quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Por que Abraão habitou em tendas na terra da promessa?

Abraão era sabedor de que a Jerusalém que existia à sua época era escrava com os seus filhos em função da maldição que abateu-se sobre Cão. O apóstolo Paulo evidencia as duas alianças através da alegoria que há em Sara e Agar ( Gl 4:25 ), o mesmo que Abraão evidenciou ao habitar em tendas na terra da promessa. Ao habitar em tendas, Abraão deu a entender que buscava a Jerusalém que é de cima, e o evangelista João viu a GRANDE CIDADE que Abraão esperava - a santa Jerusalém - descer do céu como noiva ataviada para o seu marido em substituição a grande Babilônia que foi destruída “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu” ( Ap 21:10 ; Gl 4:25 ). 
A origem da Jerusalém terrena
AGrande Cidade do Apocalipse diz da cidade que abrigará os filhos de Israel após o arrebatamento da Igreja. Para compreendermos a condição da Grande Cidade faz-se necessário analisar o surgimento da cidade de Jerusalém.
Conforme o profeta Ezequiel, o surgimento de Jerusalém se deu na terra dos cananeus "E dize: Assim diz o Senhor DEUS a Jerusalém: A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus. Teu pai era amorreu, e tua mãe hetéia" ( Ez 16:3 e 45).
O ‘pai’ da cidade de Jerusalém é identificado como amorita ou amorrita ou amorreus (nomes dado aos antigos babilônios), povos semitas vindos do deserto sírio-árabe que se estabeleceram na cidade da Babilônia tornando-se importante centro comercial na mesopotâmia devido a sua localização privilegiada.
Por amorreu entende-se o indivíduo que pertencente aos amorreus, um povo semita seminômade do Oriente antigo, que migrou da Península Arábica até à Palestina. Os amorreus estão arrolados entre os primeiros habitantes da terra de Canaã, mas o termo também é utilizado para fazer referência a um dos filhos de Sidon, primogênito de Canaã, sendo Canaã descendente de Cão, e Cão de Noé ( Gn 10:6 e 15-16 ; 1Cr 1:13 -14).
A ‘mãe’ da cidade de Jerusalém foi identificada como hetéia, o filho mais novo de Canaã, Hete, portanto, um descendente de Cão, o filho mais novo de Noé. Abraão comprou a sepultura de Macpela de um heteu (Gn 23.10), e as duas mulheres de Esaú também pertencia aos heteus (Gn 26.34).
Por que é necessário observarmos quais foram os primeiros habitantes das terras onde se firmou a cidade de Jerusalém? Porque através desta releitura da história bíblica identificamos o motivo pelo qual Abraão é identificado nas Escrituras como o pai da fé de todos os que creem e os seus descendentes segundo a carne rejeitados diante de Deus.
Terá, pai de Abraão, gerou Harã, o irmão caçula de Abraão na cidade de Ur dos caldeus "E morreu Harã estando seu pai Terá ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus" ( Gn 11:28 ), o que sugere que Abraão também nasceu na cidade de Ur dos caldeus (Gn 11:31 ; Gn 15:7 ; Ne 9:7 ).
Após a morte de Harã, Abraão casou-se com Sara. Naor, irmão de Abraão, casou-se com Milca. O pai de Abraão, Terá, reuniu os seus filhos e saiu de Ur dos caldeus em direção a Canaã, porém, parou na cidade de Harã, e habitaram ali.
Quando Abrão estava com setenta anos, saiu de Harã, terra onde os seus parentes habitavam, juntamente com Ló, filho de seu irmão, para uma terra que ainda seria revelada por Deus ( Gn 12:1 -4 ).
De Harã Abraão peregrinou juntamente com Ló até chegar a cidade de Canaã ( Gn 12:5 ), terra que pertencia aos cananeus, descendentes de Cão ( Gn 12:6 ), e que Deus prometeu dar a descendência de Abraão ( Gn 12:7 ). 
No mesmo dia em que Deus anunciou que daria um filho a Abraão, foi feita uma aliança, e Deus estabeleceu as terras que pertenciam aos descendentes de Canaã, o filho mais novo de Cão, como herança dos descendentes de Abraão. Foi especificado que as terras desde o rio do Egito até o rio Eufrates pertenceriam à descendência de Abraão, e dentre os povos que habitavam as terras constava os amoreus e os heteus “Naquele mesmo dia fez o SENHOR uma aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates; E o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, E o heteu, e o perizeu, e os refains, E o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu” ( Gn 15:18 -21; Sl 135:10 -12). 
Quando Deus aponta as abominações de Jerusalém, deixa claro que inicialmente o território que deu origem à cidade era habitado pelos cananeus e heteus, povos que foram expulsos por serem ímpios “Quando, pois, o SENHOR teu Deus os lançar fora de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o SENHOR me trouxe a esta terra para a possuir; porque pela impiedade destas nações é que o SENHOR as lança fora de diante de ti” ( Dt 9:4 ).
O povo hebreu (O termo hebreu significa "gente do outro lado do rio”, ou seja, do rio Eufrates) foi introduzido na terra não porque eram mais justos que os povos que estava sendo expulsos, antes por causa da promessa que Deus fez aos pais “Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela impiedade destas nações o SENHOR teu Deus as lança fora, de diante de ti, e para confirmar a palavra que o SENHOR jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó” ( Dt 9:5 ).
Para confirmar a promessa feita aos pais, Deus estendeu a aba do seu manto sobre Jerusalém, porém, o coração da nação de Israel que estava sendo introduzido na terra era idêntico ao dos povos que foram expulsos de suas terras e cidades ( Ez 16:8 ).
O povo que foi expulso da terra era ímpio, condição atrelada ao coração, já os descendentes da carne de Abraão por circuncidarem o prepúcio da carne consideravam que eram mais justos que os povos que foram lançados fora da terra, porém, a impiedade só é lançada foram quando ocorre a circuncisão no coração.
Quando Abraão recebeu o sinal da circuncisão na carne aos noventa e nove anos, já havia circuncidado o seu coração bem antes, visto que Abraão foi declarado justo antes de receber o selo da circuncisão na carne "E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada" ( Rm 4:11 ).
Em Gênesis 15, verso 6 Abraão foi justificado porque creu em Deus, e só no capítulo 17, verso 10 à 14 é estabelecida uma aliança entre Deus e Abraão, tendo a circuncisão do prepúcio por sinal.
Os descendentes da carne de Abraão, ao oitavo dia, eram circuncidados, um modo de serem identificados como povo descendente da carne de Abraão, porém, quando estavam a caminho da terra prometida, a ordem de Deus era especifica:"Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz" ( Dt 10:16 ).
A circuncisão da carne somente identificava os membros da nação de Israel, no entanto, o que confere a filiação de Abraão, ou o selo da justiça da fé é a circuncisão do coração, que não é feita por mão dos pais terrenos, antes pela mão do Pai celeste. A circuncisão do coração é incisão que somente Deus pode fazer, pois ele tira o coração de pedra é dá um novo coração ( Ez 11:19 ).
Por isso Deus alerta que, apesar de estarem sendo introduzidos na terra, os filhos de Jacó não eram mais justos do que os povos que estavam sendo expulsos da terra ( Dt 9:4- 5 ).
Quando Deus anunciou, por meio de Moisés que Israel adentraria a terra dos heteus, girgaseus, amorreus, cananeus, perizeus, heveus e jebuseus, foi determinado que exterminassem completamente aqueles povos, bem como destruíssem todos os seus ídolos, estatuas e altares para que não se contaminassem com os seus ídolos "E, destruindo a sete nações na terra de Canaã, deu-lhes por sorte a terra deles" ( At 13:19 ; Dt 7:1 ).
