POR GERALD S. SMITH
CAPÍTULO 11
Versículo 1 – “E FOI-ME dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram”. Todo o capítulo 19 e os 14 primeiros versículos deste capítulo são intercalados, como o foi o capítulo 7. Isto é; estes versículos são um tipo de intercalo entre o som da sexta a sétima trombetas. Esta cena é em Jerusalém. O templo que está sendo medido vai ser construído um dia entre agora e a metade do Período da Tribulação. É o templo onde o “homem do pecado” se assentará, declarando-se Deus. II Tessalonicenses 2:3-4: ”Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”. Medir geralmente significa posse e controle. Assim, a medida significa que Deus tem o controle do templo. A vara é um símbolo de castigo. O homem do pecado (anticristo) vai se sentar no templo que pertence a Deus, juntamente com todos quantos o adoram, mas Deus os expulsará e os destruirá completamente.
Versículo 2 – “E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses”. O templo em Jerusalém possuía quatro átrios, sendo um para os gentios. Eles só podiam entrar neste átrio e não ultrapassá-lo, sob pena de morte. A razão para João não ter permissão para medir este átrio era porque Deus ia usar os gentios para punir os judeus durante quarenta e dois meses. Como simbolismo, os gentios não ficarão sob a vara de Deus, até Ele ter acabado de usá-los para esta punição.
Versículo 3 – “E darei poder às duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco”. Quem são exatamente estas duas testemunhas é impossível dizer. Os que espiritualizam a maioria do livro de Apocalipse têm idéias de que as testemunhas representam a lei e o Evangelho, ou os judeus e gentios, ou a igreja e Israel, ou o Velho e o Novo Testamentos, etc. Creio que são dois homens, de verdade. Quais, não sei com certeza. Podem ser homens vivendo agora ou que ainda nem nasceram ou que já viveram há séculos. Há quem acredite que sejam Enoque e Elias pelas seguintes razões: os dois são profetas de Deus; vão morrer. Hebreus 9:27 afirma: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”. Malaquias 3:1-3 afirma que Elias virá antes do grande e terrível dia do Senhor. I Timóteo 6:16 diz que somente Cristo se vestiu de imortalidade, daí parecer razoável que devam voltar para morrer. Há sérias objeções à esta teoria. Talvez tenhamos que esperar, a fim de saber quem são estas testemunhas.
Versículo 4 – “Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra”. Este versículo é explicado pelos capítulos 3, 4 e 5 de Zacarias e também Ageu 1:1, 2:2-4. Aqui, Josué, o Sumo Sacerdote, e Zorobabel são mencionados em conexão com as oliveiras e castiçais. As oliveiras e os castiçais são os profetas de Deus com a mensagem de Sua Palavra. Zacarias 4:2-6. Esta é mais uma evidência de que as duas testemunhas de Deus são homens de verdade, com a mensagem de Deus, do mesmo modo que Josué e Zorobabel eram.
Versículo 5 – “E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e, se alguém quiser fazer mal, importa que assim seja morto”. Como vimos no versículo 3, as duas testemunhas recebem poder para testemunhar durante três anos e meio. Elas têm inimigos por todos os lados, mas Deus lhes dá proteção. Como são homens, o fogo que sai das suas bocas, provavelmente não seja como o dos cavalos do capítulo 9:17, mas é fogo do céu que desce ao falarem, como em II Reis 1:7-14. Elias aqui fez descer fogo do céu, a fim de destruir dois capitães e duas companhias de cinqüenta homens que vinham contra ele. Contudo, se Deus o quiser, Ele pode fazer humanos lançarem chamas, como as duas testemunhas, a fim de destruírem seus opressores.
Versículo 6 – “Este têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia”; Elias teve este poder quando foi profeta em Israel. Ele fez com que não chovesse durante três anos. “e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes que quiserem”. Há quem creia que a outra testemunha seja Moisés, ao invés de Enoque, porque os milagres aqui realizados são iguais aos que Moisés fez no Egito. Isto, contudo, deixa a dificuldade de Moisés ter que morrer duas vezes. As duas testemunhas têm poder ilimitado de se protegerem, até que o Senhor dê por terminada a obra que vieram fazer.
Versículo 7 – “E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará”. Estes homens são mortais e por isso devem morrer, mas a besta não é capaz de matá-los, até que terminem de testemunhar. Satanás não tem poder, a não ser que Deus o permita. O filho de Deus não precisa temer o mal. Quem anda com Deus é protegido por Ele. Quando a morte chegar, estaremos com o Senhor.
Versículo 8 – “E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o Senhor Deus também foi crucificado”. Estas testemunhas de Deus eram tão odiadas que nem foram sepultadas, mas deixaram-nas mortas no meio da rua. A maldade na cidade de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado, é tão grande, que é chamada Sodoma e Egito. Como é terrível que os homens se degradem tanto a si mesma: quem rejeita Cristo se afunda cada vez mais no pecado.
