sábado, 12 de setembro de 2009
A Igreja de Cristo
Tão preciosa quanto o sangue por ela derramado.
O ser humano, embora imperfeito, procura perfeição em toda parte. Não encontrando, decepciona-se e rejeita até aquilo que poderia ser satisfatório e gratificante. É o que acontece, por exemplo, quando se deseja o cônjuge perfeito.
Na relação entre os indivíduos e as igrejas também ocorre esse tipo de busca. Sabendo que a igreja é composta por seres humanos, não haveremos de encontrar alguma que seja perfeita. Seria como buscar um hospital em atividade onde não houvesse doentes.
Cresce o número de pessoas que concentram seus olhares nos defeitos das igrejas. Não vamos negá-los ou fingir que não existem, mas não podemos também tornarmo-nos seus opositores ou acusadores, pois este papel já pertence ao Inimigo.
Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio, onde possamos corrigir com amor, sem tomar atitudes destrutivas contra a obra de Deus.
Os problemas encontrados nas congregações cristãs podem incluir pecados, mas precisamos nos lembrar de que nem todo erro é pecado. Algumas vezes, críticas são proferidas e barreiras são levantadas simplesmente por causa de diferenças litúrgicas, usos, costumes, modismos ou estratégias de crescimento.
Algumas pessoas tornam-se especialistas em criticar e acabam se afastando da igreja. Quem é o maior prejudicado? O indivíduo que se afasta. Quem lucra mais com tudo isso? Satanás. Ele é o maior interessado na decisão daqueles que resolvem servir a Deus sozinhos em suas casas. O leão devora, de preferência, aquelas ovelhas que se afastam do rebanho.
Não existe família sem problemas, mas isso não justifica uma atitude de isolamento e individualismo. Precisamos caminhar juntos, procurando melhorar sempre.
Pode-se pensar que a igreja primitiva fosse perfeita, mas isso não é verdade. Há quem persiga o ideal de restaurar as características eclesiásticas do Novo Testamento. Embora isto possa ser excelente em alguns aspectos, é algo impossível na sua totalidade e não conduzirá a igreja à perfeição, pois desde os seus primórdios o povo de Deus cometeu erros e precisou corrigi-los.
Quando o Senhor Jesus mandou que João escrevesse às sete igrejas da Ásia, várias repreensões foram a elas dirigidas. Havia ali muitos problemas e pecados. Contudo, todas elas eram verdadeiras igrejas do Senhor.
O grupo dos 12 discípulos de Jesus foi a célula mater da igreja. Pensando apenas nas ocorrências negativas (que é a nossa tendência), lembramos de Pedro e Judas Iscariotes. Nem aquele pequeno grupo teve a honra de ser perfeito.
Quando Pedro negou a Cristo, deu mau exemplo e péssimo testemunho diante de todas as pessoas que se encontravam no pátio do sumo sacerdote, podendo levá-las a questionar o caráter de todos os discípulos, principalmente naquelas circunstâncias, em que o Mestre encontrava-se preso.
Na mesma noite, Judas suicidou-se. Fico imaginando a reação de sua família e amigos. Poderiam dizer: "Eu sabia que esse negócio de seguir Jesus não ia dar certo". Naquela situação, os opositores pareciam cobertos de razão. Suas suposições ganhavam aspecto de verdade por não terem o exato conhecimento dos fatos, ainda mais diante da condenação e crucificação do Senhor.
Da mesma forma, encontramos, na igreja atual, muitos Pedros e Judas. Não podemos confundi-los, pois são bem diferentes. Pedro é o verdadeiro servo de Deus que erra, mas conserta. Judas é o falso. Precisamos distingui-los para não sairmos por aí condenando os líderes que Deus estabeleceu. Judas possuía uma característica marcante: sua cobiça pelo dinheiro estava acima de todas as coisas (João 12.6), chegando ao ponto de vender o Mestre por 30 moedas de prata (Mt.26.15).
Alguns líderes, que têm como propósito explorar as ovelhas com vistas ao enriquecimento pessoal, precisam ser notados. Não podemos ser seus seguidores.
Contudo, o grupo dos discípulos não poderia ser avaliado com base nos erros individuais. Pedro arrependeu-se e veio a ser o principal dos apóstolos. Judas foi substituído por Matias e o grupo apostólico avançou, com sucesso absoluto, no cumprimento da missão evangelística.
