Pensei que fosse fácil fazer-te um poema, papai.
Mas vejo que tua vida é um poema difícil,
que a gente não pode escrever.
Vejo os calos das mãos que contam histórias de enxadas,
caminhando pelos campos; e histórias de chinelos,
falando uma linguagem, que os filhos não entendem.
Vejo os calos dos joelhos, que contam histórias humildes de horas silenciosas, conversadas com Deus.
Vejo as rugas da fronte que falam das rugas da alma como sulcos da terra que as chuvas abriram.
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