Aqueles povos seriam destruídos gradativamente para que as feras dos campos não se multiplicassem e atacassem o povo de Israel "E o SENHOR teu Deus lançará fora estas nações pouco a pouco de diante de ti; não poderás destruí-las todas de pronto, para que as feras do campo não se multipliquem contra ti" ( Dt 7:22 ). 
Entretanto, quando passassem a habitar a terra prometida, ao tomar da terra as primícias dos frutos, os filhos de Jacó deveriam confessar (admitir) que eram filhos de um arameu, visto que Jacó saiu de Canaã para não tomar por mulher uma das filhas da terra e foi a Padã-Arã, à família de Betuel, o arameu, pai de Rebeca “Então testificarás perante o SENHOR teu Deus, e dirás: Arameu, prestes a perecer, foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente, porém ali cresceu até vir a ser nação grande, poderosa, e numerosa” ( Dt 26:5 ); “E ISAQUE chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã; Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe” ( Gn 28:1 -2).
Em Harã, Deus promete a Jacó o mesmo que foi prometido a Abraão, seu pai “E eis que o SENHOR estava em cima dela, e disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado” ( Gn 28:13 -15).
Quando Jacó retornou à terra das peregrinações de Abraão, seu pai, Raquel, sua mulher, furtou os ídolos do seu pai, Labão, e os trouxe consigo para Salém, cidade de Siquém, que fica em Canaã “E chegou Jacó salvo à Salém, cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando vinha de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade” ( Gn 33:18 ).
Quando Deus fala a Jacó para subir a Betel, foi necessário ele concitar a sua família que tirassem do meio deles os ídolos ( Gn 35:2 ), e todos os deuses estranhos que foram retirados, Jacó os escondeu debaixo de um carvalho que ficava junto a Siquém ( Gn 35:4 ). É significativo o fato de que Siquém, onde os ídolos foram enterrados, fica na terra de Canaã. 
Mas, quando os filhos de Israel adentraram a terra prometida, cobiçaram as filhas dos povos que habitavam na terra, desejaram os seus ídolos, o ouro e a prata que cobriam os seus ídolos e não confessaram que eram filhos de um arameu ( Dt 26:5 ).
Por serem descendentes da carne de Abraão e por residirem nas terras de Canaã, o povo de Israel se ensoberbeceu ( Sf 3:1 e 11). Desde Canaã multiplicou-se as prostituições dos filhos de Jacó na cidade de Jerusalém, sendo que as prostituições se estenderam ao Egito (vizinhos) e até os confins da Caldeia e da Assíria ( Ez 16:26 -29).
Enquanto a Babilônia diz de um império que estendeu os seus domínios por todas as nações que ocupavam as regiões férteis dos rios Tigre, Eufrates e Nilo, a ‘grande Babilônia’ diz da ‘grande cidade’ que estendeu as suas prostituições e abominações a todos os povos que habitaram as regiões férteis do mediterrâneo.
Já no Egito a nação deixou que fossem apalpados os seios de sua virgindade ( Ez 23:3 e 8). 
Antes de se auto intitular filhos de Abraão, o povo de Israel deveria lembrar que eram filhos de um amorreu. Antes de se declararem filhos de Israel (Jacó), deveriam lembrar que eram descendentes de um heteu. Deveriam lembrar que a terra de Jerusalém remonta a Cão e ao filho mais novo de Cão, Canaã, e que Canaã foi amaldiçoado por Noé “E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo” ( Gn 9:25 -27).
Os lideres de Israel confiavam que estavam na terra prometida aos pais, porém, se esqueceram de observar que os habitantes das terras dadas a Israel jamais seriam livres, antes para sempre seriam servos porque foram amaldiçoados por Noé por causa do atrevimento de Cão, pai de Canaã.
A maldição que caiu sobre Canaã, o filho mais novo de Cão, atingiu todos os termos dos cananeus, ou seja, desde Sidon, Gerar, Gaza, Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim até Lasa. A acusação de que a mãe de Jerusalém era hetéia e o pai amorreu demonstra que os termos da cidade pertenceram ao filho mais novo de Canaã “E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete; E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu, E ao heveu, ao arqueu, ao sineu, E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus. E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa” ( Gn 10:15 -19).
Embora o povo de Israel se sentisse bem-aventurados por habitar a região da palestina e que era melhor que as nações em redor por ser descendente de Abraão, a palavra do Senhor proferidas pelos profetas expunham as abominações e a verdadeira origem e o parentesco da cidade que habitavam: “Tu és filha de tua mãe, que tinha nojo de seu marido e de seus filhos; e tu és irmã de tuas irmãs, que tinham nojo de seus maridos e de seus filhos; vossa mãe foi hetéia, e vosso pai amorreu. E tua irmã, a maior, é Samaria, ela e suas filhas, a qual habita à tua esquerda; e a tua irmã menor, que habita à tua mão direita, é Sodoma e suas filhas” ( Ez 16:45 -46); "E dize: Assim diz o Senhor DEUS a Jerusalém: A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus. Teu pai era amorreu, e tua mãe hetéia" ( Ez 16:3 e 45).
Os habitantes de Jerusalém não atinaram que nem todos os que habitavam nos termos de Israel eram de fato israelitas, visto que ser descendente da carne de Abraão não é o que confere a filiação do patriarca, visto que somente os filhos da promessa são contatos como descendência ( Rm 9:6 -8).
Se ao entrar na terra da promessa os filhos de Israel confessassem que eram filhos de um arameu (filhos de Jacó), seriam obediente ao mandamento do Senhor e seriam justificados assim como o foi Abraão. Admitir que eram filhos de um arameu demonstrava que haviam compreendido que eram peregrinos na terra da promessa, assim como Abraão ( Gl 3:7 -9).
O que isto significa? Se Abraão sendo o pai da fé viveu na terra da promessa em cabanas juntamente com Isaque e Jacó dando a entender que eles não possuíam ali possessão permanente, antes buscavam uma cidade melhor ( Hb 11:8 -10), significa que todos os que compartilhavam da mesma fé de Abraão não deveriam se apossar da terra como possessão permanente, antes deveriam viver nela como em terra alheia, portanto confessando que era arameu e habitando em tendas.
Abraão habitou em tendas e não se esqueceu do Senhor, já os filhos de Israel passaram a habitar em casas que não edificaram e não observaram a palavra do Senhor “Quando, pois, o SENHOR teu Deus te introduzir na terra que jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu não edificaste, E casas cheias de todo o bem, que tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivais, que tu não plantaste, e comeres, e te fartares, Guarda-te, que não te esqueças do SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” ( Dt 6:10 -12).
Se os filhos de Jacó admitissem (confessassem) que eram arameus era um sinal claro que compreenderam que não eram melhores do que as nações que habitaram as terras de Canaã e foram expulsos ( Dt 9:4 -7).
Confessar ser arameu ao adentrar a terra era o mesmo que confessar que eram estrangeiros e peregrinos na terra ( Hb 11:13 ), pois se assim professassem claramente estavam demonstrando que como Abraão buscavam uma pátria melhor ( Hb 11:14 ).
Se os filhos de Jacó admitissem que eram estrangeiros e peregrinos como fez o pai Abraão, automaticamente estariam demonstrando que estavam desejosos de uma pátria melhor, isto é, a celestial. Da mesma forma que Deus não se envergonhou de nomear-se como sendo o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, semelhantemente Deus não se envergonharia de chamar os israelitas que admitissem que eram filhos de um arameu, de ser o Deus deles "Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus" ( Êx 3:6 ; Hb 11:16 ).
O povo de Israel não observou que os herdeiros da Jerusalém terrena eram escravos ( Gn 9:25 ) com os seus filhos por causa da maldição que o filho mais novo de Noé (Cão), trouxe sobre o seu filho Canaã, e que alcançou o filho caçula de Canaã, Hete.
