domingo, 27 de janeiro de 2008


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Introdução ao 1º livro bíblico: Gênesis

Primeiro livro do Pentateuco (palavra grega para “cinco rolos” ou “volume quíntuplo”). “Gênesis” (que significa “Origem; Nascimento”) é o nome dado pela Septuaginta grega ao primeiro destes livros, ao passo que seu título hebraico Bere´·shíth (No Princípio) é tirado da primeira palavra na sua sentença inicial.

Quando e Onde Foi Escrito. O livro de Gênesis, evidentemente, fazia parte do único escrito original (a Tora [Lei ou livro da lei de Moisés]), e foi possivelmente terminado por Moisés no ermo de Sinai. Depois de Gênesis 1:1, 2 (concernente à criação dos céus e da terra) abrange o período desde a criação do homem até o ano em que José faleceu. A data tradicional do êxodo do Egito se encontra no meio do décimo quinto século aC. 1Reis 6:1 afirma que Salomão começou a construir o templo "no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito". Entende-se que Salomão tenha iniciado a construção em cerca de 960 aC., datando assim o êxodo em 1440 a.C., durante os quarenta anos no deserto.Jos. 23:6;Esd 6:18.

Imagine apanhar um livro de apenas 50 curtos capítulos e encontrar nas primeiras páginas o único relato exato da história mais primitiva do homem, e um registro que mostra a relação do homem com Deus, seu Criador, bem como com a terra e suas miríades de criaturas! Nessas poucas páginas obtém-se, além disso, uma penetrante visão dos propósitos de Deus em colocar o homem sobre a terra. Lendo um pouco mais além, descobre-se por que o homem morre e o motivo da sua atual situação dificultosa, e obtém-se esclarecimento com relação à real base para fé e esperança, até mesmo com relação à identificação do instrumento de Deus para a libertação a Semente da promessa. O notável livro que contém tudo isso é Gênesis, o primeiro dos 66 livros da Bíblia.

Deus é o Autor da Bíblia, mas ele inspirou Moisés a escrever o livro de Gênesis. De onde obteve Moisés as informações que registrou em Gênesis? Algumas talvez tenham sido obtidas diretamente por revelação divina, por transmissão oral. É possível também que Moisés possuísse documentos escritos preservados por seus antepassados como valiosos registros sobre as origens da humanidade.

Não resta dúvida quanto a quem escreveu Gênesis. “O livro da lei de Moisés” e referências similares aos cinco primeiros livros da Bíblia, dos quais Gênesis é um, são encontradas muitas vezes a partir dos dias de Josué, sucessor de Moisés. De fato, há cerca de 200 referências a Moisés em 27 dos livros posteriores da Bíblia. Nunca os judeus contestaram que Moisés fosse o escritor. As Escrituras Gregas Cristãs mencionam freqüentemente Moisés como sendo o escritor da “lei”, sendo o testemunho culminante o de Jesus Cristo. Moisés escreveu sob ordem direta de Deus e sob Sua inspiração. Êxo. 17:14; 34:27; Jos. 8:31; Dan. 9:13; Luc. 24:27, 44.

Alguns cépticos perguntam: Mas como é que Moisés e seus predecessores sabiam escrever? Não foi a escrita um desenvolvimento humano posterior? A arte da escrita evidentemente teve seu início cedo na história humana, talvez antes do Dilúvio dos dias de Noé. Existe alguma evidência quanto à habilidade primitiva do homem de escrever? Embora seja verdade que os arqueólogos têm atribuído datas anteriores a 2370 aC para certas tabuinhas de argila que escavaram, tais datas são meras conjecturas. Contudo, deve-se notar que a Bíblia mostra claramente que a construção de cidades, o desenvolvimento de instrumentos musicais e a forja de ferramentas de metal tiveram início bem antes do Dilúvio. (Gên. 4:17, 21, 22) É razoável, pois, concluir que os homens teriam pouca dificuldade em desenvolver um método de escrita.

Em muitos outros aspectos, Gênesis provou-se surpreendentemente coerente com os fatos provados. Só Gênesis dá um relato verídico e realístico do Dilúvio e de seus sobreviventes, embora os relatos sobre um dilúvio e sobrevivência de humanos (em muitos casos por terem sido preservados num barco) se encontrem nas lendas de muitos ramos da família humana. O relato de Gênesis localiza também o começo das moradas dos diferentes ramos da humanidade, originando-se dos três filhos de Noé Sem, Cã e Jafé. Diz o Dr. Melvin G. Kyle, do Seminário Teológico de Xenia, Missouri, EUA: “Que, dum ponto central, em alguma parte da Mesopotâmia, o ramo camítico da raça migrou para o sudoeste, o ramo jafético para o noroeste e o ramo semítico ‘em direção do leste’, para a ‘terra de Sinear’, é incontestável.”

A autenticidade de Gênesis como parte do registro divino é demonstrada também pela sua harmonia interna, bem como sua completa concordância com o restante das Escrituras inspiradas. A sua franqueza denota um escritor que temia a Deus e amava a verdade, e escrevia sem hesitar sobre os pecados tanto da nação de Israel como das pessoas preeminentes nela. Acima de tudo, a exatidão invariável com que as suas profecias se cumpriram, conforme será demonstrado mais para o fim deste capítulo, marca Gênesis como exemplo notável de escrita inspirada por Deus. Gên. 9:20-23; 37:18-35; Gál. 3:8, 16.

CONTEÚDO DE GÊNESIS

A criação dos céus e da terra, e a preparação da terra para habitação humana (Gênesis 1:1-2:25). Gênesis começa com impressionante simplicidade: “No princípio Deus criou os céus e a terra.” Significativamente, esta sentença inicial identifica a Deus como sendo o Criador e sua criação material como sendo os céus e a terra. Com palavras majestosas e bem-escolhidas, o primeiro capítulo passa a fazer um relato geral sobre a obra criativa no tocante à terra. Isto se realiza em seis períodos, chamados de dias, cada qual começando com noitinha, quando a obra criativa daquele período é indefinida, e terminando no brilho da manhã, quando a glória da obra criativa torna-se claramente manifesta. Em “dias” sucessivos aparecem a luz, a expansão da atmosfera, a terra seca e a vegetação, os luzeiros para separar o dia e a noite, os peixes e as aves, os animais terrestres e, por fim, o homem. Deus dá a conhecer aqui a sua lei que governa as espécies, a barreira intransponível que impossibilita uma espécie evoluir em outra. Tendo feito o homem à Sua própria imagem, Deus anuncia seu propósito triplo para com o homem na terra: enchê-la de uma prole justa, subjugá-la e ter em sujeição a criação animal. O sétimo “dia” é abençoado e declarado sagrado por Deus, que passa então a ‘descansar de todas as suas obras que tem feito’. A seguir o relato fornece uma vista de perto, ou ampliada, da obra criativa de Deus relativa ao homem. Descreve o jardim do Éden e sua localização, declara a lei de Deus sobre a árvore proibida, fala sobre Adão dar nome aos animais e daí a respeito de Deus providenciar o primeiro casamento, formando uma esposa do próprio corpo de Adão e trazendo-a a este.

O pecado e a morte entram no mundo; predito o “descendente” (semente) como libertador (3:1-5:5). A mulher come do fruto proibido e persuade seu marido a unir-se a ela em rebelião e, assim, o Éden fica profanado pela desobediência. Deus imediatamente indica o meio pelo qual seu propósito será realizado: “E Deus passou a dizer à serpente [Satanás, o instigador invisível da rebelião]: ‘ . . . E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente [literalmente: semente] e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar.’” (3:14, 15) O homem é expulso do jardim, passando a viver em dor e labuta suada entre espinhos e abrolhos. Por fim, tem de morrer e retornar ao solo do qual fora tirado. Só a sua prole pode ter esperança na Semente prometida.

As devastações do pecado continuam fora do Éden. Caim, o primeiro filho varão nascido, torna-se o assassino de seu irmão Abel, fiel servo de Deus. Deus proscreve a Caim para a terra da Fuga, onde ele produz uma geração que mais tarde é exterminada pelo Dilúvio. Adão tem então mais um filho, Sete, que se torna pai de Enos; nessa época, os homens começam a invocar o nome de Deus hipocritamente. Adão morre aos 930 anos de idade.

Homens iníquos arruínam a terra; Deus traz o Dilúvio (5:6-11:9). Dá-se aqui a genealogia através de Sete. Entre estes descendentes de Sete destacam-se Enoque, que santifica o nome de Deus “andando com o verdadeiro Deus”. (5:22) O próximo homem de fé notável é o bisneto de Enoque: Noé. Nessa época, ocorre algo que aumenta a violência na terra. Filhos de Deus se casam com as lindas filhas dos homens. Essa coabitação não-autorizada produz uma raça híbrida de gigantes conhecidos por nefilins (que significa “Derrubadores”), que fazem um nome, não para Deus, mas para si mesmos. Portanto, Deus anuncia a Noé que eliminará os homens e os animais por causa da contínua maldade da humanidade. Só Noé acha favor diante de Deus.

Noé torna-se pai de Sem, Cã e Jafé. Ao passo que a violência e a ruína persistem na terra, Deus revela a Noé que está prestes a santificar o Seu nome mediante um grande dilúvio e manda que Noé construa uma arca de preservação, dando-lhe planos pormenorizados da construção. Noé obedece prontamente, reúne dentro da arca a sua família de oito pessoas, juntamente com animais e aves; daí, no 600° ano de sua vida, começa o Dilúvio. O aguaceiro continua por 40 dias, sendo que mesmo os altos montes ficam cobertos por até 15 côvados (quase 7 metros) de água. Depois de um ano, quando Noé finalmente pode conduzir sua família para fora da arca, seu primeiro ato é oferecer um grande sacrifício de agradecimento a Deus.

Deus então profere uma bênção sobre Noé e sua família e ordena-lhes que encham a terra com sua descendência. O decreto de Deus permite comerem carne, mas exige abstinência do sangue, que é a alma, ou vida, da carne, e exige a execução de homicidas. O pacto de Deus de nunca mais trazer um dilúvio sobre a terra é confirmado com o aparecimento do arco-íris no céu. Mais tarde, Cã mostra desrespeito pelo profeta de Deus, Noé. Este, ao ficar sabendo disso, amaldiçoa a Canaã, filho de Cã, mas acrescenta uma bênção que mostra que Sem será especialmente favorecido e que Jafé também será abençoado. Noé morre aos 950 anos de idade.

Os três filhos de Noé executam a ordem de Deus de multiplicar-se, produzindo 70 famílias, os progenitores da atual raça humana. Ninrode, neto de Cã, não é incluído nesta relação, evidentemente porque torna-se “poderoso caçador em oposição a Deus”. (10:9) Ele funda um reino e começa a edificar cidades. Nessa época, toda a terra fala uma só língua. Os homens, em vez de se espalharem sobre a terra, para a povoarem e a cultivarem, decidem construir uma cidade e uma torre com o cume nos céus, para fazerem um nome célebre para si mesmos. No entanto, Deus frustra a intenção deles confundindo-lhes a língua e, assim, os espalha. A cidade é chamada de Babel (que significa “Confusão”).

