“E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?”(Lc. 24:32)
Jesus havia ressuscitado dentre os mortos horas antes, mas poucos de seus discípulos acreditam no relatório das mulheres.
Agora, dois deles, Cleopas e outro, estão a caminho de Emaús, um povoado distante aproximadamente onze quilômetros de Jerusalém.
Jesus intervém na caminhada de dois dos seus seguidores, após ter ressuscitado, causando uma revolução em seus corações, transformando toda tristeza numa alegria para testemunhar.
Ao saírem de Jerusalém seus discípulos levavam em seus corações um sentimento de derrota, desânimo, uma tristeza profunda, cabisbaixos caminhavam enfraquecidos na fé e na esperança.
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.” (Lc. 24:21)
Emaús atualmente é uma cidade de localização incerta. Seu nome significa “riacho quente” e alguns arqueólogos a identificam com Qubeibeh, cerca de 11 km a noroeste de Jerusalém. Quando os Cruzados chegaram nesta localidade em 1099, encontraram ali um forte do período romano denominado Castellum Emaús. Conhecer a localização da cidade de Emaús é importante, porém, não conhecê-la não abala a veracidade dos fatos ali ocorridos. O que está escrito, é lição para todos os tempos, lugares e circunstâncias. Digamos que Emaús seja mesmo esse território desconhecido e misterioso para a arqueologia, como misterioso e incerto é o terreno do nosso coração. Emaús faz todo sentido para quem quer ouvir Jesus, seguir seus ensinamentos e ser salvo para eternidade.Não conseguiam entender o que havia acontecido por mais que o Mestre tivesse ensinado.
Agora, aos seus olhos, Jesus morrera, era o fim de tudo, toda expectativa acabara num túmulo.
Prosseguindo em sua caminhada rumo a Emaús receberam a companhia de uma terceira pessoa que, mal sabiam eles, era de quem falavam.
Jesus, mais uma vez, mostra sua disposição de estar com os seus, pois não queria que nem um deles se perdesse.
Eles não reconheceram Jesus
Jesus havia ressuscitado e a cidade de Jerusalém estava em alvoroço ainda por ocasião da crucificação. O Messianismo de Jesus estava sendo questionado por conta de Sua crucificação e morte. A esperança de um libertador para Israel, havia sido frustada, o que fazer? A caminho de Emaús, Cléopas discutia justamente isso com um companheiro quando Jesus se aproxima e pergunta: “Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? Eles pararam entristecidos” e um tanto aborrecidos pela “desinformação” do “desconhecido” retrucam: “És o Único que não sabes o que está acontecendo nessa região, mataram Jesus, varão poderoso em obras e em palavras”. (24:17-19).
O que mais chama atenção no texto é o fato deles , sendo discípulos de Jesus, tendo convivido com Ele, não O reconhecerem. Por que isso acontece? Voltando ao inicio do relato, logo no verso 16, lemos: “seus olhos estavam como que impedidos de O reconhecer”. Diríamos: “não o reconheceram porque ainda não era o momento certo, não era da vontade de Deus, de outra forma, por que vedar-lhes os olhos?”. Mas esse aspecto do texto, merece mais aprofundamento e conferindo Evangelho por Evangelho, toda narrativa pós ressurreição de Jesus, encontraremos explicação sobre Jesus e os discípulos em Emáus, lá no livro de Marcos 16:12-13:
“Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam de caminho para o campo. E indo eles, anunciaram aos demais, mas também a estes não deram crédito”.
Os dois homens, de caminho para o campo, eram os dois discípulos a caminho de Emaús. Jesus apareceu para eles em aparência diferente da que havia vivido e morrido. Ele era o Jesus ressuscitado e para que se cumpra em nós os mesmos sinais que se cumpriram em Cristo, convém que os que ressuscitam, tenham um novo corpo de glória. Filipenses 3:21:” O qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo de sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de subordinar a Si todas as coisas.” Em I Co 15:35, se lê que “o corpo seja semeado em corrupção, ressuscitado em incorrupção. Semeado em desonra, ressuscitado em glória. Semeado em fraqueza, ressuscitado em poder. Semeado corpo natural, ressuscitado corpo espiritual”.