Além da maldição que recaiu sobre Canaã, Cão gerou a Cuxe, e Cuxe gerou Raamá, e Raamá gerou Sebá e Dedã. Ninrode, por sua vez, descendeu de Cuxe, que edificou na mesopotâmia (terra de Sinar) o reino de Babel, Ereque, Acade e Calné. Foi na mesopotâmia que surgiu a Assíria, que teve por capital Nínive e as cidades de Reobote-Ir, Calá e Resen ( Gn 10:6 -12; Gn 11:2 e Gn 14:1 ).
Observe que os filhos de Cão fazem parte de todas as nações do passado que se tornaram grande império.
Vale destacar que os estudiosos de geografia bíblica consideram a terra de Sinar como a atual Mesopotâmia (do grego, meso = terra, potamos = rios - “terra entre rios”), sendo que ‘Sinar’ significa ‘terra dos rios’ em hebraico.
Abraão descendeu de Sem, bendito do Senhor ( Gn 9:26 ), já Canaã foi posto por servo de Sem e de Jafé. Jafé, por sua vez, encontraria abrigo nas tendas de Sem e também teria Canaã por servo ( Gn 9:26 -28). 
O primogênito de Noé, Sem, gerou a Arfaxade, e Arfaxade gerou a Selá, e Selá gerou a Éber, e Éber gerou a Pelegue, e Pelegue gerou a Reú, e Reú gerou a Serugue, e Serugue gerou a Naor, e Naor gerou a Terá, e Terá gerou a Abrão, a Naor, e a Harã ( Lc 3:23  -38). 
Abraão era sabedor de que Canaã havia sido posto por servo de Sem, isto dava a entender que as terras onde fica o monte Sinai, que corresponde a Jerusalém terrena, somente gerava filhos para a servidão, assim como Agar gerava para escravidão ( Gl 4:23 -26). 
Foi por causa da maldição que estava sobre Canaã que Abraão passou pelas terras dos filhos de Cão sem tê-las como possessão permanente, esperando a cidade que tem fundamentos, a Jerusalém celestial. 
Esta questão é facilmente observável quando Ló se apartou de Abraão, visto que Abraão franqueou ao seu sobrinho escolher onde habitar. Ló olhou para as campinas do Jordão que eram bem irrigada ( Gn 13:10 ), e Abraão resolveu permanecer ali mesmo, em Canaã, sem atentar para a aparência da terra, fazendo uso de tendas “Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa” ( Hb 11:9 -10; Gn 13:12 e 18). 
Ademais, Abraão não fez caso das riquezas de Sodoma para que não se propagasse o dito de que o rei de Sodoma enriqueceu a Abraão ( Gn 14:22 -23). 
Deus alertou a Abraão que os seus descendentes seriam peregrinos em terra alheia e reduzidos à escravidão. Muito tempo depois da morte de Abraão, Jacó adentrou ao Egito e a descendência de Abraão tornou-se escrava ( Gn 15:13 ). 
Deus predisse que da descendência de Abraão viria a bem-aventurança a todas as famílias da terra. Há duas linhagens que procedem da carne de Abraão: a linhagem de Ismael e a linhagem de Isaque (apesar de Isaque ter nascido segundo a promessa, descendia da carne de Abraão), sem falar nos filhos que ele teve com sua concubina ( Gn 25:1 ), porém, a promessa não foi feita aos descendentes da carne de Abraão, e sim a uma descendência, que é Cristo “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo” ( Gl 3:16 ); “Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência. Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua descendência” ( Gn 21:12 -13). 
Abraão era sabedor de que a Jerusalém que existia à sua época era escrava com os seus filhos em função de Cão. O apóstolo Paulo evidencia as duas alianças através da alegoria que há em Sara e Agar ( Gl 4:25 ), o mesmo que Abraão evidenciou ao habitar em tendas na terra da promessa. Ao habitar em tendas, Abraão deu a entender que buscava a Jerusalém que é de cima, e o evangelista João viu a GRANDE CIDADE que Abraão esperava - a santa Jerusalém - descer do céu como noiva ataviada para o seu marido em substituição a grande Babilônia que foi destruída “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu” ( Ap 21:10 ; Gl 4:25 ). 
Enquanto a santa Jerusalém é nomeada como a grande cidade, a prostituta que se assenta sobre a besta é nomeada a grande Babilônia, por causa da ‘confusão’ de rosto provocado por suas prostituições "Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti" ( Dn 9:8 ); "O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão" ( Mq 7:4 ). 
A primeira babilônia edificada por um dos filhos de Cão, Ninrode, foi Babel, edificada na terra de Sinar com as cidades de Ereque, Acade e Calné ( Gn 11:10 ). Por causa da confusão de línguas efetuada por Deus na terra de Sinar, foi que a cidade que os homens construíram passou a ser chamada de Babel "Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra" ( Gn 11:9 ). 
A grande prostituta – Cidade de Israel - prostituiu-se com os reis da terra e os habitantes da terra sorveram o vinho da sua prostituição. Consequentemente, despertou a ira de Deus, ou seja, chegou o momento da confusão de rosto dos filhos de Israel tal qual nunca houve na face da terra, de modo que a cidade de Israel é denominada Babilônia, a Babel, a confusão, visto que os seus habitantes serão espalhados por Deus sobre a face da terra. 
A contaminação dos filhos de Jacó que percorreu a face da terra saíram dos profetas de Jerusalém, de modo que a intervenção divina fazendo com que os filhos de Israel fiquem confundidos e sejam espalhados na face da terra é o motivo pelo qual o nome da cidade de Jerusalém foi trocado para a grande Babilônia "Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra" ( Jr 23:15 ; Ap 17:2 ); "Acaso é a mim que eles provocam à ira? diz o SENHOR, e não a si mesmos, para confusão dos seus rostos?" ( Jr 7:19 ); "O SENHOR mandará sobre ti a maldição; a confusão e a derrota em tudo em que puseres a mão para fazer; até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste" ( Dt 28:20 ); "Porque dia de alvoroço, e de atropelamento, e de confusão é este da parte do Senhor DEUS dos Exércitos, no vale da visão; dia de derrubar o muro e de clamar até aos montes" ( Is 22:5 ). 
Quando o profeta Daniel confessou o pecado do seu povo, ele deixou registrado que a desolação que se abateu sobre a cidade de Jerusalém se deu em razão de, em baixo dos céus, nunca ter sido feito o que se fez em Jerusalém ( Dn 9:12 ). Daniel entendeu que tudo o que sobreveio sobre a nação (exílio babilônico) se deu conforme o profetizado por intermédio de Moisés ( Dn 9:11 e 13; Dt 31:14 -20).
O profeta Moisés deixou claro que, após a sua morte, os filhos de Jacó se voltariam a outros deuses e os serviriam, anulando a aliança ( Dt 31:20 ). Moisés também deixa evidenciado que Deus só não destruiu de todo a nação porque as nações vizinhas haveriam de se gloriar contra o Senhor dizendo que Deus nada havia feito em Israel ( Dt 32:26 -27).
Foi expressamente recomendado que os filhos de Israel não se desviassem do Senhor e fosse após os deuses de outras nações ( Dt 29:18 ), e, que ninguém que seguisse os seus próprios devaneios invocasse sobre si as benção estipuladas na lei ( Dt 29:19 ), pois Deus haveria de castiga-los  a ponto de se dizer entre as nações que Israel havia abandonado a aliança que fizera com Deus, e que por isso foram punidos ( Dt 29:24 -28).
Muito tempo depois o profeta Jeremias acusa os filhos de Jacó de terem multiplicado os seus ídolos segundo os números das cidades de Judá, e que segundo os números das ruas de Jerusalém criaram altares, isto porque não deram ouvidos a palavra de Deus ( Jr 11:10 ). De nada adianta erguer altares e oferecer sacrifícios se o homem é obstinado de coração e não dá ouvidos à palavra do Senhor ( Jr 11:8 ), de modo que os altares resultou em vergonha, confusão. O incenso que queimavam não era para Deus, e sim para os deuses das nações vizinhas, e por isso foram levados cativos para Babilônia ( Jr 11:13 ).
