Da EFE
Concessionária detectou vazamento em julho.
O governo do Japão informou nesta quarta-feira (7) que a usina nuclear de Fukushima, epicentro da crise atômica no país, lança cerca de 300 toneladas de água radioativa por dia no mar.
Essa informação veio à tona depois que a operadora da usina, a Tokyo Electric Power (TEPCO), mostrou sua preocupação pelo acumulo de água altamente contaminada nos porões dos reatores, um fato que se agrava a cada dia devido às complicações no setor.
Trabalhadores usam protetor próximo a um tanque da Central Atômica de Fukushima. (Foto: Arquivo / AP Photo)
No entanto, o Executivo advertiu que a maior parte da água contaminada lançada ao mar se limita às regiões próximas da central, cujo porto se encontra isolado do mar aberto por diversos diques de contenção da usina.
Momentos antes do anúncio, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, tinha pedido ao ministro da Indústria, Toshimitsu Motegi, elaborar um plano para dar assistência à operadora de Fukushima nos trabalhos de redução do vazamento de água contaminada.
Neste sentido, em breve, o governo realizará uma solicitação de fundos do orçamento do próximo ano fiscal para ajudar a financiar um projeto que consiste no congelamento da terra ao redor do recinto para bloquear a fuga de água, informou a agência local "Kyodo".
Em linha com as informações publicadas pelo governo japonês, a TEPCO, no último dia 23 de julho, já havia admitido ter detectado pela primeira vez o vazamento de água radioativa dos porões da central ao mar, embora tenha ressaltado que a quantidade era pouca e se limitava à zona do porto em frente à central.
Neste sentido, a maior preocupação da TEPCO na atualidade é o acumulo de água contaminada no subsolo dos edifícios dos reatores, inacessíveis em sua maioria devido à alta radiação.
Diante dessa situação, o operador de Fukushima construiu barreiras subterrâneas nos porões e, a partir do início desta semana, começou a bombear e armazenar essa água nos mais de mil tanques contêineres levados ao complexo.
No entanto, estes contêineres já estão próximo ao limite de suas capacidades e, por isso, o procedimento de criar muros protetores mediante a um processo de congelamento do solo aparece como a medida mais efetiva neste momento, segundo os especialistas.
Após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, o pior desde Chernobyl em 1986, cerca de 3,5 mil trabalhadores lutam diariamente na central japonesa para pôr fim a crise atômica, um trabalho que deverá se prolongar pelos próximos 30 ou 40 anos.
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