Os tratos de Deus com Abraão (11:10-25:26). Traça-se a importante linhagem de descendentes de Sem até o filho de Tera, Abrão, fornecendo-se também os elos cronológicos. Em vez de procurar fazer um nome para si mesmo, Abrão exerce fé em Deus. Aos 75 anos de idade, ele parte da cidade caldéia de Ur, às ordens de Deus, cruza o Eufrates a caminho da terra de Canaã, invocando o nome de Deus. Por causa de sua fé e obediência, chega a ser chamado de “amigo [apreciador] de Deus”, e Deus faz seu pacto com ele. (Tia. 2:23; 2 Crô. 20:7; Isa. 41:8) Deus protege a Abrão e sua esposa durante uma breve estada no Egito. De volta a Canaã, Abrão mostra sua generosidade e pacificidade, permitindo que seu sobrinho e co-adorador Ló selecione a melhor parte da terra. Mais tarde, socorre a Ló das mãos de quatro reis que o capturaram. Daí, retornando da luta, Abrão encontra Melquisedeque, rei de Salém, que, como sacerdote de Deus, abençoa a Abrão, e Abrão lhe paga dízimos.

Mais tarde Deus aparece a Abrão, anunciando ser Ele o escudo de Abrão e amplia sua promessa pactuada revelando que numericamente a semente de Abrão tornar-se-á como as estrelas do céu. Abrão é informado de que sua semente sofrerá aflição por 400 anos, mas será libertada por Deus, com julgamento contra a nação causadora da aflição. Quando Abrão atinge 85 anos, sua esposa Sarai, ainda sem filhos, lhe dá Agar, sua serva egípcia, para que ele tenha um filho por meio dela. Nasce Ismael, que é considerado o possível herdeiro. Mas, as intenções de Deus são outras. Quando Abrão atinge 99 anos, Deus troca-lhe o nome para Abraão, e o de Sarai para Sara, e promete que Sara dará à luz um filho. Dá-se o pacto da circuncisão a Abraão, e ele imediatamente circuncida os de sua casa.

A seguir, Deus anuncia a seu amigo Abraão a sua determinação de destruir Sodoma e Gomorra, por causa do grande pecado delas. Os anjos de Deus avisam a Ló e ajudam-no a fugir de Sodoma, junto com a esposa e duas filhas. A esposa, porém, demorando-se ao olhar com anelo para as coisas deixadas atrás, transforma-se em coluna de sal. As filhas de Ló, para terem descendência, embriagam o pai com vinho e, mediante relação sexual com ele, dão à luz dois filhos, que se tornam os pais das nações de Moabe e de Amom.

Deus protege a Sara de ser contaminada por Abimeleque, dos filisteus. Nasce o herdeiro prometido, Isaque, quando Abraão tem 100 anos e Sara cerca de 90. Uns cinco anos depois, Ismael, zomba de Isaque, o herdeiro, resultando em Agar e Ismael serem despedidos, com a aprovação de Deus. Alguns anos depois, Deus prova a Abraão, mandando que sacrifique seu filho Isaque num dos montes de Moriá. A grande fé de Abraão em Deus não vacila. Ele tenta oferecer seu filho e herdeiro, mas Deus o detém, suprindo-lhe um carneiro como sacrifício substituto. Deus mais uma vez confirma sua promessa a Abraão, dizendo que multiplicará a semente de Abraão como as estrelas do céu e os grãos de areia da praia. Revela que essa semente tomará posse do portão de seus inimigos, e que todas as nações da terra certamente serão abençoadas por meio da Semente.

Sara morre aos 127 anos de idade e é sepultada num campo que Abraão compra dos filhos de Hete. Abraão envia então o principal servo de sua casa para obter uma esposa para Isaque, do país de seus parentes. Deus conduz o servo à família de Betuel, filho de Naor, e fazem-se planos para que Rebeca retorne com ele. Rebeca vai de bom grado, com a bênção de sua família, e torna-se esposa de Isaque. Abraão, por sua vez, toma outra esposa, Quetura, que lhe dá à luz seis filhos. Contudo, ele dá-lhes presentes e os despede, fazendo de Isaque seu único herdeiro. Daí, aos 175 anos, Abraão morre.

Conforme Deus predissera, o irmão consangüíneo de Isaque, Ismael, torna-se pai duma grande nação, fundada sobre seus 12 filhos-maiorais. Por 20 anos Rebeca é estéril, mas Isaque roga continuamente a Deus, e ela dá à luz gêmeos, Esaú e Jacó, a respeito de quem Deus lhe dissera que o mais velho serviria ao mais novo. Isaque tem então 60 anos de idade.

Jacó e seus 12 filhos (25:27-37:1). Esaú torna-se entusiasta da caça. Deixando de ter apreço pelo pacto feito com Abraão, ele volta da caçada certo dia e vende seu direito de primogenitura a Jacó por um mero bocado de cozido. Além disso, casa-se com duas mulheres hititas (e mais tarde com uma ismaelita), que se tornam uma fonte de amargura para os pais dele. Ajudado por sua mãe, Jacó se disfarça, fazendo-se passar por Esaú, a fim de receber a bênção de primogênito. Esaú, que não havia revelado a Isaque que vendera o direito de primogenitura, planeja então matar Jacó ao saber o que este fizera, de modo que Rebeca aconselha Jacó a fugir para Harã, para o irmão dela, Labão. Antes de Jacó partir, Isaque o abençoa mais uma vez e instrui-o a não tomar esposa pagã, mas sim a alguém da família de sua mãe. Em Betel, a caminho de Harã, Deus lhe aparece num sonho, reanima-o e confirma-lhe a promessa pactuada feita em relação com ele.

Em Harã, Jacó trabalha para Labão, casa-se com as duas filhas deste, Léia e Raquel. Embora este casamento polígamo lhe seja causado por meio dum truque de Labão, Deus abençoa-o, dando a Jacó 12 filhos e uma filha mediante as esposas e as duas servas delas, Zilpa e Bila. Deus cuida que os rebanhos de Jacó aumentem grandemente, e daí instrui-o a retornar para a terra de seus antepassados. É perseguido por Labão, mas eles fazem um pacto no lugar chamado Galeede e A Torre de Vigia (hebraico, ham·Mits·páh). Prosseguindo a sua jornada, os anjos reanimam a Jacó e ele luta durante a noite com um anjo, que, por fim, abençoa-o e muda-lhe o nome de Jacó para Israel. Jacó providencia pacificamente um encontro com Esaú e viaja para Siquém. Ali, sua filha Diná é violentada pelo filho do chefe heveu. Os irmãos dela, Simeão e Levi, vingam-se, matando os homens de Siquém. Isto desagrada a Jacó, pois dá a ele, representante de Deus, má fama no país. Deus lhe diz para ir a Betel para erigir ali um altar. Na penosa viagem saindo de Betel, Raquel morre ao dar à luz para Jacó seu 12° filho, Benjamim. Rubem violenta a serva de Raquel, Bila, mãe de dois filhos de Jacó e, por isso, perde o direito de primogenitura. Pouco depois, Isaque morre aos 180 anos de idade, e Esaú e Jacó o sepultam.

Esaú e sua família mudam-se para a região montanhosa de Seir, e a grande riqueza acumulada de Esaú e de Jacó impede-os de continuarem a morar juntos. Fornece-se a lista da descendência de Esaú, bem como a dos xeques e dos reis de Edom. Jacó continua a morar em Canaã.

Para o Egito a fim de preservar a vida (37:2-50:26). Devido ao favor de Deus e a certos sonhos que ele faz que José tenha, os seus irmãos mais velhos chegam a odiá-lo. Tramam matá-lo, mas, em vez disso, vendem-no a certos mercadores ismaelitas de passagem. Mergulhando a roupa listrada de José no sangue dum bode, apresentam-na a Jacó como prova de que o jovem de 17 anos fora morto por uma fera. José é levado para o Egito e vendido a Potifar, chefe da guarda de Faraó.

O capítulo 38 faz uma breve digressão para relatar o nascimento de Peres, filho de Tamar, que, por estratégia, faz com que Judá, seu sogro, realize o casamento que deveria ser realizado pelo filho dele com ela. Este relato frisa mais uma vez o extremo cuidado com que as Escrituras registram cada ocorrência que conduz à produção da Semente da promessa. O filho de Judá, Peres, torna-se um dos antepassados de Jesus. Luc. 3:23, 33.

No ínterim, Deus abençoa José no Egito, e José torna-se grande na casa de Potifar. Contudo, as dificuldades o perseguem quando se recusa a vituperar o nome de Deus, não consentindo em fornicar com a esposa de Potifar, e ele é falsamente acusado e lançado na prisão. Ali é usado por Deus na interpretação dos sonhos de dois companheiros de prisão, o copeiro e o padeiro de Faraó. Mais tarde, quando Faraó tem um sonho que o deixa muito preocupado, a habilidade de José lhe é trazida à atenção, de modo que é imediatamente levado da masmorra na prisão à presença de Faraó. Dando o crédito a Deus, José interpreta o sonho predizendo sete anos de fartura a serem seguidos de sete anos de fome. Faraó reconhece “o Espírito de Deus” sobre José, e nomeia-o primeiro-ministro para cuidar da situação. (Gên. 41:38) José, agora com 30 anos de idade, administra sabiamente, armazenando alimentos durante os sete anos de fartura. Daí, durante a fome mundial que se segue, ele vende os cereais aos povos do Egito e de outras nações que vêm ao Egito em busca de alimento.

Com o tempo, Jacó envia seus dez filhos mais velhos ao Egito em busca de cereais. José reconhece-os, mas eles não. Retendo a Simeão como refém, José exige que tragam seu irmão mais jovem na próxima viagem em busca de cereais. Quando os nove filhos retornam com Benjamim, José se revela, expressa seu perdão aos dez culpados e os instrui a trazerem Jacó e a se mudarem para o Egito, para o bem deles durante a fome. Concordemente, Jacó, junto com 66 descendentes, muda-se para o Egito. Faraó dá-lhes a melhor terra, a terra de Gósen, para ali residirem.

