Texto Bíblico: Romanos 5:1-11 
Resumo: 
  • Apresentação: 1:1-7;
  • Motivo por qual Paulo deseja ver os irmãos em Roma: 1:8-15;
  • Teor da pregação de Paulo: 1:16-17;
  • Perdição dos gentios: 2:1-29;
  • Perdição dos judeus: 3:1-23;
  • Perdição da humanidade: 3:24-21;
  • Justificação Pela Fé: 4:1-25
  • A Justificação pela Fé e seus efeitos: 5 a 8.

1º Efeito da Justificação – Paz com / de Deus. – Rm 5:1

“Portanto…” – Por esta razão / Consequentemente. “…Temos paz com Deus…”.
  1. Antes de sermos justificados por Cristo Jesus nós estávamos em guerra contra Deus.
  2. “O ser humano não está em neutralidade, ou o homem está reconciliado com Deus ou está em inimizade com Ele.”
  3. Temos aqui e agora paz com Deus, toda a hostilidade foi removida pela obra propiciatória de Cristo Jesus.
  4. Deus não está mais em guerra comigo e nem eu com Ele.
Como resultado, experimentamos subjetivamente uma “sensação” de paz, alegria, tranquilidade e regozijo em Deus. Precisamos entender a diferença entre a Paz com Deus e a Paz de Deus:
  1. Paz com Deus: é um estado, não experimentável, em que nos encontramos que independente do que sentimos, jamais será perdida, pois ela é o resultado da obra salvadora de Jesus Cristo.
  2. Paz de Deus: é um sentimento ou uma experiência em nosso coração, as vezes esse sentimento pode ser abalado ou perdido por um tempo quando nossa consciência é ferida por algum pecado, quando negligenciamos os meios de graça (Batismo / Ceia / Pregação / Disciplina), quando nos desviamos do caminho de Deus e até quando o Senhor quer nos testar ou aperfeiçoar, ele tira a sensação de paz e tranquilidade ( o que os puritanos chamam de “a noite da alma”
Aplicação: é como um avião que viaja em céu claro, de repente entrar em uma nuvem, e todos os sentidos vão embora e você é obrigado a pilotar por instrumentos, sem sentir absolutamente nada, e muitas vezes Deus prova os seus filhos desta maneira, não porque eles pecaram, mas para ensinar a viverem por fé e não por sentimentos.
  • Como a Paz com Deus é obtida? – a paz com Deus é obtida somente e exclusivamente por intermédio do Senhor Jesus Cristo.
Devemos tomar 2 cuidados:
  1. A falsa paz do Legalista / Moralista: o legalista tenta acalmar sua consciência diante de Deus mediante o cumprimento das leis e da pratica de coisas boas, apontando para si o motivo de estar em paz com Deus.
  2. Endurecimento da consciência: São aquelas pessoas que não pensam mais no juízo de Deus, não percebem a seriedade dos seus pecados, vivendo em um estado de anestesia e insensibilidade com a seriedade do pecado e da proximidade da ira de Deus, não tendo percepção do estado em que se encontram e nem o porque da ira de Deus com eles.

2º Efeito da Justificação – “Acesso a Graça de Deus” – Rm 5:2.

  • Acesso: do grego prosagoge (ato de levar, um movimento para, aproximação) – era o responsável que levava a petição de alguém até o rei.
Dois verbos são usados aqui em relação a esta graça, denotando, respectivamente, o fato de termos entrado e a nossa permanência nela. O primeiro é obtivemos acesso a essa graça. No Novo Testamento, prosagõgê ocorre além desta passagem de Romanos, apenas em Efésios 2.18 e 3.12. Uma tradução melhor do que “acesso” (que poderia sugerir que nós tomamos a iniciativa de entrar) seria “introdução” (pois reconhece a nossa incapacidade de entrar e, portanto, a necessidade de que alguém nos introduza). O termo grego tem em si “um certo toque de formalidade”,5 embora não se saiba ao certo se a imagem proposta é a de uma pessoa sendo introduzida no santuário de Deus a fim de adorar,6 ou se é a de alguém que é introduzido na câmara de audiência de um rei para ser apresentado a ele.
A segunda expressão verbal é agora estamos firmes na graça, isto é, nessa graça à qual obtivemos acesso, ou “fomos introduzidos”. O crente justificado desfruta de uma bênção muito mais grandiosa do que uma simples aproximação periódica de Deus, ou uma audiência ocasional com o rei. Nós temos o privilégio de viver no templo e no palácio. (Stott).
Ilustração: imagine um reino, o rei assentado em seu trono na sala real que está fechada e protegida por 2 guardas armados, você não tem direito, mérito ou poder para acessar essa sala, a não ser que um introdutor / assessor, lhe abra as portas, nos introduzindo até a presença do Rei.
Jesus Cristo nos leva a presença de Deus nosso rei, aonde agora desfrutamos do seu favor não merecido (graça).
Passagem Bíblica – Ester Capitulo 5.
Normalmente “graça” é um favor que recebemos gratuita e imerecidamente de Deus, seu amor incondicional e espontâneo, do qual não somos dignos. Aqui, porém, trata-se não tanto da qualidade de um Deus que é bondoso, mas da “esfera da graça de Deus” — como na BLH: “nos trouxe … para a graça de Deus”—, a posição privilegiada que ele nos concedeu ao aceitar-nos.
Graça Comum
  1. É o Favor de Deus a Todos os Ser Humanos – Mateus 5:45 “ Aquele que Faz Nascer o Sol sobre os Bons e os Maus, e faz Chover sobre os Justos e Injustos.
  2. Saúde – Prosperidade Material – Uma Medida de Regozijo ou seja Alegria e Contentamento (Satisfação) – Inteligência – Habilidades (talentos) – Um Certo nível de Virtude (exercer o bem e evitar o mal).
Graça Especial
  1. A Graça Especial foi Conquistada Para o Seu Povo Mediante o Sacrifício e Ressurreição de Cristo.
  2. A Graça Especial é Transmitida Pela União Com Jesus Cristo, e este o Segredo do Povo de Deus, estar em União com Cristo.
  3. Ser Cristão é estar Unido há Cristo e Receber desta União todos os Benefícios que Cristo Conquistou na Cruz do Calvário.
A Graça Especial Proporciona:
  1. Conhecimento de Deus – Oséias 6:3 “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra”
  2. Perdão de Pecados –1 João 1:9 “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. “
  3. Comunhão (comum acordo) Com Deus – 1 Coríntios 1:9 “Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.”
  4. Reconciliação (relacionamento) com Deus – 2 Coríntios 5:18 “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo”
  5. A Virtude o Espírito Santo – Atos 1:8 “Mas recebereis a virtude (poder) do Espírito Santo, que há de vir sobre vós.”
  6. Vida Eterna – João 3:16 “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Nossa relação com Deus, que nos e refletir. Os frutos da justificação têm relação com o passado, o presente e o futuro. Nós “temos paz com Deus” (como resultado de nosso perdão passado); “estamos firmes na graça” (nosso privilégio presente). E “nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (nossa herança futura).