Como Deus já não suporta a iniquidade nos ajuntamentos solenes ( Is 1:13 ), os sacrifícios em Israel assemelhava-se a um culto a Baal, e foram deportados para a terra dos inimigos “Então irão as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém e clamarão aos deuses a quem eles queimaram incenso; estes, porém, de nenhum modo os livrarão no tempo do seu mal. Porque, segundo o número das tuas cidades, são os teus deuses, ó Judá! E, segundo o número das ruas de Jerusalém, levantastes altares à impudência, altares para queimardes incenso a Baal” ( Jr 11:12 -13).
Apesar da evidencias da prostituição de Israel, diante do protesto de Deus, os filhos de Jacó argumentavam que não haviam se desviado "Como dizes logo: Não estou contaminada nem andei após os baalins? Vê o teu caminho no vale, conhece o que fizeste; dromedária ligeira és, que anda torcendo os seus caminhos" ( Jr 2:23 ). Não há distinção entre os que andam após os seus corações e os que andam após os baalains "Antes andaram após o propósito do seu próprio coração, e após os baalins, como lhes ensinaram os seus pais" ( Jr 9:14 ).
Uns em Israel aprendiam doutrina de homens, mandamentos sobre mandamentos, e não atentavam para as palavras de Deus, outros seguiam após os deuses das nações vizinhas, mas tanto estes quanto aqueles serviam, a seu modo, aos ídolos. Faziam o que nenhuma outra nação fez: trocar seus deuses "Castigá-la-ei pelos dias dos Baalins, nos quais lhes queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas joias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim se esqueceu, diz o SENHOR" ( Os 2:13 ; Jr 2:11 ).

O mistério da 'Babilônia' do Apocalipse

Não há registro nas Escrituras de que a Babilônia dos caldeus tenha matado os santos e as testemunhas de Jesus, mas dos filhos de Jacó há a acusação de Neemias:“Porém se obstinaram, e se rebelaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das suas costas, e mataram os teus profetas, que protestavam contra eles, para que voltassem para ti; assim fizeram grandes abominações" ( Ne 9:26 ); "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?" ( Lc 13:34 ; Mt 21:33 -46).

Por que a cidade é denominada ‘Babilônia, a grande’?

A inscrição
Por causa da inscrição enigmática que o evangelista João viu na testa da mulher “A Grande Babilônia”, o imaginário popular amalgamou a visão da meretriz com a exuberância da antiga cidade dos Caldeus.
A inscrição ‘A Grande Babilônia’ na testa da meretriz não diz do reino de Hamurábi, rei da babilônia, que reinou entre os anos de 1728 a 1686 a.C., que dominou desde a Assíria, na Alta Mesopotâmia, até a Caldéia, no sul, fundando o primeiro Império Babilônico.
A inscrição também não se refere ao Império Neobabilônico, mais grandioso que o de Hamurábi, e que surgiu mil anos depois, tendo Nabucodonosor (604 a.C. – 561 a.C.), por rei, o segundo Império Babilônico que durou até 539 a.C. quando foi conquistado pelo rei persa Ciro I.
A inscrição na testa da meretriz é um nome simbólico que representa a origem (mãe) das prostituições e abominações da terra.
Para entender a natureza da inscrição na testa da meretriz faz-se necessário lembrar que Deus ordenou aos filhos de Jacó que os sacerdotes deveriam confeccionar uma lamina de ouro puro com uma inscrição (selo) nela com os dizeres: “Santidade ao Senhor”, e atá-la na testa com uma fita azul ( Ex 28:13 ).
Os sacerdotes deveriam estar com a lamina de ouro na testa continuamente, e os filhos de Jacó deveriam continuamente instruir os seus filhos, pois ensinar continuamente a lei do Senhor era um sinal na mão e frontais entre os olhos do povo "E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra" ( Êx 29:6 ; Dt 6:7 ). 
Desde que saiu do Egito até alcançarem a terra da possessão, Israel era guiado por Deus. Mas, quando na terra da promessa os filhos de Israel pediram um rei, com o intuito de imitarem as nações em redor, rejeitaram ao senhor “E disse o senhor a Samuel: ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles” ( 1Sm 8:7 ). Neste evento a nação inteira rejeitou o Guia que os trouxe ao descanso. 
Daí a acusação que consta no Livro dos Provérbios contra a mulher (adultera): "... que deixa o guia da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus" ( Pv 2:17 ). 
A lâmina posta na testa dos sacerdotes indicava quem era o guia do povo de Israel. O povo de Israel era separado dos outros povos como possessão peculiar de Deus. Mas, cada membro da nação deveria ter a lei do Senhor como frontais, pois esta era a lâmina verdadeira, enquanto a posta sobre os sacerdotes símbolo.
Lembrar da lei continuamente era um meio de ‘escrever’ a lei nas tábuas do coração dos filhos de "Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti" ( Sl 119:11 ; Dt 6:7 ).
Quando formam introduzidos na terra prometida, Deus alertou o povo que estavam tendo a regalia de entrarem para habitar grandes e boas cidades que não haviam construído, casas mobiliadas e poços que não haviam cavado ( Dt 13:10). Mas, quando comessem e se fartassem das vinhas e dos olivais que não haviam plantado, não deviam esquecer do Deus de Israel, seguindo outros deuses dos povos que houvesse ao redor ( Dt 13:11,12 e 14 ).
No mês de Abide deveriam festejarem por sete dias comendo pães ázimos e anunciar aos seus descendentes tudo o que Deus fizera quando os retirou com mão forte do Egito ( Ex 13:4- 8). A festa dos pães ázimos seria por sinal e um modo de os filhos de Jacó não se esquecerem de anunciar a lei ( Ex 13:9 ).
Os filhos de Jacó não podiam esquecer que Deus é um Deus zeloso, e que se deixassem o Deus da sua mocidade, a ira do Senhor seria derramada contra eles, as cidades seriam destruídas e dispersos.
A cidade de Israel era plena de retidão, visto que Deus deu estatutos que a tornava separada (santidade), propriedade peculiar do Senhor ( Ex 19:5 ; Is 1:21 ), mas como rejeitaram os estatutos e a aliança, bem como as advertências de Deus e seguiram a vaidade dos seus corações e os deuses das nações que estavam ao redor ( 2Re 17:15 ; Dt 11:16 ), a cidade tornou-se infiel, pérfida.
A inscrição ‘Santidade ao Senhor’ foi substituída quando a cidade se tornou infiel, pois os seus habitantes seguiram após os deuses das cidades vizinhas "Com deuses estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram" ( Dt 32:16 ).
Esqueceram-se da Rocha que os formou, ou seja, lançaram fora os ‘frontais ‘que continuamente deveriam estar entre os olhos ( Dt 11:18 ), de modo que tudo o que faziam não passava de abominações "Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem; quem sacrifica um cordeiro é como o que degola um cão; quem oferece uma oblação é como o que oferece sangue de porco; quem queima incenso em memorial é como o que bendiz a um ídolo; também estes escolhem os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações" ( Is 66:3 ).
O nome gravado na testa da mulher embriaga demanda interpretação por causa do aviso ‘mistério’. Assim como a visão é um enigma a inscrição na testa da mulher deve ser interpretada, ou seja, não deve ser tomada literalmente.

Porque Babilônia? 
Por causa da narrativa de Genesis 11, verso 9, para os judeus ‘Babel’, ou a forma grega ‘Babilônia’, significa ‘confusão’. O nome ‘Babel’, em hebraico ‘Bavél’, raiz do verbo ba.lál, significa confundir, corresponde a forma grega do nome ‘Babilônia’, do Acadiano Bãb-ilu, que significa ‘Portão de Deus’. 