Quando Jacó se aproxima da morte, abençoa a Efraim e a Manassés, os filhos de José, e daí chama junto de si a seus próprios 12 filhos para lhes dizer o que lhes sucederá “na parte final dos dias”. (49:1) Ele dá então, em pormenores, uma série de profecias, todas elas tendo tido desde então um cumprimento notável. Ele prediz que o cetro do domínio permanecerá na tribo de Judá até a vinda de Siló (que significa “Aquele de Quem É”; Aquele a Quem Pertence”), a prometida Semente. Depois de assim abençoar os cabeças das 12 tribos, e de dar ordens sobre seu próprio enterro futuro na Terra da Promessa, Jacó morre à idade de 147 anos. José continua a cuidar de seus irmãos e da família deles até à sua própria morte, à idade de 110 anos, tempo em que expressa sua fé no sentido de que Deus levará outra vez Israel para sua terra, e pede que também seus ossos sejam levados para aquela Terra da Promessa.

TIRANDO PROVEITO PARA OS NOSSOS DIAS

Como princípio da Palavra inspirada de Deus, Gênesis é de proveito inestimável para apresentar os gloriosos propósitos de Deus. Que base fornece para o entendimento dos livros posteriores da Bíblia! Na sua ampla abrangência, descreve o começo e o fim do mundo justo no Éden, o desenvolvimento e o fim desastroso do primeiro mundo de pessoas ímpias, e o surgimento do atual mundo perverso. Destacadamente, estabelece o tema da Bíblia inteira, a saber, a vindicação do nome de Deus mediante o Reino regido pela prometida “semente”. Mostra por que o homem morre. De Gênesis 3:15 em diante e especialmente no registro dos tratos de Deus com Abraão, Isaque e Jacó apresenta a esperança de vida sob o Reino da Semente. É proveitoso ao indicar o objetivo correto para todos os da humanidade o de serem íntegros e santificarem o nome de Deus. Rom. 5:12, 18; Heb. 11:3-22, 39, 40; 12:1; Mat. 22:31, 32.

As Escrituras Gregas Cristãs fazem referência a cada um dos principais eventos e pessoas registrados no livro de Gênesis. Ademais, conforme demonstrado em todas as Escrituras, as profecias registradas em Gênesis cumpriram-se infalivelmente. Uma dessas, os “quatrocentos anos” de aflição sobre a semente de Abrão, começou quando Ismael zombou de Isaque, e terminou com a libertação do cativeiro no Egito. Exemplos de outras profecias significativas e de seu cumprimento são apresentados na tabela acompanhante. São também de imenso proveito na edificação da fé e do entendimento os princípios divinos declarados pela primeria vez em Gênesis. Os profetas da antiguidade, bem como Jesus e seus discípulos, fizeram freqüentes referências e aplicações de passagens do livro de Gênesis. Faremos bem em seguir o exemplo deles, e o estudo da tabela acompanhante será de ajuda nisso.

Gênesis revela mui claramente a vontade e o propósito de Deus concernentes a casamento, relação apropriada entre marido e esposa e princípios de chefia e treinamento familiar. O próprio Jesus recorreu a essas informações, citando tanto o primeiro como o segundo capítulo de Gênesis numa só declaração: “Não lestes que aquele que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: ‘Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne’?” (Mat. 19:4, 5; Gên. 1:27; 2:24) O registro de Gênesis é essencial para fornecer a genealogia da família humana e também para calcular o tempo que o homem tem estado na terra.Gên.caps.5,7,10,11.

É também de real proveito para o estudante das Escrituras o estudo da sociedade patriarcal que Gênesis possibilita. A sociedade patriarcal era a forma de governo familiar de comunidade que operava entre o povo de Deus desde os dias de Noé até que a Lei foi dada no monte Sinai. Muitos dos pormenores incorporados no pacto da Lei já eram praticados na sociedade patriarcal. Princípios como o mérito comunal (18:32), a responsabilidade comunal (19:15), a pena capital bem como a santidade do sangue e da vida (9:4-6) e o desagrado de Deus à glorificação de homens (11:4-8) têm influído na humanidade por toda a história. Muitas práticas e termos jurídicos lançam luz sobre eventos posteriores até mesmo nos dias de Jesus. A lei patriarcal que governava a guarda de pessoas e de bens (Gên. 31:38, 39; 37:29-33; João 10:11, 15; 17:12; 18:9) e o modo de transferir bens (Gên. 23:3-18), bem como a lei que regia a herança daquele que recebia o direito de primogênito (48:22), precisam ser entendidas para que se tenha o necessário fundo histórico para adquirir um entendimento claro da Bíblia. Outras práticas da sociedade patriarcal, incorporadas na Lei, foram os sacrifícios, a circuncisão (ordenada primeiro a Abraão), o fazer pactos, o casamento levirato (38:8, 11, 26) e o uso de juramentos para confirmar assuntos. 22:16; 24:3.

Gênesis, o livro inicial da Bíblia, dá muitas lições de integridade, fé, fidelidade, obediência, respeito, boas maneiras e coragem. Alguns exemplos: a fé e a coragem de Enoque em andar com Deus em face de inimigos violentos; a justiça, a qualidade irrepreensível e a implícita obediência de Noé; a fé, a determinação e a perseverança de Abraão, o seu senso de responsabilidade qual chefe de família e instrutor dos mandamentos de Deus a seus filhos, a sua generosidade e amor; a submissão de Sara a seu marido e cabeça, a sua diligência; a brandura de temperamento de Jacó e sua preocupação pela promessa de Deus; a obediência de José a seu pai, sua integridade moral, sua coragem, sua boa conduta na prisão, seu respeito pelas autoridades superiores, sua humildade em dar glória a Deus e perdoar misericordiosamente a seus irmãos; o desejo ardente de todos esses homens de santificar o nome de Deus. Tais características exemplares sobressaem na vida dos que andaram com Deus durante o longo período, desde a criação de Adão até à morte de José, conforme abrangido no livro de Gênesis.

Deveras, o relato de Gênesis é proveitoso para edificar a fé, apresentando tais exemplos magníficos de fé, essa qualidade provada da fé que procura alcançar a cidade edificada e criada por Deus, Seu governo do Reino, que há muito Deus começou a preparar mediante aquele que seria sua Semente da promessa, o principal santificador do grande nome de Deus. Heb. 11:8, 10, 16.

GÊNESIS INSPIRADO E PROVEITOSO



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Textos de Princípio Referências de
Gênesis Outros Escritores

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1:27; 2:24 Santidade, caráter
permanente Mat. 19:4, 5
do vínculo conjugal

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2:7 O homem é alma 1 Cor. 15:45

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2:22, 23 Chefia 1 Tim. 2:13;
1 Cor. 11:8

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20:3 Errado o adultério 1 Cor. 6:9

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28:7 Obediência aos pais Efé. 6:1

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Profecias Cumpridas e Paralelos Proféticos

12:1-3 Identificação da Semente
e 22:15-18 (Descendente) de Abraão Gál. 3:16, 29



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14:18 Melquisedeque
representa a Heb. 7:13-15
Cristo

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16:1-4, 15 Sentido figurativo
de Sara, Agar,
Ismael, Isaque Gál. 4:21-31

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17:11 Sentido figurativo da Rom. 2:29
circuncisão

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49:1-28 A bênção de Jacó Jos. 14:1 a 21:45
sobre as 12 tribos
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49:9 Leão da tribo de Judá Ap. 5:5

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Outros Textos Usados Pelos Profetas, por Jesus e Pelos Discípulos Em Ilustração, em Aplicação ou como Exemplo Provando Adicionalmente a Autenticidade de Gênesis

1:1 Deus criou o céu e a terra Isa. 45:18
Ap. 10:6



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1:26 O homem criado à imagem 1 Cor. 11:7
de Deus

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1:27 O homem criado, macho Mat. 19:4;
e fêmea Mar. 10:6

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2:2 Deus descansou no sétimo dia Heb. 4:4

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3:1-6 A serpente enganou Eva 2 Cor. 11:3

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3:20 Toda a humanidade procede do Atos 17:26
casal original

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4:8 Caim matou Abel Jud. 11;
1 João 3:12

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4:9, 10 O sangue de Abel Mat. 23:35

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Caps. 5,10,11 Genealogia Luc. 3

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5:21 Enoque Jud. 14

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5:29 Noé Eze. 14:14;
Mat. 24:37

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6:13, 17-20 Dilúvio Isa. 54:9;
2 Ped. 2:5

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12:1-3, 7 Pacto abraâmico Gál. 3:15-17

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15:6 Fé de Abraão Rom. 4:3;
Tia. 2:23

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15:13, 14 Estada no Egito Atos 7:1-7

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18:1-5 Hospitalidade Heb. 13:2

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19:24, 25 Sodoma e Gomorra destruídas 2 Ped. 2:6;
Jud. 7

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19:26 Esposa de Ló Luc. 17:32

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20:7 Abraão, um profeta Sal. 105:9,15

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21:9 Ismael zomba de Isaque Gál. 4:29

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22:10 Abraão tenta oferecer Isaque Heb. 11:17

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25:23 Jacó e Esaú Rom. 9:10-13;
Mal. 1:2, 3

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25:32-34 Esaú vende direito de Heb. 12:16,17
primogenitura

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28:12 Escada de comunicação
com o céu João 1:51

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37:28 José é vendido ao Egito Sal. 105:17

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41:40 José é nomeado Sal. 105:20
primeiro-ministro Sal. 105:21

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O PECADO NO MUNDO

Gênesis 2.7-17 – 3.1-24



Já vimos em outra mensagem o primeiro casal em plena harmonia: com a Natureza, com ele mesmo e com Deus.

Essa harmonia dependia da obediência a uma ordem específica. Veja Gn 2.7-17.

Infelizmente o que aconteceu foi o contrário: o casal se rebelou, desobedeceu e pecou.

E entrou o pecado no mundo. A harmonia foi desfeita.

Hoje veremos de modo panorâmico o estrago inicial que o pecado causou.

Não é um estudo detalhado. Comentarei apenas alguns pontos mais significativos.



árvore do conhecimento do bem e do mal: talvez fosse uma árvore normal, com a diferença fundamental de ser proibida. Quanto ao fruto, não temos a menor idéia o que era.



Para os mais curiosos, infelizmente não temos respostas para perguntas tais como:

- Quando Satanás e os outros anjos foram criados?

Tudo o que podemos inferir é que foi em algum momento antes da criação do Universo (veja Jó 38.7).


- Por que Deus permitiu que Satanás e outros anjos se rebelassem?


- Por que Deus permitiu que Satanás tentasse Adão?


O mais próximo que podemos chegar na resposta a essas duas últimas perguntas, é sugerir que Deus queria ser adorado por anjos e homens testados, que optaram por
adorá-Lo conscientemente, não como robôs.



A tentação (3.1-6)

A primeira frase pronunciada por Satanás na Bíblia, já é distorcida. (3.1)

Na própria pergunta, vem a sugestão de uma mentira, quando pede para Eva confirmar que Deus os havia proibido de comer todas as árvoes do Jardim.

Quando a Serpente diz "é certo que não morrereis", está insinuando que Deus mentiu! Que atrevimento!

Mas o Diabo logo agride a Deus pela 2a. vez, sugerindo que Ele tinha medo que os homens ficassem iguais a Ele. Por isso é que Ele teria dito que o casal morreria.