3º Efeito da Justificação – “nos gloriamos na esperança da glória de Deus” – Rm 5:2 

  • Gloriamos: na nossa língua (português) a palavra “gloriamos” tem conotação negativa como: “Soberba” “se achando”, o sentido colocado aqui por Paulo é de nos “Alegrarmos”
  • Na esperança: essa esperança, não é algo que pode ou não dar certo, mas sim a convicção, certeza.
  • Glória de Deus: “nossa herança futura”, nos alegramos na certeza de sermos participantes da glória de Deus.

4º Efeito da Justificação – “nos gloriamos nas tribulações” – Rm 5:3-4

Paulo prossegue o tema do “gloriar-se” (alegrar-se) que introduziu no versículo 2. Não somente nos alegramos em nossa “esperança” (firmeza), mas também nos “gloriamos” (alegramos) até mesmo com o presente.
Paulo era realista; não estava tão absorvido pela glória futura, que fechava os olhos para a realidade do presente, Paulo era consciente das tribulações que circundavam sua própria vida e a dos demais crentes.
  • Tribulações – thlipsis (pressão). – Thlipsis era quase um termo técnico relativo ao sofrimento que o povo de Deus deveria esperar nos últimos dias, antes do fim.15 Assim Jesus preveniu seus discípulos de que “neste mundo” eles haveriam de ter “aflições” (outra vez, thlipsis).
Referindo-nos às nossas dores e penas, temores e frustrações, privações e desapontamentos. São todos aqueles sofrimentos que fazem parte da nossa existência humana. Testando a nossa fé e o nosso caráter.
As tribulações não é algo exclusivo de alguém que foi justificado, e sim de toda a raça humana a diferença está em como lidamos com essas “tribulações” (pressões).
As pessoas que não foram justificadas lidam com as pressões deste mundo da seguinte forma:
  1. Xingam a Deus;
  2. Amaldiçoam a Deus;
  3. Procuram soluções pecaminosas;
  4. Procuram alivio em coisas ilícitas: sexo, drogas, bebidas.
Elas reagem muito mal ao sofrimento, pois elas não têm essa âncora que é a justificação, o perdão de Deus sobre elas.
Mas a pessoa que foi justificada por Cristo Jesus ela tem essa atitude de “gloriar-se” (alegrar-se) nas aflições, não como uma pessoa “masoquista” (que sente prazer na dor), pois sabes que as aflições são, angustiantes, desagradáveis, incomodas, traz dor, traz sofrimento.
É, antes, reconhecer que, por detrás do sofrimento, existe uma racionalidade divina. Primeiro, o sofrimento é o único caminho para a glória. Com Cristo foi assim; e assim será com os cristãos. Como Paulo irá expressar logo adiante, nós somos “co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos para que também participemos da sua glória” (8.17). E por isso que devemos regozijar-nos tanto nos sofrimentos como na glória.
Em segundo lugar, se no final o sofrimento conduz à glória, entrementes ele leva à maturidade.

5º Efeito da Justificação – “visto que o amor de Deus foi derramado” – Rm 5:5-8

  • O Espirito Santo derrama em nossos corações o amor de Deus, ele nos comunica que Deus no ama (subjetivamente)
  • O Sacrifício na Cruz de Cristo é a forma objetiva de Deus nos dizer que nos ama.

6º Efeito da Justificação – “seremos por ele salvos da ira” – Rm 5:9-10

  • Somos Salvos da Culpa do Pecado; (por sua morte) (éramos inimigos)
  • Seremos Salvos da Ira: Qual Ira? Romanos 1:17.(por sua vida) (filho).

7º Efeito da Justificação – “nos gloriamos em Deus” – Rm 5:11.

  • Nos alegramos em Deus: Diferente dos Judeus (nome, Lei, Circuncisão). Rom 2:17
  • Reconciliação.