Se os habitantes da cidade houvessem guardado as ordenanças de Deus, a inscrição seria uma coroa de glória demonstrando que a cidade é uma propriedade peculiar de Deus e que Deus era o seu guia, mas como ‘escolheram seus próprios caminhos e se deleitaram em suas abominações’, a inscrição remete a uma grande confusão que os levará a destruição "Porque os guias deste povo são enganadores, e os que por eles são guiados são destruídos" ( Is 9:16 ; Jr 2:2 e 17). 
Como não colocaram como frontais entre os olhos a palavra do Senhor, veio sobre eles o que estava previsto: a confusão"Deitemo-nos em nossa vergonha; e cubra-nos a nossa confusão, porque pecamos contra o SENHOR nosso Deus, nós e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; e não demos ouvidos à voz do SENHOR nosso Deus" ( Jr 3:25 ); "A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti" ( Dn 9:7 ). 
A inscrição ‘Babilônia’ tem relação com a ira divina, que fará com que os habitantes da grande cidade sejam dispersos pela ‘confusão de rosto’, pois o fim da meretriz que se assenta sobre a besta é ser devorada pela besta e os dez chifres ( Ap 17:16 ).
A primeira Babilônia, Babel, foi destruída pela intervenção divina com a confusão da língua dos seus habitantes, e a grande cidade será destruída porque Deus será contra ela com maldição, portanto, haverá confusão e derrota até que a grande cidade seja destruída repentinamente "O SENHOR mandará sobre ti a maldição; a confusão e a derrota em tudo em que puseres a mão para fazer; até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste" ( Dt 28:20 ; Gn 11:7 ).
A confusão de rosto do povo de Israel foi predita por Moisés, bem como a destruição de tudo quanto os habitantes da grande cidade fizeram. 
Esdras apontou as iniquidades do seu povo como responsável pelo cativeiro e pela confusão de rosto quando confessou: “E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje estamos em grande culpa, e por causa das nossas iniquidades somos entregues, nós e nossos reis e os nossos sacerdotes, na mão dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, e ao roubo, e à confusão do rosto, como hoje se vê” ( Ed 9:6 -7; Jr 3:25 ; Dn 9:7 -8). 
O que esperar diante da provocação dos moradores da grande cidade? O dia da punição, que é a confusão de rosto, e com a confusão vem a espada, fome e dispersão "Acaso é a mim que eles provocam à ira? diz o SENHOR, e não a si mesmos, para confusão dos seus rostos?" ( Jr 7:19 ); "O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão" ( Mq 7:4 ).

A mãe das prostituições 
A acusação de abominações e adultérios que recai sobre a grande cidade é porque entre ela e Deus havia um vínculo, uma aliança de casamento. Abominações e adultérios são acusações que sempre foram direcionadas a cidade de Jerusalém: "Já vi as tuas abominações, e os teus adultérios, e os teus rinchos, e a enormidade da tua prostituição sobre os outeiros no campo; ai de ti, Jerusalém! Até quando ainda não te purificarás?" ( Jr 13:27 ); "Filho do homem, faze conhecer a Jerusalém as suas abominações" ( Ez 16:2 ). Seria um contrassenso Deus falar contra a Babilônia dos caldeus denunciando-os por abominações e adultérios, uma vez que Deus nunca estabeleceu aliança com os caldeus.
Não há registro nas Escrituras de que a Babilônia dos caldeus tenha matado os santos e as testemunhas de Jesus, mas dos filhos de Jacó há a acusação de Neemias: “Porém se obstinaram, e se rebelaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das suas costas, e mataram os teus profetas, que protestavam contra eles, para que voltassem para ti; assim fizeram grandes abominações" ( Ne 9:26 ); "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?" ( Lc 13:34 ; Mt 21:33 -46).
O nome ‘babilônia’ não se refere ao papado, como acusa Dave Hunt no capítulo 6 do livro de sua autoria “A Woman Rides the Beast” (A Mulher Montada na Besta).
A Babilônia do Apocalipse não é a cidade do Vaticano, como muitos afirmam. Não podemos nos apoiar em fontes extra bíblicas para afirmar que o Vaticano é a meretriz, como os “Os Oráculos de Sibélio” (5, 159F), ou o “Apocalipse de Baruque” ( ii, 1) e o  “4 Esdras” (3:1). Não podemos nos apoiar no que diz uma enciclopédia para afirmar que Roma é a grande cidade “É dentro da cidade de Roma, chamada a cidade das sete colinas, que a área completa do Vaticano está agora confinada” Enciclopédia Católica.
Relacionar o nome ‘mistério’ com a doutrina católica da transubstanciação expressa por “Mysterium Fide” é temerário, assim como apoiar-se em escritos católicos de que Roma é uma cidade construída sobre sete colinas. Quando a Bíblia afirma que a meretriz se assenta sobre a besta, isto significa que ela está apoiada em sete montes, ou seja, em sete reinos, e não sobre colinas.

A Grande
A cidade é nomeada grande em função da extensão do domínio que a nação de Israel possuirá quando se assentar sobre a besta (sete montes), domínio este que florescerá na primeira metade da última semana prevista por Daniel, pois exercerá domínio sobre muitas águas (povos, línguas e nações).
Enquanto a Babilônia dos caldeus era cruzada por muitos canais, portanto, construída sobre as muitas águas ( Jr 51:13 ), a ‘Grande Babilônia’ do Apocalipse tem por base as muitas águas, ou seja, povos, línguas e nações ( Ap 17:1 e 15). 
A cidade é tida como ‘A Grande’ por exercer domínio sobre povos, nações e línguas, assim como a Babilônia do rei Nabucodonosor dominou os reinos da antiguidade: “Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino, e a grandeza, e a glória, e a majestade. E por causa da grandeza, que lhe deu, todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a quem queria conservava em vida; e a quem queria engrandecia, e a quem queria abatia”( Dn 5:18 -19; Ap 18:15 ). 
“Mistério, Babilônia” não se refere aos Estados Unidos, como alguns sugerem, ou a qualquer outro país, pois a bíblia aponta para uma cidade e não para um país.  
Há quem negue que Jerusalém seja a grande cidade porque ela não é construída sobre sete colinas, porém, as colinas que a bíblia faz referência diz de sete reis com os seus respectivos reinos, e não de montanhas de terra ( Ap 17:9 -10 ). 
As abominações e imundícies são o vinho que a meretriz deu aos reinos e reis da terra que os tornam sujeitos à ira de Deus. O vinho do furor que as nações beberão decorre da promiscuidade da cidade que se fez meretriz e provocou o ciúme do seu Senhor“Porque assim me disse o SENHOR Deus de Israel: Toma da minha mão este copo do vinho do furor, e darás a beber dele a todas as nações, às quais eu te enviarei. Para que bebam e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada, que eu enviarei entre eles” ( Jr 25:15 -16).

Anação de Israel foi cuidada e adornada por causa da promessa que Deus fez aos pais, como se lê: “Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo. E te vesti com roupas bordadas, e te calcei com pele de texugo, e te cingi com linho fino, e te cobri de seda. E te enfeitei com adornos, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao redor do teu pescoço. E te pus um pendente na testa, e brincos nas orelhas, e uma coroa de glória na cabeça. E assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, e de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farinha, e mel e azeite; e foste formosa em extremo, e foste próspera, até chegares a realeza” ( Ez 16:9 -13).
O cuidado de Deus fez com que a nação de Israel adquirisse muitas riquezas e que os filhos de Jacó se multiplicassem em grande número, o que tornou as suas cidades grandiosas e desejáveis. Por causa da pujança da nação de Israel, as nações vizinhas se aproximaram oferecendo alianças. Os filhos de Jacó deixaram de confiar em Deus (apostasia) e passaram a confiar nas suas alianças políticas, no seu poder militar, na sua capacidade econômica e na sua religiosidade.