Interessante: ao pecarem, os homens ficaram de fato semelhantes a Deus no sentido de serem conhecedores do bem e do mal. Só que morreram. Ou seja, era sem sentido dizer que Deus tinha medo que eles comessem o fruto.



Cuidado! Satanás continua atrevido, mentiroso e malicioso até hoje. Nunca o ouça.



A queda

Gênesis 3 é o capítulo mais trágico da Bíblia. E o versículo 6 o mais trágico do capítulo 3.

É chocante ler lado a lado Gênesis 2.17 e 3.6.

A mulher não resistiu à atração tripla da árvore:

boa para comer - atraente ao instinto

agradável aos olhos - vontade de ter, cobiça

desejável para dar entendimento - vontade de ser indepentente, igual a Deus.

Eva, iludida, caiu na conversa da Serpente.

Quanto ao homem, não resistiu à sugestão da mulher e conscientemente desobedeceu.



- Pastor, de onde o senhor está tirando esta idéia de que Eva foi iludida e Adão não? De 1Timóteo 2.14.

Interessante é que, aos olhos de Deus, pesou muito o fato de Eva ter caido primeiro.

A consequência é que Deus tirou da mulher a autoridade de ensinar diante da igreja: versículos. Veja 1Tm 11-15.



Tenha muito cuidado com qualquer coisa que:

* atraia o seu instinto.

* agrade os seus olhos, despertando a cobiça

* possa levar você a desejar algum tipo de independência de Deus



As consequências (3.7-13)

1) A carne despertada

* Sensação de vergonha e sensualidade - v. 7.

* Esconderam-se de Deus: medo e vergonha. - v. 8-10
É triste ver o casal agora com medo do antigo Companheiro de Jardim, Aquele que deveria
ser o grande Amigo e Protetor. (Veja João 3.20)



* Desculpa do homem: "a mulher que me deste". Acusa Deus! - v. 12
Tornou-se típico do homem fugir da responsabilidade, acusando outro.



* Desculpa da mulher: "a serpente me enganou". v. 13

É verdade, mas não tira a culpa de Eva. Veja como ela evitou falar na própria culpa.



Já notou que você pode dizer a verdade, mas não estar sendo sincero? Cuidado com a verdade manipulativa, com intenção de disfarçar, iludir ou mesmo enganar.



2) Três sentenças de Deus (3.14-19)

a) À serpente (Satanás) (v. 14): maldição e destino de rastejar e comer pó.

v. 15 - Proto-Evangelho (primeiro Evangelho): primeiro anúncio de que um ser humano seria ferido pelo Diabo, mas o derrotaria denitivamente.

Aponta para Cristo, que morreu, mas ressuscitou. E na cruz derrotou o Diabo, que perdeu totalmente o poder sobre os eleitos de Deus.

Descendência de Satanás: os que são dirigidos por ele, como filhos. Veja João 8.44.

Descendência da mulher: os que estão em contraste com os outros: tementes a Deus, crentes. Como ser humano e fiel a Deus, a Pessoa Cristo obviamente se destaca aqui.



b) À mulher (v. 16): gravidez e partos sofridos. Desejo dependente do marido e governada pelo marido.



Importante: A submissão ao marido, em si, não se constitui num castigo.

Mesmo antes do pecado, Eva já tinha dependência de submissão ao marido.

Dois motivos:

I) Foi criada depois dele, parte do corpo dele e para ser ajudadora dele.

II) Adão deu o nome a ela.

A Igreja é submissa a Cristo não por castigo e nem isso é humilhação.

Dentro do contexto do plano de salvação dos homens, Cristo é submisso ao Pai: onde está castigo ou humilhação?

Quanto a Eva, o castigo era que as mulheres, em geral, seriam exploradas pelos maridos. A esposa seria governada por um marido pecador por natureza.

Basta olhar a história e ver que aconteceu exatamente isso.

Resultado: vem o feminismo, as mulheres se revoltam, exageram na dose e hoje vemos a própria instituição da família sob séria ameaça. Como o pecado estragou tudo!



c) Ao homem (3.17-19): terra amaldiçoada, trabalho com fadiga e morte física.



3) Providência protetora de Deus (3.20-21)

v. 20: Eva: em hebraico Chavvah: vida ou viver.

seres humanos: hebraico: chay = seres viventes (claro que referindo-se a homens).

Alguns estudiosos vêem aqui uma demonstração de fé, de Adão: ele viu os filhos dele e de Eva não como pessoas mortas, mas vivas.

A fé de Eva seria vista em 4.1, quando reconheceu que teve Caim com o auxílio de Deus.

Deus cobre Adão e Eva com pele de um animal (v. 21)

E assim vemos oprimeiro caso de morte na Bíblia.

Não sabemos se Deus matou o animal ou se ele já estava morto. Mas já vemos claramente a morte entrando na Criação.

Observe a iniciativa de Deus em vestir o casal: proteção contra o tempo (calor, frio), e noção de vergonha, pudor.

Importante: idéia de substituição, pois sangue inocente foi derramado para cobrir uma necessidade humana. Lembra Alguém? Cristo!



4) Expulsão do jardim (3.22-24)

A expulsão aponta para a morte espiritual, que é a total separação de Deus.

Mas a expulsão foi ao mesmo tempo um ato gracioso de Deus, pois evitaria que, comendo a árvore da vida, eles vivessem eternamente em corpos pecaminosos e separados de Deus.

Morrendo, encerrariam a etapa na Terra e, se tivessem exercido fé, poderiam vir a ter novos corpos, em plena comunhão com Deus.



Comentamos no início que o casal vivia em plena harmonia: com a Natureza, com ele mesmo e com Deus.

Pois o pecado quebrou esses três tipos de relacionamento:

* Com a natureza:

- Reino animal: o homem passou a matar e comer animais. E às vezes vice versa!

- Reino vegetal: a natureza "geme" até hoje. Veja Rm 8.22. Basta ver o desequilíbrio ambiental, poluição, etc.



* Entre si:

- O homem acusa a mulher (3.12). Que contraste com a alegria de 2.23!

- Deus mesmo condenou o casal ao desequilíbrio conjugal

- Até hoje, há países e culturas que tratam a mulher como objeto ou animal

- As mulheres normalmente são revoltadas com a submissão ao marido (até crentes!)

- Resultado: brigas, casamentos ruins, traições, divórcios, lares esfacelados



* Com Deus: Morte física e espiritual: separação total de Deus.



Esta é a triste história, resumida, do que aconteceu com os nossos primeiros pais.

Não admira ser esta humanidade tão confusa, violenta, incoerente, sofrida, perdida.

Mas, qual o final da estória? O que houve daí para a frente?

Os homens continuaram eternamente afastados de Deus? Não há mais esperança? Próxima mensagem.



Duas conclusões:

1) Todo sofrimento existe por causa do pecado. E o pecado entrou no mundo por culpa de Adão e Eva. Eles é que são os responsáveis, não Deus.


2) Deus, apesar de afrontado e ofendido, toma a iniciativa de ajudar (fazendo peles e expulsando).
Esse princípio atravessa a Bíblia de capa a capa: o homem peca, Deus propõe ajuda.



Que Deus nos abençoe.

- Amém -

PAVOR DA MORTE

Hebreus 2.14-15



A passagem comenta que Jesus levou muitos filhos de Deus à glória e não hesita em chamá-los de irmãos.

O autor usa um argumento interessante, usando a analogia com a família humana: se irmãos provêm do mesmo sangue e da mesma carne, então Jesus quis assumir também sangue e carne como seus irmãos espirituais. Aqui se refere evidentemente à encarnação dEle.

A identificação dEle com seus irmãos foi tão completa e profunda, que, do modo que seus irmãos morrem, Ele também se entregou à morte.



Ao falar da morte de Jesus, o autor faz um pequeno parêntese para ensinar algo importantíssimo – duas finalidades da morte de Jesus:



1) Destruir aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo.



Diabo: no grego, diabolos, que significa “acusador”. É o mesmo Satanás, do termo hebraico satan, que significa “adversário”. Um ser poderoso, criado como anjo, quis ser igual a Deus. Como não pôde, revoltou-se e levou muitos com ele.

Tornou-se essencialmente maligno, arqui-inimigo de Deus e de todos os que seguem a Deus.

Deve ter sido a primeira criatura no Universo a mentir. Conforme Jesus denunciou, é o pai da mentira. (Jo 8.44)


Em que sentido o Diabo tem o poder da morte?

A morte entrou no mundo quando Adão e Eva pecaram.

Ora, eles pecaram exatamente por terem acreditado em Satanás, que os enganou, na forma de uma serpente. Ou seja, a morte entrou no mundo pelo trabalho do Diabo.

E trabalho eficiente: alcançou o objetivo!



A morte (física e espiritual) contaminou todos os homens, que passaram a nascer separados de Deus. A Terra passou a ser habitada por mortos espirituais.

E de alguma forma que a Bíblia não explica, Deus permitiu que o Diabo exercesse grande poder nesse mundo, que ele mesmo, Diabo, conseguiu levar à morte. Veja 1Jo 5.19.



Os homens já nascem no pecado, mortos espirituais, escravos do Diabo. Ele é senhor sobre mortos. Em suma: a morte é o ambiente natural onde o Diabo opera.



Pois bem, através da Sua morte, Jesus veio destruir (no grego, aniquilar o efeito, anular) aquele que tem o poder da morte.



Em que sentido Cristo aniquilou o Diabo?

Afinal, ele continua solto por aí, com enorme poder.



O Diabo tem perdido escravos todos os dias, desde que Jesus fundou a Sua igreja.

Todos os salvos são literalmente arrancados das mãos do Diabo. E por que ele permite? Permite, nada! É que ele não tem poder para segurá-los!

Quanto aos salvos, seu poder já está anulado.



No futuro o Diabo será pessoalmente aniquilado, quando Cristo jogá-lo no lago de fogo preparado para ele (Diabo) e seus anjos. Veja Ap 20.10.
(Importante: o Diabo não será destruido, no sentido de deixar de existir).


Mas não creio que seja dessa ocasião que a nossa passagem trata.

Afinal, o Diabo não será aniquilado ali pela morte de Jesus, mas pelo puro poder dEle.

A passagem fala da perda do poder do Diabo sobre os mortos que foram ressuscitados pela fé.



Interessante: Cristo usou a própria arma do Diabo para destruí-lo: a morte!

Como? Morrendo! E ao morrer, adquiriu o direito de dar vida aos que creram nEle.



Aqui vemos que o poder do Diabo sobre a morte é limitado. O poder supremo é exclusivo de Deus.

Cristo na cruz comprou o direito de exercer poder sobre o poder do Diabo, tirando pessoas da morte.



