segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

“A Igreja não deve vender a si mesma, mas sim o seu produto central”, afirma consultor

Ele diz que a Igreja Católica vende mais sua marca do que Deus
“A Igreja não deve vender a si mesma, mas sim o seu produto central”, afirma consultor
Em uma reportagem publicada na revista Témoignage Chrétien, o francês Éric Jaffrain, consultor de marketing de organizações sem fins lucrativos, criticou a forma como a Igreja Católica tem trabalha sua imagem pelo mundo dizendo que eles estão fazendo da fé um produto.
A entrevista foi traduzida por Moisés Sbardelotto e publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos, mostrando a visão de Jaffrain, que é um importante autor sobre o tema, a respeito de como a religião tem se mostrado para o mundo priorizando a instituição e não Deus.
“Há diversos anos, a Igreja (católica) apresenta a religião como se apresenta um produto de consumo, utilizando a abordagem nascida do marketing comercial. A meu ver, trata-se de um erro estratégico fundamental: a Igreja não deve vender a si mesma, mas sim o seu produto central. Não se vende a fé como uma escova de dentes”, critica o estudioso.
Para ele a Igreja seria uma empresa que pretende vender sua marca através dos ritos, formas de devoção e hierarquia, que seriam na visão do marketing a embalagem do produto “fé”, substituindo a figura divina pela instituição.
Jaffrain também analisa que com a queda do número de fiéis a Igreja Católica está adotando uma estratégia de marketing para recuperar os membros que abandonaram o catolicismo. “Uma religião que quer conservar as suas quotas de mercado adota uma linha de conquista, como as empresas concorrentes”, diz ele se referindo ao fato do Vaticano se interessar em atrais o público mais jovem.
O ponto principal da fala do consultor de marketing está no alerta de risco sobre misturar consumo e religião. “A Igreja, como qualquer outra religião, que vende a si mesma em vez de tornar a espiritualidade acessível, toma o lugar de Deus”, diz o francês que aponta os elementos principais do marketing usado pela Igreja: “propor produtos apelativos, atraentes, populistas, opressivos, para melhorar a instituição, em detrimento do consumo do produto central, ou seja, a fé”.

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