Jesus agora tinha um corpo de glória. A aparência cansada, sofrida e ferida, do servo humilhado Is 53:2, já não se via. Agora ele era corpo espiritual, tanto que agora poderia facilmente atravessar paredes e portas fechadas, Aparecer e desaparecer em qualquer ambiente de forma miraculosa, João 20:19: “Ao cair daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas de casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: paz seja convosco”. Era também o primeiro dia da semana, pós ressurreição, o mesmo dia em que apareceu no caminho de Emaús. Ele entrou no recinto onde os discípulos estavam reunidos à portas trancadas. Ele não bateu na porta, tocou a campainha, saltou janela ou coisa parecida, Ele atravessou as paredes. Para que se cumprisse o que há cerca da ressurreição está escrito.
Nesse mesmo dia, Jesus também aparece a Maria Madalena. Ela estava chorando próximo ao túmulo Jo 20:15 “Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela pensando ser o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se disse Raboni! Que quer dizer mestre”. Madalena, demorou um pouco a discernir quem era. Porém, tanto ela como os discípulos de Emaús, em dado momento não têm mais dúvida de que o que lhes fala é Jesus.
Então, era a hora certa de reconduzi-los ao caminho da fé.
Por que eles demoram tanto a reconhecer Jesus?
Porque estavam preocupados, aflitos, descrentes, amedrontados.
A crucificação havia acabado com a fé deles.
A esperança do Messias Salvador, tinha se esvaído, como fumaça.
Eles foram capazes de descrever para Jesus todos os últimos acontecimentos de Jerusalém, da conversa sobre ressurreição, mas o coração estava endurecido.
Para eles, tudo já não passava de uma fábula, um engano.
Se Jesus fosse mesmo o Messias teria triunfado em vida, sobre a morte.
E Jesus começa exortá-los através da palavra.
“Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” (Lc. 24:25-27)
E o coração dos dois começa a arder pela autoridade de Jesus, pela verdade da Palavra. Essa palavra é viva, poderosa, eficaz, acertou o alvo e prosperou para o que foi designada.
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” (Hb. 4:12)
Ao chegarem a Emaús sentiram o bem que esse companheiro de viagem promovera em seus corações e insistiram para que ficasse com eles mesmo sem identificarem que era Jesus.
“Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.” (Lc. 24:29)
Estavam passando por um momento difícil na vida e encontraram consolo na companhia e nas palavras ainda que exortativas, e de alguém que estava confiante em sua missão.
A mesa foi o lugar escolhido por Jesus para se revelar a eles, pois afinal de contas Cristo sempre investiu numa boa comunhão, era o kairós de Deus para acender a paixão, fazer arder novamente o coração de pessoas tão preciosas.
“E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu;” (Lc. 24:30)
Reconheceram Jesus, então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles, e se renderam confessando a transformação sofrida em seus corações quando esse queimava pelas palavras recebidas do filho de Deus:“Porventura, não nos ardia o coração...?”
Ao retornarem para Jerusalém, uma viagem tão curta e rápida, levavam em suas bagagens uma experiência tão grande e rica que fez de corações tristes e fracos, agora fortes como brasas vivas e ardentes.
Voltar para Jerusalém era mais do que retornar a uma cidade, era voltar para a fé, para a esperança, aguardar o restante das promessas e também testemunhar para aquecer o coração dos discípulos.
“Então, os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão.” (Lc. 24:35)
Então precisamos aprender que ir para Emaús significa:
A. O caminho de nossos interesses pessoais;
B. O caminho de fuga de um compromisso com Cristo
C. O caminho de fuga dos cultos da igreja;
D. O caminho de fuga da comunhão com o corpo de Cristo.
Por esta razão, caminhou com eles a maior parte da viagem que durou umas duas horas. Mas a bíblia nos diz que os olhos deles estavam como que fechados (vs.16), por isso não puderam reconhecer que Jesus estava entre eles. Na cegueira deles, esses dois homens estavam amargurados, cansados e absortos em seus tristes pensamentos (Lc.24.17). Não reconheceram Jesus quando se uniu a eles. Interessante que o mesmo aconteceu com Maria, que em circunstâncias similares, não reconheceu Jesus de imediato no dia da sua ressurreição.
