por J.C. Ryle
Eu sinto que todos nós precisamos mais e mais da presença do Espírito Santo em nossos corações para nos guiar, nos ensinar e nos manter firmes na fé. Há algumas grandes verdades, que, em dias como este [1874!], somos especialmente obrigados a ter em mente. Acredito que há tempos e épocas na Igreja de Cristo em que somos obrigados a reforçar nosso conhecimento sobre algumas das principais verdades, para apreendê-las com uma firmeza fora do comum em nossas mãos, para imprimi-las em nossos corações e não perdê-las.
#1: A Corrupção total da Natureza
A corrupção da natureza humana não é algo desconsiderável. Não é parcial, superficial, mas uma corrupção radical e universal dos desejos, do intelecto e da consciência do homem. Não somos meramente pobres e mesquinhos pecadores na visão de Deus: somos pecadores culpados; somos pecadores condenados: merecemos a ira e a condenação de Deus. Acredito que há poucos erros e falsas doutrinas em que, a princípio, podem não ser detectadas visões distorcidas da corrupção humana. Percepções erradas sobre uma doença sempre trarão consigo a percepção do remédio errado. Visões erradas sobre a corrupção da natureza humana sempre acarretarão visões erradas do grande tratamento e cura dessa corrupção.
#2: Inspiração e Autoridade da Bíblia
Vamos sustentar corajosamente, diante de toda oposição, que a Bíblia como um todo é dada por inspiração do Espírito Santo, que tudo é inspirado completamente, não uma parte mais inspirada que outra, e que há um completo abismo entre a Palavra de Deus e qualquer outro livro no mundo. Precisamos não temer as dificuldades no sentido da doutrina da total inspiração. Talvez haja muitas coisas sobre isso muito longe de serem compreendidas por nós: é um milagre, e todos os milagres são necessariamente misteriosos. Mas se não acreditamos em nada até podemos explicar completamente, há pouquíssimas coisas, de fato, em que devemos acreditar. Precisamos não ter medo de todos os ataques da crítica sobre a Bíblia. Nos dias dos apóstolos, a Palavra do Senhor foi incessantemente ‘provada’, e nunca falhou em ressurgir como ouro, ilesa e sem pecado.
#3: A Expiação e o Sacerdócio de Cristo
Devemos corajosamente sustentar que a morte de nosso Senhor na cruz não foi uma morte comum. Não foi a morte de alguém que morreu apenas como um mártir. Não foi a morte de alguém que apenas morreu para nos dar um forte exemplo de auto-sacrifício e auto-negação. A morte de Cristo foi uma oferta a Deus do próprio corpo e próprio sangue de Cristo, para reparar o pecado e transgressão do homem. Foi sacrifício e conciliação; um sacrifício caracterizado em toda oferta da lei de Moisés, um sacrifício de grande influência em toda a humanidade. Sem o derramamento desse sangue não poderia haver, não era pra haver, qualquer remissão de pecado.
#4: O Agir de Deus no Espírito Santo
Vamos colocar em nossas mentes que o agir de Deus não é uma ação invisível incerta no coração: e que onde Ele está, Ele não está escondido, nem insensível, nem despercebido. Não acreditamos que o orvalho, quando cai, não possa ser sentido ou que a vida de um homem, não possa ser vista ou percebida por sua respiração. Assim é com a influência do Espírito Santo. Nenhum homem tem o direito de afirmar isso sem que seus frutos e seus efeitos possam ser vistos em sua vida. Onde Ele está, haverá um nova criatura e um novo homem. Onde Ele está haverá novo conhecimento, nova fé, nova santidade, novos frutos na vida, na família, no mundo, na Igreja. E onde essas novas coisas não podem ser vistas, bem podemos dizer com confiança que não há ação do Espírito Santo.
Traduzido por Carla Ventura | iPródigo.com
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