A aliança com Deus foi quebrada por causa da apostasia do povo, como consequência Deus trouxe sobre os filhos de Jacó tudo o que fora previsto por Moisés. As cidades de Israel foram esvaziadas dos seus habitantes e o povo que sobrou da espada, da fome e da peste desterrado ( Dt 28:61 ; 2Rs 24:20 ), mas a promessa de redenção para o remanescente permanece por causa dos pais (Abraão, Isaque e Jacó), pois o remanescente será salvo quando Deus tirar do meio do povo a apostasia.
A meretriz que se assenta sobre a besta é vista vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas, uma descrição semelhante às palavras do profeta Ezequiel acerca de Israel. É de se estranhar que a meretriz tenha domínio sobre uma besta, e por causa da sua beleza, sente-se segura a ponto de cavalgar em uma fera que pode destruí-la.
Vale destacar novamente que foi Deus quem tornou a nação de Israel formosa em extremo até chegar à realeza, porém, ao confiar em sua beleza, a nação tornou-se pérfida, quebrou a aliança com seu Deus.

O vinho das prostituições da grande cidade
“... e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição ( Ap 17:2 )
Com certeza o vinho que a meretriz deu aos reis da terra não é o mesmo vinho que Noé fez usou após plantar uma vinha "E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda" ( Gn 9:21 ); "Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai; bêbados estão, mas não de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte" ( Is 29:9 ).
O vinho da meretriz diz do vinho que fez o povo de Israel errar “Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo. Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e imundícia, e não há lugar limpo” ( Is 28:7 -8).
Ao longo da história de Israel profetas e sacerdotes desencaminhavam o povo ( Is 28:14 ), e Deus continuamente estendia a mão a um povo rebelde e contradizente. As vicissitudes que o povo de Israel enfrentava foi estabelecida por Deus por sinal e por maravilha para que ouvissem a voz de Deus ( Dt 28:46 ). Por não confiarem em Deus o povo de Israel foi desterrado para a Babilônia.
A profecia de Isaias no capítulo 28 estabelece um ‘ai’ contra os filhos de Jacó (bêbados de Efraim) que ocorrerá na última semana de Daniel, tempo em que restarão do povo de Israel uns ‘rabiscos’ (remanescentes), e o Senhor dos Exércitos (Cristo) será estabelecido como coroa de glória do Seu povo “Naquele dia o SENHOR dos Exércitos será por coroa gloriosa, e por diadema formosa, para os restantes de seu povo” ( Is 28:5 ).
Desde quando foi resgatado do Egito o povo de Israel esteve bêbado, mas não do vinho que Noé bebeu. O povo estava embriagado porque recebeu um espírito de profundo sono, ou seja, as Escrituras era como as palavras de um livro selado"Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai; bêbados estão, mas não de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte. Porque o SENHOR derramou sobre vós um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, vendou os profetas, e os vossos principais videntes. Por isso toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não posso, porque está selado" ( Is 29:9 -11; Rm 11 :8 ).
Deus estendeu a mão ao povo Israelita todos os dias dando-lhes mandamento "Também vos enviou o SENHOR todos os seus servos, os profetas, madrugando e enviando-os, mas vós não escutastes, nem inclinastes os vossos ouvidos para ouvir" ( Jr 25:4 ), mas o povo seguia o devaneio dos seus corações, pelo que Deus os entregou às concupiscências de seus corações ( Rm 1:24 ; Is 30:1 e 9; Rm 10:21 ; Is 65:2 ; Is 63:10 ).
Quando o homem não se ‘cobre’ do espírito, a palavra de Deus não passa de regras sobre regras ( Is 30:1 ). Para o povo de Israel, a palavra do Senhor era preceito sobre preceito, regra sobre regra e mandamento sobre mandamento ( Is 28:13 ), e tudo que aprendiam não passava de mandamento de homens ( Is 29:13 ). Não compreendiam as profecias contidas nos salmos, lei e profetas, de modo que rejeitaram o Messias.
Juravam pelos céus que eram obedientes a Deus, mas não conseguiram compreender que o filho de Maria, nascido em Belém, era o Messias prometido, e crucificaram o autor da vida do qual Davi profetizando disse: “Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre. Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em armadilha. Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente. Derrama sobre eles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira. Fique desolado o seu palácio; e não haja quem habite nas suas tendas” ( Sl 69:21 -25; Rm 11: 9 -10).
Na plenitude dos tempos o povo de Israel tratou o Messias com pão da amargura (perseguição e sofrimento) e lhe deram por bebida vinagre ( Gl 4:4 ), de modo que o veredicto previsto por Davi recaiu sobre a nação: as duas casas de Israel foram enlaçadas e presas ( Is 8:14 ).
A lei foi dada ao povo de Israel para conduzi-lo a Cristo, porém, a pretexto de guardarem a lei, mataram o Autor da vida. Foram enlaçados na concupiscência dos seus corações malignos herdados de Adão. A lei tornou-se um laço para o povo de Israel, como foi previsto, tropeçaram na pedra de tropeço "Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal por uma lei?" ( Sl 94:20 ).
A comida de Cristo era fazer a vontade do Pai ( Jo 4:34 ; Sl 40:8 ; Hb 10:7 -10), de modo que, quando foi ordenado pelo Pai que Cristo seria crucificado, Deus estava preparando para o Messias uma mesa na presença dos seus algozes, que por sua vez, foram enlaçados e presos “Como alimento me deram fel, e na minha sede me deram vinagre. Que sua mesa seja armadilha para eles, e sua abundância uma cilada” ( Sl 69:22 -23 Bíblia da CNBB; Sl 23:5 ).
Enquanto Jesus obedecia realizando a vontade do Pai na cruz ( Gl 1:4 ), os inimigos de Cristo eram enlaçados e presos, pois não creram nas palavras de Cristo e durante a crucificação serviram vinagre ao Autor da vida, o que indica que as Escrituras se cumpriu "Fui opróbrio entre todos os meus inimigos, até entre os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me viam na rua fugiam de mim" ( Sl 31:11 ; Sl 22:1 ).
O Salmo 69 cumpriu-se cabalmente: os moradores de Jerusalém estavam como que cegos, de modo que sorveram o vinho da ira por não crerem no enviado de Deus, crucificando-O. Ainda não vimos a queda da cidade por um detalhe: as 69 semanas previstas por Daniel encerrou-se antes da morte do Messias ( Dn 9:26 ).
Após a ordem para restaurar e edificar a Jerusalém, certo é que a cidade de Jerusalém continuou sob o domínio de nações estrangeiras, como os persas, gregos e romanos. Quando a última semana tiver início, a nação de Israel não mais estará subjugada politicamente, pois durante a plenitude dos gentios os judeus conseguiram se estabelecer como nação, mas por não crerem no enviado de Deus, a cidade cambaleará, e a sua queda se dará na última metade da última semana de Daniel. O vinho é figura da ira de Deus, que tem por consequência a falta de equilíbrio, a confusão, e por fim, dá-se a queda, e não há quem livre.
A doutrina que os sacerdotes, escribas e líderes de Israel produziam era proveniente dos seus corações malignos que herdaram de Adão, portanto, desde que nasceram falavam mentiras ( Sl 58:3 ). Não deram ouvidos à voz de Deus como se fossem ‘víboras surdas’, e o que saia da boca deles era semelhante ao veneno de serpentes "O seu veneno é semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os ouvidos" ( Sl 58:4 ).
Este foi o veredicto de Deus sobre Israel por prevaricarem: “Assim o SENHOR cortará de Israel a cabeça e a cauda, o ramo e o junco, num mesmo dia (O ancião e o homem de respeito é a cabeça; e o profeta que ensina a falsidade é a cauda). Porque os guias deste povo são enganadores, e os que por eles são guiados são destruídos” ( Is 9:14 – 16).