Versículo 9 – “E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seus corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que os seus corpos mortos sejam postos em sepulcros”. Não são só os judeus, mas pessoas de todas as nações e parentesco que odiaram o Senhor Jesus e Seus servos. A conclusão é que o mundo inteiro verá estes corpos mortos e ninguém vai querer dar a eles um enterro decente. Também não permitirão que ninguém os enterre, mesmo que queiram fazê-lo. Os críticos questionavam como todo o mundo ia poder ver isto; agora já sabemos; é como ver as catástrofes que acontecem no mundo em questão de minutos (como um jogo de futebol) na TV.
Versículo 10 – “E os habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra”. Que repercussão triste é esta sobre a humanidade! Aqui estão as testemunhas do Senhor Jesus Cristo, com a única mensagem de esperança, um recado de misericórdia, tentando avisar o ímpio, mas do mesmo modo como os profetas do tempo antigo eram odiados, desprezados e mortos e o povo se regozijava e celebrava, acontece tudo de novo. Quão terrivelmente triste é que tarde demais tantos milhões vão notar quem eram realmente seus amigos. O único tormento que estes dois administravam era se protegerem ou tentar fazer os homens darem ouvidos à mensagem de Deus, para que não morressem eternamente.
Versículos 11-12 – “E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram”. Os homens podem matar os filhos de Deus, mas só é isso o que podem fazer. Os corpos das testemunhas ficarão na rua durante três dias e meio. Deus, então, enviará Seu Espírito, elas ressurgirão e ninguém vai poder fazer nada a este respeito. E quando Deus disser “Subi para aqui”, não haverá poder que as segure na terra. Os inimigos observarão totalmente aterrorizados e espantados diante de tal poder. Louvado seja o Senhor o Senhor do Céu! É isto exatamente o que vai acontecer a cada filho nascido de Deus. Que Deus grande e maravilhoso nós temos. Louvado seja Seu santo nome!
Versículo 13 – “E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu”. No mesmo instante em que o corpo das duas testemunhas subirem, Deus enviará um grande terremoto. O povo de Jerusalém já está aterrorizado após ver as testemunhas odiadas ressurgirem e, de repente, desaparecerem no céu. Com certeza, saberão que tem que ser a mão de Deus. Agora, no terremoto, um de dez edifícios ruirá. Sete mil pessoas morrerão e ficarão sepultadas sob os escombros. Eles não permitiram que os dois servos de Deus fossem sepultados, agora Deus os sepulta. Todos quantos ficarem temerão de pavor, ao reconheceram que, sem dúvida, Deus é que fez tudo acontecer. E darão glórias a Deus por isto. É a primeira vez desde o início da tribulação que os ímpios vão dar glória a Deus por alguma coisa. Isto não significa que se arrependeram nem que foram salvos. Simplesmente admitem que Deus fez estas coisas. Acontece muitas vezes que as pessoas nas provações e aflições voltem os pensamentos para Deus, dizendo coisas boas sobre Ele. Fazem até discursos bonitos e declaram que irão a Ele, mas assim que a calamidade passa, tornam-se tão ruins ou piores do que eram antes.
Versículo 14 – “E passado o segundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá”. Este versículo encerra a passagem intercalada que começa com capítulo 10:1. O primeiro e segundo ais aconteceram durante o toque da quinta e sexta trombetas. O terceiro ai vem com a sétima trombeta.
Versículo 15 – “E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”. A partir do momento em que o Senhor Jesus pega o livro com os sete selos da mão do que se assenta no trono, torna-se claro que Ele vai tomar de volta esta velha terra. A conquista real e o tomar o controle da terra não acontecerá neste momento da tribulação. Não acontece também durante o soar da sétima trombeta. Contudo, quando Deus declara que algo vai acontecer, pode ficar certo que é como já tivesse acontecido. Antes dos reinos do mundo se tornarem o reino de Cristo, sete taças vão ser derramadas sobre a terra; a Babilônia vai cair; haverá a batalha de Armagedom, a besta e o falso profeta receberão o que merecem e o Diabo é lançado no poço do abismo. Isto só acabará no capítulo 20. Quando Cristo começar Seu reinado, será para sempre. E para que ninguém deixe de ficar ciente, o Diabo governa o mundo agora e assim foi desde a queda do homem. Ele usurpou esta autoridade. Referem-se a ele como “o deus deste mundo” e “o príncipe e potestade do ar”. Com certeza, Deus permitiu que ele tivesse este poder. É por isso que o mundo inteiro é contra o cristianismo. Satanás o garante e não permite que o mundo colabore para o crescimento do Evangelho. “Todo o mundo está no maligno”. (I João 5:19). Cristo conquistará Satanás no tempo certo e então Ele reinará sobre esta terra durante mil anos. O mundo, depois, será destruído pelo fogo e o reino de Cristo continuará para sempre no mundo novo.
Versículo 16 – “E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre os seus rostos e adoraram a Deus”. Lembre-se que estes anciãos representam todos os santos das eras passadas. No céu, o desejo supremo de todas as criaturas de Deus é ver Sua vontade realizada. Quando Jesus ensinou Seus discípulos a orarem, Ele disse: “Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”. (Mateus 6:10). Com certeza, podemos ver que a vontade de Deus não é feita na terra como é no céu, mas um dia será. Os santos de Deus aguardam ansiosamente o dia em que isto vai acontecer.
