“Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo; sobe, calvo! E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do Senhor; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos”. 2 Reis 2.23,24
O fato de aquele grupo não estar acompanhado pelos pais, denota, em primeiro plano, não se tratar de crianças, mas de jovens com idades entre 12 e 16 anos. O escárnio promovido contra o profeta parece ter tido um fundo espiritual blasfemo, a começar pela expressão “sobe”, que se referia ao altar mais alto de Betel, destinado aos sacrifícios idólatras (1Rs 13).
Os jovens, ainda, chamaram o profeta de “calvo”, palavra que, na verdade, identificava a pessoa enlutada. Mas, no caso de Eliseu, talvez estivesse sendo acusado da morte de seu irmão de ministério, Elias. Assim, o que esperava por Eliseu em Betel não seria uma recepção digna de um profeta de Deus, mas a execução de um criminoso. E, pelo fato de Eliseu ter sido comissionado pelo próprio Deus, o qual lhe atribuiu poderes espirituais, a rejeição advinda da rebeldia daqueles jovens não lançava o profeta apenas na desonra, mas, também, classificava seus poderes como “malignos”, o que era uma clara e intensa blasfêmia contra o Espírito de Deus. Por derradeiro, o texto bíblico declara que Eliseu apenas amaldiçoou aqueles jovens pela blasfêmia proferida. Foi a providência divina que estabeleceu um desagravo mais rigoroso.
Fonte: ICP
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