A mentira, o engano atrai a ira de Deus, de modo que aquele que se embriaga no vinho da confusão, consequentemente bebe o vinho da ira de Deus. O salmo 80 é uma suplica a Deus por causa da ira que se abate sobre Israel, a vinha do Senhor ( Sl 80:1 -19).
O VINHO DA MERETRIZ – “E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição” ( Ap 17:4 ) – As abominações e as imundícies do cálice da meretriz provoca a ira de Deus, de modo que ser participante das abominações e imundícies da meretriz é o mesmo que beber do vinho da ira de Deus; 
O VINHO DA IRA E DO JUÍZO - "Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro" ( Ap 14:10 ) – o vinho da ira fala da justa punição que Deus dará aos pecadores, vinho proveniente do lagar que o Cristo sozinho pisou e teve as suas vestes salpicadas de sangue ( Jr 26:15 -16; Jr 26:27 ; Is 63:3 ). Aqueles que sorverem o vinho da ira seguirão para a segunda morte, onde há tormento eterno.

Israel produziu e bebeu do vinho de engano e das mentiras, que é como veneno de serpente, e na plenitude dos tempos não creram em Cristo como o Filho de Deus, de modo que a retribuição virá, mas somente na última das setenta semanas de Daniel.
Com a vinda do Cristo suspendeu-se o tempo da contagem das setenta semanas de Daniel em virtude da entrada do tempo dos gentios ( Dn 9:25 ), portanto, a invasão de Jerusalém por Roma no ano de 70 depois de Cristo não é o princípio de dores previsto por Cristo ( Mt 24:8 ).  A indignação e o ardor da ira de Deus que fará com que os palácios de Jerusalém e as tendas dos seus habitantes fiquem desertos, se dará na última semana de Daniel, após o arrebatamento da igreja, quando se encerrará a plenitude dos gentios ( Dn 9:27 ).
As abominações e imundícies são o vinho que a meretriz deu aos reinos e reis da terra que os tornam sujeitos à ira de Deus. O vinho do furor que as nações beberão decorre da promiscuidade da cidade que se fez meretriz e provocou o ciúme do seu Senhor “Porque assim me disse o SENHOR Deus de Israel: Toma da minha mão este copo do vinho do furor, e darás a beber dele a todas as nações, às quais eu te enviarei. Para que bebam e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada, que eu enviarei entre eles” ( Jr 25:15 -16).
As nações que participam das abominações e imundícies da meretriz sorverão o vinho do furor de Deus. Cairão e não se levantarão, porque a queda se dará pela espada “Pois lhes dirás: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Bebei, e embebedai-vos, e vomitai, e caí, e não torneis a levantar-vos, por causa da espada que eu vos enviarei” ( Jr 25:27 ).
O vinho da taça da mulher vestida de vermelho é o mesmo vinho produzido na vinha de Sodoma e nos campos de Gomorra: a ira de Deus “Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas venenosas, cachos amargos têm. O seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras” ( Dt 32:32 -33).
Sodoma e Gomorra foram duas cidades destruídas por Deus por causa da impiedade dos seus habitantes e são símbolo do juízo e do castigo de Deus. Ora, se a vinha é de Sodoma e os campos são de Gomorra e ambas as cidades foram subvertidas por Deus, significa que a ira d’Ele paira sobre os que semeiam nos campos da impiedade, pois o que o homem plantar, isto mesmo ceifará ( Gl 6:7 -8).
Quando Moisés falou da vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra que resulta no juízo e no castigo de Deus, estava anunciado que o povo de Israel haveria de se corromper e abandonar a aliança com Deus ( Dt 32:5 ). Moisés profetizou que o juízo e a ira de Deus viria sobre Israel porque haviam de provocar a Deus quando entrassem na terra prometida, visto que seguiriam a deuses estranhos e suas abominações ( Dt 32:16 ).
Após prever as abominações do povo de Israel, Deus dá, por intermédio de Moises, o seguinte veredicto: “E disse: Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim; porque são geração perversa, filhos em quem não há lealdade. A zelos me provocaram com aquilo que não é Deus; com as suas vaidades me provocaram à ira: portanto eu os provocarei a zelos com o que não é povo; com nação louca os despertarei à ira. Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua colheita, e abrasará os fundamentos dos montes. Males amontoarei sobre eles; as minhas setas esgotarei contra eles” ( Dt 32:20 -23).
Foi profetizado que Israel acenderia o fogo da ira de Deus que consumiria toda a terra, consumindo tanto os montes (nações) quanto a colheita da terra (habitantes). Por deixarem de confiar em Deus e confiarem naquilo que não é Deus (vaidade), os filhos de Jacó provocaram a ira de Deus. Pasmem os leitores, mas na lei também há doutrina das últimas coisas!
As abominações de Israel são tidas como o ‘estopim’ que acende o fogo da ira de Deus, e este fogo, por sua vez consumirá as nações que ‘entraram’ à meretriz.
Por que Israel é o ‘estopim’ da ira, e por que as nações serão punidas?
Ora, o desvio de Israel tem por consequência o castigo de Deus. E, para castigar a nação obstinada ( Is 9:8 – 9), Deus constituiu nações vizinhas como vara de correção contra Israel. Num primeiro momento tais nações são varas nas mãos de Deus, mas como elas não dosaram a medida da punição e atribuíram aos seus deuses os seus feitos, são punidas logo após castigar Israel.
A Assíria foi uma destas varas ( Is 10:5 ), que após desempenharem a missão que Deus lhes outorgou, passaram a imaginar coisas vãs: que dominariam todas as nações ( Is 10:7 ). Consideraram que Israel era igual às demais nações que despojaram, provocando a zelos a ira de Deus ( Is 10:12 ).
Observe o previsto por Jeremias: “Todos os teus amantes se esqueceram de ti, e não perguntam por ti; porque te feri com ferida de inimigo, e com castigo de quem é cruel, pela grandeza da tua maldade e multidão de teus pecados. Por que gritas por causa da tua ferida? Tua dor é incurável. Pela grandeza de tua maldade, e multidão de teus pecados, eu fiz estas coisas. Por isso todos os que te devoram serão devorados; e todos os teus adversários irão, todos eles, para o cativeiro; e os que te roubam serão roubados, e a todos os que te despojam entregarei ao saque” ( Jr 30:14 -16).
De longa data as prostituições dos filhos de Israel desperta a ira de Deus, que por sua vez, convoca as nações em redor para puni-los, mas aqueles que são utilizados como ‘machado’ nas mãos de Deus se exaltam, e tornam-se alvos da ira de Deus ( Is 10:15 ; Is 33:1 ).
A meretriz do Apocalipse deu a beber à todas as nações da terra o vinho da ira quando saiu a prostituir-se com os reis e reinos da terra. O vinho que a meretriz distribuiu às nações em seu suntuoso cálice de ouro é a ira de Deus “Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias” ( Ap 18:3 ); “E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira” ( Ap 16:19 ).
Primeiro a meretriz (Israel) provoca a zelos o Senhor quando se esquece d’Ele e sai após os seus amantes (nações vizinhas). Em seguida vem o castigo pelo pecado dos filhos de Jacó. As mesmas nações que, pretensamente se beneficiaram com as riquezas dos filhos de Jacó, se levantam para destruí-los, mas, todos os que são utilizados para castiga-los serão devorados à espada.
Após a besta e seus chifres colocarem a meretriz (a grande cidade) desolada e nua (sem edifícios e sem habitantes), o Messias aparecerá em glória e exterminará a besta e os seus dez chifres. O extermínio das nações é o lagar que o filho do homem pisará ( Is 63:6 ).
O cálice de ouro que a grande prostituta segura é repleta de abominações, segundo a imundície das suas prostituições, pois abandonaram o Senhor e foram cavar para si fontes rotas "Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas" ( Jr 2:13 ; Jr 14:3 ; Ap 17:4 ).