Irmãos, as tristezas sugam nossas forças e energias, tiram o bom humor, afetam nosso corpo, trazem angústia para a nossa alma. Então não fique envolvido demais nas suas tristezas! Quando Jesus morreu, os seus discípulos sentiram os seus planos frustrados. Para eles não existia mais horizontes, expectativas, confiança, e muito menos esperanças (Lc. 24.15).
Quando estamos tristes, preocupados com nossos problemas, sempre fixamos nossos olhos neles; conversamos com alguém a respeito deles, e parece que ficamos numa roda sem soluções.
Quando olhamos demais para nossas tristezas, o nosso mundo parece desabar!. Esta é a lição que podemos aprender sobre a vida destes dois discípulos a caminho de Emaús.Crente que vai para Emaús só pode estar “desviado” !.
Durante o seu ministério Jesus se ocupou basicamente de
ensinar, no entanto, parte de seus ensinamentos não surtiram o
devido efeito veja a seguir qual foi atônica de seu ministério
em geral, eem particulçar com essesdiscípulos:
1.
A FALTA DE PERSPECTIVA (Lucas 24.13-16)
Nestes três versículos vemos dois discípulos, um dele chamado Cleopas, que saíam de Jerusalém para um povoado chamado Emaús, desanimados, tristes e sem esperanças com a crucificação e morte de Jesus. Pelo caminho discutiam e conversavam sobre tudo que havia acontecido nos últimos três dias, esquecendo-se de todas as maravilhas que Jesus realizou. Demonstrando uma apostasia em sua fé.
Onde apostasia significa afastar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé Nele.
2. UM ENCONTRO ABENÇOADO (Lucas 24.17-24)
Aqui vemos que Jesus se aproxima dele, caminha com eles, pergunta-lhes o motivo de suas tristezas, ouve seus problemas.
Jesus também age assim conosco, se aproxima de nós, caminha conosco, pergunta-nos o motivo de nossa tristeza, basta que falemos com Ele.
Aqui vemos que Jesus se aproxima dele, caminha com eles, pergunta-lhes o motivo de suas tristezas, ouve seus problemas.
Jesus também age assim conosco, se aproxima de nós, caminha conosco, pergunta-nos o motivo de nossa tristeza, basta que falemos com Ele.
Os discípulos não o reconheceram, pois seus olhos estavam como que fechados pela falta de conhecimento da palavra, muitas vezes Jesus está do nosso lado e também não o reconhecemos, pois estamos cegos pelos nossos problemas e por não conhecermos as Escrituras.
3. ENSINAMENTOS E EXPOSIÇÕES FRUTIFERAS (Lucas 24.25-27)
Após ouvir os discípulos, Jesus fala sobre a necessidade de que
Ele sofresse e assim recebesse de Deus toda glória, começa a
explicar tudo que as Escrituras Sagradas falavam a respeito Dele,
iniciando pelos livros de Moisés e os escritos dos Profetas.
4. UM CONVITE PARA JESUS (Lucas 24.28-30)
Quando chegaram a Emaús, Jesus fez como quem continuaria sua viajem, mas os discípulos insistiram para que Jesus ficasse com eles. Jesus espera que nós façamos este convite para Ele para que possa cuidar de nós.
Quando chegaram a Emaús, Jesus fez como quem continuaria sua viajem, mas os discípulos insistiram para que Jesus ficasse com eles. Jesus espera que nós façamos este convite para Ele para que possa cuidar de nós.
Após o convite Jesus entra com eles, sentando-se à mesa, pegou o pão e deu graças a Deus, depois o partiu e deu a eles, e neste momento seus olhos se abrem e eles reconhecem Jesus.
5. A ALEGRIA DO REENCONTRO E AS BOAS NOVAS (Lucas 24.31-35)
Aqui vemos que eles depois de aprenderem sobre as Escrituras e voltarem a comunhão com Jesus, saíram da inércia e foram espalhar as Boas Novas de Jesus.