Daquela célula surgiu a igreja do Senhor Jesus, que era e continua sendo a agência de salvação das almas.
Além dos nomes mencionados, havia os demais discípulos. Alguns eram bem discretos, sendo citados poucas vezes no Novo Testamento. Nenhum deles era perfeito, mas foram servos fiéis ao Senhor, assim como inúmeros líderes dos nossos dias, que não aparecem, não protagonizam escândalos, mas vivem para servir a Deus e ao seu povo.
Na carta enviada a Filadélfia, Jesus disse à igreja: "Eu te amo" (Ap.3.9). A igreja não é perfeita, mas é amada pelo Senhor. Ai daqueles que se levantam contra ela. A noiva do Cordeiro está sendo preparada para o encontro com o noivo. Naquele dia, será apresentada sem mancha, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível (Ef.5.27). Entrará, então, na glória do Pai, tornando-se, para sempre, participante da perfeição de Cristo.
*******************************************************************
A edificação da igreja do Senhor
A igreja que Jesus construiu
Durante o seu ministério público, o nosso Senhor anunciou a sua intenção de construir (edificar) a sua igreja (Mateus 16:15-18). Certamente, ele não pretendia construir uma estrutura tipo catedral (um prédio de “igreja”); ele planejava chamar os pecadores por meio do evangelho para experimentar a salvação pela sua graça (2 Tessalonicenses 2:13-14; Efésios 1:6). Todos aqueles que respondessem ao convite divino seriam “chamados”, ou seja, chamados para sair do mundo. De fato, a palavra grega traduzida como “igreja” no Novo Testamento significa exatamente isto – um grupo de pessoas que foram chamadas para sair.
Este aspecto do plano de redenção de Deus foi colocado em ação no primeiro dia de Pentecostes depois da morte e ressurreição do Senhor. Os apóstolos pregaram a mensagem da salvação, e as pessoas responderam, sendo batizadas em Cristo para o perdão de seus pecados (Atos 2:22-47). Todos que responderam de maneira semelhante nos dias seguintes tornaram-se parte deste grupo de pessoas “chamadas”, conhecido como a igreja.
Muito tempo passou desde os eventos gravados no livro de Atos e muitas coisas aconteceram em relação a história religiosa. Ao invés de uma igreja que Jesus estabeleceu, há uma grande multidão de igrejas de todas as variedades. Enquanto existem algumas semelhanças entre estes grupos religiosos, as diferenças entre elas são surpreendentes. Elas têm diferentes formas de governo (organização), missões diferentes e formas diferentes de louvor. As doutrinas que são ensinadas por todas estas igrejas podem variar muito e há conflito óbvio entre o que uma igreja ensina e o que outra igreja ensina. Os nomes diferentes usados pelos grupos religiosos servem apenas para enfatizarem as suas diferenças.
Há uma indicação clara no Novo Testamento de que Jesus nunca pretendia a situação religiosa atual. Deve ser muito triste para aquele que orou que todos os seus discípulos gozassem da mesma união que ele e seu Pai (João 17:20-23) testemunhar a confusão que existe hoje em dia. É evidente que o Senhor pretendia que a mensagem de salvação não fosse mudada (Gálatas 1:6-9). Obviamente, ele pretendia que os seus discípulos posteriores louvassem da mesma maneira que os primeiros membros da igreja louvavam (veja, por exemplo, 1 Coríntios 11:23-34).
“Mas o mundo de hoje é diferente”. Está certo que vestimos de maneira diferente do que as pessoas do primeiro século no Oriente Médio e que temos tecnologia avançada, mas a natureza do homem não mudou, nem a sua necessidade pela salvação. Será que nos tornamos sofisticados demais para o tipo de religião que Deus prescreve? Durante os séculos que têm passado desde o estabelecimento da igreja do Senhor, os homens têm deixado a tradição alterar e acrescentar àquilo que é ensinado no evangelho de Cristo. Quem está disposto a amputar tal crescimento cancerígeno e voltar ao cristianismo do Novo Testamento?
Temos o ensinamento dos apóstolos e profetas inspirados no Novo Testamento. Podemos descrever a organização, missão e louvor da igreja primitiva quando lemos as Escrituras. Não só é possível voltar ao ensino e à prática simples de igreja primitiva, como é absolutamente necessário (2 João 9)!
–por Allen Dvorak
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário