humanas, mas pela palavra revelada de Deus). Estes mesmos discursos são proclamados em várias reuniões de cristãos, importados do reino da infelicidade mundana.
Mas porque muitos casais cristãos estão vivendo simplesmente das aparências? Dão-se tão bem no seio da igreja e transfiguram-se no aconchego de seus lares tais quais vulcões em plena erupção?
Porque o relacionamento matrimonial é um martírio, um suplício diuturno muitas vezes levando à incredulidade de que esse relacionamento é a vontade de Deus ou se Ele realmente tem um projeto para seu casamento? Em suma, encontramos casais levados às raias da incredulidade e da conformidade com a situação que estão vivendo, uma tremenda infelicidade, sem nenhuma perspectiva ou prazer no relacionamento instituído por Deus.
Mas, será que Deus em sua Palavra não nos dá parâmetros para um casamento feliz? Não seria a vontade de Deus que nosso casamento fosse prazeroso? Que ele se solidificasse com o passar dos anos formando uma rochaque somente poderia ser abalada pela morte (Rm 7.2,3; 1 Co 7.39)? Obviamente que sim. Deus deseja que nosso casamento seja uma grande bênção, primeiramente para o casal e como exemplo para aqueles que nos cercam.
O matrimônio não tem só o objetivo da procriação, mas também em que o homem e a mulher possam satisfazer-se no prazer proporcionado pelo casamento, e essa satisfação, esse prazer pode ser intenso.
Cecil Myers disse: “Um casamento bem-sucedido é sempre um triângulo: homem, a mulher e Deus” ; refletindo sobre esse pensamento gostaria de modificá-lo um pouco: “Um casamento bem-sucedido é sempre a dois: o casal e Deus”; uma vez que, segundo a Bíblia Sagrada “deixará o varão o seu pão e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, eserão ambos uma carne”, e quando entendemos essa verdade, que o homem e a mulher tornam-se um pelo casamento, podendo desfrutar de uma interação maravilhosa; poderíamos dizer que, de certa forma, o casal está amalgamado, interdependente, são um.
Entenda, somente um lunático morde a própria mão. Da mesma forma, aquele que milita contra seu casamento e despreza seu relacionamento não dando o devido valor ao cônjuge age tal qual um lunático.
Deus proporcionou para o homem e a mulher dentro da instituição do casamento a possibilidade de completarem-se e prover um ao outro a satisfação sexual que somente pode ser obtida dentro da condição de casados.
Quantas vezes em nossos momentos de aconselhamento matrimonial nos deparamos com situações bizarras entre crentes (e até obreiros) que escandalizariam até os que não são da fé, simplesmente porque esqueceram-se de praticar a Bíblia. Está escrito: “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos” Tiago 1.22. Na versão Atualizada o mesmo texto diz: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”
Será que realmente alguém pode considerar-se como servo ou serva do Senhor, sem trabalhar para ter um casamento abençoado? Já ouvi em um congresso de Senhoras onde iria pregar uma líder de círculo de oração testemunhar algo assim: “irmãs eu estou aqui hoje, deixei meu marido em casa sem almoço mas não poderia deixar de estar aqui, aleluia!”. Será que realmente esta irmã está trabalhando pelo seu casamento? O que será que seu esposo pensa dela?
A Bíblia Sagrada propõe responsabilidades tanto para maridos quanto para esposas. Aos maridos diz o texto Sagrado: Devem respeitar as esposas (1 Pe 3.7); devem amá-las (Ef 5.25; Cl 3.19); devem considerá-las (Gn 2.23; Mt 19.5); devem ser fiéis (Pv 5.18,19); ouvir os seus conselhos (Mt 27.19), etc. Por sua vez às esposas diz a Bíblia: Que devem honrar seus maridos (Et 1.20); ser submissa (Ef 5.22); ser fiéis (1 Tm 3.11; Tt 2.4); ser organizada (Pv 31.27), etc.
Somente estes textos (há muitos outros por toda a Bíblia), quando cumpridos, poderiam gerar felicidade e prazer no casamento. O relacionamento entre os casais cristãos não pode ser somente teórico mas profundamente pragmático. O casal deve viver a Bíblia.
Tanto o cotidiano do casal quanto suas experiências sexuais não só podem mas devem proporcionar prazer.
Somos responsáveis por nossas próprias atitudes (Gl 6.7), aquilo que plantamos certamente colheremos. Os casais devem viver uma vida afetiva intensa. Vejamos: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.” 1 Coríntios 7.3-5
Às vezes por preceitos religiosos errados ou por outro motivo qualquer, casais privam-se do prazer do ato sexual. São muitas as desculpas: Sou muito santo ou santa, sexo é somente para a procriação, se você não fizer o que eu quero nada de sexo, minha idade não permite mais, etc.
Entenda algo, você pode desfrutar de prazer em seu casamento. Isso é uma bênção de Deus para você. Não permita sob pena de complicações terríveis em seu relacionamento matrimonial, que quem quer que seja interfira sob argumentação de religiosidade, em seu casamento.
Você pode, com certeza, ter prazer em seu relacionamento afetivo, sexual, nas pequenas coisas que fazem juntos, nas coisas que fazem um para o outro, lembre-se: Vocês são um!
Existe um texto bíblico que gosto muito de citar em minhas preleções sobre o assunto: “Favos de mel manam de teus lábios, minha esposa! Mel e leite estão debaixo de tua língua, e o cheiro das tuas vestes é como o cheiro do Líbano.” Cantares 4.11
Imagine a Intensidade desse relacionamento! Em quantos casamentos não ocorre o mais singelo beijo? Com certeza são muitos.
Talvez ao ler este artigo você diga: Pastor, para mim não tem mais jeito, nós não podemos mudar, vou me acomodar, algumas situações não tem a menor perspectiva de mudança.
Esse tipo de atitude deve ser repreendida, uma vez que nosso Deus é especializado em coisas impossíveis (Lc 1.37). Já vi Deus restaurar lares em número suficiente para crer que o seu não é uma exceção. Creio que seu casamento pode ser uma bênção e extremamente prazeroso. Entenda que você não pode mudar os outros, mas pode influenciá-los (Pv 14.1; 1 Pe 3.1); que reconhecer as suas imperfeições não que dizer que seja um fracasso; Que pode e deve se comunicar com seu marido; que pode e deve ser bela para seu marido.
Tenho a certeza que o Senhor Deus abençoará muitos casamentos.
Pastor Roberto Carlos Cruvinel
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