Aqui vemos que eles depois de aprenderem sobre as Escrituras e voltarem a comunhão com Jesus, saíram da inércia e foram espalhar as Boas Novas de Jesus.
É isso que Deus tem procurado em nosso tempo, no meio da nossa geração: pessoas que tenham seus corações como vulcões de paixão e amor por Ele.
Corações tão inflamados com a chama de amor que não possam se conter e espalhem esse fogo por onde for.
Quando estamos inflamados de amor por Deus, começamos a viver o verdadeiro cristianismo.
Deus tem um coração abrasado.
Deus coloca paixão em tudo o que faz.
Quando a palavra de Deus fala sobre o Espírito Santo, nos é mostrado que Jesus viria e logo após ele, o Espírito Santo, batizando com fogo.
Ø Lições a caminho de Emaús
Ansiedade gera incredulidade e vice-versa. Quando estamos nesse estado, é impossível enxergarmos a presença de Jesus, acreditarmos em Sua providência. Os discípulos mesmo mantendo diálogo com Jesus, não O reconheceram. Apenas quanto ouviram a Palavra e viram as marcas da crucificação. Mas foi no ouvir da Palavra que os corações foram transformados. Não há outra maneira de se alcançar a Salvação a não ser crendo na Palavra de Deus que é o Próprio Jesus. Ele é o Único e verdadeiro caminho que conduz a eternidade com Deus; João 14:6. E essa Salvação, não apenas pós morte, é a algo que acontece bem aqui nesse mundo. Veja, um dos sentidos da Palavra Salvação na Bíblia é “marpe” (dicionário Strong 14832) = restauração de saúde, remédio, cura, medicação, tranquilidade. Marpe, vem de Rapha , verbo curar, sarar, restaurar. Jesus é nossa cura completa, do corpo e do espírito, para séculos sem fim!
É possível que muitos de nós, mesmo tendo um diálogo com Jesus, não O reconheça. Isso é assustador, mas acontece. Foi o caso daquele jovem rico, descrito em Marcos 10: 17-22. Ele ouviu Jesus, mas se negou a segui-Lo porque o coração era avarento. O amor às riquezas era maior que o amor por Jesus. Triste. Os discípulos em Emaús, ouviram a Jesus e disseram: “Fica conosco”. Eles convidaram Jesus a cear não apenas à mesa deles, mas a fazer morada em seus corações. Essa é escolha que Deus quer de nós, que convidemos Jesus a morar em nós. E o mais incrível de tudo isso é: Ele não rejeita um convite desses. Ele nunca diz: não vou, não posso, fica para outro dia, esqueça, jamais!. Ele pode aparecer em qualquer lugar , nas mais adversas circunstâncias. Apareceu para Paulo a caminho de Damasco Atos 9:3-6. Para Pedro na praia. Para Zaqueu embaixo de uma figueira Lucas 19:1-7. Onde você estiver Ele vai ao seu encontro. Ele não resiste a um coração humilde e cheio de fé.
Os salvos ressuscitarão em corpo de glória. Nosso corpo abatido será transformado. Deus nos dará um novo nome (Apocalipse 3:12) e uma corpo que não poderá ser corrompido (I Cor 15:35)
Que esse encontro de Jesus com os discípulos no caminho de Emaús, seja como lição para alcançar os perdidos em preocupações, ansiedades, aflições e incredulidade. Que “no partir do Pão”, almas sejam saciadas pelo Pão da vida que é Jesus. Que Jesus de nossos lábios ouça o convite: “Fica conosco amado Mestre, precisamos de Ti que é nosso Bálsamo.”
Pare para pensar:
Você está vivendo das imagens do passado?
Você não consegue mais se lembrar de momentos agradáveis?
Você está vivendo das amarguras de um passado trágico que ficou para trás, mas que ainda te machucam?
Saiba que se essas imagens do passado são projetadas na sua mente agora, e isso ainda te machuca, é por que esta ferida ainda não cicatrizou, Jesus se achega a você agora, as decepções vão passar, o passado será lançado no mar do esquecimento.
Jesus está aqui!
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