Versículo 17 – “Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste”. Este louvor e adoração é para o Senhor Jesus. Embora alguns não queiram acreditar, ainda assim é verdade, Jesus é o Senhor Todo-Poderoso. É um com o Pai. Ele é o que era, é e que há de vir, para conquistar a terra inteira com grande poder. Ele tem sempre o poder de reinar na hora que quisesse, mas, de acordo com Seu plano e propósito o tempo certo será no fim do período da tribulação.
Versículo 18 – “E iraram-se as nações, e veio a tua ira”, O mundo não vai se entregar prontamente ao Senhor. Ele vai tomá-lo à força e o fará. As nações estão com raiva e não querem ceder o que têm, mas o que é a ira do homem diante da ira de Deus?! O homem com todo o seu poder não pode fazer nada para impedir a ira de Deus, do mesmo modo como cãozinho não acalmaria o rugir perturbador do oceano com seus latidos. Ler Salmo 2 e Provérbios 1:22-23. Vemos aqui a tolice do homem ao tentar se rebelar contra Deus e aqui também verá a atitude de Deus em relação aos que rejeitam. “e o tempo dos mortos, para que sejam julgados”, Cada pessoa irá a julgamento, quer seja perdida ou salva. Os salvos serão julgados segundo suas obras, a fim de determinar os galardões que vão receber. Este julgamento acontecerá perto ou no final do Período da Tribulação e é conhecido como o Tribunal de Cristo. O perdido será julgado, a fim de estabelecer seu castigo no inferno; este julgamento é conhecido como o Grande Trono Branco e acontecerá no fim do reinado de Cristo de mil anos. “e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos temem o teu nome, a pequenos e a grandes”; Exatamente o que serão os galardões não se sabe, contudo podemos ter certeza de que serão além e acima de nossas expectativas. Cada crente que fez qualquer serviço para o Senhor será galardoado. Estes galardões são determinados pela duração do serviço, pela fidelidade, conhecimento, oportunidade, uso dos dons, habilidades ou talentos, ect. Os crentes são encorajados a considerar os galardões como incentivo para fazerem obras ainda maiores. “e o tempo de destruíres os que destroem a terra”. O julgamento dos pecadores perdidos trará para eles completa destruição. Eles serão julgados de acordo ao quanto tempo viveram em pecado, ao grau do pecado, a oportunidade de ouvir à Palavra de Deus, ect. Todos quantos seguem Satanás são culpados de destruírem a terra. Satanás é completamente pecaminoso. Não pode fazer nada bom nem também seus seguidores. A terra será destruída por causa do pecado. Satanás, que introduziu o pecado no mundo, é chamado “o destruidor” e todos os seus seguidores serão finalmente destruídos no inferno. Nesta vida presente, quase nada parece justo. Os maus prosperam e parecem ter tudo que precisam, ao passo que o crente, tantas vezes, é atribulado e perseguido. Quando se considerarem os profetas do Velho Testamento ou João o Batista ou os apóstolos e os membros da igreja primitiva, não parece justo que tivessem que sofrer tanta tribulação, açoitados, frio, fome, serem jogados aos leões, terem que se esconder em cavernas e covas da terra e muitas outras coisas terríveis, mas devemos nos lembrar que Deus leva tudo isto em conta e julgará como deve. Nenhum filho de Deus se arrependerá por qualquer coisa que fez para o Senhor ou por algo que lhe aconteceu por amor do Senhor. Deus dará galardões justos. Tarde demais, os que rejeitaram Cristo, descobrirão que não escaparão, de jeito nenhum. Agora é o tempo de pensar seriamente no julgamento por vir.
Versículo 19 – “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo”; Começando com este versículo até o final do capítulo 12, a nação de Israel se torna o tópico. O templo e adoração lá eram principalmente judaicos. Esta é a razão para a aparição do templo. É lá que está a arca da aliança. Ela era um dos objetos que fazia parte do mobiliário do Tabernáculo no deserto e a única coisa que ficava nos Santo dos Santos. É chamada a arca da Sua aliança porque contém as tábuas de pedra com a lei dada por Deus a Moisés no Monte Sinai. Contém também um vaso de ouro com maná e a vara de Arão que floresceu. (Hebreus 9:4). Cada um destes artigos tem significado especial para o povo de Deus. A arca é um tipo de Cristo. A lei dentro dela fala de Cristo como sendo aquele que cumpriu a lei. Somos protegidos da maldição da lei de Deus, porque Cristo cumpriu a lei em nosso lugar. O vaso de ouro com o maná fala da providência de Deus em cuidar de Seu povo e a vara de Arão que floresceu se refere à ressurreição de Cristo. Embora a arca não tenha sido vista há centenas de anos, mesmo assim Deus sabe exatamente onde ela está e Ele não esqueceu o que sua presença e conteúdo significam. “e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva”. Estes são símbolos de julgamento. O aparecimento da arca em meio a tudo isto é para dizer que Deus não vai esquecer nem desamparar Seu povo no dia do juízo. Israel será preservado até a vinda do seu Rei e Messias prometido.
Tradução: David A Zuhars Jr.
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