A taça da mulher é cheia de abominações e prostituições, e qualquer que se torna participante das suas prostituições, consequentemente sorverá o vinho da indignação e da ira de Deus. Quem se embriaga nas abominações da meretriz consequentemente cairá, pois encontrará a ira de Deus.
Apesar de Deus proteger o povo de Israel como a ‘menina dos seus olhos’, o povo lançou-se à prostituição, provocaram o zelo de Deus e trouxeram sobre si a ira “Com deuses estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram” ( Dt 32:16 e 21 ; Tg 4:5 ).
Cristo, ao falar aos fariseus e escribas, nomeia-os de ‘raça de víboras’, ‘loucos’, ‘néscios’, ‘adúlteros’ ( Mt 16:4 ). Estas figuras são utilizadas continuamente pelos profetas, salmos e provérbios para fazer referência ao povo de Israel ( Is 1:10 ; Jr 23:14 ; Ez 23:1 -4; Os 2:2 ).
Os apóstolos fazem referencia a Israel como povo constituídos de adúlteros e adúlteras ( Tg 4:4 ; Rm 2:22 ), daí a figura da prostituta que provoca o ciúmes do marido ( Pv 6:34 ), e o marido, por sua vez, além de castigar a mulher pérfida, vinga-se dos seus amantes.
Uma das prostituições de Israel consistia em procurar as nações vizinhas para fazer aliança em tempo de guerra e desprezavam a palavra do Senhor ordenada por Moisés. O Egito foi uma das nações com as quais Israel prostituiu-se e o veredicto do Senhor veio sobre eles ( Is 31:1 e 3; Is 30:1 -5).
Outro tipo de abominação foi adotarem os deuses das nações vizinhas, sendo que Israel adotou Baal por Deus e foram arremessados para Babilônia "Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos no fogo em holocaustos a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem me veio ao pensamento" ( Jr 19:5 ).
Somam-se às iniquidades da nação de Israel as falsas doutrinas (preceitos de homens) criadas pelos lideres, sacerdotes, falsos profetas e anciões e a oposição ferrenha que faziam contra os profetas de Deus “Como o prevaricar, e mentir contra o SENHOR, e o desviarmo-nos do nosso Deus, o falar de opressão e rebelião, o conceber e proferir do coração palavras de falsidade” ( Is 59:13 ); "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?" ( Lc 13:34 ; Mt 21:33 -46). Mas a pior das abominações de Israel foi desprezar a palavra da vida, o Cristo de Deus e como consequência desta afronta a cidade de Israel ficará desamparada enquanto não disserem: - Bendito aquele que vem em nome do Senhor! 
A grande cidade será punida por ser culpada de ter derramado o sangue dos profetas e dos santos ( Ap 18:24 ). A cidade de Israel será punida durante a grande tribulação por ter se embriagado no sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Cristo ( Ap 17;6 ; Ap 19:2 ).
A cidade dos Caldeus (Babilônia) não é vista derramando o sangue dos profetas ou dos santos, pelo contrário, preservou a vida de muitos deles. Jeremias foi preservado por um dos emissários do rei Nabucodonosor ( Jr 40:4 ). Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego foram preservados na Babilônia, etc. "E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias" ( Dn 1:6 ).
A grande cidade aliou-se à besta ao fazer aliança com sete reinos e sete reis, porém, a própria besta e os dez chifres hão de se insurgir contra a grande cidade e a derribará, deixando a grande cidade (mãe das prostituições) desolada e nua. 
Ao perceber que a prostituta, mãe das prostituições e abominações da terra era a cidade de Israel, o evangelista João ficou admirado sobre maneira ( Ap 17:6 ).
A mulher não é a cidade dos caldeus. A mulher não é o papado. A mulher não é a Igreja Católica. Definitivamente: a mulher prostituta é a nação de Israel!

6  E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração. 7  E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres.
O evangelista declara duas vezes seguidas que viu a mulher:
1) ‘E vi a mulher...’, e;
2) ‘E, vendo-a eu...’.
A segunda declaração do evangelista soa como um reconhecimento, um modo de expressar que ele identificara quem seria aquela mulher.
A admiração do evangelista resultou em uma resposta do anjo: - ‘Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres’ ( Ap 17:7 ).
Barcley declara que a mulher é Roma: “A mulher é Babilônia, quer dizer, é Roma. Há uma dificuldade que se expõe no princípio do capítulo, mas pode ser esclarecida de maneira imediata. Afirma-se que a mulher está assentada sobre "muitas águas" (v. 1). Esta é uma imagem de Roma representada mediante o simbolismo que corresponde a Babilônia, segundo os ditos dos antigos profetas de Israel” Barclay, William, The Revelation of John, Tradução: Carlos Biagini, pág. 370.
Moody entendia que a mulher é um poder espiritual: “Ela é definidamente algum vasto sistema espiritual que persegue os santos de Deus, traindo aquilo para o que foi chamada. Ela entra em relações com os governos desta terra, e por algum tempo os governa. Eu acho que o mais perto que possamos chegar a uma identificação é compreender que esta prostituta é um símbolo de um grande poder espiritual que se levantará no fim dos tempos, o qual estabelecerá uma aliança com o mundo e assumirá compromissos com as forças do mundo. Em vez de ser espiritualmente verdadeira – ela é espiritualmente falsa, e assim exerce uma influência maligna em nome da religião” Moody, pág. 59.
Mas a única cidade acusada de derramar o sangue dos santos e das testemunhas de Cristo foi Jerusalém. Como nação Israel foi apontado como sendo um leão que devorava os profetas que Deus enviava, como se lê: “Por que contendeis comigo? Todos vós transgredistes contra mim, diz o SENHOR. Em vão castiguei os vossos filhos; eles não aceitaram a correção; a vossa espada devorou os vossos profetas como um leão destruidor. Oh geração! Considerai vós a palavra do SENHOR: Porventura tenho eu sido para Israel um deserto? Ou uma terra da mais espessa escuridão? Por que, pois, diz o meu povo: Temos determinado; não viremos mais a ti? Porventura esquece-se a virgem dos seus enfeites, ou a noiva dos seus adornos? Todavia o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias. Por que ornamentas o teu caminho, para buscares o amor? Pois até às malignas ensinaste os teus caminhos. Até nas orlas dos teus vestidos se achou o sangue das almas dos inocentes e necessitados; não cavei para achar, pois se vê em todas estas coisas. E ainda dizes: Eu estou inocente; certamente a sua ira se desviou de mim. Eis que entrarei em juízo contigo, porquanto dizes: Não pequei” ( Jr 2:29 -35).
O profeta Jonas foi enviado a Nínive, cidade dos Assírios, e não foi morto. Daniel, Jeremias, Ezequiel, Elias, Eliseu, Jesus, etc., foram enviados as outras nações para profetizarem e não foram mortos. Mas, de Jerusalém se diz: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?" ( Lc 13:34 ; Mt 23:29 ).
O evangelista João conseguiu visualizar algo importante quando identificou que a meretriz estava embriagada com o sangue dos santos e das testemunhas de Cristo, e foi isto que o deixou admirado. Ora, a única cidade com histórico de matar os santos profetas de Deus e as testemunhas de Cristo é a cidade de Jerusalém ( Lc 13:34 ; At 3:15 ).
As duas testemunhas do Apocalipse serão mortas em Israel, a mesma cidade onde o Cristo foi morto ( Ap 11:8 ), de modo que a grande meretriz, a mulher cheia de pompa e realeza (vestida de escarlata) é Israel, a mãe de prostituições que se embriagou com o ‘sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus’.
O evangelista João observou que a mulher estava embriagada (bêbada) por causa do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus ( Ap 18:24 ), ou seja, a embriagues representa a queda da grande cidade por meio da espada dos seus algozes.