segunda-feira, 15 de maio de 2017

"Quais são os pontos fortes e fracos da visão pós-tribulacional do Arrebatamento (Pós-tribulacionismo)?"

Pergunta: "Quais são os pontos fortes e fracos da visão pós-tribulacional do Arrebatamento (Pós-tribulacionismo)?"

Resposta: 
Ao considerar qualquer questão envolvendo a escatologia (o estudo do fim dos tempos), é importante lembrar-se de que quase todos os cristãos concordam com estas três coisas:

1) Está chegando um momento de grande Tribulação tal como o mundo nunca viu; 

2) Depois da Tribulação, Cristo voltará para estabelecer o Seu reino na terra;

3) Haverá um Arrebatamento -- "repentina transição" da mortalidade para a imortalidade -- para os crentes, assim como descrito em João 14:1-3, 1 Coríntios 15:51-52 e 1 Tessalonicenses 4:16-17. A única questão em relação ao tempo do Arrebatamento é a seguinte: quando ele ocorrerá em relação à Tribulação e à Segunda Vinda?

Existem basicamente três teorias sobre o momento do Arrebatamento: a crença de que ocorrerá antes da Tribulação (Pré-tribulacionismo), a crença de que ocorrerá na metade da Tribulação (Mesotribulacionismo) e a crença de que ocorrerá no final da Tribulação (Pós-tribulacionismo). Este artigo trata especificamente do ponto de vista pós-tribulacional.

O Pós-tribulacionismo ensina que o Arrebatamento ocorre no final, ou perto do final, da Tribulação. Naquela época, a igreja irá encontrar Cristo no ar e em seguida retornar à terra para o início do Reino de Cristo na terra. Em outras palavras, o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo (para estabelecer o Seu Reino) acontecem quase simultaneamente. Segundo essa visão, a igreja passa por toda a Tribulação de sete anos. O Catolicismo Romano, a Ortodoxia grega e muitas denominações protestantes defendem uma visão pós-tribulacional do Arrebatamento.

Um ponto forte do Pós-tribulacionismo é que Jesus, em Seu amplo discurso sobre o fim dos tempos, diz que voltará depois de uma "grande tribulação" (Mateus 24:21, 29). Além disso, o livro do Apocalipse, com todas as suas várias profecias, menciona apenas uma vinda do Senhor -- e isso ocorre após a Tribulação (Apocalipse 19-20). Passagens como Apocalipse 13:7 e 20:9 também dão apoio ao Pós-tribulacionismo porque certamente haverá santos na Tribulação. Além disso, a ressurreição dos mortos em Apocalipse 20:5 é chamada de a "primeira ressurreição". Os pós-tribulacionistas afirmam que, já que esta "primeira" ressurreição ocorre após a Tribulação, a ressurreição associada com o Arrebatamento em 1 Tessalonicenses 4:16 não pode ocorrer até então.

Os pós-tribulacionistas também apontam que, historicamente, o povo de Deus tem passado por momentos de intensa perseguição e julgamento. Por isso, dizem eles, não deve ser surpreendente que a igreja também passe pela Grande Tribulação do fim dos tempos. Em relação a isso, o ponto de vista pós-tribulacional distingue a "ira de Satanás" (ou "a ira do homem") da "ira de Deus" no livro do Apocalipse. A ira de Satanás é dirigida aos santos, e Deus a permite como um meio de purificação dos seus fiéis. Por outro lado, a ira de Deus é derramada sobre o Anticristo e seu reino ímpio, e Deus irá proteger o Seu povo dessa punição.

Um ponto fraco do Pós-tribulacionismo é o claro ensino da Escrituras de que aqueles que estão em Cristo não estão sob condenação e nunca experimentarão a ira de Deus (Romanos 8:1). Embora alguns julgamentos durante a Tribulação sejam especificamente aos que não são salvos, muitos outros julgamentos, como os terremotos, estrelas cadentes e fomes, afetarão os crentes e descrentes igualmente. Assim, se os crentes passarem pela Tribulação, eles experimentarão a ira de Deus, em contradição com Romanos 8:1.

Um outro ponto fraco do ponto de vista pós-tribulacional é que deve, em certa medida, alegorizar a Tribulação. Muitos pós-tribulacionistas ensinam que estamos vivendo na Tribulação agora; na verdade, alguns dizem que a Tribulação começou imediatamente após o Pentecostes em Atos 2. Tal ensino ignora a natureza singular da Tribulação tal como apresentada nas Escrituras (Mateus 24:21) -- que será um tempo de aflição sem paralelo na história mundial. Além disso, os pós-tribulacionistas têm dificuldade em explicar a ausência da palavra "igreja" em todas as passagens bíblicas relacionadas à Tribulação. Até mesmo em Apocalipse 4-21, a mais longa descrição da Tribulação em toda a Escritura, a palavra "igreja" nunca aparece. Os pós-tribulacionistas devem supor que a palavra "santos" em Apocalipse 4-21 signifique a igreja, embora uma palavra grega diferente seja usada.

E uma fraqueza final da visão pós-tribulacional é compartilhada pelas outras duas teorias: a Bíblia não dá um cronograma explícito em relação a eventos futuros. As Escrituras não ensinam claramente um ponto de vista ao outro, e é por isso que temos diversidade de opiniões acerca dos tempos finais e algumas variedades de como as profecias relacionadas devem ser harmonizadas.

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