Mas o texto trata de uma segunda finalidade da morte de Cristo, aliás, conseqüência da primeira:



... e livrasse a todos que, por pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão para toda a vida.

Aqui fala dos salvos, que foram libertos pela morte de Cristo.

Essa liberdade incluiu a quebra de um aspecto fortíssimo da escravidão espiritual: o pavor da morte.



A morte é de longe o maior medo, pavor, pânico do homem natural.

Dois fatores explicam o medo da morte:

1. Apego ao mundo.
Tudo o que o homem sem Deus tem, está aqui na Terra: saúde, dinheiro, parentes, amigos. Se partir daqui, perde tudo!




2. Insegurança quanto ao que virá.
O que há depois da morte é um mistério para os que não crêem na Bíblia.



... por toda a vida

O medo da morte não é algo característico de uma fase da vida, que passa depois. É uma constante.

Pode adquirir conotações diferentes. Os mais velhos parecem se conformar, mas não significa que perderam o medo.

Pois bem, Cristo veio libertar os homens desse medo típico dos escravos do Diabo.



Veja como os dois fatores que explicam o medo da morte é tirado do crente:



1. Desapega-se do mundo.
A porção do crente é o próprio Deus! E é Ele quem vamos encontrar após a morte.



2. Tem absoluta certeza do que virá.
Aqui uma vantagem dos que crêem na Bíblia: crê em tudo o que ela diz.



* E você, amigo, o que está esperando para se libertar desse medo horrível?

Aliás, nem sei se você está ouvindo essa pergunta.

Talvez já tenha “desligado” o ouvido (ou os olhos) desde o começo da mensagem. Afinal, falar de morte o tempo todo! Isso lá é assunto?



Cuidado com a atitude de evitar falar sobre a morte.

O perigo é ir adiando, adiando... até que uma dia ela chega mesmo. E aí?



Outro perigo: apegar-se a doutrinas que eliminam a necessidade de uma prestação de contas com Deus antes da morte chegar.

O espiritismo, por exemplo, ensina que depois de morrer, a pessoa volta para outra encarnação. Isso tira o medo da morte, pois pensa que retorna para um lugar já conhecido. Isso não é se libertar do pavor da morte, mas se enganar!

A morte de fato é pavorosa e deve ser temida, mas para os que estão sem Cristo.

O único motivo correto para se libertar do pavor da morte é pela certeza de uma vida eterna com Cristo.



- Amém -

RETIDÃO GERA CORAGEM

Atos 25



Lição principal: Viver conforme o padrão de Cristo dá coragem e firmeza frente às acusações.



Lições complementares:

* Seja fiel a quem lhe confiou uma responsabilidade. Se não houver condição, desista.

* Não se irrite a ponto de cortar contato com quem é indiferente e frio com Jesus.

* Fique imune às insinuações de exagerado, radical, quando falar das coisas do alto.

* Não distorça a verdade com informações pela metade, feitas para despistar.



Retrospectiva: Paulo, após pregar o Evangelho para Félix, permaneceu preso, pois Félix esperava receber suborno dele. Dois anos se passam. Félix sai e deixa Paulo preso. Era aguardada a chegada de Pórcio Festo.



v. 1-12:

A história quase se repete: alguns judeus tentam convencer Pórcio Festo a mandar Paulo para ser julgado em Jerusalém. O plano era matá-lo no caminho.

O governador não concordou e convidou-os para irem a Cesaréia, onde julgaria Paulo.

De fato, no dia seguinte Festo chamou Paulo, que se viu arrodeado dos judeus.

Paulo novamente se defende. Com apenas uma frase contundente, ele nega qualquer infração religiosa (quanto aos judeus) e civil (contra César).



v. 9: Festo, querendo assegurar o apoio dos judeus…

Muito mais do que concentrado no mérito, se Paulo era culpado ou não, o que preocupava o governador era não perder o apoio dos judeus. (Importante observar que seu antecedente, Félix, havia sido expulso do cargo e chamado a Roma exatamente por causa de denúncia dos judeus).

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Festo mostra um procedimento típico dos homens: deixa as obrigações em segundo plano, para agir em benefício próprio.

Convinha a Festo agradar os judeus; se Paulo tinha razão ou não, era secundário.



E assim são os homens em geral - sejam juízes, políticos, empresários, empregados, etc.

Mas nós, irmãos, não podemos ser assim! Temos de ser fiéis no que propomos fazer.

Você, crente, tem de ser diferente dos que não são habitação do Espírito Santo.

Você foi salvo para agir de modo diferente.

Você é sacerdócio real, parte da nação santa, povo exclusivo de Deus (1Pedro 2.9) .

Você é feito para boas obras (Efésios 2.10)

Você foi lavado pelo sangue de Cristo (1Coríntios 6.10-11)



* Se o professor pediu para você tomar conta da turma durante a prova enquanto se ausentava, e você aceitou, não pode fechar os olhos para a "cola", a fim de ganhar a amizade dos colegas.

* Se você aceitou ser fiscal da Prefeitura e a ordem é multar, você não vai deixar de multar para que o contribuinte fique lhe devendo favor.

* Se você gerencia um grupo de profissionais, não pode deixar de dar um relatório honesto ao diretor, para ganhar admiração dos seus subordinados.

Seja fiel a quem lhe confia uma responsabilidade. Se não tem condição, não assuma ou desista.

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Voltando ao texto:

Festo pergunta se Paulo queria ser julgado em Jerusalém. Na realidade, era uma armadilha em forma de pergunta.

Paulo recusa, sabendo que ali facilmente poderia encontrar a morte.

Se ele estava sendo julgado por tribunal romano (de César), assim gostaria de permanecer. Se fosse culpado de morte, que fosse morto.

Nesse ponto Paulo fala de modo duríssimo ao governador: se não fosse culpado, de modo algum aceitaria que o governador o entregasse aos judeus apenas para lhes ser agradável.

Atitude ousada: apelo para César.

Isso era um direito de qualquer cidadão romano, quando achasse que sua acusação havia saído da esfera da autoridade local.

Inteligência de Paulo: escapou do poder de Festo e dos judeus - uma combinação perigosa.



Coragem de Paulo: se queria sair das mãos de Festo, é porque não confiava nele.

Bonito ver a coragem, a segurança, a dignidade de Paulo.

É muito bom fazer o que é certo, poder olhar nos olhos até de quem nos acusa ou maltrata.

E quem prega e vive o Evangelho tem todo o motivo de se sentir exatamente assim: firme, seguro, digno.

O governador consulta o conselho e confirma que Paulo iria para César, ou seja, Roma.



v.13-20

Chega em Cesaréia o rei Agripa (bisneto de Herodes, o Grande e rei de uma região ao Norte da Judéia) e Berenice (irmã dele, talvez amante).

Festo diz que não viu nenhum crime em Paulo, conforme suspeitava (revolta contra o império). E que a questão era puramente religiosa, coisas internas dos próprios judeus.

E que se tratava de um homem morto, Jesus, a quem Paulo insistia que estava vivo.



No v.19b, não vemos Festo falando com deboche, desrespeito, ou agressividade.

O que choca é a indiferença com que ele fala.

Para nós, a morte e a ressurreição de Cristo é algo tão valioso e sagrado, que dói em nossos ouvidos ver alguém se referir a elas de modo tão neutro, tão frio, tão indiferente.

Mas sempre será assim: se alguém não crê em algo, como vai falar com reverência e entusiasmo?



Mas não precisa ser ateu para ser indiferente com a morte e ressurreição de Cristo. Pessoas religiosas também podem ser. Muitos até se dizem cristãos!

Mas não são novas criaturas, não sabem o que é morrer com Cristo e ressuscitar com Ele para uma nova vida. Sempre vamos estranhar quando pessoas assim falarem de Cristo, de Deus, etc.

E vice-versa: eles estranham quando falamos com tanto entusiasmo sobre Cristo e as coisas espirituais.

Acham-nos meio exagerados, fanáticos.



Duas lições:

a) Não se irrite a ponto de cortar contato com quem é indiferente e frio com Jesus.

b) Fique imune às insinuações de exagerado, radical, quando falar das coisas do alto.

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v.20-22

Festo confessa-se perplexo (no grego: sem rumo, sem saber para onde ir).

Pode até ser verdade, mas esse não foi o motivo pelo qual ofereceu a Paulo julgamento em Jerusalém. O verdadeiro motivo, já vimos, foi agradar os judeus.

Festo não foi sincero com Agripa. Escondeu seus propósitos embaixo da língua e não falou.



Lição para nós: cuidado com linguagem lisa, sutil, visando despistar motivos, propósitos.

O que sair de nossa boca seja sincero, correto, sem distorções da verdade.



v. 23-27:

Todos reunidos, Festo resume que desejava ouvir a opinião de Agripa, para ajudar na formalização de uma acusação contra Paulo.



(Resumo do capítulo 26: Paulo fala da sua conversão, Agripa diz que por pouco Paulo não o persuadiu a se fazer cristão.)

Próxima mensagem: viagem de Paulo a Roma.

Que Deus nos abençoe.



- Amém -

TIRE O PECADO ANTES...

Josué 7



1 Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do SENHOR se acendeu contra os filhos de Israel.

2 Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete-Áven, ao oriente de Betel, falou-lhes, dizendo: Subi e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens e espiaram Ai.

3 E voltaram a Josué e lhe disseram: Não suba todo o povo; subam uns dois ou três mil homens, a ferir Ai; não fatigueis ali todo o povo, porque são poucos os inimigos.

4 Assim, subiram lá do povo uns três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai.

5 Os homens de Ai feriram deles uns trinta e seis, e aos outros perseguiram desde a porta até às pedreiras, e os derrotaram na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.

6 Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre a cabeça.

7 Disse Josué: Ah! SENHOR Deus, por que fizeste este povo passar o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão.

8 Ah! Senhor, que direi? Pois Israel virou as costas diante dos seus inimigos!

9 Ouvindo isto os cananeus e todos os moradores da terra, nos cercarão e desarraigarão o nosso nome da terra; e, então, que farás ao teu grande nome?

10 Então, disse o SENHOR a Josué: Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o rosto?

11 Israel pecou, e violaram a minha aliança, aquilo que eu lhes ordenara, pois tomaram das coisas condenadas, e furtaram, e dissimularam, e até debaixo da sua bagagem o puseram.

12 Pelo que os filhos de Israel não puderam resistir aos seus inimigos; viraram as costas diante deles, porquanto Israel se fizera condenado; já não serei convosco, se não eliminardes do vosso meio a coisa roubada.

13 Dispõe-te, santifica o povo e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Há coisas condenadas no vosso meio, ó Israel; aos vossos inimigos não podereis resistir, enquanto não eliminardes do vosso meio as coisas condenadas.

14 Pela manhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o SENHOR designar por sorte se chegará, segundo as famílias; e a família que o SENHOR designar se chegará por casas; e a casa que o SENHOR designar se chegará homem por homem.

15 Aquele que for achado com a coisa condenada será queimado, ele e tudo quanto tiver, porquanto violou a aliança do SENHOR e fez loucura em Israel.

16 Então, Josué se levantou de madrugada e fez chegar a Israel, segundo as suas tribos; e caiu a sorte sobre a tribo de Judá.

17 Fazendo chegar a tribo de Judá, caiu sobre a família dos zeraítas; fazendo chegar a família dos zeraítas, homem por homem, caiu sobre Zabdi;

18 e, fazendo chegar a sua casa, homem por homem, caiu sobre Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá.

19 Então, disse Josué a Acã: Filho meu, dá glória ao SENHOR, Deus de Israel, e a ele rende louvores; e declara-me, agora, o que fizeste; não mo ocultes.

20 Respondeu Acã a Josué e disse: Verdadeiramente, pequei contra o SENHOR, Deus de Israel, e fiz assim e assim.

21 Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.

22 Então, Josué enviou mensageiros que foram correndo à tenda; e eis que tudo estava escondido nela, e a prata, por baixo.

23 Tomaram, pois, aquelas coisas do meio da tenda, e as trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel, e as colocaram perante o SENHOR.

24 Então, Josué e todo o Israel com ele tomaram Acã, filho de Zera, e a prata, e a capa, e a barra de ouro, e seus filhos, e suas filhas, e seus bois, e seus jumentos, e suas ovelhas, e sua tenda, e tudo quanto tinha e levaram-nos ao vale de Acor.

25 Disse Josué: Por que nos conturbaste? O SENHOR, hoje, te conturbará. E todo o Israel o apedrejou; e, depois de apedrejá-los, queimou-os.

26 E levantaram sobre ele um montão de pedras, que permanece até ao dia de hoje; assim, o SENHOR apagou o furor da sua ira; pelo que aquele lugar se chama o vale de Acor até ao dia de hoje.



Eis uma estória dura, para não dizer chocante.

Para entendê-la melhor, é importante lembrar que a obediência era uma condição que Deus impusera aos israelitas para que, como Deus deles, os abençoasse e os ajudasse na conquista da Terra Prometida.

A proibição de não ficarem com as coisas ganhas em combate, era um autêntico teste de obediência.

Outro ponto importante é que Deus tornou Jericó uma cidade condenada. Estava previsto na Lei que nada que fosse condenado poderia ficar na posse dos israelitas. ( Dt 13.17)



Mas a desobediência aqui é um assunto secundário. O principal é a reação de Deus a uma situação de pecado.


Se você ler todo o capítulo 6 de Josué, verá que em Jericó, Deus fez tudo.

Agora, no v. 3 vemos a tranquilidade de Israel.

E o que acontece? Derrota!

Josué deveria ter investigado a causa.

Em vez disso, desesperou-se em oração, até agressiva (v. 6-9).



Reação de Deus: rejeita a oração e acusa duramente: Israel pecou!

Vemos aqui o princípio de que todo um corpo é atingido com o problema de um membro (1Co 12.26 – De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam)



A razão da derrota não foi porque:

- Deus abandonou gratuitamente os israelitas

- Os inimigos eram fortes demais

- Os judeus eram poucos.



Foi pelo pecado, que impedia a presença de Deus.



Solução de Deus: eliminar o pecado. (Melhor morrer uma família do que centenas!!!)



Resultado: Josué 8.1, 25 - Disse o SENHOR a Josué: Não temas, não te atemorizes; toma contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te, e sobe a Ai; olha que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra. Os que caíram aquele dia, tanto homens como mulheres, foram doze mil, todos os moradores de Ai. Derrotaram o mesmo inimigo. Deus voltou!



Aplicação:

Quando formos derrotados, devemos examinar-nos totalmente (espiritualmente, socialmente, etc).

Sl 119.59: Considero os meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos.

Lm 3.40: Esquadrinhemos os nossos caminhos, rovemo-los e voltemos para o SENHOR.



Em vez disso, muitas vezes ficamos desesperados, fazemos orações emocionadas, até agredimos a Deus.

Desse modo, irritamos a Deus!

Pv 28.9 – O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.



Resultado: orações vazias e corações vazios, uma vez que Deus se afasta.

Is 59.1-2 - Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.



É como se Deus estivesse nos dizendo: “O que é isto? Levanta-te! Você está com pecado, elimine-o! Purifica-te, confessa-o e arrepende-te. Mata esse pecado!”

Gl 6.14 - Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.



Às vezes dói (como doeu matar aquela família). Mas é melhor abrir mão de um prazer do que a vida sofrer.

O que não pode é viver num pecado e ter a companhia de Deus ao mesmo tempo!



Resultado: As bênçãos voltam! Deus novamente permanece ao seu lado.

Sl 32.1-2 – Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo.



A vitória agora está garantida!



- Amém -

Isaque e família

Se formos procurar exemplos bíblicos sobre relacionamento familiar, praticamente só encontraremos no Velho Testamento.

Detalhe interessante: os exemplos são quase todos negativos. Estão lá para que aprendamos como não fazer - o que é tão importante quanto bons exemplos.

Vejamos o caso de Isaque, Rebeca e os dois filhos, Esaú e Jacó (gêmeos).



Gênesis 25.27-28 – Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.



Grande diferança de personalidade e gostos pessoais entre os dois irmãos. Esaú: caçador, homem do campo. Jacó: pacato, fazedor de tendas.

Isaque amava mais a Esaú pois gostava de comer o que ele caçava.

E Rebeca amava mais a Jacó - não diz o motivo (talvez por ser mais pacato, tinha mais contato).



O fato desse detalhe ter sido registrado, mostra que deveria ser muito forte a diferença no relacionamento entre Isaque e os dois filhos, assim como de Rebeca também.

Um era o "queridinho" do pai, outro da mãe. E aqui está o erro básico, de onde tudo se originou.

Não deve haver diferença no tratamento entre os filhos, no sentido de ser mais favorável, dar mais, dedicar-se mais. Precisa haver justiça, igualdade no amor, na dedicação.



Duas observações:

1) Simpatia pessoal é outra questão. E normal, mas deve ser mantida com discrição e não deve afetar o tratamento;



2) O método de disciplinar e corrigir pode variar conforme a personalidade (exemplo: um precisa de surra; outro só de olhar).

Mas nada disso implica em tratamento diferente, no sentido em que já comentei.



No caso de Isaque, o v. 28 sugere que Isaque abertamente dava preferência a Esaú e Rebeca a Jacó. No capítulo 27, a sugestão bíblica se transforma em certeza.



Gênesis 27.1-13 – Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: Meu filho! Respondeu ele: Aqui estou! Disse-lhe o pai: Estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e traze-ma, para que eu coma e te abençoe antes que eu morra. Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E foi-se Esaú ao campo para apanhar a caça e trazê-la. Então, disse Rebeca a Jacó, seu filho: Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do SENHOR, antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia; levá-la-ás a teu pai, para que a coma e te abençoe, antes que morra. Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Esaú, meu irmão, é homem cabeludo, e eu, homem liso. Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim maldição e não bênção. Respondeu-lhe a mãe: Caia sobre mim essa maldição, meu filho; atende somente o que eu te digo, vai e traze-mos.



O restante todos conhecem: Jacó, com a ajuda da mãe, enganou Isaque e roubou a bênção de Esaú.

Esaú chegou depois, tentou ser abençoado e não conseguiu. O que ouviu foi uma dura previsão contra ele. Chorou muito e ficou com ódio do irmão, jurando matá-lo quando Isaque morresse.



Examinemos os erros para aprender com eles:



1. O motivo de Isaque escolher Esaú para abençoar parece que não foi por ser o mais velho (o que seria correto), mas porque gostava mais dele. E um gostar ligado com a comida! A comida da caça de Esaú era tão importante para Isaque que ele chegou ao cúmulo de condicionar a bênção a um bom prato!

Mesmo que fosse por ser mais velho, é bom lembrar que Esaú já havia vendido para Jacó o direito de primogenitura. A bênção já seria de Jacó, de qualquer maneira.

Tudo indica que foi por preferência pessoal mesmo, pura e simples.



2. Rebeca dá um mal exemplo de esposa e de mãe, que proporciona ao próprio filho ser roubado. E mal exemplo como pessoa, com a sua desonestidade.

Errou com relação a todos os envolvidos: o marido e os dois filhos. Veja bem:

* Com relação ao marido: propõe um plano para enganá-lo.

Aplicação: nunca minta, engane ou enrole o seu cônjuge. Use de transparência total.



* Com relação a Esaú: prejudicou o filho, roubando dele. E pior: para favorecer o outro!

Aplicação: os pais têm tanto poder com relação aos filhos e é tão complexo educar, que é fácil prejudicá-los, mesmo sem desejar. Temos de nos vigiar constantemente.

Pior é prejudicar sabendo, planejando.

E pior ainda: prejudicar um para favorecer o outro. Se você já fez isso, talvez tenha marcado o seu filho pelo resto da vida.



* Com relação a Jacó: mostrou protecionismo errado, prejudicial, induzindo-o ao erro.

Aplicação: cuidado com o protecionismo exagerado. Isso gera mais problemas do que soluções. Atrapalha bem mais do que ajuda ao filho.



* Com relação aos dois irmãos entre si: a mãe jogou um contra o outro. Semeou ódio na família.

Aplicação: nunca jogue um filho contra o outro. Semeie a harmonia entre eles, o amor, a paz.

O dever dos pais é jogar água no incêndio, não lenha na fogueira.



3. Jacó: mau exemplo em várias áreas.

* Deveria ter resistido firmemente à idéia maliciosa da mãe.

Mas isso não teria sido desrespeito? Dependendo da forma, não. É ato de amor mostrar o erro e não compartilhar com ele.



Aplicação: não se irrite quando o filho lhe apontar um erro. Mesmo que faça de maneira errada, corrija a forma como ele lhe agiu, mas deixando claro que fez bem a você.



* Enganou o próprio pai.

Ora, se o filho deve honrar o pai, imagine a gravidade do erro de enganar!



Aplicação: nunca deixem de lembrar aos filhos que precisam honrar pai e mãe, respeitar e, enquanto estiverem em casa, obedecer incondicionalmente.



* Roubou a bênção do irmão.

Aplicação: obrigue cada filho a respeitar tudo o que é dos irmãos.



4. Esaú

Nesse caso particular, foi inocente, a vítima.

Mesmo assim, não deveria ter jurado vingança. Vingança pertence a Deus.

Duas coisas bonitas de Esaú:

1) Respeitou a presença do pai, deixando para matar Jacó só quando o pai morresse.

2) Perdoou o irmão, vinte anos depois.



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É importante ressaltar que o plano de Deus era que Jacó fosse abençoado. Esaú era um homem profano e desprezou as bênçãos do primogênito. Deus escolheu a Jacó antes de ele nascer.

Mas isso não anula a responsabilidade da família de Isaque de fazer o que era correto.

O fato de Deus se utilizar de erros das pessoas para alcançar Seus objetivos, não significa que essas pessoas estão isentas da culpa e livres dos seus erros.



Duas observações finais:

a) Estejamos sempre atentos à qualidade dos nossos relacionamentos familiares. O alvo é a perfeição!



b) Lancemos mão da misericórdia de Deus e pedir que Ele ajude nossos maridos/esposas e filhos, não permitindo que nossos erros os prejudiquem. Que Deus diminua os estragos que as nossas falhas provocam nos nossos amados, em casa.



- Amé

VIDAS HUMANAS DE PRESENTE

Atos 27.1-26

1 Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial.

2 Embarcando num navio adramitino, que estava de partida para costear a Ásia, fizemo-nos ao mar, indo conosco Aristarco, macedônio de Tessalônica.

3 No dia seguinte, chegamos a Sidom, e Júlio, tratando Paulo com humanidade, permitiu-lhe ir ver os amigos e obter assistência.

4 Partindo dali, navegamos sob a proteção de Chipre, por serem contrários os ventos;

5 e, tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia.

6 Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que estava de partida para a Itália, nele nos fez embarcar.

7 Navegando vagarosamente muitos dias e tendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não nos sendo permitido prosseguir, por causa do vento contrário, navegamos sob a proteção de Creta, na altura de Salmona.

8 Costeando-a, penosamente, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia.

9 Depois de muito tempo, tendo-se tornado a navegação perigosa, e já passado o tempo do Dia do Jejum, admoestava-os Paulo,

10 dizendo-lhes: Senhores, vejo que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e muito prejuízo, não só da carga e do navio, mas também da nossa vida.

11 Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia.

12 Não sendo o porto próprio para invernar, a maioria deles era de opinião que partissem dali, para ver se podiam chegar a Fenice e aí passar o inverno, visto ser um porto de Creta, o qual olhava para o nordeste e para o sudeste.

13 Soprando brandamente o vento sul, e pensando eles ter alcançado o que desejavam, levantaram âncora e foram costeando mais de perto a ilha de Creta.

14 Entretanto, não muito depois, desencadeou-se, do lado da ilha, um tufão de vento, chamado Euroaquilão;

15 e, sendo o navio arrastado com violência, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar.

16 Passando sob a proteção de uma ilhota chamada Cauda, a custo conseguimos recolher o bote;

17 e, levantando este, usaram de todos os meios para cingir o navio, e, temendo que dessem na Sirte, arriaram os aparelhos, e foram ao léu.

18 Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte, já aliviavam o navio.

19 E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio.

20 E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento.

21 Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, na verdade, era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda.

22 Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio.

23 Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo,

24 dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo.

25 Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito.

26 Porém é necessário que vamos dar a uma ilha.

27 Quando chegou a décima quarta noite, sendo nós batidos de um lado para outro no mar Adriático, por volta da meia-noite, pressentiram os marinheiros que se aproximavam de alguma terra.


* Quando alguém não seguir suas advertências e se der mal, não esmague. Lembre a imprudência e imediatamente passe a animá-la.

* Estejamos mais abertos para pessoas bondosas e prontos para aprendermos delas.

* Não tem sentido o crente se sentir inútil: sempre poderá ser útil em alguma atividade.

* Veja as oportunidades de falar o Evangelho do ponto de vista do outro, como uma oportunidade que Deus está dando a ele para ouvir de Cristo e ser salvo por Cristo.



Retrospectiva: Paulo depõe perante o rei Agripa e deixa-o muito tocado. Agripa diz que Paulo poderia ser solto se não houvesse apelado para César. Inicia-se a viagem para Roma.



v. 1-3: O centurião Júlio tratou Paulo com humanidade. Embora no Novo Testamento predominem perseguições aos crentes, não é sempre. Aqui e ali vemos pessoas bondosas, como esse oficial.

Observe como Lucas fez questão de registrar isso, mostrando reconhecimento e gratidão.



Alguns crentes desenvolvem atitudes mentais hostis a quem quer que não seja crente. Taxa-o como "do mundo", considera quase inimigo e evita, como não querendo se contaminar.

Errado! Existem pessoas bondosas, mesmo sem a graça da fé, mas que também são imagem e semelhança de Deus e trazem dentro de si uma dosagem do amor do Criador, maior que a média.

Temos muito o que aprender de pessoas assim, abnegadas, amorosas, que servem e ajudam. Graças a Deus pelos "Júlios" do mundo, que tratam outros com humanidade, filantropos no sentido exato da palavara.



Paulo visitou amigos na cidade e recebeu ajuda para a viagem.



v. 4-12

Paulo alerta aos responsáveis, que a viagem estava ficando muito perigosa e que poderia haver dano, talvez até de vida, caso continuassem.

Não sabemos se foi apenas palpite de Paulo (experiente, com três naufrágios antes (2Co 11.25) ou se falou como profeta (de fato se cumpriu o que ele previra, exceto perdas humanas).

Seja como for, não atenderam a Paulo e seguiram viagem.



v. 13-22

A situação tornou-se crítica, jogaram fora a carga e partes do próprio navio.

De repente, Paulo levanta-se, se põe no meio do grupo e fala às 276 pessoas presentes (v. 37).

A última vez que Paulo estivera falando em público foi se defendendo perante um rei, um governador e várias autoridades, reunidos em grande pompa.

Agora: perante grupo de prisioneiros, marinheiros e soldados de olhos arregalados, apavorados, vendo a morte de frente. Que mudança de platéia!

O apóstolo fala com autoridade e segurança. É o líder natural do grupo.

Começa com leve repreensão aos responsáveis pela viagem por não terem atendido às suas advertências.

Mas imediatamente passa a levantar o ânimo de todos.

E dá uma garantia fantástica: nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio.



É comum uma criança olhar para o irmão chorando, porque se cortou ou queimou, não seguindo a advertência do outro e dizer: "Bem feito, eu não disse?"

Os adultos também gostam de agir assim. Prazer duplo para a carne: se exalta, dizendo que avisou e diminui o outro, que não foi prudente. Procedimento sem amor.

O amor repreende levemente, apenas para caracterizar a imprudência e registrar uma lição. Mas, no mesmo fôlego, anima, encoraja. Exatamente como Paulo fez.



Voltando: Com que base Paulo poderia afirmar que ninguém se perderia?

v. 23-24

Um anjo de Deus havia estado com ele naquela noite. (Não diz se em aparência física, visão, ou sonho).

Mas anjo de que Deus? Muitos ali criam em vários deuses.

É espetacular a maneira como Paulo define o Deus a quem pertencia o anjo: … Deus, de quem eu sou e a quem sirvo.

Antes de se identificar como servo, Paulo se identifica como patrimônio de Deus.

Linguaguem bem compreendida numa época em que havia escravos. O escravo pertencia ao amo. O trabalho do escravo era consequência natural do fato de ser propriedade do outro. Por isso não havia remuneração - como não se remunera um carro, ou um animal.

Havia trabalho remunerado (jornaleiro). Esse não era escravo. Trocava o serviço por dinheiro.

Ao dizer que pertencia a Deus e o servia, Paulo se identifica como escravo desse Deus, propriedade dEle e, como consequência natural, trabalhava para Ele.

Essa era uma noção diferente para a época. Os pagãos adoravam aos deuses por medo, para agradá-los e serem beneficiados, mas não porque achavam que pertenciam a eles.

Um modificação interna profunda que ocorre na conversão é a noção de que a pessoa agora pertence a Cristo. Não apenas acredita nEle. Não apenas quer adorá-Lo, agradá-Lo e servi-Lo. Mas é propriedade particular dEle.

Fica para trás a velha idéia de que pessoa é dona de si mesma.

Partindo desse ponto, o serviço a Cristo torna-se mera consequência: se eu pertenço a alguém, preciso satisfazer a vontade do meu dono e fazer o que ele quer.

E, tratando-se de Cristo, além da obrigação, isso é feito por prazer!



Amigo: que tal passar a pertencer a Deus hoje, através de Cristo? É extramente gostoso ter um Dono tão maravilhoso!



Voltando: O anjo diz duas coisas a Paulo:

1) É preciso que compareças perante César, ou seja, "tu não vais morrer".

Além do conforto da própria garantia de vida, o anjo confirma as palavras de Jesus de que importaria que Paulo desse testemunho dEle (Cristo) em Roma.

Só que agora tem detalhe importante: perante César!

Paulo falaria de Cristo ao próprio imperador Nero!

Se Paulo estava se sentindo como um inseto insignificante nos porões daquele navio, preso, quase naufragando, agora recobrava o ânimo, sentindo-se util, peça importante nos planos de Cristo.

Nenhum salvo é insignificante ou inútil perante Deus.

Cristo não iria derramar o Seu preciosíssimo sangue por uma pessoa a quem não pretendia utilizar de alguma forma para a glória dEle.

Se há uma coisa sem sentido é um crente com complexo de inutilidade.



2) Deus pouparia todos os outros passageiros do navio.

Aos olhos de Deus, não é que Ele iria poupar Paulo de morrer, e como algo à parte, os outros. Mas os outros seriam preservados vivos em consideração a Paulo, quase como um presente que Deus resolveu dar ao Seu apóstolo: graciosamente te deu todos quantos navegam contigo.



Duas observações sobre a graça de Deus:

a) A graça de Deus sobre Paulo.

A situação de Paulo: para frente: indo preso para Roma, onde seria julgado pelo próprio imperador ou por um tribunal dele.

Para trás: dois anos preso, cinco vezes tendo de defender sua situação, falsamente acusado, alvo de planos de morte. Da última vez foi chamado acorrentado perante o rei Agripa, a irmã dele e o governador Festo, que estavam em grande pompa. Muito humilhante!

Agora Deus resolve lhe dar um presente muito diferente, único, que ninguém nesta terra poderia dar: a vida de 276 pessoas!

Imagine você, olhando para centenas de pessoas e pensar: elas não estão mortas por minha causa, porque Deus me deu a vida delas.

O mundo nunca vai saber quantas vidas nessa terra já foram poupadas exclusivamente por causa de pessoas fiéis a Deus.



Deus mostrou que gosta de fazer isso já para Abraão: Gênesis 18.26: Então, disse o SENHOR: Se eu achar em Sodoma cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei a cidade toda por amor deles.



Paulo deve ter sentido uma satisfação muito forte. Ainda mais sendo tão sensível com as pessoas.



Deus sabe a hora e a maneira de agradar os Seus filhos. Especialmente quando estão em dificuldade. E é extremamente criativo, usa coisas inusitadas: uma tempestade para fazer vibrar o coração de Spurgeon, um passarinho para aliviar a cruel hesitação de fé da Joni.

Talvez cada um aqui pudesse contar momentos e situações muito especiais em que Deus se fez presente e lhe deu um enorme conforto.

Sem dúvida, Paulo sentiu-se animado com aquela distinção de Deus, mostrando que estava ao seu lado.



b) A graça de Deus sobre os passageiros do navio.

Deus deixou-os com vida e anunciou isso claramente. Ali estava Deus dando a eles uma espetacular oportunidade de conversão, permitindo que conhecesse mais esse Deus através de Paulo.



Amigo: quantas vezes Deus já lhe deu oportunidade de conhecer mais a Ele, enquanto lhe mantém com vida sobre esta terra?



Recentemente uma irmã desta igreja falou de Cristo a uma senhora com câncer, enquanto esperavam o ônibus.

Pode parecer bem casual, duas senhoras conversando numa rodoviária, mas não é. Do ponto de vista da mulher doente, ali estava Deus graciosamente providenciando uma filha na fé para levar palavras de salvação, talvez no final da sua vida.



E você? Agora mesmo, está ouvindo sobre este Deus, que deseja que todos se rendam ao Filho dEle.



v. 25-26

Paulo finaliza dizendo abertamente que cria na revelação do anjo e animando a todos. E complementa com mais uma informação profética: o navio daria numa ilha.


Em outra mensagem veremos o naufrágio do navio.


Que Deus nos abençoe com tantas lições.


- Amém -

A BÍBLIA SAGRADA

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMETNO
[1] GENESIS Gn [1] MATEUS Mt
[2] ÊXODO Êx [2] MARCOS Mc
[3] LEVITICO Lv [3] LUCAS Lc
[4] NÚMEROS Nm [4] JOÃO Jo
[5] DEUTERONÔMIO Dt [5] ATOS DOS APÓSTOLOS At
[6] JOSUÉ Js [6] ROMANOS Rm
[7] JUIZES Jz [7] 1 CORÍNTIOS 1Co
[8] RUTE Rt [8] 2 CORÍNTIOS 2Co
[9] 1 SAMUEL 1Sm [9] GÁLATAS Gl
[10] 2 SAMUEL 2Sm [10] EFÉSIOS Ef
[11] 1 REIS 1Rs [11] FILIPENSES Fp
[12] 2 REIS 2Rs [12] COLOSSENSES Cl
[13] 1 CRÔNICAS 1Cr [13] 1 TESSALONICENSES 1Ts
[14] 2 CRÔNICAS 2Cr [14] 2 TESSALONICENSES 2Ts
[15] ESDRAS Ed [15] 1 TIMÓTEO 1Tm
[16] NEEMIAS Ne [16] 2 TIMÓTEO 1Tm
[17] ESTER Et [17] TITO Tt
[18] JÓ Jó [18] FILEMON Fm
[19] SALMOS Sl [19] HEBREUS Hb
[20] PROVÉRBIOS Pv [20] TIAGO Tg
[21] ECLESIASTES Ec [21] 1 PEDRO 1Pe
[22] CANTICOS Ct [22] 2 PEDRO 2Pe
[23] ISAIAS Is [23] 1 JOÃO 1Jo
[24] JEREMIAS Jr [24] 2 JOÃO 2Jo
[25] LAMENTAÇÕES Lm [25] 3 JOÃO 3Jo
[26] EZEQUIEL Ez [26] JUDAS Jd
[27] DANIEL Dn [27] APOCALIPSE Ap
[28] OSÉIAS Os ********
[29] JOEL Jl
[30] AMÓS Am
[31] OBADIAS Ob
[32] JONAS Jn
[33] MIQUÉIAS Mq
[34] NAUM Na
[35] HABACUQUE Hc
[36] SOFONIAS Sf
[37] AGEU Ag
[38] ZACARIAS Zc
[39] MALAQUIAS Ml

Segunda Vinda de Jesus

“Então se verá o Filho do homem vindo Numa nuvem. Com poder e grande glória.”
Lc 21.27

A seguir relaciono uma série de texto a respeito da breve volta de Jesus Cristo.
“O Senhor Jesus voltará!"
( veja: Mt.26.64; At.1.11; Hb.9.27) e isto em breve! Preparem-se!”

1) Ela é predita e descrita pelos:
Profetas: Dn.7.13 e Jd.14
Pelo próprio Cristo: Mt 25.31; Jo 14.3
Pelos Apóstolos: At 3.20; 1Tm.6.14
Pelos Anjos: At 1.10,11

2) Denominada de:
Tempos de refrigério: At 3.19
Tempos de restauração: At 3.21 com Rm 8.21
Últimos tempos: 1Pe.1.7
Revelação de Jesus: 1Pe.1.13
Dia vindouro de Deus: 2Pe.3.12
Dia de nosso Senhor Jesus: 1Co.1.8

3) Será:
Entre nuvens: Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7
Na glória de Deus: Mt 16.27
Na sua própria glória: Mt 25.31
Em fogo: 2 Ts 1.8
Com poder: Mt 24.30
Da forma como subiu: At 1.9,11
Acompanhada por anjos: Mt 16.27; 25.31; Mc 8.38; 2 Ts 1.7
Com seus santos: 1 Ts 5.2; Jd 14
Subitamente: Mc 13.36
Inesperada: Mt 24.44; Lc 12.40; 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10; Ap 16.15
Como o relâmpago: Mt 24.27
Com ressurreição de mortos: 1 Ts 4.16
Com arrebatamento: 1 Ts 4.17

4) Com o propósito de:
Completar a salvação dos santos: Hb 9.28; 1 Pe 1.5
Trazer à luz as coisas ocultas das trevas: 1 Co 4.5
Julgar: Sl 50.3,4 com Jo 5.22; 2 Tm 4.1; Jd 15; Ap 20.11-13
Reinar: Is 24.23; Dn 7.14; Ap 11.15
Destruir a morte: 1 Co 15.25,26

5) Os eleitos:
Devem considerá-la como eminente: Rm 13.12; Fp 4.5; 1Pe.4.7
A Benção de estarem preparados: Mt 24.46; Lc 12.37,39
Amam-na: 2 Tm 4.8
Esperam-na: Fp 3.20; Tt 2.13
Aguardam-na: 1 Co 1.7; 1 Ts 1.10
Apressam-na: 2 Pe 3.12
Oram por ela: Ap 22.20
Preparados: Mt 24.44; Lc 12.40
Vigilantes: Mt 24.42; Mc 13.35-37; Lc 21.36
Aguardam-na pacientemente: 2 Ts 3.5; Tg 5.7,8
Preservados: Fp 1.6;2 Tm 4.18; 1 Pe 1.5; Jd 24
Não se envergonham da mesma: 1 Jo 2.28; 1 Jo 4.17
Serão semelhantes a Cristo: Fp 3.21; 1 Jo 3.2
Aparecerão com Ele: Cl 3.4
Receberão a coroa: 2 Tm 4.8; 1 Pe 5.4
Reinarão com Ele: Dn 7.27; 2 Tm 2.12; Ap 5.10; 20.6 e 22.5

6) O Lar Celestial: Ap 21 e 22; Jo 14
Um tesouro: Mt 6.20
Há registro dos Eleitos: Lc 10.20
Lugar reservados para todos os eleitos: Jo 14.2
Cristo ali entrou: At 7.55,56
Edificado por Deus: 2 Co 5.1; Hb 11.10
Reunião de todos os eleitos: Ap 7.9
Obediência, condição de entrada: Ap 22.14

7) Os habitantes do Céu:
Um grande exercito: Ne 9.6; Dn 7.10; Hb 12.22; Ap 5.11, 14.1, 19.6
Os Escolhidos de Deus: Lc 13.29, 20.35,36;
Ap 3.4, 7.13-17, 22.14

A IDOLATRIA E SEUS MALES

1Sm 12.20,21 “Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são.”

A idolatria é um pecado que o povo de Deus, através da sua história no AT, cometia repetidamente. O primeiro caso registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4). O primeiro caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte Sinai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de Deus freqüentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi marcado por freqüente idolatria em Israel (1Rs.11.1-10). Na história do reino dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os judeus.

O FASCÍNIO DA IDOLATRIA.

Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas? Há vários fatores implícitos.

(1) As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus, no sentido de se manter santo e separado delas.

(2) Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo de obediência que o Deus de Israel requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel. Deus, por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.

(3) Por causa do elemento demoníaco da idolatria (ver a próxima seção), ela, às vezes, oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos.

A NATUREZA REAL DA IDOLATRIA.

Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua verdadeira natureza.

(1) A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (12.21), e Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135.15-18) e os profetas (e.g. 1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) freqüentemente zombavam dos ídolos.

(2) Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés (ver Dt 32.17) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Note, também, o que Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne sacrificada aos ídolos: “as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus” (1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles. O cristão sabe com certeza que o poder de Jesus Cristo é maior do que o dos demônios ( ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS). Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua (ver 1Jo 5.19 cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e maravilhas de mentira (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20) e de proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais. Sem dúvida, esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (cf. Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12).

(3) A correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o espiritismo, a magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e coisas semelhantes (cf. 2Rs 21.3-6; Is 8.19; Dt 18.9-11; Ap 9.21 ). Segundo as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos demônios. Quando, por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito subindo da terra, representando Samuel (28.8-14), i.e., ela viu um demônio subindo do inferno.

(4) O NT declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5). A conexão é óbvia: pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais. Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais que conseguem para tais pessoas aquilo que desejam. Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra, entretanto adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais pessoas são idólatras. Dessa maneira, a declaração de Jesus: “Não podeis servir a Deus e a Mamom [as riquezas]” (Mt 6.24), é basicamente a mesma que a admoestação de Paulo: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (1Co 10.21).

DEUS NÃO TOLERARÁ NENHUMA FORMA DE IDOLATRIA.

(1) Ele advertia freqüentemente contra ela no AT. (a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor Deus de Israel (ver Êx 20.3,4). (b) Esta ordem foi repetida por Deus noutras ocasiões (e.g., Êx 23.13, 24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14;Js 23.7; Jz 6.10; 2Rs 17.35,37,38). (c) Vinculada à proibição de servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).

(2) A história dos israelitas foi, em grande parte, a história da idolatria. Deus muito se irou com o seu povo por não destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou a adorar os falsos deuses. Daí, Deus castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos tivessem domínio sobre eles. (a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. Deus permitia que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para libertá-lo. (b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2Rs 17.6-18). (c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a Deus, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, Deus disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs 21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (e.g., Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2Rs 25).

(3) O NT também adverte todos os crentes contra a idolatria. (a) A idolatria manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em Deus somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a Deus, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar das práticas imorais e ímpias do mundo. (b) Daí, o NT nos admoestar a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; cf. Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6; ver o estudo RIQUEZA E POBREZA) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria (1Co 10.14; 1Jo 5.21). Deus reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que praticam qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino (1Co 6.9,10; Gl 5.20,21; Ap 22.15).

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